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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CÂMPUS

PONTA GROSSA
CURSO ENGENHARIA QUÍMICA

CLARA FERREIRA BATISTA

FICHA DE DADOS DO EXPERIMENTO 8: CALOR


ESPECÍFICO DE SÓLIDOS

PONTA GROSSA 2021


1. RESUMO DA ATIVIDADE EXPERIMENTAL

O conceito de calor pode ser interpretado como energia térmica em trânsito, ou seja,
a energia cinética das moléculas que formam o material é transferida de um corpo
para outro. Isso ocorre de um corpo com maior temperatura para um de menor
temperatura até que ambos alcancem o equilíbrio térmico. Existem três tipos de
propagação de calor, sendo elas condução, convecção e irradiação. No processo de
condução a transferência de calor decorre da agitação molecular. A convecção,
ocorre em líquidos e gases, e de efetua através de correntes de convecção. A
irradiação do calor propaga-se através de ondas eletromagnéticas.
Fornecer calor a um corpo implica na mudança de sua temperatura. A quantidade de
calor armazenada/volume depende de cada material.
O objetivo do presente trabalho é por meio de uma análise experimental, embasada
em conceitos físicos e confirmada através de cálculos verificar o princípio de trocas
de calor e equilíbrio termodinâmico, além de determinar o calor específico dos
sólidos alumínio e latão.

2. PROCEDIMENTO RESUMIDO

Para a realização do experimento de calor específico de sólidos se utilizou duas


esferas, uma de alumínio e outra de latão, água, calorímetro, balança, termômetro
digital e ebulidor.
Primeiramente foi determinada a massa da parte interna do calorímetro, logo após
determinou-se a medida de massa do conjunto vazio: parte interna + externa +
termômetro. Após a tomada de massa dos itens citados, foi inserido água no
calorímetro a temperatura ambiente. Assim foi tomada a temperatura inicial
estabelecida como 𝑇0, do conjunto: água + parte interna do calorímetro. Para este
primeiro conjunto, em equilíbrio térmico, obtemos a equação:

∑𝑖 = ∆𝑄 = (𝑚𝑐𝑎𝑙𝑐𝑐𝑎𝑙 + 𝑚𝐻2𝑂𝑐𝐻2𝑂)∆𝑇 = 0

Equação 1
Voltou-se então a determinação da massa, nesse momento da massa de água, foi
pesado o calorímetro cheio e descontado o valor medido inicialmente (massa do
conjunto vazio). Foram então determinadas as massas de ambas as esferas. Com
uma câmera térmica é possível ver o aquecimento do ebulidor e com um termômetro
é medida a sua temperatura. Após isso, são inseridas as esferas metálicas no
ebulidor com a água aquecida. Com isso a esfera é transportada ao calorímetro, o
qual é fechado. Com isso obteremos a temperatura do sistema: água + parte interna
do calorímetro + esfera, esta temperatura fica estabelecida como a temperatura de
equilíbrio 𝑇𝐸. Após um intervalo de tempo, este novo conjunto atingirá novamente o
equilíbrio térmico, a equação para essa segunda situação será:
∑ 𝑖 = ∆𝑄 = (𝑚𝑐𝑎𝑙𝑐𝑐𝑎𝑙 + 𝑚𝐻2𝑂𝑐𝐻2𝑂)∆𝑇1 − (𝑚𝑒𝑠𝑓𝑐𝑒𝑠𝑓)∆𝑇2 = 0

Equação 2

Estabelecendo que:
∆𝑇1 = 𝑇𝐸 − 𝑇o
∆𝑇2 = 𝑇𝑄 − 𝑇𝐸

Equação 3 e 4

Sendo assim, ao isolarmos o calor específico da esfera, que é o que por métodos
experimentais procuramos definir, obtemos a equação final:

