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USC UNIVERSIDADE

SAGRADO CORAÇÃO

DETERMINAÇÃO DO
COEFICIENTE DE
TRANSFERÊNCIA DE CALOR
EM REGIME TRANSIENTE

LABORATÓRIO DE OPERAÇÕES
UNITÁRIAS

BRUNA ARRUDA LOPES


ÉVEN ILDA RIBEIRO NUNES
GABRIELA FERNANDES RIBAS
MARIANA CRISTINA BOARETTI CAVENAGHI PEREIRA
SUELLEN FRANCINE ALVARES BRANCO

BAURU
2014
RESUMO

Em processos industriais, a transferência de calor entre materiais é muito usual


e pode ser definida como a energia em trânsito, por meio de uma diferença de
temperatura, entre corpos, até se obter o equilíbrio térmico. Em regime
transiente, a troca térmica ocorre de acordo com o tempo. Quando dois corpos
estão em contato, há uma tendência de troca de calor entre eles, ou seja, o mais
quente ‘passa’ calor para o mais frio e vice-versa, até que os dois apresentem a
mesma temperatura. Calor se define como a transferência de energia térmica
entre corpos com temperaturas diferentes. A quantidade de calor que é
necessário fornecer à unidade de massa de uma substância, para elevar a sua
temperatura em um grau, é chamada calor especifico. O controle de temperatura
envolve: entrada, valor de processo, setpoint e saída. Os sensores mais
utilizados nas indústrias chamam-se termopares e servem para a medição de
temperatura. O experimento em questão objetivava determinar o coeficiente de
transferência de calor para corpos de prova de diferentes materiais e geometrias.
Os resultados obtidos, em geral, foram satisfatórios e condizentes com a
fundamentação teórica.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Geometria, coordenadas e condições de contorno da condução de


calor em transiente em uma placa. .................................................................... 6
Figura 2: Geometria, coordenadas e condições de contorno da condução de
calor em transiente em um cilindro. .................................................................... 7
Figura 3: Geometria, coordenadas e condições de contorno da condução de
calor em transiente em uma esfera .................................................................... 8
Figura 4: Equipamento – Determinação do coeficiente de transferência de calor
em regime transiente. ....................................................................................... 13
Figura 5: Perfil de temperatura de diferentes corpos de prova em função do
tempo. .............................................................................................................. 18
Figura 6: Ajuste linear para os corpos de Alumínio. ....................................... 19
Figura 7: Ajuste linear para os corpos de Cobre. ............................................ 20
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Calores específicos da água, do alumínio e do cobre. .................... 10


Tabela 2: Dimensões dos corpos de prova de diferentes materiais. ............... 15
Tabela 3: Equações para o cálculo de área e volume dos corpos de prova. ... 15
Tabela 4: Áreas e volumes dos corpos de prova em função das geometrias. . 15
Tabela 5: Dados experimentais. ...................................................................... 16
Tabela 6: Parâmetro adimensional dos corpos de prova cilíndricos. ............... 17
Tabela 7: Parâmetro adimensional dos corpos de prova esféricos. ................ 17
Tabela 8: Parâmetro adimensional dos corpos de prova Placas. .................... 18
Tabela 9: Coeficientes de transferência de calor para corpos de prova de
diferentes materiais e geometrias. ................................................................... 21
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 5

1.1 COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR NO ESCOAMENTO


SOBRE UMA PLACA PLANA... ...................................................................... 5

1.2 COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR NO ESCOAMENTO


SOBRE UM CILINDRO........ ........................................................................... 7

1.3 COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR NO ESCOAMENTO


SOBRE UMA ESFERA...... ............................................................................. 8

1.4 CALOR .................................................................................................. 8

1.5 CALOR ESPECÍFICO............................................................................ 9

1.6 CONTROLADOR DE TEMPERATURA ............................................... 10

1.7 TERMOPAR ........................................................................................ 10

2 OBJETIVOS ............................................................................................... 12

3 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 13

3.1 MATERIAIS ......................................................................................... 13

3.2 MÉTODOS .......................................................................................... 13

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................... 15

5 CONCLUSÕES .......................................................................................... 23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 24


