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Universidade Federal da Paraíba


Centro de Ciências Exatas e da Natureza
Departamento de Física
Curso de Física Experimental II

Resistividade - 2ª Lei de Ohm

Gabrihel Vasconcelos de Albuquerque


Josefa Soares da Silva
Rafaelly Sousa Silva
Tarcila Ferreira Domingues do Nascimento

João Pessoa - PB
Agosto de 2023
Gabrihel Vasconcelos de Albuquerque; Josefa Soares da Silva; Rafaelly
Sousa Silva; Tarcila Ferreira Domingues do Nascimento

Resistividade - 2ª Lei de Ohm

Relatório técnico do experimento referente à


Segunda Lei de Ohm - Resistividade reali-
zado em sala no dia 21 de agosto de 2023,
com o objetivo de apresentar os resultados e
os conhecimentos adquiridos durante o expe-
rimento.
Professor: Umbelino de Freitas Neto

João Pessoa, agosto de 2023


SUMÁRIO SUMÁRIO

Sumário
1 Introdução 4

2 Objetivos 5

3 Fundamentação teórica 6

4 Metodologia 8
4.1 Materiais utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4.2 Procedimento experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

5 Resultados e análises 9
5.1 Medidas tabeladas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
5.2 Gráficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
5.3 Análise dos resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

6 Conclusão e considerações finais 13

7 Anexos 14

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1 INTRODUÇÃO

1 Introdução
Este relatório representa a síntese dos resultados obtidos no laboratório de Física
Experimental II e das observações físicas realizadas durante o experimento da 2ª Lei de
Ohm - Resistividade.
Através da fundamentação teórica em Eletromagnetismo e da prática realizada com
os materiais disponibilizados, pudemos verificar os distintos fatores que influenciam na
resistividade de um material, nos quais são, principalmente, temperatura, tipo de material
e sua estrutura cristalina.
Também foi possível analisar a relação da resistência de um fio metálico com seu
comprimento, resistividade e área da secção desse fio.
Palavras-chave: Resistividade, resistência, comprimento, fio metálico, área, corrente
elétrica, tensão.

4
2 OBJETIVOS

2 Objetivos
O objetivo desse experimento foi verificar a relação que a resistência tem com o com-
primento (L), a área (A) e a resistividade do material (ρ) atrevés de três tipos de circuitos,
montados no laboratório. A finalidade foi de compreender o comportamento desses dis-
positivos e verificar sua conformidade com a 2ª Lei de Ohm.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3 Fundamentação teórica
Através do estudo do Eletromagnetismo, sabe-se que a segunda Lei de Ohm relaciona
as grandezas que influenciam na resistividade de um condutor elétrico. Essas grandezas
são: resistividade do material (ρ), largura do condutor (L) e a área da secção transversal
do condutor (A), assim como representado na figura abaixo:

Figura 1: Uma diferença de potencial V é aplicada às extremidades de um fio de compri-


mento L e seção reta A, estabelecendo uma corrente i.

A resistividade do material, é uma propriedade intrínseca. Ou seja, não depende da


sua forma, apenas da composição e estrutura que ele é feito. Para calcular essa grandeza,
deve-se focar a atenção no campo elétrico E e na densidade de corrente J que existe em
um ponto do material resistivo, segundo a equação:
E
ρ= (1)
J
Assim como a maioria das grandezas físicas, a resistividade sofre variação com a tempe-
ratura. Tal fato ocorre porque o calor causa aumento na agitação molecular, ocasionando
colisões no interior do condutor, ocasionando um aumento na resistência do material.
Essa variação acontece de acordo com a equação e com o gráfico abaixo:

ρ − ρ0 = ρ0 α(T − T0 ) (2)

Figura 2: Resistividade do cobre em função da temperatura. O ponto assinala uma


temperatura de referência conveniente.

