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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

INSTITUTO DE FÍSICA – INFI


LABORATÓRIO DE FÍSICA 2

PROFESSOR: AIRTON CARLOS NOTARI


ACADÊMICOS: ISABELA LIMA DE ALENCAR

RESISTÊNCIA ELÉTRICA DE FIOS METÁLICOS

CAMPO GRANDE – MS
2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
INSTITUTO DE FÍSICA – INFI
LABORATÓRIO DE FÍSICA 2

RESISTÊNCIA ELÉTRICA DE FIOS METÁLICOS

PROFESSOR: AIRTON CARLOS NOTARI


ACADÊMICOS: ISABELA LIMA DE ALENCAR

Relatório apresentado ao curso de


Engenharia Elétrica como parte dos
requisitos necessários à obtenção da
formação acadêmica.

Campo Grande- MS
2023
Sumário

1.Introdução...................................................................................................................4
2.Objetivo.......................................................................................................................5
3. Materiais e Métodos..................................................................................................6
4. Resultados e Discussão...........................................................................................7
5.Conclusão ................................................................................................................11
6.Referências...............................................................................................................12
INTRODUÇÃO

A resistência elétrica é uma propriedade intrínseca de materiais condutores e


desempenha um papel fundamental na análise e projeto de circuitos elétricos. É
definida como a oposição que um material oferece ao fluxo de corrente elétrica quando
submetido a uma diferença de potencial (tensão) aplicada. O estudo da resistência
elétrica é de grande importância tanto do ponto de vista teórico, para compreender os
fenômenos elétricos, quanto do ponto de vista prático, para garantir a eficiência e
segurança na utilização de dispositivos e sistemas elétricos.

Este relatório apresenta os procedimentos e resultados de um experimento realizado


com o intuito de investigar a resistência elétrica de fios metálicos. O experimento
baseia-se nas Leis de Ohm e no Modelo de Drude, que fornecem fundamentos
teóricos para a compreensão do comportamento dos elétrons em um condutor.

A Lei de Ohm estabelece que a corrente elétrica que flui por um condutor é
diretamente proporcional à tensão aplicada, mantendo-se constante quando a
resistência elétrica é mantida constante. Essa relação matemática, expressa pela
fórmula I = V/R, onde I é a corrente elétrica, V é a tensão elétrica e R é a resistência
elétrica, é fundamental para a análise de circuitos e para o cálculo de grandezas
elétricas.

O Modelo de Drude, por sua vez, descreve o comportamento dos elétrons em um


condutor metálico. Segundo esse modelo, os elétrons livres presentes no condutor se
movimentam aleatoriamente sob a ação de forças elétricas e colisões com os átomos
do material. Essas colisões são responsáveis pela resistência elétrica do fio metálico.

O presente experimento tem como objetivos principais a investigação da relação entre


a corrente elétrica e a tensão elétrica em um fio condutor, bem como a análise do
comportamento da resistência elétrica em relação aos parâmetros construtivos do fio,
como comprimento e área da seção transversal. Espera-se, assim, obter resultados
que corroboram as teorias mencionadas e promovam uma compreensão mais
aprofundada dos conceitos envolvidos.
OBJETIVO
O experimento teve como objetivos principais:

 Estudar os conceitos de resistência elétrica, corrente elétrica e tensão elétrica


em condutores;
 Investigar a relação entre a corrente elétrica e a tensão elétrica aplicada em um
fio condutor;
 Analisar o comportamento da resistência elétrica em relação aos parâmetros
construtivos do fio condutor, como comprimento e área da seção transversal.
MATERIAIS E MÉTODOS

Os materiais utilizados no experimento foram:

 Fios metálicos de uma liga metálica de Níquel/Cromo (Liga Nikrothal- 80/20,


80% de Níquel – 20% de Cromo);
 Fonte de alimentação;
 Multímetro (voltímetro, amperímetro e ohmímetro);
 Suportes e cabos de conexão.

Figura 1 - Régua contendo fios da liga níquel/cromo 80/20 com diferentes diâmetros e
Multímetro.

Inicialmente, a fonte de alimentação foi conectada aos cabos de conexão, sendo que
um deles foi conectado ao terminal positivo e o outro ao terminal negativo da fonte. Em
seguida, foram conectados ao suporte dos fios metálicos, onde estão fixados de forma
a ficarem esticados e retos.

