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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE


CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROF. ALBERTO CARVALHO
DFCI – DEPARTAMENDO DE FÍSICA

Dilatação Linear

DISCIPLINA: Laboratório de Física 4


PROFESSOR. Dr. Cristiano Teles De Meneses
ALUNO. Wislan De Oliveira Santos, 201700005812

Itabaiana/SE, outubro de 2021


Introdução
Quando aumentamos a temperatura de um corpo (sólido ou líquido), aumentamos
a agitação das partículas que o formam. Em geral, isso faz crescer não só a amplitude da
vibração das moléculas, mas também a distância média entre elas, resultando em aumento
nas dimensões do corpo. Esse aumento é chamado dilatação térmica. Da mesma forma,
a diminuição da temperatura geralmente acarreta a redução das dimensões do corpo
(contração térmica).
É por essa razão que a construção de pontes, edifícios e estradas de ferro, por
exemplo, utiliza “folgas”, chamadas de juntas de dilatação (veja a figura 1). As juntas
previnem trincas e rupturas causadas pela dilatação térmica dos materiais de construção.

Figura 1. Junta de dilatação numa estrada de ferro.


Se não for observado o devido tamanho das juntas de dilatação, podem ocorrer
danos como o mostrado na figura 2. Nela vemos o que aconteceu com os trilhos de uma
estrada de ferro quando sua temperatura atingiu valores elevados. Não havia entre os
trilhos a folga necessária para que a dilatação pudesse ocorrer sem causar as tensões que
os fizeram entortar.

Figura 2. Deformação de trilhos por dilatação térmica.


Do ponto de vista microscópico quando um corpo é aquecido, os átomos que
compõem esse corpo passam a apresentar um movimento de agitação mais vigoroso.
Nesse movimento, os átomos conseguem afastar-se mais. À medida que os átomos se
afastam, todas as dimensões aumentam.
Figura 3. Comportamento do comprimento de uma barra com variação na temperatura.
Supondo uma barra possua comprimento 𝐿0 em uma dada temperatura 𝑇0 . Quando
a temperatura varia por ΔT, o comprimento varia por ΔL. O experimento mostra que,
quando ΔT não é muito grande (digamos, menor que cerca de 100 °C), ΔL é diretamente
proporcional a ΔT (Figura 3). Quando duas barras feitas com o mesmo material sofrem a
mesma variação de temperatura, mas uma possui o dobro do comprimento da outra, então
a variação do comprimento também e duas vezes maior. Portanto, ΔL também deve ser
proporcional a 𝐿0 . Desta forma, podemos expressar essas descrições através da equação:
𝛥𝐿 = 𝛼𝐿0 𝛥𝑇 (1)
em que 𝛼 corresponde ao coeficiente de dilatação linear do material e está associada a
composição do sólido e sua unidade pode ser escrita como o inverso da escala
termométrica usada, sendo a mais comuns oC-1 e K-1.
Objetivo
Determinar o coeficiente de dilatação linear (α) para as hastes metálicas distintas,
a fim de identificar os materiais que foram utilizados para a confecção de cada uma delas
Material Necessário
Os materiais utilizados para a realização do experimento foram:
• 01 base de sustentação metálica 10 cm x 67 cm com régua;
• 03 três hastes de prova de metais diferentes com comprimento 52,2 cm;
• 02 termopares;
• 01 balão volumétrico de 100 ml;
• 01 rolha com furo para termômetro;
• 01 garra para fixação e haste;
• 01 tubo de látex com 40 cm comprimento com conexão para corpo de prova;
• 01 fonte térmica;
• Papel toalha;
• 01 béquer de 250 ml.
Figura 4: Ilustração do aparato experimental.
Procedimento Experimental
O experimento foi apresentado em vídeo pelo professor, inicialmente foi apresento
o aparato experimental, bem como os materiais que seriam utilizados na experimentação.
Iniciando a experimentação, foi medida a temperatura ambiente da primeira haste
oca, de material desconhecido até o momento, lembrado que o comprimento das hastes
foi passado antes da experimentação. Então foi posicionado a fonte térmica embaixo do
balão volumétrico para aquecer a água, aquecendo a água até gerar vapor, esse vapor foi
transportado pelo tubo de látex até o interior da haste. Quando o interior da haste
preenchida com vapor de água, estabilizou a temperaturas próximos a 100 ºC e o ponteiro
do relógio comparador estabilizou, coletamos a temperatura e coletamos também o valor
da dilatação linear sofrida pela haste.
Após a medição da primeira haste, passou para a medição das próximas duas
hastes, mas para isso ao término de experimentação é necessário zerar o relógio
comparador e resfriar a água no balão volumétrico para que seja medida a temperatura
ambiente de cada haste. Assim foi repetido o processo experimental anterior para as outras
duas hastes.
Resultados e discussões
No que se refere a temperatura observada nos dois termopares, é possível
observara que na maioria das medições elas são diferentes, outro fato a se observar é que
o mais próximo ao balão volumétrico quase sempre apresenta a menor temperatura, pode
existir algumas explicações para esse fenômeno. A principal explicação e a mais provável,
é que, pelo fato desse termopar está no início do sistema, no início da haste, devido ao
fluxo de ar gerado pelo vapor não há o acumulo de temperatura naquele local.
O mesmo não acontece com o segundo termopar, pelo fato de ele está no final do
sistema, no fim da haste, onde se concentra a maior quantidade de calor. O que ocorre por
que ali é onde a corrente de ar quente para, então temos uma grande quantidade de
moléculas de água e as mesmas estão em alta temperatura, então com essa grade
quantidade de moléculas a alta temperatura consequentemente será o local com
temperatura mais elevada. Assim, o segundo termopar irá marcar uma temperatura maior
com relação ao termopar do início do sistema.
Como o material da vareta é um metal, então possui ótima absorção de
temperatura, o metal irá entrar em equilíbrio térmico com o vapor vindo do balão
volumétrico. Por sua vez, o vapor de água está em equilíbrio térmico com a água dentro
do balão volumétrico, então podemos supor que esse sistema em algum momento entrara
em equilíbrio térmico. Logo concluímos que a temperatura da vareta será
aproximadamente igual a temperatura do balão.
Durante a realização do experimento foi feito a coleta da temperatura inicial e a
temperatura final ou temperatura de equilíbrio térmico do sistema, em cada momento foi
coletado a temperatura de dois termopares.
Tabela 1. Valores da temperatura inicial e de equilíbrio.

