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Aula 3: Temperatura, Termômetros e Expansão Térmica

Chee Sheng Fong

Data de aula: 23/6/2022 (Atualização: 15/6/2022)

Esta nota é baseada principalmente no livro texto Raymond A. Serway e John W. Jewett, Jr.
Princípios de Física 5ª edição, Vol. 2 ( 16.1, 16.2, 16.3), e minhas próprias adições. Se vocês
descobrem algo que não faz sentido, é muito provável que seja meu erro. Por favor me escrevam
sheng.fong arroba ufabc.edu.br.

Na aula passada, estudamos hidrodinâmica para um uido ideal (não viscoso, incompressível,
uxo regular e estacionário ). Vimos dois conceitos:

ˆ Devido a conservação da massa, a equação da continuidade arma que a taxa de uxo é


contante:

Av = constante.

ˆ Devido a conservação de energia, a equação de Bernoulli arma que:

1
P + ρv 2 + ρgy = constante.
2

Agora começamos a estudar a termodinâmica que lida com calor e temperatura, e as relações
deles com a energia, trabalho, radiação e propriedades de matéria.

1 Temperatura
Normalmente, associamos temperatura com o grau de calor ou frio do corpo ao tocá-lo. No entanto,
nossa pele é sensível à taxa de transferência de energia e não à temperatura do corpo. Por exemplo,
sentimos que o piso de cerâmica é mais frio do que o carpete, embora ambos estejam na mesma
temperatura.
Para denir temperatura de maneira precisa, consideramos os seguintes conceitos:

1
ˆ Contato térmico: Corpos que podem trocar energia uns com os outras (por meio de calor
ou radiação electromagnética) estão em contato térmico.

ˆ Equilíbrio térmico: É a situação em que dois corpos em contato térmico interrompem


qualquer troca líquida de energia.

Quando dois corpos estão em equilíbrio térmico um com o outro, estão na mesma temperatura
ou vice versa.


Lei zero da termodinâmica: Se os corpos A e B estão separadamente em equilíbrio térmico

com um terceiro corpo C, então A e B estão em equilíbrio térmico um com o outro.

Por exemplo, o corpo C pode ser o nosso termômetro, dispositivo calibrado para medir a
temperatura de um corpo. O termômetro é primeiramente colocado em contato térmico com A
e depois um tempo (de modo que eles atingem equilíbrio térmico) sua leitura é registrada. O
termômetro é também usado para medir a temperatura de B. Se as duas leituras são iguais, A e
B estão em equilíbrio térmico entre eles. Se forem colocados em contato térmico um com o outro,
não há nenhuma transferência líquida de energia entre eles.

2 Termômetros e escalas de temperatura


As propriedades físicas que mudam com a temperatura pode ser calibrada para medir a temperatura
de um sistema:

1. o volume de um líquido (o termômetro álcool ou mercúrio)

2. as dimensões de um sólido

3. a pressão de um gás com volume constante

4. o volume de um gás com pressão constante

5. a resistência elétrica de um condutor (o termistor no experimento 1)

6. a cor de um corpo quente

O termômetro pode ser calibrado quando colocado em contato térmico com um sistema natural
que permaneça à temperatura constante. Por exemplo, uma mistura de água e gelo em equilíbrio
térmico um com o outra à pressão atmosférica. Na escala Celsius, essa mistura é denida como

zero graus Celsius, 0 C , e é chamada de ponto de congelamento da água. Na escala Cel-
sius, a temperatura da mistura de água e vapor em equilíbrio térmico um com o outro à pressão

atmosférica é denida como 100 C e é chamada de ponto de vaporização
da água.

2
Figure 1: Um termômetro de gás com volume constante (esquerda) e um gráco de pressão versus
temperatura de um gás com volume constante (direita).

