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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB

CENTRO DE CIENCIAS EXATAS E DA NATUREZA


DEPARTAMENTO DE FÍSICA
FÍSICA EXPERIMENTAL II - 1101166

GUILHERME MONTEIRA DE LACERDA MARTINS -


20200060060
JÚLIO CÉSAR ALVES CUNHA – 20190073336
FELIPE NOBREGA DOS SANTOS – 20200060680

RELATÓRIO 2: Lei de Ohm e Resistividade

João Pessoa – PB
2023
1. Introdução
A resistividade elétrica é uma propriedade fundamental de um material que mede
o quanto ele resiste à corrente elétrica. Tanto a resistência quanto a resistividade
descrevem como é difícil fazer a corrente elétrica fluir através de um material,
mas ao contrário da resistência, a resistividade é uma propriedade intrínseca.
Isso significa que todos os fios de cobre puro independentemente de sua forma
e tamanho, têm a mesma resistividade, mas um fio de cobre longo e fino tem
uma resistência muito maior do que um fio de cobre curto e grosso. Cada
material tem sua própria resistividade característica.

Figura 1: Tabela com a resistividade elétrica de diversos materiais

A nível subatômico, a resistividade de um material está diretamente relacionada


ao descolamento de elétrons livres nas regiões da estrutura cristalina, onde
ocorre a difusão de átomos por razões de concentração acentuada da energia
de ativação (térmica), nesta situação uma quantidade de elétrons livres
desorienta-se, redirecionando-se suas rotas, por influência direta do impacto dos
mesmos nos átomos. Os fatores que afetam na resistividade do material são:
temperatura, liga, estresse mecânico, endurecimento por idade e trabalho a frio.
A resistividade dos metais aumenta com o aumento da temperatura. Isso ocorre
porque o calor causa aumento na agitação molecular, ocasionando colisões no
interior do condutor. Vários metais exibem a resistividade zero em temperaturas
próximas ao zero absoluto. Esse fenômeno é chamado de supercondutividade.
A resistividade de semicondutores e isolantes diminui com o aumento da
temperatura.

Figura 2: Gráfico comparando a resistividade elétrico de um condutor normal e um


supercondutor
Uma liga é uma solução sólida de dois ou mais metais. A liga de metais é usada
para obter algumas propriedades mecânicas e elétricas. A estrutura atômica de
uma solução sólida é irregular em comparação com metais puros. Devido a isso,
a resistividade elétrica da solução sólida aumenta mais rapidamente com o
aumento do teor de liga.
A tensão mecânica da estrutura cristalina do material desenvolve as
deformações localizadas na estrutura cristalina do material. Essas manchas
localizadas perturbam o movimento de elétrons livres através do material. O que
resulta em um aumento na resistividade do material.
O endurecimento por envelhecimento é um processo de tratamento térmico
usado para aumentar o limite de elasticidade e desenvolver a capacidade das
ligas de resistir à deformação permanente por forças externas. Este processo
aumenta a resistência das ligas criando impurezas sólidas. Essas impurezas
sólidas criadas perturbam a estrutura cristalina do metal, o que interrompe o fluxo
de elétrons livres através do metal, levando a a resistividade do metal aumentar.
O trabalho a frio é um processo de fabricação usado para aumentar a resistência
dos metais. O trabalho a frio é usado para aumentar a resistência mecânica do
metal. O trabalho a frio perturba a estrutura cristalina dos metais que interferem
no movimento dos elétrons no metal, fazendo com que a resistividade do metal
aumente.
2. Discussão dos resultados
1 - A partir dos dados coletados na tabela 2, use um software de planilha (tipo
excel) para montar uma nova tabela com as seguintes colunas: 𝑉(V), 𝜎𝑉(𝑉),
𝑖(𝑚A), 𝜎𝑖(𝑚𝐴), 𝑅(Ω) e 𝜎𝑅(Ω).

Figura 3 – Relação entre as grandezas medidas na tabela 2 da folha de dados (Anexo I).