5

1 INTRODUÇÃO

A transferência de calor é definida como a energia em transito devido a


um gradiente de temperatura. Sempre que houver uma diferença de temperatura
entre um meio ou entre meios ocorrerá transferência de calor. Esse fluxo de calor
dá-se do corpo de temperatura mais elevada para o corpo de menor temperatura
até que haja uma equivalência de temperatura entre eles, ou seja, equilíbrio
térmico.
Na transferência de calor em regime transiente, a temperatura muda não
só com a posição no interior do corpo, ela também muda com o tempo em uma
mesma posição. Tanto a taxa de transferência de calor através do corpo, como
a energia interna do corpo mudam com o tempo. O corpo acumula ou
desacumula energia interna.
Em muitas situações, os gradientes de temperatura no interior dos sólidos
não são desprezíveis, e não é aplicável a análise global do sistema. Neste caso,
a análise dos problemas da condução de calor envolve a determinação da
distribuição de temperaturas no interior do sólido em função do tempo e da
posição. Há vários métodos de análise para resolver estes problemas, com
tratamento avançado da condução de calor. Problemas simples, como a
condução de calor, unidimensional, dependente do tempo, em uma placa sem
geração interna de energia, podem ser resolvidos facilmente pelo método da
separação de variáveis.

1.1 COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR NO ESCOAMENTO


SOBRE UMA PLACA PLANA

Considerando-se uma placa plana retangular de espessura 2L, confinada


na região –L ≤ x ≤ L e com temperatura uniforme inicial T i. Subitamente, ambas
as superfícies de contorno da placa são sujeitas a convecção com um coeficiente
de transferência de calor h para o ambiente cuja temperatura é T ∞ e assim
mantida nos instantes t > 0, conforme mostrado na Figura 1a. Consegue-se
verificar que existe uma simetria geométrica e térmica em torno do plano x = 0,
de forma que pode-se considerar o problema de condução do calor numa metade
6

da região, assim, 0 ≤ x ≤ L. Com essa consideração, o problema da condução


do calor numa placa de espessura 2L confinada à região –L ≤ x ≤ L, como é
indicado na Figura 1a, é equivalente ao problema de uma placa de espessura L
confinada na região 0 ≤ x ≤ L, como está representado na Figura 1b.

Figura 1: Geometria, coordenadas e condições de contorno da condução de calor em transiente


em uma placa.

Desta forma, a expressão matemática deste problema da condução do


calor dependente do tempo, com a geometria e as condições de contorno da
Figura 1b, é dada por:

𝜕 2 𝑇 1 𝜕𝑇
= em 0 < 𝑥 < 𝐿, 𝑡 > 0
𝜕𝑥 2 𝛼 𝜕𝑡

𝜕𝑇
= 0 em x = 0, t > 0
𝜕𝑥

𝜕𝑇
𝑘 + ℎ𝑇 = ℎ𝑇∞ em x = L, t > 0
𝜕𝑥

𝑇 = 𝑇𝑖 em T = 0, 0 ≤ x ≤ L

O número de parâmetros independentes que afetam a distribuição de


temperatura no sólido reduz-se, significativamente, quando se exprime o
problema na sua forma adimensional. Assim, podem-se utilizar os números
adimensionais de Fourier e Biot.
O número de Fourier (𝜏) é uma medida da razão entre a taxa de condução
e a taxa de retenção de calor, num elemento de volume. Quanto maior o número
de Fourier, mais profunda é a penetração do calor num sólido durante certo
intervalo de tempo. Desta forma, tem-se que:
7

1 2 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎𝑜


𝛼𝑡 𝑘( )𝐿 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑑𝑒 𝐿 𝑛𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝐿3 , 𝑊/°𝐶
𝜏= 2 = 𝐿3 =
𝐿 𝜌𝑐𝑝 𝐿 /𝑡 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑡𝑒𝑛çã𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎𝑜
𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑑𝑒 𝐿 𝑛𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝐿3 𝑊/°𝐶

1.2 COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR NO ESCOAMENTO


SOBRE UM CILINDRO

Considerando-se um cilindro longo de raio b, representado na Figura 2,


onde ocorre condução de calor unidimensional e transiente, a uma temperatura
inicial Ti.

Figura 2: Geometria, coordenadas e condições de contorno da condução de calor em transiente


em um cilindro.