2.1 O termômetro de gás a volume constante

O termômetro de gás é o aparelho com volume constante mostrado na Figura 1. O comportamento


observado nesse aparelho é a variação da pressão de um volume xo de gás com a temperatura.
Podemos determinar a pressão do gás usando lei de Stevin. Experimentalmente, observamos que
a pressão de um gás com volume constante, varia linearmente com a sua temperatura. Portanto,
a linha que conecta os dois pontos (por exemplo, os pontos de congelamento e de vaporização da
água) serve como uma curva de calibração para medição de temperaturas desconhecidas.

Podemos também realizar a medição de temperatura com o gás em diferentes pressões iniciais
a 0◦ . Como fazer isso com um termômetro de gás na Figura 1?

Na Figura 2, é mostrado em três experimentos com gás diferentes no frasco em diferentes pressões

iniciais a 0 C. Vemos que independente do tipo de gás ou do valor da temperatura inicial, a pressão

extrapola a zero quando a temperatura é -273,15 C! Como a menor pressão é P = 0, que seria
um vácuo perfeito, esta deve representar um limite inferior para processos físicos e denimos essa

3
temperatura como zero absoluto.1 Usamos essa temperatura como ponto zero para a escala
Kelvin (K) de temperatura:

TC = T − 273, 15, (1)

onde TC é a temperatura Celsius e T é a temperatura Kelvin ou temperatura absoluta. O zero


absoluto é um ponto especial ( universal independente de substância). Outro ponto escolhido pelo
SI é o ponto triplo da água Ttr , que corresponde à única temperatura (273,16 K) e à única
pressão (4,58 mm de mercúrio) nas quais a água, o vapor de água e o gelo podem coexistir em
equilíbrio. Portanto, o Kelvin é denida como 1/273,16 da temperatura do ponto triplo da água:

Ttr
1K = . (2)
273, 16
Nos Estados Unidos, é comum usar a escala Fahrenheit que relaciona com as escalas de
temperatura Celsius como:

9
TF = TC + 32◦ F. (3)
5
Ex. 1: Quais são a temperatura em graus Celsius e a pressão em Pascal correspondem ao ponto
3 3
triplo da água? (ρHg = 13, 6 × 10 kg/m )
Temos a temperatura em Celsius:

TC = 273, 16 − 273, 15 = 0, 01◦ C.

A pressão é

P = ρHg gh
= 13, 6 × 103 kg/m3 9, 80 m/s2 4, 58 × 10−3 m
  

= 610 Pa.

Ex. 2: Em um experimento de estudantes, um termômetro de gás com volume constante é calibrado


◦ ◦
em gelo seco (-78,5 C) e em álcool etílico fervendo (78,0 C). As pressões separadas são 0,900
atm e 1,635 atm. (Use a relação linear P = A + BT , onde A e B são constantes.)

1 Conforme a teoria cinética dos gases, a pressão é proporcional à energia cinética das moléculas do gás. Logo,
no zero absoluto, as moléculas do gás deveriam ser em repouso. No entanto, de acordo com a teoria quântica,
não há como as moléculas entrarem em repouso, logo haverá uma energia residual no gás, conhecida como energia
do ponto zero.

4
Figure 2: Pressão versus temperatura para experimentos com gases de pressões diferentes em um
termômetro de gás com volume constante. A pressão extrapola a zero quando a temperatura é

-273,15 C. Essa temperatura é usada como base para a escala Kelvin de temperatura com seu
ponto zero 0 K.

(a) Que valor de zero absoluto em graus Celsius resulta da calibração?


Suponhamos que o termômetro de gás com volume constante segue P = A + BT ,
podemos resolver por A e B usando os dois pontos de medida:

0, 900 atm = A + B (−78, 5◦ C) ,


1, 635 atm = A + B (78, 0◦ C) .

Tomando a diferença entre as duas equações acima, temos:

1, 635 atm − 0, 900 atm = B (78, 0◦ C) − B (−78, 5◦ C)


0, 735 atm
=⇒ B = ◦
= 0, 00470 atm/◦ C.
156, 5 C
Podemos usar a primeira equação para resolver A:

A = 0, 900 atm + (0, 0470 atm/◦ C) (78, 5◦ C)


= 1, 27 atm.