2 - Faça um gráfico de V/i e realize uma regressão linear (ajuste) para


determinar a resistência e sua incerteza a partir do coeficiente angular do
gráfico.
Figura 4 – Gráfico tensão x corrente.

R = a >>>> R = (546 +/- 7) Ω


3 - Compare os valores de resistência e incerteza obtidos do gráfico (item 2)
com os valores calculados ponto a ponto nas duas últimas colunas da tabela
(item 1) e com o valor medido diretamente com o multímetro (tabela 1 da folha
de dados).
Todos os valores encontrados no item 1 e tabela 1 da folha de dados são
maiores do que esse da questão acima avaliados a partir da regressão linear.
4- Faça uma tabela com as mesmas colunas do item 1 a partir da tabela 4 da
folha de dados para a Lâmpada incandescente. Produza um gráfico de V/i e a
partir do gráfico discuta se a resistência aumenta ou diminui com a tensão.

Figura 5 - Relação entre as grandezas medidas na tabela 4 da folha de dados (Anexo I).
Figura 6 – Gráfico corrente x tensão.

A resistência é diretamente proporcional a tensão.


5 - Compare os valores de resistência da Lâmpada incandescente medidos nas
seguintes situações: medida direta com multímetro (tabela 3); Primeiro ponto
da tabela 4; quinto ponto da tabela 4; e último ponto da tabela 4. Visualmente,
o que está mudando na lâmpada? Inclua as fotos tiradas em aula.

Figura 7 – Relação entre os valores de resistência na tabela 4 a folha de dados (Anexo I) e os


avaliados na figura 5.

Figura 8 – Comparação ilustrativa da lâmpada nas três situações destacadas na tabela 4 da


folha de dados (Anexo 1).

Visualmente, conforme os valores de tensão vão aumentando, a intensidade


luminosa aumenta.
6 -Explique a variação da resistência no item 5 a partir do que foi discutido em aula.
A variação da resistência observada no item 5 é justificada pelo aumento pela
dissipação de energia elétrica em calor e, em consequência, a maior
intensidade luminosa da lâmpada incandescente.
7- Faça uma tabela semelhante ao item 1, a partir da tabela 5 da folha de
dados para o LED e produza um gráfico de V/i. Discuta a não linearidade desse
elemento semicondutor.

Figura 9 – Relação entre os valores de resistência na tabela 5 a folha de dados (Anexo I).

Nota-se que o valor da tensão vai aumentando aos poucos sem sofrer muita
variação, enquanto que o valor da corrente inicialmente não se altera, mas a
partir de certo ponto começa a aumentar muito rápido. Isso ocorre porque o
led é um resistor não ohmico, ou seja, sua resistência varia de acordo com o
valor da tensão. Sua resistência decresce muito rápido com o aumento da
tensão e com isso a corrente aumenta muito rápido tal que V=R.i.
8- A partir dos dados da Tabela 6, calcule os valores de 𝑅 para cada
comprimento do fio usando a equação 1 e construa uma nova tabela expondo
os respectivos valores de resistência e comprimento. A partir dos valores
obtidos na nova tabela construa um gráfico da resistência em função do
comprimento do fio. Faça uma regressão linear para ajustar a melhor reta (𝑅 =
𝑎𝐿 + 𝑏) aos dados experimentais. Repita este procedimento para os três fios
estudados.
Tabela 6:

Equação 1: R=V/i
Fio 1:
L(mm) 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 I(mA)
Fio 1 6,8 14,2 21,0 28,2 35,1 42,4 48,9 55,9 62,6 68,9 21,9
tensã
o em
(mV)
R(Ω) 0,31 0,64 0,95 1,29 1,60 1,94 2,23 2,55 2,86 3,15

Figura 10 – Gráfico resistência x comprimento para o fio 1 do experimento.