(𝑚𝑐𝑎𝑙𝑐𝑐𝑎𝑙 + 𝑚𝐻2𝑂𝑐𝐻2𝑂)∆𝑇1
𝑐𝑒𝑠𝑓 = 𝑚𝑒𝑠𝑓∆𝑇2
Equação 5

Este procedimento é repetido é repetido mais duas vezes para cada esfera com o
intuito de se diminuir os erros e aumentar a precisão e exatidão na tomada de
dados. As tabelas para cada esfera foram montadas, visto que os dados necessários
para se calcular o calor específico dos materiais, latão e alumínio, já foram obtidos.
Após se determinar o calor específico para cada medida, será feita uma média
destas. Com a média será realizado o cálculo do percentual de erro em relação ao
valor fixo do calor específico para os materiais de alumínio e latão.

3. ANÁLISE DE DADOS

Para o cálculo do calor específico das esferas de alumínio e latão, (𝑐𝑒𝑠𝑓), foi utilizada
a equação 5. Para cálculo do erro experimental, utiliza-se a seguinte equação:

|𝛼𝑅𝑒𝑎𝑙 − 𝛼𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜|
𝐸% = ( 𝛼𝑅𝑒𝑎𝑙
) * 100
Equação (6)

Tabela 1- Cálculo do calor específico das esferas de alumínio

M𝑒𝑑i𝑑𝑎 𝑀Ág𝑢𝑎 (𝑔𝑟) 𝑀𝐸𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎 𝑀𝑐𝑎𝑙 (𝑔𝑟) 𝑇0 (𝑠i𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)(°𝐶) 𝑇𝑄 (°𝐶) 𝑇𝐸 (°𝐶) 𝐶esf𝑙
(𝑔𝑟)
(𝑐𝑎𝑙/𝑔𝑟. °𝐶)
1 88,48 21,5 30 28,3 93,5 31,3 0,2018
2 83,49 25,2 30,69 27,5 91,5 31 0,1857
3 74,3 22 30,65 28,9 97,5 32,5 0,0166
Tabela 2 - Tratamento de dados e erro experimental para o alumínio

Calor específico tabelado: Calor específico E%


Alumínio experimental: Alumínio
0,215 cal/gr.° C 0,21 cal/gr.° C 3,35 %

Tabela 3 - Cálculo do calor específico das esferas de Latão

M𝑒𝑑i𝑑𝑎 𝑀Ág𝑢𝑎 𝑀𝐸𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎 𝑀𝑐𝑎𝑙 (𝑔𝑟) 𝑇0 𝑇𝑄 𝑇𝐸 (°𝐶) 𝐶esf


(𝑔𝑟) (𝑔𝑟) (𝑠i𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)(°𝐶) (°𝐶) (𝑐𝑎𝑙/𝑔𝑟. °𝐶)
1 80,2 72,2 30 30,8 95,5 35,3 0,10406

2 87,15 68,2 30,69 28,1 92,5 32,1 0,09103

3 98,35 67 30,65 29,1 97,5 33,5 0,09054

Tabela 4 - Tratamento de dados e erro experimental para o latão

Calor específico tabelado: Calor específico E%


Latão experimental: Latão
0,092 cal/gr.° C 0,095 cal/gr.° C 3,49%

4. CONCLUSÕES

Com o fim da parte experimental e de seus devidos cálculos, foi possível concluir
que que o calor específico médio experimental encontrado foi bem próximo do calor
específico fixo dos elementos alumínio e latão, percebe-se que o calorímetro se
aproxima de um calorímetro ideal, pois as trocas de calor com o meio externo, foram
mínimas, mesmo assim infere-se que o conjunto, calorímetro + esfera, trocou calor
com o meio, talvez na hora de abrir o calorímetro, na hora de inserir a esfera no
sistema. Certos erros na hora da tomada das medidas diretas como o da massa das
esferas de alumínio e latão, apesar de se ter repetido as medições três vezes para
que esse erro fosse minimizado, também foram consideradas para justificar a
diferença entre o calor específico dado e o encontrado experimentalmente.

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