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FÍSICA - DINÂMICA E

TERMODINÂMICA
TERMOLOGIA E
CALORIMETRIA
Autor: Me. Hugo Shigueo Tanaka dos Santos
Revisor: Rosalvo Miranda

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introdução
Introdução
Olá! Nesta unidade vamos estudar as diferentes escalas termométricas e
como converter os valores obtidos em cada uma delas. Além disso, vamos
definir fisicamente o que é um termômetro.

Também vamos discutir as diferenças entre calor e temperatura. Para isso,


vamos discutir as formas nas quais ocorre a troca de calor entre dois corpos.

Bons estudos!
Temperatura e
Escalas
Termométricas

O conceito de temperatura nos remete, intuitivamente, aos conceitos de


“quente” e “frio”. Ou seja, dizemos que um corpo está a uma temperatura
maior do que outro porque ele está “mais quente”. Porém, tal tipo de
afirmação é vaga e nossos sentidos podem nos enganar. Apesar disso,
diversas propriedades da matéria que podemos medir dependem da
temperatura. Por exemplo: “[...] o comprimento de uma barra metálica, a
pressão no interior de uma caldeira, a intensidade da corrente elétrica
transportada por um fio e a cor de um objeto incandescente muito quente
[...]” (YOUNG et al. 2008, p. 180).

É comum relacionar a temperatura à energia cinética das moléculas de um


material, porém essa relação é bem complexa, como aponta Young et al.
(2008). Futuramente você compreenderá como a temperatura e a energia
cinética das moléculas interagem. Para isso, vamos desenvolver aqui uma
definição macroscópica de temperatura.

No entanto, antes de usar a temperatura como uma grandeza física para a


medida, devemos definir uma um padrão para tanto, construindo uma escala
termométrica. Por exemplo:

[...] podemos usar qualquer propriedade do sistema que dependa


do fato de o corpo estar ‘quente’ ou ‘frio’. [...] Quando o sistema
[Figura 3.1] torna-se mais quente, um líquido (geralmente o etanol
ou o mercúrio) se expande e sobe no tubo, e o valor de L cresce.
Outro sistema simples é um gás no interior de um recipiente
mantido a volume constante [...] [Figura 3.2]. A pressão p, medida
com o manômetro, aumenta ou diminui à medida que o gás se
aquece ou esfria. Um terceiro exemplo é a resistência elétrica R de
um fio condutor, a qual varia quando o fio se aquece ou esfria.
Cada uma dessas propriedades nos fornece um número (L, p ou R)
que varia quando o corpo se aquece ou esfria, de modo que a
respectiva propriedade pode ser usada para fazer um termômetro
(YOUNG et al., 2008, p. 180. Grifo do autor).
Figura 3.1 - Variações de temperatura provocam variação no volume do
líquido
Fonte: Young et al. (2008, p. 180).
Figura 3.2 - Variações de temperatura causam variação na pressão do gás
Fonte: Young et al . (2008, p. 180).
Dessa maneira, para medir a temperatura de um corpo, colocamos o
termômetro em contato com o corpo do qual queremos obter a temperatura.
Ou seja, para saber a temperatura de um copo com refrigerante e gelo,
colocamos o bulbo de um termômetro no líquido e, quando eles interagem
entre si, o termômetro se resfria e o refrigerante se aquece ligeiramente.
Após um certo tempo, um estado estacionário é atingido e é possível ler a
temperatura. Dizemos que o sistema chegou ao equilíbrio térmico.
Lei Zero da Termodinâmica
A partir do conceito de equilíbrio térmico, é possível enunciar uma
propriedade importante de qualquer sistema físico.

Considere três sistemas A, B e C, que não estão em equilíbrio térmico


inicialmente. Os três são colocados em uma caixa isolante ideal, de modo que
não interajam com nada a não ser entre si. Separamos A e B por um isolante
ideal, porém deixamos C interagindo com A e com B (Figura 3.3). Depois de
um certo tempo, o sistema A estará em equilíbrio térmico com o sistema C e o
sistema B também estará em equilíbrio térmico com C. Mas A e B estarão
em equilíbrio térmico entre si?
Figura 3.3 - Os sistemas A e B estão em equilíbrio térmico com o sistema C
Fonte: Young et al. (2008, p. 181).
Para responder essa pergunta, vamos alterar um pouco nosso experimento.
Vamos separar o sistema C dos outros dois, por meio de uma parede isolante
ideal, e colocaremos uma parede condutora entre os sistemas A e B. A partir
disso observaremos que nada ocorrerá ! Ou seja, após as mudanças feitas na
segunda etapa do experimento, não há interação térmica entre A e B. Disso
concluímos que: “Quando C está em equilíbrio térmico com A e com B, então
A também está em equilíbrio com B” (YOUNG et al. 2008, p. 181). Esse
fenômeno é conhecido como lei zero da termodinâmica.
Escalas termométricas
A partir da discussão dos conceitos da Lei Zero da Termodinâmica, podemos
discutir as principais escalas termométricas: Escala Celsius, Escala Fahrenheit,
Escala Kelvin.