Para cada fio metálico, foi realizada a medição da resistência elétrica utilizando o
multímetro digital. O multímetro foi ajustado para a escala apropriada de medição de
resistência e os cabos de conexão foram conectados aos terminais do multímetro. O
fio metálico foi então conectado aos cabos de conexão, garantindo uma boa conexão
elétrica.
Após as conexões estarem devidamente estabelecidas, a fonte de alimentação foi
ligada e a tensão elétrica foi ajustada para um valor inicial. O multímetro foi utilizado
para medir a corrente elétrica que passava pelo fio e a tensão elétrica aplicada.
Foram registrados os valores de corrente elétrica e tensão elétrica para diferentes
valores da tensão aplicada. Em cada caso, foi aguardado um intervalo de tempo
suficiente para garantir que a corrente elétrica se estabilizasse, minimizando os efeitos
transitórios.

Após a realização das medições iniciais, foram realizadas alterações nos parâmetros
construtivos do fio metálico, ou seja, no comprimento e na área da seção transversal.
Para a variação do comprimento, o fio metálico foi substituído por outro fio de
comprimento diferente. O procedimento de medição da resistência elétrica foi repetido
para cada valor de comprimento utilizado.
Para a variação da área da seção transversal, foi utilizado um fio metálico de
comprimento fixo, porém, com uma seção transversal diferente. A medição da
resistência elétrica também foi repetida para cada valor de área da seção transversal.
Em todos os casos, foram registrados os valores de corrente elétrica, tensão elétrica,
comprimento do fio e área da seção transversal.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Construção do gráfico e dados;


Com base no experimento conduzido e na coleta de dados, foi possível realizar um
cálculo detalhado para traçar um gráfico representando a relação entre a resistência
elétrica e a área da seção transversal do fio. Essa análise envolveu a medição precisa
da resistência elétrica em diferentes seções transversais do fio, obtendo uma ampla
gama de valores. Em seguida, esses dados foram utilizados para estabelecer uma
relação matemática entre a resistência elétrica e a área da seção transversal do fio. O
resultado foi um gráfico que ilustra visualmente como a resistência elétrica varia
conforme a área da seção transversal do fio é alterada, fornecendo informações
valiosas sobre a natureza da condução elétrica nesse sistema específico.
FIOS L fio (m) Diametro (m) A fio (m) R fio (Ω) 1/A fio Resistividade (Ω/m) R= ρ L/A
1 1 0,00057 2,55E-07 4,41 3920853,648 4,32 1,69E+07
2 1 0,0004 1,26E-07 8,6 7961783,439 8,75 69665605,1
3 1 0,00025 4,91E-08 21,47 20382165,61 22,1 450445859,9
4 1 0,0002 3,14E-08 45,24 31847133,76 34,6 1101910828
5 1 0,00016 2,01E-08 54 49761146,5 56 2786624204
6 1 0,00014 1,54E-08 66,46 64994150,53 69,2 4497595216
7 1 0,0001 7,85E-09 140,04 127388535 133,4 16993630573
8 1 0,00007 3,85E-09 263 259976602,1 275,3 71571558560
9 1 0,00006 2,83E-09 323 353857041,8 338,8 1,19887E+11
Tabela 1 – Valores usados em V.1 com suas respectivas unidades

RfioxÁreafio
350

300

250

200

150

100

50

0
0.00E+00 5.00E-08 1.00E-07 1.50E-07 2.00E-07 2.50E-07 3.00E-07

R fio (Ω)
Gráfico 1 – Resistência elétrica sob área da seção transversal.

A análise do gráfico revela que a relação entre a resistência elétrica (R) e a área da
seção transversal do fio (A) segue um padrão semelhante a um formato de "L". Essa
forma sugere que os resultados obtidos estão em concordância com a Segunda Lei de
Ohm, representada pela Equação 2.
Observa-se que a primeira parte do "L" indica uma relação direta entre a resistência
elétrica e o comprimento do condutor (L). Conforme o comprimento do fio aumenta, a
resistência elétrica também apresenta um aumento proporcional.
Já a segunda parte do "L" indica uma relação inversamente proporcional entre a
resistência elétrica e a área da seção transversal do fio (A). Isso significa que, à
medida que a área da seção transversal diminui, a resistência elétrica aumenta
proporcionalmente.
Essa forma "L" do gráfico está de acordo com a teoria de Ohm, que descreve essa
relação proporcional e inversamente proporcional entre R, L e A. É importante
destacar que essa relação é influenciada pela resistividade elétrica (ρ), que é uma
característica intrínseca de cada material.
Através da análise do gráfico, pode-se inferir que a resistência elétrica aumenta
significativamente à medida que a área da seção transversal do fio diminui, indicando
uma maior restrição à passagem da corrente elétrica. Essa conclusão está em
conformidade com a teoria de Ohm.
Essas observações fornecem uma compreensão mais detalhada da relação entre R e
A no contexto do seu experimento, validando os princípios fundamentais da Segunda
Lei de Ohm.