𝑇0 ℃ 𝑇𝑒 ℃
Haste 1

Termopar 1 26 98

Termopar 2 28 99
Haste 2

Termopar 1 27 98

Termopar 2 27 100
Haste 3

Termopar 1 26 98

Termopar 2 27 99

Visando obter melhores resultados, fizemos uso das seguintes equações para
realizar os cálculos da média, desvio padrão da Medida, incerteza do tipo A (𝜎𝑎), incerteza
instrumental (Incerteza do tipo B, 𝜎𝑏) e a incerteza combinada(𝜎𝑐):
• Valor médio:
∑𝑛𝑖=1 𝑥𝑖
𝑥= (2)
𝑛
Sendo “n” o número de medidas e x o valor de cada medida.
• Desvio padrão:

∑𝑛 (𝑥𝑖 − 𝑥)2
σ = √ 𝑖=1 (3)
𝑛−1
É necessário aplica o conceito estatístico do desvio padrão da medida, para obter
o grau de dispersão das medidas em relação ao valor médio.
• Incerteza do tipo A (σa):
𝜎
𝜎𝑎 = (4)
√𝑛
• Incerteza do tipo B (𝜎𝑏):
Para um instrumento de medida digital a incerteza é dada por:
𝜎𝑏 = 𝑀𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑎𝑙𝑔𝑎𝑟𝑖𝑠𝑚𝑜 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑜 𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟
No nosso caso, como tínhamos termopares digitais, iremos utilizar a incerteza
de 1°C.
Para um instrumento analógico a incerteza instrumental é dada por:
Menor divisão do instrument
𝜎𝑏 = (5)
2

Foi utilizado essa equação para fazer o cálculo da incerteza do relógio comparador
usado para medir a variação do comprimento das hastes.
• Incerteza combinada do tempo(𝜎𝑐):