Escala Celsius
Imaginemos um dispositivo igual ao da figura 3.1. Para que ele seja realmente
efetivo, é necessário marcar uma escala numérica no vidro. Tais números são
arbitrários e, ao longo da história humana, muitos sistemas têm sido
utilizados. No caso da escala Celsius, foi escolhido como “zero” o ponto de
congelamento da água pura ao nível do mar e como ponto “100” o ponto de
ebulição do mesmo líquido às mesmas condições. Além disso, a distância
entre esses dois pontos foi dividida em 100 pontos iguais. Dessa forma, lemos
0ºC (zero grau Celsius) e 100ºC (cem graus Celsius) para cada um dos pontos
fixos ditos anteriormente.

Nessa escala termométrica, os valores são negativos quando a temperatura é


menor do que o ponto de congelamento da água.

Escala Fahrenheit
Essa escala desenvolvida durante o século XVIII tem como ponto “zero” a
temperatura de uma mistura específica de água, neve e sal, e como valor
“100” a temperatura média do corpo humano. Em relação às temperaturas de
congelamento e de ebulição da água pura ao nível do mar, na escala
Fahrenheit temos, respectivamente, os valores de 32ºF (lê-se trinta e dois
graus Fahrenheit) e 212ºF (duzentos e doze graus Fahrenheit).

Uma variação de 1,8ºF (ou 9/5ºF) corresponde a uma variação de 1ºC. Além
disso, para converter a temperatura da escala Celsius para a escala
Fahrenheit, devemos multiplicar o valor da escala Celsius (T ) por 9/5 e
C

acrescentar 32, encontrando, assim, a temperatura na escala Fahrenheit (T ).F

Matematicamente:
9
TF = T C + 32
5

Analogamente, se desejarmos converter um valor da escala Fahrenheit para a


escala Celsius, devemos utilizar a seguinte relação matemática:
5
TC = (T F − 32)
9

Escala Kelvin
Quando mantemos um gás a um volume constante, medimos as pressões
referentes às temperaturas de 0ºC e 100ºC e assinalamos esses pontos em
um gráfico, ligando-os por uma linha reta. Podemos, então, usar esse gráfico
para ler a temperatura que corresponde a qualquer outra pressão.

Ao extrapolar a curva desse gráfico, vamos que deve existir uma temperatura
hipotética igual a -273,15ºC, na qual a pressão do gás é zero (YOUNG, 2008).
Essa temperatura hipotética é a mesma para gases diferentes (Figura 3.4).
Figura 3.4 - Gráficos da pressão em função da temperatura de três gases
distintos, todos a volume constante
Fonte: Young et al. (2008, p. 184).
Essa temperatura hipotética do gráfico é utilizada como base para definir o
ponto “zero” da escala Kelvin de temperatura. As unidades de variação dessa
escala são as mesmas da escala Celsius. Isto é, uma variação de 1K
corresponde a uma variação de 1ºC. Então, a conversão entre essas escalas
pode ser feita da seguinte maneira:

TK = T C + 273, 15

Na escala Kelvin, a temperatura de congelamento da água pura ao nível do


mar é de aproximadamente 273 K (lê-se: duzentos e setenta e três Kelvin), já a
temperatura de ebulição do mesmo líquido é de aproximadamente 373 K (lê-
se: trezentos e setenta e três Kelvin).

Note que não utilizamos o termo “graus” na escala Kelvin. Dessa forma, é
errado falar “graus Kelvin”!

A título de comparação, veja a Figura 3.5:

Figura 3.5 - Comparação entre os pontos de ebulição e fusão da água nas


escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin, respectivamente
Fonte: Monte de Física (2019).
Perceba que nas escalas Celsius e Kelvin há 100 intervalos entre os pontos de
fusão e ebulição da água, enquanto na escala Fahrenheit há 180 intervalos
entre os mesmos pontos.
saiba
mais
Saiba mais
Determinar a temperatura do espaço sideral
é uma coisa que intriga os cientistas há muito
tempo. Essa estimativa depende do modelo
de universo que é utilizado (o do Big Bang ou
outro). André Koch Torres Assis e Marcos
Cesar Danhoni Neves, brasileiros e
historiadores da ciência, mostram no
trabalho intitulado “A história da
temperatura de 2,7 Kelvin antes de Penzias e
Wilson” (ASSIS; NEVES, 2018) algumas dessas
estimativas.

