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Colunas Recheadas

1 / 2014
Características da Colunas de Recheio
•Variação de composição contínua ao longo da coluna.

•O recheio proporciona um contato mais intimo entre as duas fases,


aumentando a área superficial de transferência de massa .

•O recheio escolhido deve assegurar boa drenagem do líquido e a menor


perda de carga para o vapor possível.

•Recheios aleatórios apresentam uma grande variedade de formas e


dimensões e de materiais.

•Nova geração de recheios aleatórios com formas que aumentam a área de


contato, além de serem acompanhados por dados precisos dos
parâmetros fundamentais para os cálculos no projeto da coluna recheada.

•Recheios estruturados apresentam perdas de carga bem menores do que


os recheios aleatórios, portanto mais eficientes, porém mais caros.
Dos estudos realizados pode-se concluir que o projeto de
coluna de recheio de qualquer diâmetro é um sucesso
desde que sejam observadas as seguintes regras:
i. O gás é distribuído uniformemente sobre toda a
seção reta da coluna.
ii. Os distribuidores e redistribuidores devem ser bem
projetados. Os redistribuidores de líquido são
colocados em intervalos de cerca de 6 a 8 m
entre eles, cerca de 10 a 12 pratos teóricos.
iii. Para vazões de gás ou vapor até 15 m3/min, usar
recheio aleatório de 1 in e para vazões acima de 55
usar recheios de 5 cm.
iv. Colunas com cerca de 1 m de diâmetro 1,2 m entre o
recheio e o topo da coluna para a circulação de vapor.
E cerca de 1,8 m na base para a estabilização do
líquido.
i. A eficiência da coluna de recheio é função de alguns fatores, os mais importantes
fatores são a vazão da carga e a distribuição da fase líquida.
ii. O líquido circula por gravidade como um filme sobre as peças sólidas e o vapor
movimenta-se nos interstícios entre as peças adjacentes. A quantidade de líquido
dentro da coluna é a retenção ou hold-up total que é a quantidade necessária para
assegurar a circulação de líquido por gravidade contra a vazão de gás.
iii. Hold-up =f(vazão da fase líquida) e independe da vazão da fase vapor até o ponto de
carga onde qualquer acréscimo na velocidade superficial do vapor causa o
preenchimento rápido dos vazios por líquido. A baixo do ponto de carga a fase vapor
é contínua, acima deste ponto o líquido começa a acumular e há uma perda de
carga acentuada da fase vapor. Com o aumento da velocidade da fase vapor a fase
líquida torna-se contínua ( vazios preenchidos) e a coluna funciona como uma
coluna de borbulhamento. Coluna inundada difícil operação podendo a queda
de pressão aumentar abruptamente.
iv. Os pontos de carga e de inundação podem serem determinados efetuando medidas
de perda de carga em função da velocidade superficial do vapor.
Representação esquemática da variação da queda de pressão em uma coluna de
recheio em contra corrente, em função da velocidade do gás

Os fluxos mássicos estão representados por L’, sendo L’1<L’2. Para L’0 é nulo a
vazão de líquido e com isso o recheio está seco. A zona sombreada indica a
zona de carga
Representação esquemática da retenção (hold-up) total, em função do fluxo
mássico de vapor.

Os fluxos mássicos de líquido são representados por L’, sendo L’1<L’2<L’3<L’4. A


zona sombreada indica a zona de carga.
Dimensionamento;
O diâmetro da coluna é calculado com base no critério de inundação ou no de perda
de carga aceitável. A velocidade da fase líquida ou vazão da fase líquida deve ser
fixada de modo a garantir o máximo de irrigação do recheio e uma operação estável.
Isto é assegurado quando a velocidade da fase vapor estiver abaixo da velocidade do
vapor no ponto de carga que deve ser conhecida. Quando a velocidade do vapor no
ponto de carga não for conhecida deve-se estimar através de correlações a que
causa inundação.

