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Temperatura e termometria
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2023/2024
Conteúdo
1 Objetivos do Trabalho 2
2 Introdução Teórica 2
2.1 Estudo do Termı́stor: Resistência elétrica em função da Temperatura R(T ) . . . 2
2.2 Estudo do Termopar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
5 Conclusão 13
6 Anexo de registos 14
6.1 Registos Experimentais - Tabelas de Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
6.2 Código utilizado para obter os gráficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
7 Referências 19
1
1 Objetivos do Trabalho
• Estudar a variação da resistência com a temperatura para um metal e um semicondutor.
2 Introdução Teórica
Como a tranferência de energia entre corpos é a base teórica que sustenta esta atividade
laboratorial, é importante notar que este evento pode se realizar de duas maneiras, sob forma
de calor ou de trabalho. Nesta atividade laboratorial apenas vamos estudar a vertente das
tranferências de energia através do calor.
Segundo a lei zero da Termodinâmica se dois corpos estiverem a uma dada temperatura e
um terceiro corpo estiver à mesma temperatura que um dos anteriores, então os três corpos
estão à mesma temperatura.
Dois objetos estão então em equilı́brio termodinâmico se, entre outros fatores, tiverem igual
temperatura, pelo que a temperatura é uma variável que caracteriza o sistema termodinâmico.
Para além disso também é importante notar que dois objetos dizem-se em equilı́brio térmico
quando existe troca de energia entre eles, mas não existe trabalho realizado, pelo que as trocas
ocorrem do corpo com maior temperatura para o corpo com menor temperatura, cessando-se
quando estes estiverem em equilı́brio térmico.
Há ainda um outro tipo de termómetro, termopar, que é composto por dois condutores
diferentes conectados numa das extremidades. Após exposição a uma variação de temperatura,
há uma diferença de potencial, praticamente proporcional à temperatura. Isto permite medições
precisas para várias gamas de temperatura, dependendo dos materiais, o que faz o termopar
ser um sensor muito utilizado em aplicações cientı́ficas e industriais.
Posto isto, neste trabalho experimental foi estudada a variação da resistência elétrica em
função da temperatura R(T ) para um metal e um semicondutor e na segunda parte desta PL
procedemos ao estudo da variação da temperatura com o campo elétrico estabelecido na região
de junção entre 2 metais diferentes.
A resistividade elétrica do fio depende então das suas caracterı́sticas intrı́nsecas, nomeada-
mente o materaial que o constitui que vai afetar a concentração de eletrões nele presente.
2
Também podemos notar que a resistividade elétrica de um metal varia em função da tempe-
ratura segundo a seguinte equação:
ρ(T ) = ρ0 [1 + α0 (T − T0 )] (2)
Através desta equação podemos notar que com o aumento da temperatura a resistividade
elétrica de um material aumenta.
No entanto, para o semicondutor sabemos que a resistividade elétrica é bem descrita por:
b
ρ(T ) = Ke T (3)
A força elteromotriz gerada dá-se, pois, quando dois condutores se encontram juntos, no caso
de haver uma diferença de temperatura, os eletrões migram de um para o outro.
J = σ(−∇V + Eemf )
V = S∆T (4)
3
3 Estudo da R(T ) de um metal e de um termistor
Nesta atividade laboratorial procedemos ao estudo da variação da resistência em função da
temperatura para um metal e um semicondutor.
Para tal, começámos por desenhar um circuito que nos permitisse aceder à corrente que o
percorria com um amperı́metro e à diferença de potencial em função do tempo com recurso ao
DataStudio.
Por outro lado também utilizámos um multı́metro que foi colocado em paralelo com cada
resistência estudada de modo a podermos obter os valores da d.d.p. desejados.
4
3.2 Análise dos dados
3.2.1 Metal
Assim que coletámos os dados necessários utilizámos a equação 2 para calcular o parâmetro
α0 , pelo que apenas tivémos de dividir a equação em causa por ρ0 de modo a podermos obter
o parâmetro desejado através do declive do gráfico.
ρ(T )
= 1 + α0 (T − T0 )
ρ0
Para além disso e tendo em conta a equação 1 podemos notar que os parâmetros L e A são
iguais para ρ(T ) e para ρ0 , pelo que:
ρ(T ) R(T )
=
ρ0 R0
ρ(T )
Visto isto e considerando como a variável dependente, (T − T0 ) como a variável inde-
ρ0
pendente e a ordenada na origem igual a 1:
5
3.3 Discussão dos Resultados
Como podemos ver pela figura 2 existe uma dependência linear da variação de temperatura
com a resistência, o que vem confirmar o facto desta resistência ser constituida por metal.
Agora de modo a ver a que metal esta resistência corresponde vamos recorrer à seguinte
tabela fornecida pela professora Maria Cruz nos seus apontamentos acerca desta TL:
Através da tabela 3 podemos notar que o metal cujo constante caracterı́stica mais se aproxima
do valor obtido experimentalmente é o cobre que tem uma constante caracterı́stica de 0.004◦ C −1 .