Em t = 0, a superfície em r = b é sujeita a convecção, com um coeficiente


de transferência de calor h para um ambiente à temperatura T ∞ e mantida assim
em t > 0. As expressões matemáticas que definem a condução de calor, neste
caso, na forma adimensional são dadas por:

1 𝜕 𝜕𝜃 𝜕𝜃
(𝑅 ) = em 0 < R < 1, e τ > 0
𝑅 𝜕𝑅 𝜕𝑅 𝜕𝜏

𝜕𝜃
= 0 em R = 0, e τ > 1
𝜕𝑅

𝜕𝜃
+ 𝐵𝑖𝜃 = 0 em R = 1, e τ > 0
𝜕𝑅

𝜃 = 1 em 0 ≤ R ≤ 1, e τ = 0
8

1.3 COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR NO ESCOAMENTO


SOBRE UMA ESFERA

Considerando-se uma esfera de raio b, representada na Figura 3, sujeita


a uma convecção em r = b, a uma temperatura inicial T i e em t > 0, com um
coeficiente de transferência de calor h, para um ambiente à temperatura T ∞.

Figura 3: Geometria, coordenadas e condições de contorno da condução de calor em transiente


em uma esfera

O problema da condução transiente de calor é dado na forma


adimensional como:

1 𝜕 𝜕𝜃 𝜕𝜃
2
(𝑅 2 ) = em 0 < R < 1, e τ > 0
𝑅 𝜕𝑅 𝜕𝑅 𝜕𝜏

𝜕𝜃
= 0 em R = 0, e τ > 0
𝜕𝑅

𝜕𝜃
+ 𝐵𝑖𝜃 = 0 em R = 1, e τ > 0
𝜕𝑅

𝜃 = 1 em 0 ≤ R ≤ 1, se for τ = 0

1.4 CALOR

Quando colocamos dois corpos com temperaturas diferentes em contato,


podemos observar que a temperatura do corpo "mais quente" diminui, e a do
corpo "mais frio" aumenta, até o momento em que ambos os corpos apresentem
temperatura igual. Esta reação é causada pela passagem de energia térmica do
9

corpo "mais quente" para o corpo "mais frio", a transferência de energia é o que
chamamos calor.
Calor é a transferência de energia térmica entre corpos com temperaturas
diferentes.
A unidade mais utilizada para o calor é caloria (cal), embora sua unidade
no SI seja o joule (J). Uma caloria equivale a quantidade de calor necessária
para aumentar a temperatura de um grama de água pura, sob pressão normal,
de 14,5°C para 15,5°C.
A relação entre a caloria e o joule é dada por:

1 cal = 4,186J

Partindo daí, podem-se fazer conversões entre as unidades usando regra


de três simples.
Como 1 caloria é uma unidade pequena, utilizamos muito o seu múltiplo,
a quilocaloria.
1 kcal = 10³cal

1.5 CALOR ESPECÍFICO

O calor específico consiste na quantidade de calor que é necessário


fornecer à unidade de massa de uma substância para elevar a sua temperatura
de um grau e expressam-se em calorias por grama e por grau. Para o caso da
água, o calor específico foi convencionado ser de 1 cal/kg.
Quando a capacidade calorífica é dada para uma mol de substância, esta
passa a designar-se capacidade calorífica molar ou calor específico molar.
Definem-se calores específicos a pressão constante e a volume
constante, representados, respetivamente, por Cp e por Cv, ambos dependentes
da temperatura. O calor específico pode ser medido usando um calorímetro.
Na Tabela 1, é possível verificar os calores específicos dos corpos de
prova utilizados nesse experimento.
10

Tabela 1: Calores específicos da água, do alumínio e do cobre.


Substância c (cal/g ºC)
Água 1,000

Alumínio 0,219

Cobre 0,093

1.6 CONTROLADOR DE TEMPERATURA

Controladores de Temperatura são utilizados em inúmeros processos


industriais, garantindo qualidade de produtos de setores alimentícios, bebidas,
automobilísticos, etc.
Resumidamente, o controle de temperatura envolve: entrada, valor de
processo, setpoint e saída. Vejamos a seguir como funciona um processo de
controle de temperatura:
Tomemos como exemplo um controle de processos químicos. Um
termômetro, usado para medir a temperatura da substância, é acoplado à
entrada do CT (Controlador de Temperatura) fazendo o monitoramento
constante. O valor que chega à entrada é então, comparado com o valor de
Setpoint ajustado previamente para o processo, este valor é extremamente
importante para manter a qualidade do fluído, pois é a partir dele, que o controle
PID é acionado.
PID (Proporcional, Integral e Derivado) são as variáveis calculadas
durante o processo que permitem um controle de aquecimento sem oscilações,
ou seja, o sinal é “filtrado” e é feito um controle fino até o Valor de Processo (PV)
atingir o Valor de Setpoint. A saída do CT é responsável por aquecer o fluído
químico, esta se manterá acionada até que a substância atinja o valor
necessário.