A velocidade de operação do vapor = 60 a 80% da velocidade de inundação

O critério de inundação para determinar o diâmetro ou o critério de perda de carga


aceitável dependem das condições hidrodinâmicas da coluna.
A altura do recheio está relacionado com a dificuldade de separação a ser realizada.
O cálculo do número de estágios de equilíbrio pode ser convertida em altura equivalente
de estágio teórico (HETP)
Parâmetro de
Fluxo(FLV) Determinação do diâmetro

Curva de
inundação

Y G

Gop= Gf x Fração

At=V / G Diâmetro
Critério de inundação
i. Fp: Fator de recheio =f(forma, material e dimensões do recheio
ii. Dimensões do recheio Fp P
iii. G=f(Fp)
iv. Colunas que trabalham a P atm ( entre 400 a 600 Pa/m)
Colunas a vácuo: ( entre 8 a 40 Pa/m)
Colunas que trabalham com pressão alta: (800 a 1200 Pa/m)
i. Calculado o parâmetro de fluxo, ψ e usando a curva de inundação obtém-se um
valor para ordenada correspondente a um conjunto de variáveis que são todas
conhecidas exceto G que pode ser calculado, este valor corresponde ao fluxo de
gás que causa a inundação. O valor do fluxo de gás nas condições de operação
está entre 50% a 80% deste valor. Este valor com a vazão mássica da fase vapor
determinada calcula-se o diâmetro do local onde foram determinados os dados
acima (Vazão mássica da fase vapor). As curvas da Correlação de Eckert
apresentam sérias limitações, quando aplicadas na previsão das quedas de
pressão dos recheios mais recentes, por isso é aconselhável usar esta correlação
apenas para os recheios aleatórios de primeira geração ou, mais genericamente
para aqueles cujo o fator de recheio sejam maiores 197 m-1 ou 60 ft-1.

ii. Para recheios mais recentes com Fp< 200m-1 Strigle mostrou que se obtêm
melhores previsões com a correlação mostrada na figura.Verifica-se que nesta
correlação não temos a curva correspondente à condição de inundação, a qual
permitiria conhecer a queda de pressão que provoca a inundação na coluna e que
corresponderia as vazões máximas que poderiam ser usadas.
Kister Gill :
Correlação empírica válida: 30m-
1<Fp <197 m-1

Determina P para condições de inundação

(P/z)f = 40,912( Fp)0,7

Fp em m-1 e a queda de pressão em Pa/m. Para enchimentos com Fp> 197 m-1 os
autores recomendam que seja considerada uma queda de pressão de 1634 Pa/m que
basicamente coincide com a curva tracejada da correlação de Eckert.
Neste diagrama CG é o fator de capacidade do gás, definido por:

vG: velocidade superficial da fase gasosa e


Critério da Perda de Carga
Recheio Estruturado:
O procedimento para o cálculo do diâmetro das colunas deve ser realizado através de
correlações semelhantes a de Eckert , usando valores tabelados dos respectivos fatores
de recheio, Fp.
É preferível, quando possível, usar curvas específicas para cada tipo de recheio que são
fornecidas pelos fabricantes com base em ensaios laboratoriais até a escala piloto e,
sobretudo, na experiência adquirida em diversas aplicações industriais com o referido
tipo de recheio, pois é muito mais confiável.
Correlação específica para o recheio estruturado Mellapak da série Y :
Cf : Fator de capacidade máxima (correspondente as condições de inundação), para
um dado parâmetro de fluxo ψ é definido por:
Recheio Estruturado
Altura da Coluna Recheada:
As colunas de recheio são equipamentos de contato diferencial contínuo que não
possuem estágios fisicamente distintos, como os da coluna de prato. A análise destas
colunas pode ser feita usando o conceito de estágio de equilíbrio , admitindo que a
zona recheada da coluna é hipotéticamente dividida em um determinado número
de segmentos de igual altura que atuam como um estágio de equilíbrio.
A abordagem do conceito do HETP (Height Equivalent to a Theoretical Plate) não
tem uma descrição física rigorosa do mecanismo na coluna recheada, mas pode ser
usado para obter valores indicativos da altura da coluna com recheio aleatório ou
estruturado.
HETP: A altura de cada um dos segmentos hipotéticos que atua como um estágio de
equilíbrio teórico é dado por:

A altura da coluna, z, é obtida multiplicando o HETP pelo número de pratos


teóricos obtidos por método rigoroso ou aproximado.
HETP=HETP(tipo e dimensões do recheio, tipo de mistura e vazão da fase vapor).
Correlação para estimar o HETP:

αp: área superficial por unidade de volume do recheio.


