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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE TECNOLOGIA- DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

RELATÓRIO 03 – MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL EXPERIMENTAL

AGREGADOS PARA CONCRETO

Lara Brangada Gonsalves Silva - 211068950

Brasília, dezembro de 2022


1. INTRODUÇÃO

Os agregados são materiais granulares, pétreos, geralmente inertes, com dimensões e


propriedades adequadas para a preparação de argamassa e concreto. Por serem
materiais baratos os agregados proporcionam economia na composição de tais
supracitados; além de ajudarem a aumentar a estabilidade (redução da retração),
minimizar o calor de hidratação, aumentar a resistência química e a resistência a
abrasão.

A composição mineralógica dos agregados afeta a sua resistência à compressão, dureza,


módulo de elasticidade e durabilidade que, por sua vez, interferem nas propriedades do
concreto. Tais características são de porosidade (massa específica, absorção de água,
resistência, dureza, módulo de elasticidade e sanidade), de condicionantes de
fabricação (tamanho, forma e textura das partículas) e de composição química e
mineralógica (resistência, dureza, módulo de elasticidade e substâncias presentes).

Os agregados podem ser classificados de acordo com a dimensão das partículas, massa
específica e origem.

São graúdos se passam pela peneira de 75mm e são retidos na peneira de 4,75mm, ou
miúdos se passam na peneira de 4,75mm, se levada em conta as dimensões das
partículas.

São leves se apresentam massa específica menor que 2000 kg/m3, normais se
apresentam massa específica variando entre 2000 kg/m3 e 3000 kg/m3 ou pesados se
apresentam massa específica superior a 3000 kg/m3.

Os agregados devem cumprir resistência aos esforços mecânicos, possuindo grãos


duros, compactos, estáveis, limpos e duráveis. Não devem conter substâncias nocivas
em sua composição, como materiais pulverulentos, friáveis, carbonosos, assim como
impurezas orgânicas. A distribuição granulométrica do agregado deve ser contínua
visando o empacotamento das partículas, menor consumo de pasta de cimento,
diminuição do custo de produção, do calor de hidratação e da retração.
A utilização dos agregados para concreto deve ser feita após a garantia de qualidade e
desempenho dos mesmos, conforme previsto em normas.

2. OBJETIVOS

O presente relatório tem como desígnio a apresentação dos resultados obtidos por meio
de um ensaio realizado em dois tipos de agregado miúdo, sendo: areia do rio Corumbá
e areia de britagem Ciplan, a qual deseja-se determinar a massa específica, massa
unitária, umidade superficial e composição granulométrica dos mesmos, de maneira a
caracterizar e definir a qualidade de certo agregado para utilização conforme a ABNT
NBR 16972/2021, ABNT NBR 9775/2011, ABNT NBR 7211/2009, NBR NM 248/2001 e a
NBR NM 52/2002.

3. PROCEDIMENTOS E REFERÊNCIAS

3.1 APARELHAGEM E INSTRUMENTAÇÃO:

No que tange a aparelhagem necessária para o ensaio, foi utilizado:

o Balança digital Mettler PE 3600 CM com capacidade de 3600g e precisão de


0,01g;
o Frasco de Chapman normatizado;
o Funil metálico;
o Bandeja metálica;
o Espátula metálica;
o Recipiente metálico de 15 dm3
o Balança digital Toledo CM com capacidade de 60kg e precisão de 0,2kg;
o Series de peneiras;
o Agitador mecânico Ro-Tap;
o Água;
o Areia do Rio Corumbá;
o Areia de britagem Ciplan.
3.2 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS:

O ensaio consiste em inicialmente realizar a pesagem de ambos os recipientes metálicos


para determinar a massa dos mesmos vazios, após, a amostra deve ser seca em estufa
até constância de massa e posteriormente resfriada a temperatura ambiente,
determinando nessas condições as massas M1 e M2, que correspondem,
respectivamente a areia do rio Corumbá e a areia de britagem Ciplan. Em seguida,
realiza-se a medida da massa específica do agregado miúdo por meio do frasco de
Chapmam, a umidade superficial e a massa unitária (tais medidas serão detalhadas a
frente).

Prosseguindo o ensaio, para determinar a composição granulométrica dos agregados é


realizado o encaixe das peneiras com abertura de malha em ordem crescente da base
para o topo, provendo um fundo de peneiras. Tal parte do ensaio foi realizada apenas
com a amostra M1, proveniente do rio Corumbá. Subsequente, tal amostra deve ser
colocada sobre a peneira superior do conjunto, e, assim, faz-se necessário realizar a
agitação mecânica do conjunto para permitir a separação e classificação prévia dos
diferentes tamanhos de grão da amostra.

A massa total de material retido em cada uma das peneiras e no fundo do conjunto
deve ser determinada. O somatório de todas as massas não deve diferir mais de 0,3%
de M1.

Após o ensaio são realizados os seguintes cálculos para cada uma das amostras de
ensaio:

Calcula-se a porcentagem retida, em massa, em cada peneira, com aproximação de


0,1%. Os valores de porcentagem retida individuais não devem diferir mais que 4% entre
si. Caso isso ocorra, o ensaio deve ser refeito.