Fonte: Assis e Neves (2018).

ACESSAR

praticar
Vamos Praticar
Considere três tipos de termômetro distintos. A saber: (I) um termômetro de
resistência elétrica, (II) um termômetro de mercúrio e (III) um termômetro de gás a
volume constante. Qual (ou quais) deles devem estar em equilíbrio térmico com o
objeto a ser medido para que a leitura seja precisa?

a) Apenas o termômetro (I).


b) Apenas o termômetro (II).
c) Apenas o termômetro (III).
d) Todos os termômetros citados devem estar em equilíbrio térmico com o
objeto.
e) Apenas os termômetros (I) e (II).
Calorimetria

Ao fim do século XVIII havia duas hipóteses sobre a natureza do calor. A


hipótese mais aceita àquela época “[...] considerava o calor como uma
substância fluida indestrutível que ‘preencheria os poros’ dos corpos e se
escoaria de um corpo mais quente para um corpo mais frio” (NUSSENZVEIG,
2002, p. 167). Essa substância foi chamada por Antoine-Laurent de Lavoisier
(1743-1794) de calórico. O fato de o calor fluir de um corpo implicava em uma
conservação da quantidade total de calórico.

A outra hipótese era defendida por Francis Bacon (1561-1626), Robert Hooke
(1635-1703) e outros cientistas. Essa teoria, concorrente à teoria do calórico,
consistia em explicar os fenômenos por meio um movimento vibratório das
partículas dos corpos (NUSSENZVEIG, 2002).

Após diversos anos e controvérsias, um análogo mecânico para o calor


prevaleceu e, até hoje, é a teoria mais aceita pela comunidade científica.

Quantidade de calor
Anteriormente, vimos que corpos que estavam inicialmente a temperaturas
diferentes, tendem a atingir o equilíbrio térmico. Por exemplo, quando
colocamos uma colher a uma temperatura ambiente em uma xícara de café
quente, a colher esquenta e o café esfria até que haja o equilíbrio térmico
(YOUNG et al., 2008). A transferência de energia térmica de um corpo para
outro é o que chamamos de calor.

Note que os conceitos de calor e temperatura são distintos! Uma boa maneira
de compreender essa diferença é a seguinte: para ferver dois litros de leite,
leva-se o dobro de tempo que é necessário para ferver um litro da mesma
substância e às mesmas condições. A variação da temperatura é a mesma em
ambos os casos, mas a quantidade de calor fornecida é duas vezes maior na
primeira situação (NUSSENZVEIG, 2002).

Calor específico
Para nos referirmos à quantidade de calor, utilizamos o símbolo Q . Quando
ela está associada a uma variação muito pequena de temperatura, dT ,
chamamos a quantidade de calor infinitesimal de dQ . Assim:

Verifica-se que a quantidade de calor Q necessária para elevar a temperatura


da massa m de um material de T até T é aproximadamente proporcional à
1 2

variação de temperatura ΔT = T − T . Ela também é proporcional à massa


2 1

m do material. Quando você aquece água para fazer o chá, precisa do dobro

da quantidade de calor para fazer duas xícaras em vez de uma, se a variação


de temperatura for a mesma. A quantidade de calor também depende da
natureza do material: para elevar de 1°C a temperatura de um quilograma de
água é necessário transferir uma quantidade de calor igual a 4190 J, enquanto
basta transferir 910 J de calor para elevar a temperatura de um quilograma de
alumínio de 1°C (YOUNG et al., 2008, p. 191).

De maneira resumida, podemos escrever o que foi dito anteriormente como:

Q = mcΔT

Onde:
● Q é o calor necessário para uma variação de temperatura em um corpo de
massa m. No sistema internacional de unidades (SI), sua unidade de medida é
o Joule (J);

● m é a massa do corpo. No SI, sua unidade de medida é o quilograma (Kg);

● ΔT é a variação de temperatura. No SI, sua unidade de medida é o Kelvin


(K);

● cé uma grandeza física que é intrínseca a cada material e é denominada


calor específico . No SI, sua unidade de medida é Joule por quilograma Kelvin
(J/kg K).

Dessa maneira, podemos definir o calor específico como a quantidade de


energia necessária para variar em 1 K a temperatura de um corpo de massa 1
kg.