O zero absoluto é quando P =0 e temos:

A 1, 27 atm
T = − =− ◦
= −270◦ C.
B 0, 00470 atm/ C

5
(b) Que pressões seria encontrada nos pontos de congelamento e vaporização da água?

Usando P = 1, 27 atm + (0, 00470 atm/ C) T , temos:

Pcongelamento = 1, 27 atm + (0, 00470 atm/◦ C) (0◦ C) = 1, 27 atm,


Pvaporização = 1, 27 atm + (0, 00470 atm/◦ C) (100◦ C) = 1, 74 atm.

3 Expansão térmica de sólidos e líquidos


Um aumento de volume de um sólido ou líquido é conhecido como expansão térmica. Se a
expansão térmica de um corpo é sucientemente pequena em relação às suas dimensões iniciais,
a alteração de qualquer dimensão ∆L ≡ Lf − Li é aproximadamente proporcional à primeira
potência da mudança em temperatura ∆T ≡ Tf − Ti :

∆L = αLi ∆T
=⇒ Lf = Li (1 + α∆T ) , (4)

onde Li é comprimento inicial de um corpo e α é um constante chamada de coeciente médio


de expansão linear.

Qual deveria ser a unidade de α? Que signica se α é negativo? (Por exemplo, a calcita
(CaCO3 ) expande-se ao longo de uma dimensão e se contrai ao longo de outra conforme sua
temperatura aumenta.)
A área de um corpo mudará como:

∆A = Af − Ai
= L2f − L2i
= L2i (1 + α∆T )2 − L2i
= 2L2i α∆T + L2i (α∆T )2
= 2Ai α∆T + Ai (α∆T )2 (5)

Como α∆T  1, podemos desprezar o segundo termo:

∆A = 2Ai α∆T ≡ γAi ∆T, (6)

onde γ = 2α é chamado de coeciente médio da expansão de área. Através de um procedi-


mento similar, podemos mostrar que a mudança no volume de um corpo acompanhando de uma
mudança na temperatura é:

∆V = βVi ∆T, (7)

6
onde β = 3α é chamado de coeciente médio da expansão volumétrico.
A Tabela 3 lista coecientes de expansão médios para vários materiais em temperatura am-
2
biente. No caso dos líquidos, como eles não possuem uma forma bem denida, consideramos
apenas coeciente médio de expansão volumétrico β. Percebemos que em geral, eles expandem
10 vezes mais do que sólidos. Note que gases não têm um valor especíco para o coeciente de
expansão volumétrica porque a quantidade de expansão depende do tipo do processo pelo qual o
3
gás é obtido.

Duas esferas são feitas do mesmo metal e têm o mesmo raio, mas uma é oca e a outra é
sólida. As esferas são submetidas ao mesmo aumento de temperatura. Qual esfera se expande
mais? (a) A sólida. (b) A oca. (c) Elas se expandem igualmente. (d) A informação não é
suciente para determinar a resposta.
2
Ex. 3: Um tubo vidro longo de área de seção transversal de 0,0040 cm com um bulbo na extrem-
3
idade preenchido de mercúrio de volume 1,0 cm é usado para construir um termômetro.
(Como o vidro expande menos do que o o mercúrio, despreze a expansão do tubo.)

(a) Quando colocamos o termômetro na água com gelo, suponhamos que a altura do mer-
cúrio ca bem no fundo do tubo que marcamos 0,0 cm. Dado que a altura de mercúrio
é 4,5 cm quando colocamos o termômetro na água fervendo, determine o coeciente de
expansão médio volumétrico do mercúrio.
O aumento do volume do mercúrio é ∆V = βHg Vi ∆T e o aumento da altura do mercúrio

2 Coecientesde expansão para um sólido ou líquido é quase independente de temperatura. Para considerar α
ou β que varia em temperatura, usamos dL = α (T ) LdT ou dV = β (T ) V dT .
3 Para um gás ideal, temos (veremos na próxima aula) P V = cT onde c é uma constante. Portanto, sob pressão
constante, temos dV = Pc ∆T = VT dT . Comparando com a equação dV = βV dT , concluímos que β = T1 . Portanto,
β não é constante.