1.7 TERMOPAR

Os Termopares são sensores de maior uso industrial para medição de


temperatura. Eles cobrem uma faixa bastante extensa de temperatura que vai
11

de -200 a 2300ºC aproximadamente, com uma boa precisão e repetitividade


aceitável, tudo isto a um custo que se comparado com outros tipos de sensores
de temperatura são mais econômicos.
Um termopar ou par termométrico consiste de dois condutores metálicos
de natureza distinta, na forma de metais puros ou ligas homogêneas. Os fios são
soldados em um extremo ao qual se dá o nome de junção de medição; a outra
extremidade, junção de referência é levada ao instrumento medidor por onde flui
a corrente gerada.
Convencionou-se dizer que o metal A é positivo e B é negativo, pois a
tensão e correntes geradas são na forma contínua.
12

2 OBJETIVOS

Determinar o coeficiente de transferência de calor em regime transiente,


para corpos de prova de cobre e de alumínio de diferentes geometrias.
13

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS

Foi utilizado um equipamento (Figura 4) que determina o coeficiente de


transferência de calor em regime transiente, que basicamente consiste de um
sistema de escoamento de água, conjunto de corpos e circuito de medida de
temperatura.

Figura 4: Equipamento – Determinação do coeficiente de transferência de calor em regime


transiente.

O sistema de escoamento de água é composto por dois reservatórios


cilíndricos, com capacidade em torno de 22,2 litros (tanque de aquecimento) e
outro de 14,7 litros (tanque de imersão dos corpos), uma bomba centrífuga e
foram usados também materiais auxiliares como balde, cronômetro, termômetro
e paquímetro.
Foram disponibilizados seis corpos para serem submersos no
reservatório. O conjunto é composto por esferas de alumínio e cobre, cilindros
de alumínio e cobre e placas de alumínio e cobre.

3.2 MÉTODOS

A válvula tipo gaveta foi totalmente fechada (descarga do banho), girando-


a no sentido horário. O reservatório de aquecimento foi cheio com água até a
14

altura das partes inferiores das extremidades do dreno. O cabo de alimentação


de energia da bomba centrifuga foi ligado em 220V. Depois que a bomba foi
ligada, os reguladores de vazão foram posicionados na posição desejada para a
regulagem da vazão do escoamento de água no interior do tanque de imersão
de corpos de prova, que permite operar em diferentes regimes.
A resistência elétrica foi ligada em 110V por 20 minutos, para evitar o
rompimento do fio Kantal. Em seguida foi ligado o interruptor da resistência. Após
os 20 minutos, o interruptor de resistência foi desligado e o cabo de energia foi
ligado em 220V, ligando também o aquecimento que será mantido nessa
condição durante todo o experimento. O medidor de temperatura foi ligado na
voltagem de 110V. Logo em seguida, o interruptor do controlador/ medidor de
temperatura foi ligado.
Foram medidas as dimensões dos corpos de prova com o auxílio de um
paquímetro. Os contatos dos corpos de prova foram conectados no controlador
medidor de temperatura com o auxílio de uma chave Philips. O sensor de
temperatura CN1 foi inserido no banho do tanque de imersão dos corpos. A
temperatura do banho foi anotado e foi posicionado a chave seletora em CN2
que corresponde ao corpo de prova ao ser usado.
Foi feita a imersão do corpo cilíndrico de cobre no interior do tanque de
imersão com o auxílio do suporte. O valor da temperatura do sólido foi anotado,
sendo o mesmo indicado no medidor de temperatura em função do tempo,
usando um cronômetro durante todo o processo de aquecimento do corpo até
atingir a temperatura de equilíbrio juntamente com a temperatura do banho,
longe do sólido. O corpo submerso foi retirado e mantido apoiado no suporte. O
procedimento experimental foi repetido para os cinco corpos restantes.
Após o término do experimento a bomba, a resistência e o medidor de
temperatura foram desligados e os fios dos corpos de prova foram
desconectados. O controlador/medidor de temperatura foi colocado no
equipamento de origem, o corpo de prova só foi guardado depois de resfriado e
os fios foram organizados. A válvula gaveta foi aberta novamente, girando-a no
sentido anti-horário para esvaziar a água contida nos reservatórios.
15