𝜎 𝑐 = √𝜎𝑎2 +𝜎𝑏2 (6)

A incerteza combinada representa o valor total das incertezas associadas as


medidas, nesse caso as medidas do tempo.
Assim, a partir desses cálculos obtemos os seguintes valores para a média e as
respectivas incertezas associadas a temperatura dos termopares, expostos na tabela 2.
Tabela 2. Media e incerteza da temperatura medida pelos termopares.
𝑇0 ℃ 𝜎𝑇0 ℃ 𝑇𝑒 ℃ 𝜎𝑇𝑒 ℃
Haste 1 26 1,41 98 1,12
Haste 2 28 1,00 99 1,41
Haste 3 27 1,12 98 1,12
No experimento também foi feita a coleta do comprimento inicial das hastes de
metal e coletamos também a variação do comprimento durante o experimento, esses valos
estão expostos na tabela 3.
Tabela 3. Valores do comprimento inicial e a variação do comprimento das hastes.
𝐿0 cm 𝜎𝐿0 cm ΔL cm σΔL cm
Haste 1 52,2 0,03 0,073 0,005
Haste 2 52,2 0,03 0,055 0,005
Haste 3 52,2 0,03 0,042 0,005
Podemos considerar que o fator que mais contribui para o valor do comprimento
inicial das hastes, seria a temperatura ambiente pois dependendo da temperatura já temos
ali uma variação no comprimento inicial, pois existe a troca de calor com o meio par que
entre em equilíbrio térmico. Caso fosse necessário começar o experimento com uma
temperatura especifica das hastes, seria necessário mantê-las em um ambiente controlado
onde fosso possível escolher a temperatura, logo teríamos uma melhor exatidão na
temperatura inicial das hastes consequentemente no seu comprimento.
Para encontrarmos o coeficiente de dilatação linear dessas hastes iremos utilizar a
equação 1, manipulando a equação temos:
𝛥𝐿
α= (7)
𝐿0 𝛥𝑇
usando os dados da tabela 2 e 3 foi possível calcular o coeficiente de dilatação de
todas as hastes, apresentada na tabela 4.
Ainda será necessário obtermos a incerteza coeficiente de dilatação das hastes e
faremos isso propagando a equação 7, então:
2 2 2
𝜕𝛼 𝜕𝛼 𝜕𝛼
𝜎𝛼 = √( ∙𝜎 ) +( ∙𝜎 ) +( ∙𝜎 )
𝜕𝛥𝐿 𝛥𝐿 𝜕𝐿0 𝐿0 𝜕ΔT ΔT

2 2 2
1 𝛥𝐿 𝛥𝐿
𝜎𝛼 = √( ∙ 𝜎𝛥𝐿 ) + (− 2 ∙ 𝜎𝐿0 ) + (− ∙ 𝜎 ) (8)
𝐿0 𝛥𝑇 𝐿0 𝛥𝑇 𝐿0 𝛥𝑇 2 ΔT

Assim, usando a formula 7 e 8 podemos calcular o calcular o coeficiente de


dilatação linear bem como sua incerteza, resultados obtidos na tabela 4.
Tabela 4. Coeficiente de dilatação linear com sua incerteza.
α oC-1 σα oC-1
Haste 1 1,9 × 10−5 1,4 × 10−6
Haste 2 1,5 × 10−5 1,3 × 10−6
Haste 3 1,1 × 10−5 1,3 × 10−6
Com os coeficientes de dilatação em mãos foi possível comparar com os valores
de dilatação tabelados, chegando à conclusão de que as hastes se tratavam de latão, cobre
e aço respectivamente.
Conclusão
O experimento foi satisfatório tendo em vista que conseguimos alcançar os
objetivos preestabelecidos, determinar de quais matérias se tratavam as hastes, e com
relação aos dados encontrados onde tivemos uma pequena variação quando comparados
aos dados já tabelados do latão, cobre e aço, mas se partimos do ponto de vista que as
medições que realizamos foram feitas com materiais que não nos disponibilizam medições
totalmente precisas, podemos dizer que para fins de comparação e estudo o experimento
apresentou dados muito satisfatórios.
Referencias
1 - HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Fundamentos da física: Óptica e física moderna.
10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

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