7
4
dentro do tubo é h = ∆V /A. Resolvemos por βHg , temos:

∆V
βHg =
Vi ∆T
Ah
=
Vi ∆T
(0, 0040 cm2 ) (4, 5 cm)
=
(1, 0 cm3 ) (100◦ C)
= 1, 8 × 10−4 (◦ C)−1 .

(b) Se medirmos a temperatura corporal de uma pessoa com o termômetro, e obtermos a


altura do mercúrio de 1,8 cm, podemos dizer que a pessoa está com febre?
Temos:

Ahc
∆T =
Vi βHg
(0, 0040 cm2 ) (1, 8 cm)
=
(1, 0 cm3 ) 1, 8 × 10−4 (◦ C)−1


= 40◦ C.

Alternativamente, sabemos que a mudança de volume (altura) é linear em temper-


h 4,5 cm
atura. Portanto, h = aT =⇒ T = a
onde a é coeciente angular que é a =
100◦ C
.
Para h= 1, 8 cm, temos
1, 8 cm ◦
T = 4,5 cm = 40 C.

100◦ C
4 Se
incluirmos a expansão do tubo vidro, o aumento do volume do mercúrio tem que compensa o aumento do
volume do bulbo de vidro. Nesse caso, o volume do mercúrio no tubo será:
VHg = ∆V − ∆Vvidro
= (βHg − 3αvidro ) Vi ∆T.

Dividimos VHg por a área de seção transversal novo do tubo Af = A (1 + 2αvidro ∆T ), temos a altura do mercúrio:
(βHg − 3αvidro ) Vi ∆T
h = .
A (1 + 2αvidro ∆T )
Resolvemos por βHg , temos:
A (1 + 2αvidro ∆T ) h
βHg = + 3αvidro .
Vi ∆T

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Figure 3: Coecientes de expansão médios para alguns materiais em temperatura ambiente. Gases
não têm um valor especíco para o coeciente de expansão volumétrica porque a quantidade de
expansão depende do tipo do processo pelo qual o gás é obtido. Os valores aqui fornecidos supõem
que o gás sofre expansão sob pressão constante.

Figure 4: Um curto elétrico por causa do aumento de temperatura.

Portanto, essa pessoa está com febre.

Ex. 4: Um aparelho eletrônico mal desenhado tem dois parafusos presos a partes diferentes que
quase se tocam em seu interior como na Figura 4. Os parafusos de aço e latão têm potenciais
elétricos diferentes, e caso se toquem, haverá um curto-circuito, danicando o aparelho. O

intervalo inicial entre as pontas dos parafusos é 5,0 mm a 27 C. A que temperatura os
parafusos se tocarão? Suponha que a distância entre as paredes do aparelho não seja afetada
pela mudança na temperatura. (αlatão = 19 × 10 ( C)−1 e αaço = 11 × 10−6 (◦ C)−1 ) Os
−6 ◦

9
parafusos se tocam quando o aumento em comprimento igual à largura do intervalo:

∆Llatão + ∆Laço = 5, 0 × 10−6 m,


αlatão Li,latão ∆T + αaço Li,aço ∆T = 5, 0 × 10−6 m,
5, 0 × 10−6 m
∆T =
αlatão Li,latão + αaço Li,aço
= 7, 4◦ C.

Portanto, a temperatura é

27◦ C + 7, 4◦ C = 34◦ C.

Ex. 5: O elemento ativo de certo laser é feito de uma haste de vidro de 30,0 cm comprimento e
1,50 cm de diâmetro. Suponha que o coeciente de expansão linear médio do vidro seja
9, 00 × 10−6 (◦ C)−1 . Se a temperatura da haste aumenta em 65,0◦ C, qual é o aumento em
seu comprimento, diâmetro e volume?
O aumento em seu comprimento é:

∆L = αLi ∆T
= 9, 00 × 10−6 (◦ C)−1 (30, 0 cm) (65, 0◦ C)


= 0, 0176 cm.