Para além disso como podemos ver a nossa escolha do metal da resistência tem um erro
relativo de 5 %, o que mostra um bom grau de confiança na nossa decisão.
6
3.3.1 Semicondutor
De modo a estudar o comportamento desta resistência recorremos à equação 3 para calcular
os parâmetros que caracterizam o semicondutor.
Para isso definimos a variável independente com o inverso da temperatura e a variável de-
pendente como R(T ), o que resultou no seguinte gráfico:
7
A partir do qual podemos retirar os valores dos parâmetros desejados:
Visto que os nosso coeficiente b tem um erro bastante reduzido podemos concluir que os
dados obtidos corroboram a teoria por detrás desta atividade, confirmando que o semicondutor
se comporta assim como a equação 3 o indica.
8
4 Calibração de um termopar e análise do seu funciona-
mento
Prentede-se determinar, com os registos experimentais, qual o tipo de termopar utilizado.
Pretende-se ainda traçar um gráfico de V(T) do qual vamos retirar o coeficiente de Seebeck
experimental. A calibração do termopar foi feita para uma gama de temperaturas de 0ºC a
90ºC.
O gobelet com água foi assente numa placa de aquecimento e a sua temperatura foi gra-
dual e lentamente aumentada (para garantir uma sucessão de estados de equilı́brio). Com um
termómetro digital iam-se lendo valores de temperatura, à medida que se iam lendo aumentos
de 0,25mV de diferença de potencial no amplificador. Foram registados e usados para a deter-
minação (calibração) do termopar.
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4.2 Análise de Dados
4.2.1 Indentificação do tipo de termopar
Figura 7: Tabela de vários tipos de ligas metálicas. Retirado dos apontamentos da professora
Maria Cruz.
Min Temp C Max Temp C Min Temp mV Max Temp mV Min Temp µV/C Max Temp µV/C
Valores 28,4 91,3 1,25 4,25 44 46,5
∆ 0,1 0,1 0,05 0,05 2 0,6
∆% 0,35% 0,11% 4,00% 1,18% 4,54% 1,29%
Temos de conjugar os parâmetros identificadores da liga em uso como termopar que ob-
tivemos na tabela 1 juntamente com o que é constatado na figura 7. Dito isto, rapidamente
concluı́mos que há dois tipos de liga onde se verificam que todos os nossos valores experimentais
se encontram contidos nos de referência. São eles os tipos J e T.
Para conhecermos agora o valor do coeficiente de Seebeck para esta liga, precisamos de nos
socorrer da tabela 2:
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Tipo Ligas Coeficiente de Seebeck µV/K
E Cromel-Constantan 60
J Ferro-Constantan 51
T Cobre-Constantan 40
K Cromel-Alumel 40
N Nicrosil-Nisil 38
S Pt (10% Rh)-Pt 11
B Pt (30% Rh)-Pt (6% Rh) 8
R Pt (13% Rh)-Pt 12
Tabela 2: Tabela com valores de referência do coeficiente de Seebeck para vários tipos de ligas
metálicas.
Sabemos, de imediato, tendo em conta os tipos de liga selecionados, que os possı́veis valores
teóricos assegurados pelos valores de referência para o coeficiente de Seebeck são de 51 µV/K
no tipo J e a liga é Ferro-Constantan e de 40 µV/K no tipo T e a liga é Cobre-Constantan.
Figura 8: V em função de T, com declive (46,072 sem propagação de incertezas tido em conta) a
equivaler ao coeficiente de Seebeck de uma das ligas ou Cobre-Constantan ou Ferro-Constantan
experimental.
11
4.3 Discussão de Resultados
Ora, temos dois tipos diferentes de ligas metálicas que são possı́veis candidatos teóricos para
a nossa atividade experimental. Logo, teremos que fazer duas contas diferentes para erros
relativos tendo em conta, respetivamente, a liga Cobre-Constantan e Ferro-Constantan.
Apesar de uma tentativa para minimizar perdas, utilizando papel de modo a ”selar”os orifı́cios
da tampa do gobelet, perdas com o exterior são praticamente inevitáveis, pelo que existirá uma
dissipação na forma de calor que influencia o valor experimental do coeficiente de Seebeck.