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

As dimensões dos corpos de prova foram medidas, com o auxílio de um


paquímetro. Os resultados obtidos são mostrados na tabela 2.

Tabela 2: Dimensões dos corpos de prova de diferentes materiais.

Cobre Alumínio
cilíndrico esférico placa cilíndrico esférico placa
Diâmetro (cm) 4,8 4,8 - 4,8 4,8 -
Altura (cm) 14,9 - 14,9 14,9 - 14,9
Comprimento (cm) - - 9,8 - - 9,8
Largura (cm) - - 1 - - 1

A partir dos dados da Tabela 2, calcula-se os volumes e as áreas dos


corpos de prova, pelas equações correspondentes a cada geometria (Tabela 3).

Tabela 3: Equações para o cálculo de área e volume dos corpos de prova.

Esfera Cilíndro Placa

Área = 𝑟2 = 𝑟 (ℎ + 𝑟) =𝑐 𝐿

𝑟3
Volume = = 𝑟2 ℎ = (𝑐 𝑙+𝑐 ℎ +𝑙 ℎ)

Os corpos de prova de mesma geometria possuem as mesmas


dimensões. Os valores de área e volume obtidos para os corpos cilíndricos e
esféricos e para as placas, são mostrados na Tabela 4.

Tabela 4: Áreas e volumes dos corpos de prova em função das geometrias.

Grandeza
Geometria Área (cm²) Área (m²) Volume (cm³) Volume(m³)
Cilíndrico 260,75 0,026075 269,49 0,000269
Esférico 72,35 0,007235 57,88 0,000058
Placa 341,44 0,034144 146,02 0,000146

O coeficiente de transferência de calor (h) pode ser obtido por


determinações simultâneas de temperatura e tempo.
16

As temperaturas iniciais (t = 0) dos corpos de prova foram medidas. Em


seguida, os corpos foram imersos, um a um, no tanque de imersão. O
comportamento da temperatura de cada corpo, em relação ao tempo, é
registrado na Tabela 5. O último instante de tempo indica o momento em que o
equilíbrio foi atingido (Tf∞).

Tabela 5: Dados experimentais.

Temperatura (°C)
Cilíndrico Esférico Placa

tempo (s) Alumínio Cobre Alumínio Cobre Alumínio Cobre


0 26 25 24 26 28 24
10 34 34 36 41 42 44
20 44 42 50 52 53 54
30 51 48 55 56 54 56
40 54 52 56 57 56 57
50 56 55 57 58 57 58
60 57 56 58 - 58 -
70 58 58 - - - -

Admite-se que a temperatura do sólido se mantém uniforme durante a


troca de calor, que suas propriedades físicas são constantes e que o fluído
assume sua temperatura.
Com base na Primeira Lei da Termodinâmica, sabe-se que:

𝑑𝑇
𝜌. 𝐶𝑝. . = −ℎ̅. (𝑇𝑠 − 𝑇𝑓∞ ).
𝑑𝑡

Sendo: ρ = densidade do sólido, Cp = calor específico do sólido, V = volume do sólido,


A = área superficial do sólido, h = coeficiente de transferência de calor, t = tempo, Ts =
temperatura do sólido e Tf∞ = temperatura do fluído no infinito.

O parâmetro adimensional ψ representa a distribuição de temperaturas ao


longo da troca de calor:
𝑇𝑠 − 𝑇𝑓∞
𝜓=
𝑇𝑠0 − 𝑇𝑓∞
17

Assim, têm-se que:


𝑑𝜓 −ℎ̅. . 𝑡
=
𝜓 𝜌. 𝐶𝑝.

Sendo Ts = Ts0, no instante de tempo t=0, têm-se ψ = 1. A integração da


equação resulta na equação linearizada:
−ℎ.̅ .𝑡
𝑙𝑛𝜓 =
𝜌. 𝐶𝑝.