Outros fatores, além da temperatura, que influenciam na resistividade são: tipo de


material, teor de umidade, frequência da corrente que atravessa o material, exposição à
radiação e estrutura cristalina do material.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Segunda Lei de Ohm cita em seu enunciado que a resistência elétrica, de um condu-
tor homogêneo de secção transversal constante, é diretamente proporcional ao seu com-
primento e inversamente proporcional à sua área de secção transversal, além de depender
do material que foi feito, logo, da sua resistividade. Ou seja, obedece à equação:
ρL
R= (3)
A
Dessa maneira, é possível perceber que a resistência elétrica de um condutor cresce
conforme o comprimento aumenta ou a área da secção transversal diminui. Por outro
lado, percebe-se que a resistência sofre diminuição conforme o comprimento diminui ou a
área da secção transversal aumenta.

7
4 METODOLOGIA

4 Metodologia
A metodologia utilizada pelo professor foi a abordagem prática da 2ª Lei de Ohm, no
laboratório de Física Experimental II, juntamente com as anotações das medidas realiza-
das e a análise desses dados que estarão descritos neste relatório.

4.1 Materiais utilizados


Para a realização do experimento, foram utilizados os seguintes materiais:
• Prancha de madeira para os três fios metálicos;

• 1 fio de liga metálica Constantan de diâmetro 0,4mm;

• 1 fio de liga metálica Constantan de diâmetro 0,2mm;

• 1 fio de cobre de diâmetro 0,2mm;

• 2 conectores do tipo jacaré;

• 1 resistor de 500 Ω;

• 2 multímetros;

• Cabos de conexão;

• 1 fonte de tensão.

4.2 Procedimento experimental


De início, verificamos a conexão dos fios metálicos na prancha de madeira. Após isso,
fazemos a montagem do circuito, que será a ligação da fonte de tensão e a conexão com um
resistor de 500 Ω em série com a prancha que contém os fios. Também fazemos a ligação
de um voltímetro em paralelo com o resistor, na escala de 200mV, e um aperímetro em
série com o resistor, na escala de 200mA.
Na imagem abaixo, representamos o experimento feito:

Figura 3: Circuito montado pelo nosso grupo durante o experimento de resistividade.

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5 RESULTADOS E ANÁLISES

É feita, na prancha de madeira, dez marcações de 20 a 200mm de distância, com uma


régua. A partir dessas marcações e os conectores do tipo jacaré, medimos os valores de
tensão para cada ponto marcado no fio metálico. Registramos o fio 1 como um fio de
liga metálica Constantan com diâmetro de 0,4 mm, o fio 2 como um fio de cobre com
diâmetro de 0,2 mm e o fio 3 sendo um fio de liga metálica Constantan com diâmetro de
0,2 mm. Após isso, foi feito o ajuste na fonte de tensão para que a corrente passada fosse
maior que 10mA e medimos esses valores de corrente para cada fio metálico. Em função
do comprimento do fio, realizamos, então, as dez medidas de tensão ao longo dos três fios.
Os valores estão apresentados na tabela 1.

5 Resultados e análises
5.1 Medidas tabeladas

Tabela 1: Medidas de (V xL) para fios de diferentes materiais e diâmetros


L(mm) 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 i(mA)
V(mV) Fio 1 9, 6 11, 8 15, 2 18, 1 21, 6 25, 7 28, 7 32, 5 36, 0 39, 5 15, 0
V(mV) Fio 2 1, 9 2, 3 2, 4 2, 4 2, 9 3, 0 2, 7 2, 7 3, 0 2, 9 20, 0
V(mV) Fio 3 3, 0 3, 7 4, 8 5, 2 6, 0 6, 8 8, 1 8, 6 9, 5 10, 3 15, 2
Tensão(V) Escala 200mV Resolução 0, 1 Corrente(mA) Escala 200mA Resolução 0, 1

