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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

BRUNO LESZCZYNSKI BASSO


LUIZ FERREIRA DE AGUIAR FILHO
PEDRO HENRIQUE ALVES CRUZ
RODRIGO GOMES TOMAZ

LABORATÓRIO DE SISTEMAS AMBIENTAIS


MEDIÇÃO DE TEMPERATURA COM O TERMISTOR

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS


2022
RESUMO
O relatório visa observar o comportamento de diferentes termistores com o aumento e
decréscimo de temperatura a fim de observar o comportamento da sua resistência em relação
com a temperatura. Foi comprovada uma relação, já esperada, entre as duas características.

INTRODUÇÃO
Para a quarta atividade prática da disciplina de Instrumentação para Sistemas
Ambientais foi estudado o comportamento dos termistores, estes que são resistências elétricas
que apresentam uma variação em seu valor nominal em função da temperatura(PARENTE,
2000), mais especificamente para esta atividade foram utilizados termistores NTC (Negative
Temperature Coeficient) estes manifestam uma relação inversamente proporcional com a
temperatura e a resistência ou seja em temperaturas mais altas a resistência é menor e em
mais baixas ela é maior.
Gráfico 1

Gráfico do comportamento do termistor NTC


A composição dos termistores é feita de materiais semicondutores sensíveis
termicamente, geralmente óxidos de metais do grupo do ferro como Cromo (CrO, Cr2O3),
Manganês(MnO), Cobalto (CoO) e óxidos ferrosos (JENKINS,2011), estes materiais que
providenciam as suas características físicas.
Algumas aplicações para estes equipamentos são: sondas de temperatura,
aparelhagem médica, eletrodomésticos, no setor automobilístico, em aplicações militares
entre outros.
Pode-se equacionar uma relação matemática exponencial da resistência com a
temperatura, na qual β é a temperatura característica do material e 𝑅0 a resistência à 25 ℃
𝑅 = 𝑅𝑜 * 𝑒𝑥𝑝𝐵 {[1/𝑇) − (1/𝑇𝑜)]}
Além dessa utilizando a equação de Steinhart–Hart que se trata de uma aproximação
linear, com ela pode-se pode calcular a temperatura a partir das resistências, dentro da
equação há a presença de 3 coeficientes(A, B e C) chamados de parâmetros de Steinhart–Hart
que são específicos para cada equipamento (STEINHART,1968).
1 3
𝑇
= 𝐴 + 𝐵 · 𝑙𝑛 𝑅 + 𝐶 · (𝑙𝑛 𝑅)

A partir destas características e equacionamentos o foco deste experimento é analisar


e coletar dados sobre os termistores e fazer inferências sobre tais comportamentos para no
fim observá-los e fazer comparações com a literatura.

OBJETIVO
Através deste experimento, objetiva-se a observação do comportamento dos
termistores fornecidos ao grupo em situações de aumento e decréscimo de temperatura,
visando a criação de uma curva que estabeleça uma relação entre a resistência elétrica e a
temperatura.

MATERIAIS E MÉTODOS
Para a devida realização do experimento, foram utilizados os seguintes materiais:
● Dois termistores diferentes (Figuras 1 e 2);
● Recipiente (caneca);
● Água;
● Chapa de aquecimento;
● Gelo;
● Multímetro;
● Tensão de rede (110 e 220V);
● Termômetro de bulbo.

Figura 1: Um dos termistores (1) utilizados Figura 2: Um dos termistores (2) utilizados

Fonte: Os autores (2022).

DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO
Primeiramente, foi registrada a temperatura ambiente (25ºC, aproximadamente) com o
termômetro e as resistências dos termistores nessa temperatura com o multímetro, para
podermos ter um parâmetro.
Em seguida, o recipiente foi preenchido com água quente a quase 100 °C e nele foram
colocados os termistores e o termômetro. Foi-se observando e tomando nota da mudança da
resistência à medida que a temperatura aumentava, chegando finalmente à temperatura
ambiente.
Após isso, o mesmo procedimento foi realizado com os termistores, porém utilizando
agora água fria a quase 0 °C que foi também retornando para a temperatura ambiente.
Os dados obtidos nessas duas etapas foram dispostos em tabelas, tornando possível
observar o comportamento da resistência em relação à temperatura e gerar gráficos que
ilustram a variação dessas duas características.

RESULTADOS OBTIDOS
A partir do procedimento experimental descrito gerou-se dois gráficos da variação da
resistência, conforme a temperatura aumentava e diminuía, para cada termistor. Foi
considerado como Termistor 1 aquele que apresentava resistência de 40 ohms em temperatura
ambiente, e Termistor 2 o que teve resistência de 2400 ohms em temperatura ambiente.
O Gráfico 1 e Gráfico 2 apresentam a variação da resistência enquanto a temperatura
aumentava, respectivamente para o Termistor 1 e o Termistor 2. Já o Gráfico 3 e Gráfico 4
apresentam a mesma relação para os respectivos Termistores, enquanto a temperatura
diminui.

Gráfico 1: variação da resistência para o Termistor 1, enquanto a temperatura diminui


Gráfico 2: variação da resistência para o Termistor 1, enquanto a temperatura aumenta

Gráfico 3: variação da resistência para o Termistor 2, enquanto a temperatura diminui


Gráfico 4: variação da resistência para o Termistor 2, enquanto a temperatura aumenta

DISCUSSÃO
A análise gráfica dos resultados obtidos permite inferir que a resistência nos
termistores diminui conforme a temperatura aumenta, sendo uma relação inversamente
proporcional, com um ajuste linear exponencial. Para o gráfico 1 e 2, obteve-se linhas de
tendência exponencial com a seguintes equações y=88,5e^(-0,0324x) e 109e^(-0,0442x),
respectivamente. Ja para o grafico 3 e 4, obteve-se as seguintes linhas de tendência
6170e^(-0,0351x) e 7204e^(-0,0444x).

CONCLUSÃO
Com base nos gráficos, pode-se observar que a função exponencial tangencia grande
parte dos pontos em ambos os termistores analisados. Portanto é possível inferir que uma
relação matemática entre a resistividade elétrica e a temperatura é existente. Tal relação pode
ser vista na equação abaixo:
𝑅 = 𝑅𝑜 * 𝑒𝑥𝑝𝐵 {[1/𝑇) − (1/𝑇𝑜)]}
Fonte: (Cordeiro, 2007)

FERREIRA, J; CORDEIRO, O; et al. INTRODUÇÃO Termistores do tipo NTC (Negative


Temperature 2 O 4 . Nesta. 448 Cerâmica, v. 53, p. 448–454, 2007. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/ce/a/DDSqsGsBDj5VyXPNbgKKVWM/?format=pdf&lang=pt>.
Acesso em: 2 jun. 2022.
J‌ ENKINS, Scott. Measurement and Instrumentation: Theory and Application. Chemical
Engineering, v. 118, n. 12, p. 9-10, 2011.

STEINHART, John S.; HART, Stanley R. Calibration curves for thermistors. In: Deep sea
research and oceanographic abstracts. Elsevier, 1968. p. 497-503.

TERMISTORES - NTC. [S. l.], 25 mar. 2000. Disponível em:


http://www.eletrica.ufpr.br/edu/Sensores/2000/brenno/. Acesso em: 2 jun. 2022.

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