O aumento em sua área de seção transversal é:

∆A = Af − Ai = 2αAi ∆T,

Usando Af = πd2f /4 e Ai = πd2i /4, temos

d2f − d2i d2
 
π = 2απ i ∆T,
4 4

=⇒ df = 1 + 2α∆T di ,

Portanto, o aumento em seu diâmetro é:


√ 
df − di = 1 + 2α∆T − 1 di
q 
−1 
= 1 + 2 9, 00 × 10−6 (◦ C) (65, 0◦ C) − 1 (1, 50 cm)

= 8, 77 × 10−4 cm.

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Note: Desde que α∆T  1, podemos aproximar 1 + 2α∆T − 1 ≈ α∆T (usando a expan-
são de Taylor) e obtemos df − di ≈ α∆T di que é a relação de mudança de comprimento!
Finalmente, o aumento em seu volume é:

∆V = 3αVi ∆T
= 3 9, 00 × 10−6 (◦ C)−1 (30, 0 cm) π (1, 50 cm)2 (65, 0◦ C)


= 0, 372 cm3 .

Ex. 6: Um cilindro oco de alumínio com 20,0 cm de profundidade tem capacidade interna de 2,000
◦ ◦
L a 20,0 C e está completamente cheio de terebintina a 20,0 C. A terebintina e o cilindro de

alumínio são aquecidos juntos, lentamente, até 80,0 C. (αAl = 24 × 10 ( C)−1 , βTerebentina =
−6 ◦

9, 00 × 10−4 (◦ C)−1 )

(a) Quanta terebintina transborda?


Inicialmente, o volume do cilindro oco de alumínio é igual ao volume da terebintina Vi .
A mudança do volume do cilindro oco de alumínio é:

∆VAl = 3αAl Vi ∆T.

A mudança do volume da terebintina é:

∆VTerebentina = βTerebentina Vi ∆T.

O volume da terebintina que transborda é:

∆VTerebentina − ∆VAl = (βTerebentina − 3αAl ) Vi ∆T


= 9, 00 × 10−4 (◦ C)−1 − 3 × 0, 24 × 10−4 (◦ C)−1 (2, 000 L) (80, 0◦ C − 20, 0◦


= 0, 0994 L.


(b) Qual é o volume de terebintina que permanece no cilindro a 80,0 C?

O volume da terebintina que permanece no cilindro a 80,0 C deveria ser o volume do
cilindro na mesma temperatura:

VAl,f = (1 + 3αAl ∆T ) Vi
= 1 + 3 0, 24 × 10−4 (◦ C)−1 (80, 0◦ C − 20, 0◦ C) (2, 000 L)
  

= 2, 009 L


(c) Se a combinação com essa quantidade de terebintina é resfriada a 20,0 C, a que distância
ca a superfície da terebintina abaixo da borda do cilindro?

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Após o resfriamento a 20,0 C, isto é ∆T = −60, 0◦ C, a diferença entre o volume da
terebentina e do cilindro do volume inicial de 2,009 L é:

∆VAl − ∆VTerebentina = (3αAl − βTerebentina ) Vi ∆T


= 3 × 0, 24 × 10−4 (◦ C)−1 − 9, 00 × 10−4 (◦ C)−1 (2, 009 L) (−60, 0◦ C)


= 0, 0998 L.

A 20,0 C, a área de seção transversal do cilindro é:

2000 cm3
A = = 100 cm2 .
20, 0 cm
Portanto, a distância da superfície da terebintina até a borda do cilindro é:

99, 8 cm3
h = = 0, 998 cm.
100 cm2

Ex. 7: A 20,0 C, um anel de alumínio tem diâmetro interno de 5,0000 cm e uma haste de latão tem
diâmetro de 5,0500 cm. (αAl = 24, 0 × 10 ( C)−1 , αlatão = 19, 0 × 10−6 (◦ C)−1 )
−6 ◦

(a) Se apenas o anel for aquecido, que temperatura ele deve atingir para deslizar sobre a
haste?
O aumento do diâmetro do anel deveria ser:

∆dAl = 0, 0500 cm,


αAl dAl,i ∆T = 0, 0500 cm
0, 0500 cm
=⇒ ∆T =
αAl dAl,i
0, 0500 cm
=
10−6 (◦ C)−1 (5, 0000 cm)

24, 0 ×
= 417◦ C.

