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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS


FACULDADE DE ENGENHARIA

Disciplina: Termodinâmica e Transferência de Calor Experimental

Prof.˚ Dr. Liomar de Oliveira Cachuté

Experimento 4 – Equivalente Mecânico do Calor.


ALUNO (S): Antônio Miguel Rufino, Jean Andre Sausen.
Data: 01/09/2021 Nota:___________
1. INTRODUÇÃO
O princípio da conservação da energia estabelece que a energia térmica resultante da
transformação exclusivamente em calor do trabalho mecânico de uma força deve ser idêntica
à quantidade de trabalho realizado. Assim, o arranjo experimental consistirá em um
dispositivo mecânico com um reservatório de calor ligado a um termômetro, de modo que
possamos medir o
aquecimento desse reservatório pelo acionamento controlado do dispositivo.

A Figura 1 é um esquema do equipamento disponível no laboratório didático para o


estudo desse fenômeno. Quando se roda a manivela, realiza-se trabalho sobre o cilindro de
cobre, por causa da fricção da corda de nylon enrolada nele e que está pressionada pela força
peso de um saco de areia, que está preso na outra extremidade da corda. O truque do aparelho
é escolher o peso da areia igual à força de atrito cinética entre o cilindro e a corda, o que se
constata pelo fato da corda ficar frouxa do lado do tensionador da figura. Dessa forma, o
torque que age sobre o cilindro será constante e mensurável, enquanto o operador mantiver o
movimento e não permitir que a corda estique.

Com o movimento do cilindro, o atrito entre ele e a corda converte o trabalho


realizado pela manivela em calor, que aumenta a temperatura do cilindro. A partir do aumento
da temperatura do cilindro é possível determinar a energia térmica que foi para o cilindro. A
razão entre o trabalho realizado pela manivela e a energia térmica transferida ao cilindro é que
era chamada de equivalente mecânico do calor.
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2. DESENVOLVIMENTO
A montagem experimental é vista na figura 1. O cilindro de fricção e uma manivela
estão presos a um rolamento que permite o movimento rotativo. Uma placa base serve como
suporte, fixada à mesa com as braçadeiras. A fita de nylon usada para produzir fricção é presa
ao dinamômetro e perfaz 2,5 voltas em torno do cilindro (de modo que o dinamômetro seja
aliviado quando a manivela é girada no sentido horário). Um peso fornecido, com massa entre
1 kg e 5 kg é ligado à extremidade inferior da fita de fricção. Para medir a temperatura, um
termômetro é mantido fixo, introduzido no furo do cilindro metálico. Deve-se verificar se o
termômetro e o furo do cilindro estão cuidadosamente alinhados, de modo que o termômetro
não seja danificado enquanto o cilindro estiver rodando. Para melhorar o contato térmico, uma
pasta de boa condutividade térmica deve ser aplicada à superfície do cilindro que está em
contato com a faixa de nylon e à ponta do termômetro.

Fig. 1 - Montagem experimental para medição do equivalente mecânico do calor.

• Para iniciar as medidas a temperatura do cilindro deve ser registrada a cada trinta segundos
durante três minutos.
• Depois disso, a alça da manivela deve ser girada 200 vezes no sentido horário, reduzindo-
se a tensão medida pelo dinamômetro em relação à condição de repouso do sistema (para
um operador posicionado atrás da manivela). O movimento deve ser o mais rápido e
regular possível. Sugere-se uma taxa média de uma volta por segundo.
• Deve-se então, simultaneamente, registrar o valor médio da força FD que atua sobre um
dos lados da fita, determinada pelo o dinamômetro (o valor deve ser lido ao se executarem
as revoluções da manivela sob a taxa constante escolhida acima).
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• Durante todo o processo deve-se continuar coletando os valores da temperatura a cada


intervalo de 30 segundos. Após terminar o movimento da manivela, será observada uma
diminuição contínua da temperatura. Os valores obtidos no termômetro ainda devem ser
anotados a cada 30 segundos ao longo de um intervalo de, no mínimo, 5 minutos.