Fio 2:
L(mm) 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 I(mA)
Fio2 0,2 0,5 0,7 1,0 1,2 1,5 1,7 1,9 2,2 2,4 21,9
(mV)
R(Ω) 0,009 0,02 0,03 0,045 0,054 0,068 0,077 0,086 0,100 0,109
Figura 11 - Gráfico resistência x comprimento para o fio 2 do experimento.

Fio 3:
L(mm) 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 I(mA)
Fio 3 1,7 3,6 5,1 7,0 8,5 10,3 12,0 13,8 15,4 17,2 21,9
(mV)
R(Ω) 0,077 0,16 0,23 0,32 0,39 0,47 0,55 0,63 0,7 0,78

Figura 12 - Gráfico resistência x comprimento para o fio 3 do experimento.

9- A partir dos coeficientes angulares dos ajustes do item anterior, e das áreas
de sessão transversal calculadas para cada fio (diâmetro de 0,2 mm para os
fios mais finos e 0,4 mm para o fio mais espesso), usando a equação 3 calcule
a resistividade dos três fios metálicos.
Fio 1: >>>>>> R = Ro.L/A
R=0,0158L + 0,01 >>>>> para L = 0,04m >>> R = 0,010632
Raio = 0,0002m >>> Área = pi.r^2 >>>>> A=3,54x10^-4
Ro = R.A./L >>>>>>> 1,20x10^-8 Ω.m

Fio 2: R = 0,0006L - 0,0019 >>>>>> para L = 40mm >>>>> R = 0,0221


Raio = 0,1mm >>>> A = pi.r^2>>>>A = 0,0314
Ro = 1,73x10^-5 Ω.mm >>>>> Ro = 1,73x10^-8 Ω.m

Fio 3: R= 0,0039L+ 0,0015 >>>> para L = 40mm >>> R = 0,1575


Raio = 0,1mm >>>> A = pi.r^2 >>> A = 0,0314
Ro = 1,23x10^-4 Ω.mm >>>>> Ro = 1,23x10^-7 Ω.m

10- Compare os valores de resistividade obtidos para os fios de Constantan de


diferentes diâmetros. Eles são equivalentes dentro das incertezas? Compare
com dados de resistividade obtidos na internet para essa liga (atenção para as
unidades).
Fio 1:
Ro = R.A./L >>>>>>> 1,20x10^-8 Ω.m
Fio 3:
Ro = 1,23x10^-4 Ω.mm >>>>> Ro = 1,23x10^-7 Ω.m
Fios do mesmo material, com uma leve diferença na resistividade
provavelmente por causa da diferença da seção transversal, portanto está
dentro das incertezas.
Ferro 1,0 × 10 −7 1,00 × 10 7
O valor é muito próximo do obtido no fio 1

11- Compare o valor de resistividade obtido para o fio de cobre com valores
obtidos na internet. A resistividade do Cobre é maior ou menor do que do
Constantan? Comente.
Cobre 1,68 × 10 −8
Ro = 1,73x10^-5 Ω.mm >>>>> Ro = 1,73x10^-8 Ω.m e valor obtido na
experiência
Os valores são praticamente iguais, a diferença deve estar relacionada com os
valores da incerteza
3. Comentários e conclusões
O experimento foi importante, por facilitar a aprendizagem do aluno ao permitir
a experimentação e a verificação de conteúdos trabalhados em aulas teóricas.
Além disso, permite que o aluno tenha contato e manuseie equipamentos que
são utilizados pelos profissionais da área.

4. Referências bibliográficas

1. Halliday, D., Resnick, R., & Walker, J. (2002). Fundamentos de Física.


Vol. 3. Rio de Janeiro: LTC.
2. Van Vlack, Lawrence Hall. Princípios de Ciência dos Materiais. Traduzido
por Luiz Paulo Camargo Ferrão. São Paulo: Edgard Blücher, 1970. 427
pg.
3. Padilha, Angelo Fernando. Materiais de Engenharia: microestrutura e
propriedades. Curitiba: Hemus, 2000.
ANEXO I

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