(b) Se o anel e a haste forem aquecidos juntos, que temperatura os dois devem atingir para
que o anel deslize sobre a haste?

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O diâmetro nal do anel deveria ser igual ao diâmetro nal da haste:

dAl,f = ∆dlatão,f ,
(1 + αAl ∆T ) dAl,i = (1 + αlatão ∆T ) dlatão,i ,
(αAl dAl,i − αlatão dlatão,i ) ∆T = dlatão,i − dAl,i
dlatão,i − dAl,i
=⇒ ∆T =
αAl dAl,i − αlatão dlatão,i
5, 0500 cm − 5, 0000 cm
=
24, 0 × 10 ( C) (5, 0000 cm) − 19, 0 × 10−6 (◦ C)−1 (5, 0500 cm)
−6 ◦ −1

= 2, 08 × 103◦ C.

Na verdade, isto não funcionará porque o ponto de fusão de alumínio é 660 C enquanto
◦ ◦
de latão é de 900 C a 940 C.


Ex. 8: Um anel no de latão tem diâmetro interno de 10,00 cm a 20,0 C. Um cilindro sólido de

alumínio tem diâmetro de 10,02 cm a 20,0 C. Suponha que os coecientes de expansão
linear médios dos dois metais sejam constantes: αAl = 24, 0 × 10 ( C)−1 e αlatão = 19, 0 ×
−6 ◦

10−6 (◦ C)−1 . Os dois metais são resfriados juntos até uma temperatura na qual o anel pode
ser deslizado sobre a extremidade do cilindro. Determine se a seguinte situação é possível.
Para que o anel pode ser deslizado sobre a extremidade do cilindro, o diâmetro nal do anel
deveria ser igual ao diâmetro nal do cilindro:

dlatão,f = dAl,f ,
(1 + αlatão ∆T ) dlatão,i = (1 + αAl ∆T ) dAl,i ,
(αlatão dlatão,i − αAl dAl,i ) ∆T = dAl,i − dlatão,i
dAl,i − dlatão,i
∆T =
αlatão dlatão,i − αAl dAl,i
10, 02 cm − 10, 00 cm
=
10−6 (◦ C)−1 (10, 00 cm) − 24, 0 × 10−6 (◦ C)−1 (10, 02 cm)
 
19, 0 ×
= −396◦ C.

Precisamos ter temperatura de 20, 0◦ C − 396◦ C = −376◦ C. ◦


O zero absoluto é -273.15 C,
portanto, isto é impossível.

3.1 O comportamento incomum da água

Líquidos geralmente aumentam em volume com o aumento de temperatura mas a é uma água fria
exceção ◦ ◦
. Na Figura 5, conforme a temperatura aumenta de 0 C a 4 C à pressão atmosférica, a

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Figure 5: A variação na densidade da água à pressão atmosférica com a temperatura.

m
água se contrai (o coeciente de expansão é negativo!), o que faz aumentar a sua densidade ρ = .
V

Acima de 4 C, a água expande com o aumento de temperatura. Portanto, a densidade da água
3 ◦
atinge o valor máximo de 1000 kg/m a 4 C.
◦ ◦
No inverno, quando a temperatura do ar está entre 4 C a 0 C, a água da superfície se expande,
cando menos densa que a água abaixo dela. Portanto, cará na superfície até congela quando

a temperatura do ar atinge 0 C. O gelo continua acumulando-se na superfície, enquanto a água

próxima ao fundo permanece a 4 C. Se não fosse esse o caso, peixes e outras formas de vida marinha
não sobreviveriam no inverno.

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