A partir dos valores da tabela 1, pode-se calcular a resistência e resistividade através


das equações:
V RA
R= e ρ= (4)
i L

Tabela 2: Valores da resistência, área da secção transversal do fio, comprimento do fio,


resistividade e suas respectivas incertezas, para os dados do fio 1.
R σR A σA L σL ρ σρ
0,64 0,006 0,1256 0,0001 20 0,5 4,019*10−6 0,002
0,78 0,007 0,1256 0,0001 40 0,5 2,47*10−6 0,002
1,01 0,009 0,1256 0,0001 60 0,5 2,121*10−6 0,003
1,20 0,01 0,1256 0,0001 80 0,5 1,894*10−6 0,005
1,44 0,01 0,1256 0,0001 100 0,5 1,809*10−6 0,004
1,71 0,01 0,1256 0,0001 120 0,5 1,793*10−6 0,005
1,91 0,01 0,1256 0,0001 140 0,5 1,717*10−6 0,005
2,16 0,01 0,1256 0,0001 160 0,5 1,701*10−6 0,006
2,4 0,02 0,1256 0,0001 180 0,5 1,675*10−6 0,005
2,63 0,02 0,1256 0,0001 200 0,5 1,654*10−6 0,005

É possível traçar um gráfico da resistência em função do comprimento, a partir dos


dados da tabela 2. O grafíco está presente na próxima subseção.

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5.1 Medidas tabeladas 5 RESULTADOS E ANÁLISES

Tabela 3: Valores da resistência, área da secção transversal do fio, comprimento do fio,


resistividade e suas respectivas incertezas, para os dados do fio 2.
R σR A σA L σL ρ σρ
0,095 0,001 0,0314 0,0001 20 0,5 1,49*10−7 0,02
0,115 0,001 0,0314 0,0001 40 0,5 9,03*10−8 0,01
0,12 0,001 0,0314 0,0001 60 0,5 6,28*10−8 0,02
0,12 0,001 0,0314 0,0001 80 0,5 4,71*10−8 0,02
0,145 0,002 0,0314 0,0001 100 0,5 4,55*10−8 0,03
0,15 0,002 0,0314 0,0001 120 0,5 3,93*10−8 0,04
0,135 0,002 0,0314 0,0001 140 0,5 3,03*10−8 0,04
0,135 0,002 0,0314 0,0001 160 0,5 2,65*10−8 0,03
0,15 0,002 0,0314 0,0001 180 0,5 2,62*10−8 0,05
0,145 0,002 0,0314 0,0001 200 0,5 2,28*10−8 0,06

Novamente, é possível traçar um gráfico da resistência em função do comprimento, a


partir dos dados da tabela 3. O grafíco, também, está presente na próxima subseção.

Tabela 4: Valores da resistência, área da secção transversal do fio, comprimento do fio,


resistividade e suas respectivas incertezas, para os dados do fio 3.
R σR A σA L σL ρ σρ
0,197 0,002 0,0314 0,0001 20 0,5 3,1*10−7 0,1
0,243 0,002 0,0314 0,0001 40 0,5 1,91*10−7 0,09
0,315 0,003 0,0314 0,0001 60 0,5 1,65*10−7 0,08
0,342 0,003 0,0314 0,0001 80 0,5 1,34*10−7 0,06
0,394 0,004 0,0314 0,0001 100 0,5 1,24 *10−7 0,06
0,447 0,004 0,0314 0,0001 120 0,5 1,17*10−7 0,05
0,532 0,005 0,0314 0,0001 140 0,5 1,2*10−7 0,04
0,565 0,005 0,0314 0,0001 160 0,5 1,11*10−7 0,02
0,625 0,006 0,0314 0,0001 180 0,5 1,09*10−7 0,02
0,677 0,006 0,0314 0,0001 200 0,5 1,06*10−7 0,01

Por último, é possível traçar um gráfico da resistência em função do comprimento, a


partir dos dados da tabela 4. O grafíco, também, está presente na próxima subseção.