Rfiox1/Áreafio
400000000

350000000

300000000

250000000

200000000

150000000

100000000

50000000

0
0 50 100 150 200 250 300 350
Gráfico 2 - Resistência elétrica sob o inverso da área da seção transversal.

Para verificar se o comportamento de Rfio em função de 1/Áreafio obedece à Equação


2, analisamos a relação entre R e 1/A representada em um gráfico. Observou-se que o
gráfico resultou em uma reta crescente.
Na Equação 2, R = ρL/A, onde ρ é a resistividade elétrica, L é o comprimento do
condutor e A é a área da seção transversal do fio. Ao isolar A na equação, obtemos A
= ρL/R.
Ao traçar o gráfico de R em função de 1/A, obtemos R versus 1/A = R versus R/(ρL),
que resulta em uma reta crescente. Esse comportamento demonstra que R aumenta à
medida que 1/A aumenta, o que está em concordância com a relação inversamente
proporcional prevista pela Equação 2.
Portanto, a análise do gráfico confirma que o comportamento de Rfio em relação a
1/Áreafio segue a Equação 2. Esses resultados validam a relação inversamente
proporcional entre a resistência elétrica e a área da seção transversal do fio,
fornecendo evidências consistentes com a teoria de Ohm.
Essas observações são importantes para o entendimento dos resultados do
experimento e contribuem para a fundamentação teórica da Segunda Lei de Ohm,
sendo relevantes para o relatório em questão.

Em seguida, foi possível realizar um cálculo detalhado para traçar um gráfico que
representa a relação entre a Resistência Elétrica e o Comprimento do Fio.
FIOS L fio (m) Diametro (m) A fio (m) R fio (Ω) Resistividade (Ω/m) R= ρ L/A
1 0,5 0,00057 1,02E-06 2,2 4,32 2,12E+06
2 1 0,0004 1,26E-07 4,32 8,75 69665605,1
3 1,5 0,00025 2,18E-08 6,48 22,1 1520254777
4 2 0,0002 7,85E-09 8,61 34,6 8815286624
5 2,5 0,00016 3,22E-09 10,74 56 43541003185
6 3 0,00014 1,71E-09 12,86 69,2 1,21435E+11
7 3,5 0,0001 6,41E-10 15,12 133,4 7,28602E+11
8 4 0,00007 2,40E-10 17,26 275,3 4,58058E+12
9 4,5 0,00006 1,40E-10 19,43 338,8 1,09247E+13

Tabela 2 – Valores usados em V.2 com suas respectivas unidades.

R fio (Ω)
25

20

15

10

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Gráfico 3 - resistência elétrica do fio em função do comprimento do fio.
Com base na análise do gráfico, verificou-se que o comportamento de Rfio em função
de Lfio segue uma relação linear. Essa observação sugere que a resistência elétrica
(R) e o comprimento do fio (L) possuem uma relação direta, conforme previsto pela
Equação 2.
A Equação 2, R = ρL/A, descreve a relação entre a resistência elétrica, a resistividade
elétrica (ρ), o comprimento do fio (L) e a área da seção transversal do fio (A). Ao isolar
L na equação, obtemos L = RA/ρ.
Ao traçar o gráfico de R em função de L, foi observado que os pontos no gráfico
formam uma reta. Essa relação linear confirma que a resistência elétrica varia de
forma proporcional ao comprimento do fio. Em outras palavras, à medida que o
comprimento do fio aumenta, a resistência elétrica também aumenta de maneira
linear.

Esses resultados são consistentes com a teoria da Segunda Lei de Ohm e fornecem
evidências experimentais que corroboram a relação direta entre R e L estabelecida na
Equação 2.
Essa análise detalhada reforça a validade dos resultados obtidos no experimento e
contribui para a compreensão da relação entre a resistência elétrica e o comprimento
do fio na liga utilizada. Essas informações são relevantes para a interpretação dos
resultados experimentais e o embasamento teórico do estudo em questão.
FIOS L fio (m) Diametro (m) A fio (m) R fio (Ω) I fio (mA) V fio V=R.I
8 1 0,00007 3,85E-09 263 7,2 2 1893,6
Resistividade (Ω/m) 14,37 4 3779,3
133,4 21,53 6 5662,4
R= ρ L/A 28,7 8 7548,1
3,46E+10 35,86 10 9431,2
42,98 12 11303,7
50,13 14 13184,2
57,27 16 15062,0
64,37 18 16929,3
71,5 20 18804,5
Tabela 3 – Valores usados em V.3 com suas respectivas unidades.