2.1 Objetivos
• Medir o equivalente mecânico do calor e verificar a primeira lei da termodinâmica.

2.2 Metodologia
A diferença de temperatura de um processo ideal é aquela obtida a partir de uma linha
vertical que deixa áreas iguais dos dois lados do degrau de aquecimento. Após o processo de
rotação da manivela o trabalho (W) realizado sobre cilindro pode ser calculado pela equação
1:

W = 2 r N FR = 2 r N (FG – FD) (1)

Onde: N é o número de voltas efetuadas na manivela, r é o raio do cilindro de latão e


FR é a força resultante que executa o trabalho, dada pela diferença da força peso FG da massa
utilizada e a força média vista no dinamômetro FD.

• Calcule o valor de W e sua respectiva incerteza:

Deve-se então comparar o valor obtido com o calor transferido para o cilindro, que
depende da diferença de temperatura aferida e da capacidade térmica do sistema, visto na
equação 2:

Q = Csistema T (2)

Onde: Csistema = Ccilindro + Cfita + Ctermômetro. Assumindo que Cfita =


Ctermômetro 4 J/K e que a capacidade térmica do cilindro de latão (com massa 0,640 kg) é
clatão = 385 J/kgK.

• Compare o valor de Q e W e comente o processo físico observado.


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2.3 Resultados e Discussão


A temperatura foi registrada a cada trinta segundos, com isso montamos a tabela 1 para
melhor visualização.

TEMPO (S) TEMPERATURA


(°C)
0 24,8

30 24,9

60 25,7

90 26,8

120 27,8

150 28,9

180 29

300 28,9

Tabela 1 – Temperaturas.

Com auxílio da tabela 1, foi gerado um gráfico.

Temperatura (°C) x Tempo (s)


30
29
28
T (°C)

27
26
25
24
0 50 100 150 200 250
Tempo ( segundos)

Gráfico 1 – Temperatura x Tempo

Dessa forma foi obtido a diferença de temperatura (∆𝑇) para o trabalho que foi
realizado no cilindro, onde ∆𝑇 = (28,9 – 24,8) °C = 4,1 °C.
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O trabalho realizado pelo cilindro pode ser calculado pela equação 1:

𝑊 = 2 𝑥 𝜋 𝑥 𝑟 𝑥 𝑁 𝑥 (𝐹𝐷 − 𝐹𝐺 )
𝑊 = 2 𝑥 𝜋 𝑥 0,028 𝑥 200 𝑥 (50 − 1)
𝑊 = 1724,1 𝐽
W= (1,7 ±0,1) kJ

Onde a incerteza foi calculada pela soma das incertezas de N, r e de Fr.

Para obter a valor do calor que foi transferido para o cilindro é usada a equação 2.

𝑄 = 𝐶𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑥 ∆𝑇
Mas para isso,
𝐶𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 4 + 4 + (0,64 ∗ 385)
𝐶𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 254,4 𝐽/𝐾
Então,
𝑄 = 254,4 𝑥 4,1
𝑄 = 1.043,04 𝐽
𝑄 = 1,04 𝑘𝐽

3. CONCLUSÕES

Com os dados obtidos no experimento, foi possível determinar o equivalente mecânico


do calor, este diz o quanto de trabalho foi necessário para fornecer uma unidade de calor ao
sistema analisado.
Para uma massa duas vezes maior, foi interessante observar que a variação da
temperatura seria menor no mesmo período de tempo, pois seria necessário aproximadamente
o dobro de trabalho para fornecer a mesma variação da temperatura, no mesmo intervalo de
tempo.
Percebeu-se também nem todo o trabalho é convertido em variação da temperatura,
ou seja, em variação da energia interna, parte do calor gerado pelo trabalho não é convertido
em variação da temperatura, isso é visto no equivalente mecânico. Pela primeira lei da
termodinâmica, a variação da energia interna é igual à diferença entre o calor e o trabalho,
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para que quase todo o trabalho seja convertido em variação da energia interna, o processo
deve ocorrer de forma quase adiabática, ou seja, tão rápido que não dê tempo do sistema
trocar calor com a vizinhança, se as voltas efetuadas na manivela fossem feitas em menor
tempo, observaríamos uma maior variação de temperatura, pois o tempo que o sistema troca
calor com a vizinhança seria menor, e esse calor fornecido a vizinhança nesse período de
tempo seria menor, a curva seria mais íngreme, e o equivalente mecânico do calor para o
sistema estudado, tenderia a 1.

4. REFERENCIAS
[1] GOLDEMBERG, José. Física Geral e Experimental. Vol. 1. São Paulo: Editora
Nacional e Editora da USP, 1968. 422p.

[2] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física.


Vol. 2. 6a ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2002. 228p.

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