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5.2 Gráficos 5 RESULTADOS E ANÁLISES

5.2 Gráficos
A seguir, segue os gráficos construídos da resistência em função do comprimento do fio
para os três tipos de fio estudados em laboratório. Os gráficos e as respectivas regressões
lineares foram obtidas pelo software Gnuplot.

Gráfico 1 com reta de regressão linear - R (Ω) x L (mm) - da Tabela 1 (fio 1):

Gráfico 2 com reta de regressão linear - R (Ω) x L (mm) - da Tabela 2 (fio 2):

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5.3 Análise dos resultados 5 RESULTADOS E ANÁLISES

Gráfico 3 com reta de regressão linear - R (Ω) x L (mm) - da Tabela 3 (fio 3):

5.3 Análise dos resultados


É perceptível no gráfico 1 e 3 a linearidade da relação comprimento-resistência e no
gráfico 2, uma dispersão maior da linha comparada à sua regressão linear. Esse compor-
tamento é dado pelo fato de que o fio 2 é feito de um material distinto (cobre) ao dos
fios 1 e 3 (liga metálica). A resistividade é diferente, portanto, os gráficos também são.
Assim, torna-se perceptível a veracidade da segunda lei de Ohm, devido à dependência
da natureza do material com a resistência.
Pode-se verificar o valor da resistividade ρ para cada fio através de duas relações: o
cálculo pela equação da resistência e a análise do coeficiente angular da reta de regressão
linear. O coeficiente angular α é determinado por:
ρ
α= (5)
A
Pela regressão linear, tivemos α1 = (0, 01133 ± 0, 0002), α2 = (0, 00042 ± 0, 00004),
e α3 = (0, 01039 ± 0, 0002).

Temos, então, os valores de ρ1 = (0, 142±0, 002)∗10−6 Ωmm2 /m, ρ2 = (1, 32±0, 03)∗
10 Ωmm2 /m e ρ3 = (0, 326 ± 0, 004) ∗ 10−6 Ωmm2 /m.
−8

Os valores definidos e tabelados de resistividade são, para os fios de liga metálica,


ρ = 5 ∗ 10−6 Ωm e para o cobre, temos ρ = 1, 7 ∗ 10−8 Ωm.
Assim, podemos verificar que os valores encontrados em nosso experimento para os
fios de liga metálica Constantan são menores, porém estão na mesma ordem de grandeza
esperada. Para o fio de cobre, notamos que o valor também é um pouco menor, mas está
próximo do esperado. É notado que a resistividade do fio de liga metálica é maior que a
do fio de cobre, confirmando assim, a melhor condutividade elétrica do cobre.

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6 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

6 Conclusão e considerações finais


A realização do experimento e o tratamento dos dados permitiu a verificação prática
da Segunda Lei de Ohm. Tivemos a oportunidade de concluir ao longo do experimento e
analisando os resultados obtidos que há uma compatibilidade entre os resultados teóricos
e experimentais. O fato de que as previsões teóricas se aproximam das medidas práticas
reforça a compreensão dos conceitos estudados.
Além disso, o experimento foi importante para praticarmos a habilidade de montagem
de circuitos, a construção de gráficos com regressão linear, e a realização de medidas
elétricas.
É importante destacar que, em qualquer medição prática haverá margem de erro, ou
seja, pequenas discrepâncias entre valores teóricos e experimentais. Todavia, essas discre-
pâncias fornecem informações sobre a confiança da precisão nos experimentos práticos.
Assim, esta prática foi de extrema importância para o melhor entendimento da 2ª Lei
de Ohm. Ou seja, a experiência serviu de grande estímulo para os estudantes conseguirem
ver de maneira concreta o que se é estudado na teoria.

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7 ANEXOS

7 Anexos
Folha com os dados:

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REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS

Referências
[1] Phywe, Manual PHYWE de Experimentos de Física Moderna, Versão 11.10 - 2010.

[2] D. Halliday, R. Resnick, e J. Walker, Fundamentos de Física, LTC, Rio de Janeiro,


vol. 3, 8a. Ed. (2008).

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