Deste modo, calcula-se os valores de ψ e lnψ correspondentes às


temperaturas dos corpos de prova. Os valores obtidos são mostrados nas
Tabelas 6, 7 e 8.

Tabela 6: Parâmetro adimensional dos corpos de prova cilíndricos.

Corpos cilíndricos

Alumínio Cobre
t (s) t (h) T (°C) 𝜓 ln 𝜓 T (°C) 𝜓 ln 𝜓
0 0 26 1 0 25 1 0
10 0,0028 34 0,7500 -0,2877 34 0,7273 -0,3185
20 0,0056 44 0,4375 -0,8267 42 0,4848 -0,7239
30 0,0083 51 0,2188 -1,5198 48 0,3030 -1,1939
40 0,0111 54 0,1250 -2,0794 52 0,1818 -1,7047
50 0,0139 56 0,0625 -2,7726 55 0,0909 -2,3979
60 0,0167 57 0,0313 -3,4657 56 0,0606 -2,8034
70 0,0194 58 0 - 58 0 -

Tabela 7: Parâmetro adimensional dos corpos de prova esféricos.

Corpos Esféricos

Alumínio Cobre
t (s) t (h) T (°C) 𝜓 ln 𝜓 T (°C) 𝜓 ln 𝜓
0 0 24 1 0 26 1 0
10 0,0028 36 0,6471 -0,4353 41 0,5313 -0,6325
20 0,0056 50 0,2353 -1,4469 52 0,1875 -1,6740
30 0,0083 55 0,0882 -2,4277 56 0,0625 -2,7726
40 0,0111 56 0,0588 -2,8332 57 0,0313 -3,4657
50 0,0139 57 0,0294 -3,5264 58 0,0000 -
60 0,0167 58 0,0000 - - - -
70 0,0194 - - - - - -
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Tabela 8: Parâmetro adimensional dos corpos de prova Placas.

Placas
Alumínio Cobre
t (s) t (h) T (°C) 𝜓 ln 𝜓 T (°C) 𝜓 ln 𝜓
0 0 28 1 0 24 1 0
10 0,0028 42 0,5333 -0,6286 44 0,4118 -0,8873
20 0,0056 53 0,1667 -1,7918 54 0,1176 -2,1401
30 0,0083 54 0,1333 -2,0149 56 0,0588 -2,8332
40 0,0111 56 0,0667 -2,7081 57 0,0294 -3,5264
50 0,0139 57 0,0333 -3,4012 58 0 -
60 0,0167 58 0 - - - -
70 0,0194 - - - - - -

O parâmetro ψ, em função do tempo, representa o perfil das temperaturas


dos corpos de prova, obtidas experimentalmente (Figura 5).

Figura 5: Perfil de temperatura de diferentes corpos de prova em função do tempo.

Nota-se que o comportamento da temperatura ao longo do tempo é


influenciado tanto pelo material que compõe o corpo, como pela sua geometria.
A equação integrada que define o parâmetro adimensional apresenta um
comportamento linear. A reta do tipo: 𝑦 = 𝑏𝑥 é definida pelos termos:

−ℎ.̅ .𝑡 −ℎ̅.
𝑙𝑛𝜓 = , 𝑦 = 𝑙𝑛𝜓, 𝑏= , 𝑥=𝑡
𝜌. 𝐶𝑝. 𝜌. 𝐶𝑝.

As figura 6 e 7 mostram os gráficos plotados em função de lnψ e do tempo


e o ajuste linear, para os corpos de prova de alumínio e cobre, respectivamente.
19

Figura 6: Ajuste linear para os corpos de Alumínio.


20

Figura 7: Ajuste linear para os corpos de Cobre.