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5 Conclusão
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6 Anexo de registos
6.1 Registos Experimentais - Tabelas de Dados
T(ºC) V (µV )
28,4 1250
32,5 1500
38,3 1750
44,1 2000
49,1 2250
54,9 2500
59,9 2750
66 3000
70,9 3250
76 3500
81,2 3750
85,4 4000
91,3 4250
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R (Ω) T −1 (K −1 ) R (Ω) T −1 (K −1 ) R (Ω) T −1 (K −1 ) R (Ω) T −1 (K −1 )
136,994 3,406E-3 73,387 3,220E-3 40,120 3,044E-3 21,523 2,868E-3
133,086 3,395E-3 72,405 3,213E-3 38,156 3,036E-3 21,523 2,860E-3
127,214 3,386E-3 69,479 3,202E-3 38,156 3,029E-3 20,541 2,853E-3
125,251 3,377E-3 66,533 3,194E-3 36,212 3,015E-3 19,579 2,849E-3
121,343 3,369E-3 65,571 3,183E-3 36,212 3,008E-3 19,579 2,840E-3
118,397 3,358E-3 62,625 3,174E-3 34,248 3,001E-3 18,597 2,832E-3
113,507 3,348E-3 60,661 3,164E-3 33,267 2,992E-3 18,597 2,829E-3
109,599 3,339E-3 58,717 3,155E-3 32,285 2,986E-3 17,615 2,820E-3
106,653 3,329E-3 55,772 3,145E-3 31,323 2,974E-3 16,633 2,814E-3
102,745 3,319E-3 54,790 3,135E-3 31,323 2,967E-3 16,633 2,809E-3
100,782 3,310E-3 51,864 3,127E-3 29,359 2,960E-3 17,615 2,804E-3
95,892 3,300E-3 51,864 3,117E-3 29,359 2,950E-3 15,651 2,796E-3
93,948 3,292E-3 46,974 3,109E-3 28,377 2,944E-3 15,651 2,794E-3
91,002 3,280E-3 47,956 3,099E-3 27,395 2,934E-3 15,651 2,785E-3
87,094 3,271E-3 45,992 3,089E-3 27,395 2,928E-3 15,651 2,777E-3
83,186 3,261E-3 45,010 3,080E-3 24,469 2,921E-3 14,669 2,771E-3
81,222 3,249E-3 42,084 3,071E-3 25,451 2,913E-3 15,651 2,764E-3
79,259 3,240E-3 43,066 3,062E-3 24,469 2,905E-3 14,669 2,760E-3
76,333 3,233E-3 41,102 3,050E-3 23,487 2,896E-3 15,651 2,752E-3
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6.2 Código utilizado para obter os gráficos
Código escrito em Python utilizado na produção dos gráficos das Figuras: 2, 4, 8.
def f1 ( x ):
return 0.004197754* x +1
def f2 ( x ):
return 0.001* np . exp (3476.1* x )
def f3 ( x ):
return 46.0721283630781* x
def f4 ( x ):
return np . log (0.001)+3476.1* x
# metal
r0list , dtlist = Read_Two_Column_File (" R0dT . txt ")
# semi condutor
rlist , tinvlist = Read_Two_Column_File (" R1T . txt ")
# termopar
dt2list , dvlist = Read_Two_Column_File (" dVdT . txt ")
logrlist =[]
for val in rlist :
logrlist . append ( np . log ( val ))
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t = np . linspace (0 , 90 , 1000)
# metal
plt . xlim (0 ,85)
plt . ylim (0.975 ,1.35)
plt . plot (t , f1 ( t ) , color = " crimson " , label = r " $ \ frac { R }{ R_0 } =
(4.1978\ times10 ^{ -3}) $ $ \ Delta$T + $1 .000 $ ")
plt . plot ( dtlist , r0list , "." , color = " darkred " ,
label = " Pontos Experimentais ")
plt . title (" Aquecimento do metal " , fontsize =14.5)
plt . xlabel (" $ \ Delta$T ( C )" , fontsize =13)
plt . ylabel (" $R / R_0$ ( $ \ Omega$ )" , fontsize =13)
plt . legend ( loc =4 , fontsize =12.5 , ncols =1)
plt . grid ()
plt . show ()
17
t = np . linspace (20 , 100 , 1000)
# termopar
plt . ticklabel_format ( axis = " y " , style = " sci " ,
scilimits =(0 ,0) , useOffset = None , useLocale = None , useMathText = True )
plt . xlim (27 , 93)
plt . ylim (1000 ,4500)
plt . plot (t , f3 ( t ) , color = " crimson " , label = r " $V = 46.072 $ T ")
plt . plot ( dt2list , dvlist , " o " , color = " darkred " ,
label = " Pontos Experimentais ")
plt . title (" G r f i c o de V ( T )" , fontsize =14)
plt . xlabel (" T ( $ C $ )" , fontsize =13)
plt . ylabel ( r " $V$ ( $ \ mu V$ )" , fontsize =13)
plt . legend ( loc =4 , fontsize =12.5 , ncols =1)
plt . grid ()
plt . show ()
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7 Referências
[1] Wikipedia contributors. (2023, December 5). Thermocouple. In Wikipedia, The Free
Encyclopedia. https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Thermocouple&oldid=
1188491416
[3] Libretexts. (2022, September 20). 6.5: Thermoelectric effects. Physics LibreTexts.
https://phys.libretexts.org/Bookshelves/Thermodynamics_and_Statistical_
Mechanics/Essenuial_Graduate_Physics_-_Statistical_Mechanics_(Likharev)/06%
3A_Elements_of_Kinetics/6.05%3A_Thermoelectric_effects
[4] Wikipedia contributors. (2023, November 16). Thermoelectric effect. In Wikipedia, The
Free Encyclopedia. https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Thermoelectric_
effect&oldid=1185325596
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