Calor específico molar


Em alguns casos, é melhor descrever a quantidade de uma determinada
substância em termos do seu número de mols (n). Note que um mol de
qualquer substância pura tem o mesmo número de moléculas (a saber:
6, 02 × 10 moléculas).
23

Dessa forma, podemos descrever a massa (m) de uma substância em termos


de sua massa molar (M ) e de seu número de mols (n). Matematicamente,
temos:

m = nM

Ao substituir essa relação entre a massa, a massa molar e o número de mols


de uma substância na equação do calor específico, obtemos a equação:

Q = nM cΔT
praticar
Vamos Praticar
2) “O termo calor específico não é muito apropriado, porque pode sugerir a ideia
errada de que um corpo contém certa quantidade de calor. Lembre-se de que calor
é energia em trânsito entre corpos, não a energia contida em um corpo” (YOUNG et
al., 2008, p. 192). Com base em seus conhecimentos e na citação de Young e
colaboradores (2008), assinale a alternativa correta no que diz respeito ao
significado físico do calor específico de um corpo.

a) Quantidade de energia a ser recebida por um corpo com uma massa m


em uma certa temperatura de 0 K.
b) Quantidade de massa necessária para que o corpo receba (ou ceda) uma
determinada quantidade de calor.
c) Quantidade de energia necessária para variar em 1 K a temperatura de
um corpo de massa 1 kg.
d) O calor intrínseco de cada corpo à temperatura ambiente.
e) O calor específico é apenas uma constante e não possui significado físico.
Mudança de Estado

Até agora estudamos apenas as trocas de calor quando as substâncias estão


no mesmo estado. Porém, as trocas de calor também ocorrem quando os
corpos estão mudando de estado físico ou nas transições de fase (YOUNG et
al., 2008). Por exemplo, quando o gelo está se liquefazendo.
reflita
Reflita
Nussenzveig (2002) faz um breve
resgate histórico sobre a natureza do
calor. Nesse resgate, o autor aponta
duas teorias concorrentes a respeito
do calor: a teoria do calórico, a qual foi
proposta por Antoine-Laurent de
Lavoisier (1743-1794), e a teoria de um
análogo mecânico para a propagação
de calor, que foi encabeçada por
Francis Bacon (1561-1626), Robert
Hooke (1635-1703) e outros.

A primeira teoria falava que o calor


deveria passar de um corpo para
outro por meio de um fluído perfeito,
o calórico. Já a segunda explicava as
trocas de calor a partir de vibrações
de moleculares dentro dos corpos, o
que se aproxima muito da teoria
atualmente aceita pela comunidade
científica.

Apesar das controvérsias, é possível


haver um ponto de encontro essas
duas teorias?

Fonte: Nussenzveig (2002).


Conforme apontado por Young et al. (2008), usa-se o termo fase para
designar um estado físico da matéria. Por exemplo, o composto H2O, existe
na fase sólida (gelo), na fase líquida (água) e na fase gasosa (vapor d’água). Vale
a pena relembrar a nomenclatura específica para cada transição de fase:

Figura 3.6 - Mudanças de fase


Fonte: SóQuímica (2019).
Por exemplo, quando o gelo (H O no estado sólido) está a 0 ºC e ao nível do
2

mar, para que ocorra a transição de fase é necessário fornecer calor para a
substância. Durante a mudança de estado físico, a temperatura do composto
não se altera . O calor necessário para fazer essa transição de fase é chamado
de calor latente de fusão (L ) . Para a água pura e ao nível do mar, o calor
f

latente de fusão é:
5
L f = 3, 34 × 10 J /kg = 79, 6 cal/g

Isso significa que é necessário fornecer 3,34\times 10 J (ou 79,6~cal) de calor


5

para fundir 1 kg (ou 1 g) de H O.


2
Generalizando, para que um sólido de massa (m) com um certo calor latente
de fusão (L ) mude de estado físico, é necessário fornecer calor (Q) para o
f

material. Matematicamente:

Q = mL f

É necessário notar que esse processo é reversível. Ou seja, para solidificar o H


2O no estado líquido, devemos retirar calor dessa substância.

Repetindo o raciocínio feito para o processo de fusão da água, podemos


compreender como ocorre a mudança de fase na vaporização, isto é, a
transição da fase líquida para a fase gasosa. O calor latente correspondente a
esse processo denomina-se calor latente de vaporização (L ). V

Para a água, o calor latente de vaporização é:


6
LV = 2, 256 × 10 kg = 539 cal/g

Isso significa que são necessários fornecer 2,256 x 10 J (ou 539 cal) de
6

energia para vaporizar 1 kg (ou 1 g) de H O.