21

Conhecidos os valores do coeficiente angular da reta (b), da densidade


(ρ), do calor específico (Cp), da área superficial (A) e do volume (V) do sólido,
pode-se determinar o coeficiente de transferência de calor (h) (Tabela 9), pela
relação:

−𝑏. 𝜌. 𝐶𝑝.
ℎ̅ =

Tabela 9: Coeficientes de transferência de calor para corpos de prova de diferentes materiais e


geometrias.
Alumínio Cobre
Cilíndrico Esférico Placa Cilíndrico Esférico Placa
b (1/h) -213,68294 -265,43641 -241,37954 -174,21163 -326,57537 -323,95072
ρ (kg/m³) 2707 2707 2707 8920 8920 8920
Cp (Kcal/kg°C) 0,208 0,208 0,208 0,092 0,092 0,092
V (m³) 0,000269 0,000058 0,000146 0,000269 0,000058 0,000146
A(m²) 0,026075 0,007235 0,034144 0,026075 0,007235 0,034144
h (Kcal/m².h.°C) 1241,22 1198,12 581,15 1474,91 2148,45 1136,76

Por meio da análise da equação que define o coeficiente de transferência


de calor (h), observa-se que h é diretamente proporcional aos valores do produto
entre a densidade (ρ) e o calor específico (Cp) do sólido e à razão entre o volume
(V) e a área (A).
Nota-se que o produto (𝜌 𝐶𝑝) é maior para o cobre. Assim, espera-se
que um corpo de prova de cobre tenha maior coeficiente de transferência de
calor, quando comparado à outro de alumínio, de mesma geometria.
A avaliação dos resultados permite concluir que h é maior para os corpos
de cobre, em comparação aos de alumínio, em todos os casos de geometria,
como era esperado.
Em relação à geometria, espera-se que h seja maior nos corpos cilíndricos
(V/A ≈ 1) e menor nas placas (V/A ≈ 0,4). Os corpos esféricos apresentam uma
razão intermediária (V/A ≈ 0,8).
Os resultados são completamente satisfatórios para os corpos de
alumínio. O corpo cilíndrico apresentou o maior valor de h e a placa, o menor.
No que diz respeito aos corpos de cobre, a placa apresentou o menor
valor de h, entretanto, o maior valor foi atribuído ao corpo esférico, em
discordância com a fundamentação teórica. Este fato pode ser relacionado ao
baixo coeficiente angular obtido para o corpo cilíndrico, quando comparado às
22

demais geometrias. Os erros experimentais estão associados à imprecisão do


termopar, usado para medir e controlar a temperatura, e à erros de medição, por
parte do experimentador.
O método de linearização de equações não lineares foi eficiente na
determinação do coeficiente de transferência de calor e foram obtidos bons
coeficientes de correlação, para todos os corpos de prova. Em geral, o
experimento foi considerado válido e os resultados aceitáveis.
23

5 CONCLUSÕES

Com base nos dados teóricos e nos resultados e discussões


apresentados anteriormente, conclui-se que o comportamento da temperatura
ao decorrer do tempo está diretamente relacionado com o tipo de material que
constituí os corpos de prova e as suas geometrias.
Os valores dos coeficientes de transferência de calor (h) se definem pelo
produto da densidade pelo calor especifico de cada corpo e a razão entre a área
e o volume.
Como descreve a teoria, para materiais constituídos de cobre, espera-se
maiores transferências de calor quando comparados com corpos de prova de
alumínio, de mesma geometria. O mesmo foi obtido no experimento de
determinação do coeficiente de transferência de calor em regime transiente.
Quanto à sua geometria, os corpos de formatos cilíndricos e placas
apresentaram, respectivamente, maiores e menores coeficientes de troca de
calor. Já os esféricos, têm razões de volume e área de valores intermediários,
como era esperado.
Materiais constituídos de alumínio, durante o decorrer do experimento,
apresentaram resultados satisfatórios de acordo com o que se diz na teoria.
Entretanto, para corpos de cobre, os de placas e os esféricos, mostraram
respectivamente, menores e maiores valores de h, discordando da teoria. Isto se
deve ao baixo coeficiente angular obtido para o corpo cilíndrico, quando
comparado às demais geometrias. Este equívoco experimental se deve à
imprecisão do termopar do equipamento utilizado e, também, à possíveis erros
de medição.
No experimento de determinação do coeficiente de transferência de calor
em regime transiente, utilizando corpos de prova de cobre e alumínio, os valores
obtidos estão de acordo com a fundamentação teórica.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PORTE, A. F. Transferência de calor e massa. 2007.157 f. Universidade de


Santa Cruz do Sul, Departamento de engenharia, arquitetura e ciências
agrárias. Disponível em:
<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAn3UAK/transferencia-calor> Acesso
em: 30 abr. 2014.

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