Características:
i. Os valores mais frequentes do HETP estão entre 0,3 m e 0,6 m.
ii. Sistemas envolvendo aminas ou glicóis ( para os quais a tensão superficial é
aproximadamente 0,04 N/m o valor do HETP deve ser multiplicado por 1,5 (Kister).
iii. Sistemas aquosos que apresentam valores de tensão superficial maiores (σ~ 0,07
N/m) o valor obtido para o HETP deve ser multiplicado por 2.
iv. Padrões comuns para o HETP, no qual se destacam:
i. HETP> peças de recheios maiores.
ii. Peças diferentes porem com o mesmo tamanho HETP semelhantes.
iii. Para um determinado sistema e um recheio aleatório ou estruturado o HETP é
aproximadamente constante para uma grande faixa de vazões da fase gás.
iv. Com a aproximação da condição de inundação o valor do HETP aumenta porque fica
reduzida a eficiência de separação.
PROCEDIMENTO PARA PROJETO DE COLUNA DE DESTILAÇÃO RECHEADA
PROCEDIMENTO PARA PROJETO DE COLUNA DE
DESTILAÇÃO RECHEADA
ys0 xe0

Seção ‘0’

ye0 xs0
F, zF

ys1 xe1

Seção ‘1’

ye1
xs1
A coluna acima é formada por duas seções de recheio e um
estágio ideal na zona de carga. A carga a ser processada é
binária. As especificações da separação são:
•Carga: vazão molar (F), composição (z), fração vaporizada
(b).
•Destilado: vazão molar (D), composição (xD).
•Ponto de alimentação: ponto ótimo.
•Razão de refluxo: certo múltiplo da razão de refluxo mínima,
isto é, R = Rmin * c (c conhecido).
•Pressão e tipo de condensador.
•Porcentagem do ponto de inundação na condição de
operação.
•Tipo e tamanho do recheio a ser usado.
Devemos determinar as seguintes quantidades:
•Composição e vazão molar de todos os produtos.
•Razão de refluxo operacional
•Os comprimentos das seções recheadas.
•Os diâmetros das seções recheadas.
•As perdas de cargas de cada leito.

Procedimentos:
•Determina-se B e xB com balanços externos.
•Temos xE0 = ys0 = xD e xs1 = yE1 = xB
•Fazer um flash na carga para determinar a composição
da fase líquida (xF) e da fase vapor (yF).
•Carga no ponto ótimo: yE0 = yF e xE1 = xF
•Razão de refluxo mínima: correntes de cruzamento
na zona de carga em equilíbrio, xS0 em equilíbrio com
yE0;
xS0min = xF
Equação de Operação :
V  y  L  x  D  xD

Rmin 
 xD  y F 
 y F  xF 
•Razão de refluxo : R = c . Rmin
•Diâmetros calculados com os procedimentos anterior.
•Calcular N0y0 e NOy1.
•Calcular:

H Oy 0 
H T
Oy  H Oy
F
 •( referente a seção"0")
2

H Oy1 
H T
Oy  H Oy
F

( referente a coluna "1")
2

•Calcular :
•zc0 = HOy0 . NOy0
• zc1= HOy1. NOy1
PROCEDIMENTO PARA PROJETO DE COLUNAS
DE ABSORÇÃO / ESGOTAMENTO RECHEADAS
y xe
s

ys xs
A coluna é alimentada superiormente pela corrente de
solvente e inferiormente pela corrente de gás contendo o
soluto de interesse. As especificações da separação
são:
•Carga vapor: vazão molar de inerte (VS), composição do
soluto (yE).
•Produto vapor: composição (yS) ou recuperação do
soluto.
•Carga líquida: composição do soluto (xE).
•Vazão do solvente (Ls) ; como um certo múltiplo da
vazão mínima, isto é, Ls = c .Lsmin.
•Pressão.
•Porcentagem do ponto de inundação na condição de
operação.
•Tipo e tamanho do recheio usado.
Deve-se determinar as seguintes quantidades:
•Composição e vazão de todos os produtos.
•Consumo dos solventes.
•Comprimento do leito de recheio.
•Diâmetro do, leito do recheio
•A perda de carga do leito

Procedimento : Coluna de Absorção:


•Determina-se Lsmin : correntes em cruzamento na
base da coluna estão em equilíbrio (pinch) xSmin está
em equilíbrio com yE. Calculamos xSmin = g(yE) (
relação de equilíbrio).
•Vazão de solvente: LS = c . LSmin .
•Com a equação de operação obtemos xS a partir de
VS, LS, yE, xE e yS.
•Diâmetros calculados com o procedimento anterior.
•Calcular : NOg.
•Calcular

Hoy 
H T
Oy  H Oy
F

2

•Calcular :

•zc = HOg . NOg

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