2

Assim como a fusão, a vaporização também é uma transição de fase


reversível. Dessa forma, se retirarmos calor do gás, ele retornará para a fase
líquida. Portanto, de maneira geral, o calor trocado em uma transição de fase
é:

Q = ±mL

Nessa fórmula, o sinal positivo é utilizado quando o corpo recebe calor . Já o


sinal negativo é utilizado quando o corpo cede calor. A massa do corpo é
simbolizada por m e o calor latente (de fusão ou de vaporização) é
simbolizado por L.
Representação
Gráfica das
Transições de Fase

Estudamos até aqui as trocas de calor quando há variação de temperatura e


quando há a variação de estado físico. Agora veremos como representamos
graficamente a variação de temperatura do corpo em função do tempo,
desde a fase sólida até a fase gasosa de uma determinada substância
submetida à pressão constante.

Veja a Figura 3.7:


Figura 3.7 - Gráfico da temperatura em função do tempo de uma amostra de
água. O calor fornecido é constante. A pressão atmosférica é constante
Fonte: Young et al. (2008, p. 194).
Note que entre os pontos a e b, c e d, e a partir do ponto e, a temperatura
está variando e não há mudança de fase. Nesses intervalos, o calor fornecido
é dado por mcΔT . Já entre os pontos b e c, d e e, a temperatura é constante
e está acontecendo a transição de fase. Nos intervalos nos quais a
temperatura não varia, o calor fornecido é dado por mL.
praticar
Vamos Praticar
Considere uma certa massa de H O, inicialmente em estado sólido, que é aquecida
2

em uma fonte de calor constante até o estado gasoso. A curva de aquecimento para
o caso citado se assemelha ao gráfico da figura 3.7. Com base nesse gráfico e em
seus conhecimentos, assinale a alternativa correta no que diz respeito aos
processos de transição de fase e trocas de calor.

a) Nos pontos de temperatura constante, não há transição de fase.


b) A mudança de fase só deve ocorrer quando há a mudança de
temperatura.
c) c) Nos intervalos com variação de temperatura, as trocas de calor são
dadas por Q = mL.
d) Nos pontos de temperatura constante, está acontecendo a transição de
fase. Logo, a substância está em ambos estados ao mesmo tempo.
e) Nada pode-se afirmar sobre a variação de temperatura durante a
mudança de fase.
indicações
Material
Complementar

FILME

Frankenstein de Mary Shelley


Ano: 1994
Comentário: Nessa adaptação para o cinema do
clássico da literatura mundial, Frankenstein , é possível
ver como os conceitos de fluidos impenetráveis (seja de
calor ou até de vida) estavam presentes na mente dos
cientistas daquela época.
Para conhecer mais sobre o filme, acesse o trailer a
seguir.

TRAILER
LIVRO

A teoria analítica do calor de Joseph Fourier:


uma análise das bases conceituais e
epistemológicas
Anderson Pifer e Katya M. Auruani
Editora: Revista Brasileira de Ensino de Física
ISBN: 1806-9126
Comentário: Nesse trabalho os autores realizam um
resgate histórico sobre as importantes contribuições de
Joseph Fourier na consolidação das teorias analíticas de
calor, o que pode auxiliar na melhor compreensão de
como tais concepções acabaram se consolidando em
detrimento das teorias que interpretavam o fluxo de
calor como um fluido ideal.
conclusão
Conclusão
Nesta unidade conseguimos ver as diferentes escalas termométricas e ainda
como elas se relacionam entre si. Vimos também que a temperatura de um
corpo pode ser utilizada para medir outras grandezas físicas, como o
comprimento e a resistência elétrica.

Além disso, fomos capazes de diferenciar, apesar do senso comum, os


conceitos de calor e temperatura. Em nossos estudos sobre o calor, vimos
como calcular as quantidades de calor trocadas por um corpo, esteja ele
mudando de estado ou não. Também discutimos o que acontece exatamente
no momento que uma determinada substância está passando do estado
sólido para o estado líquido ou do estado líquido para o estado gasoso.

Com isso, já estamos prontos para entrar nos estudos das leis da
termodinâmica!

referências
Referências
Bibliográficas
ASSIS, A. K. T.; NEVES, M. C. D. A história da temperatura de 2,7 Kelvin antes de
Penzias e Wilson. In: CÉSAR, E. T. et al. (orgs), Ciência em Dia: Jornadas de
Divulgação Científica São Paulo: Editora Livraria da Física, 2018. p. 25-42.

NUSSENZVEIG, Herch Moysés. Curso de Física Básica: Fluidos, Oscilações e


Ondas, Calor. São Paulo: Edgard Blucher, 2002.

YOUNG et al. Física II : Termodinâmica e ondas. 12. ed. São Paulo: Pearson,
2008.

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