V fio
25

20

15

10

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Gráfico 4 - tensão elétrica aplicada ao fio.

Ao analisar o gráfico de Vfio em função de Ifio, observou-se que os pontos no gráfico


formam uma reta. Esse comportamento linear sugere que a relação entre a diferença
de potencial (Vfio) e a corrente elétrica (Ifio) segue a Equação 1 das Leis de Ohm.
A Equação 1, V = R * I, descreve a relação entre a diferença de potencial (V), a
resistência elétrica (R) e a corrente elétrica (I) em um circuito elétrico. No gráfico, a
relação linear entre Vfio e Ifio indica que a diferença de potencial é diretamente
proporcional à corrente elétrica, mantendo uma constante de proporcionalidade (a
resistência elétrica).
Esse comportamento linear é esperado em componentes que seguem a Lei de Ohm,
chamados de condutores ôhmicos. Esses componentes possuem uma resistência
elétrica constante, o que resulta em uma relação linear entre V e I.
Portanto, a observação de uma reta no gráfico de Vfio em função de Ifio confirma o
cumprimento da Equação 1 das Leis de Ohm e indica que o componente analisado se
comporta como um condutor ôhmico. Esses resultados corroboram as descobertas de
Georg Simon Ohm e evidenciam a relação entre a diferença de potencial e a corrente
elétrica em um circuito.
CONCLUSÃO
Neste experimento, estudamos os conceitos de resistência elétrica e sua relação com
as propriedades microscópicas dos materiais. Utilizando o Modelo de Drude como
base teórica, conseguimos compreender como a corrente elétrica varia em função da
tensão elétrica aplicada em um condutor metálico, além de analisar o comportamento
da resistência elétrica em termos de seus parâmetros construtivos.
Por meio das leis de Ohm macroscópicas, estabelecemos uma relação direta entre a
corrente elétrica e a diferença de potencial aplicada a um condutor ôhmico.
Verificamos que a resistência elétrica é uma medida da dificuldade que um dispositivo
impõe à passagem da corrente elétrica, sendo influenciada pelo comprimento e área
da seção transversal do condutor.
Ao explorar a resistividade elétrica, observamos que diferentes materiais possuem
resistividades distintas, o que indica suas características de condução elétrica. Os
metais apresentam resistividades da ordem de 10^-3 Ω.mm²/m, enquanto os isolantes
possuem resistividades superiores a 10^15 Ω.mm²/m. Os semicondutores estão em
um intervalo intermediário entre esses dois extremos.
Com base no Modelo de Drude, compreendemos que os elétrons de condução em um
material metálico estão livres para se moverem aleatoriamente devido à energia
térmica, enquanto as colisões entre os elétrons e os íons de fundo limitam o aumento
indefinido da velocidade das cargas. Essas colisões influenciam o fluxo de corrente
elétrica através do condutor.
Por fim, este experimento contribuiu para o desenvolvimento de uma compreensão
mais aprofundada dos conceitos de resistência elétrica e suas bases teóricas. Através
da análise experimental dessas propriedades, pudemos fortalecer nossos
conhecimentos sobre a natureza da corrente elétrica e sua relação com os materiais
condutores. Esses conhecimentos são fundamentais para a aplicação e
desenvolvimento de tecnologias e circuitos elétricos.
REFERÊNCIAS
Experimento II – Lei de Ohm - Moodle USP do Stoa,
disciplinas.stoa.usp.br/mod/resource/view.php?id=212054, consultado em 15/11/2015.

HALLIDAY, DAVID; RESNICK, ROBERT; WALKER, JEARL. Fundamentos de física,


1. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC Ed., 1996. ISBN 85-216-1069-6.

Introdução a Circuitos de Corrente Contínua, www.ifsc.usp.br/.../03-Introducao


CircuitosCorrenteContinua.pdf, visitado em 15/11/2015.

Lei de Ohm versus Resistência Incremental, João Kögler,


https://jkogler.wordpress.com/2008/03/27/lei-de-ohm-versus-resistencia-incremental/,
visitado em 14 de novembro de 2015.

RESNICK, ROBERT; HALLIDAY, DAVID; KRANE, KENNETH S. Física 1. 5. ed. Rio


de Janeiro: LTC Ed., c2003. 368 p. ISBN 85-216-1352-0.

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