Determina-se a médias das porcentagens retidas em cada peneira, com aproximação de


0,1%, e as porcentagens médias, retida e acumulada, em cada peneira, com
aproximação de 1%.

Também é determinado o módulo de finura, com aproximação de 0,01, e o índice de


finura do agregado, sendo esse a soma das porcentagens retidas acumuladas em massa
de um agregado, nas peneiras da série normal, dividida por 100. Quanto maior o valor
do MF, mais graúdo é o agregado.

E determina-se a dimensão máxima característica (Dmáx) que é uma grandeza associada


à sua distribuição granulométrica, o que corresponde à abertura nominal da malha da
peneira da série normal ou intermediária, em milímetros, na qual o agregado apresenta
uma porcentagem retida acumulada menor ou igual a 5% em massa.

Os limites granulométricos do agregado miúdo são determinados por norma ABNT NBR
7211/2009 e especificados na tabela a seguir:

3.3 MASSA ESPECÍFICA DE AGREGADOS MIÚDOS POR MEIO DO FRASCO CHAPMAM:

A amostra deve ser seca em estufa (105°C - 110°C) até constância de massa e então
deve-se pesar 500,0 ± 0,1 gramas de tal massa para realizar o experimento.

Coloca-se a amostra (com auxílio de um funil metálico) e 200ml de água no frasco de


Chapman, agitando cuidadosamente a mistura para ocorrer o desprendimento do ar
retido entre os grãos. Antes de realizar a leitura, espera-se alguns segundos para
estabilização do volume.
Os dados obtidos nesse experimento são a massa específica do agregado miúdo, emg/c3
e a leitura do frasco (L) que corresponde ao volume ocupado pelo conjunto água-
agregado miúdo.

Tal etapa do ensaio foi realizada para ambas as massas (M1 e M2).

3.4 UMIDADE SUPERFICIAL POR MEIO DO FRASCO CHAPMAM:

A umidade superficial é o quociente percentual entre a massa de água aderente à


superfície dos grãos do agregado e a massa do agregado na condição saturada superfície
seca.

O ensaio deve ser iniciado colocando água no frasco de Chapman (que deve ter suas

faces internas secas e sem grãos aderentes.) até a divisão de 200 ml, deixando-o em
repouso, para que a água aderida às faces internas escorra totalmente. O agregado
miúdo úmido (tal umidade foi obtida misturando-se 1000 gramas de areia seca e 5% de
água) 500 ± 1 grama deve ser introduzido no frasco, sendo devidamente agitado para
eliminação das bolhas de ar. O frasco deve então ficar em repouso por
aproximadamente 45 segundos para então fazer-se a leitura do nível atingido pela água
no gargalo do frasco, a qual indica o volume, em cm3, ocupado pelo conjunto água-
agregado miúdo úmido.

Os dados obtidos nesse experimento são o teor de umidade superficial em


porcentagem, a leitura do frasco de Chapman em ml e a massa específica na condição
saturada superfície seca (SSS) do agregado miúdo (g) em g/ml.

Tal parte do ensaio foi realizada apenas com a M2- areia de britagem Ciplan.

3.5 MASSA UNITÁRIA:

A massa unitária é a relação entre a massa do agregado lançado no recipiente e o volume


desse recipiente, ou seja, o volume ocupado tanto pelo agregado quanto pelos vazios.
Os vazios podem ser classificados em permeáveis, que são os vazios entre os grãos e os
vazios da superfície dos grãos, e impermeáveis que são os vazios no interior dos grãos,
onde a água não consegue penetrar.

Inicialmente deve-se pesar o recipiente metálico vazio e então enchê-lo com o agregado
até que transborde, despejando-o de uma altura que não supere 50 milímetros acima
da borda superior do recipiente para evitar sua compactação. A camada superficial do
agregado deve ser rasada com a borda superior do recipiente e, por fim, o recipiente
mais seu conteúdo devem ser pesados.

Os dados obtidos nesse experimento são a massa unitária que deve ser calculada pela
fórmula seguinte massa unitária do agregado = (massa recipiente + agregado − massa
recipiente vazio) / volume. Tal resultado é fornecido em kg/m3

Tal parte do ensaio foi realizado com a massa M1 e M2.

4. CÁLCULOS, RESULTADOS E AVALIAÇÃO

Após a realização do ensaio podemos definir e analisar os resultados para concluir a


respeito da aceitação ou não aceitação do lote analisado.

4.1 COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA

A partir das massas obtidas, é possível determinar a massa de agregado retida em cada
peneira, cuja soma não deve diferir mais que 0.3% da massa pesada inicialmente.

Determina-se a porcentagem de massa retida em cada peneira, assim como a


porcentagem retida acumulada, apresentadas na Tabela de dados do ensaio de
composição granulométrica de agregado miúdo.
Dessa forma, o ensaio é valido, pois está dentro do limite de 0,3% e tais valores obtidos
possibilitam o calculo do modulo de finura que corresponde a 2,13% e o Diâmetro
máximo que é de 4,8 milímetros.

4.2 MASSA ESPECÍFICA E UMIDADE SUPERFICIAL

As leituras dos Frascos de Chapman (L) para as areias natural e britada e a determinação
das massas iniciais, permitem o preenchimento da Tabela de determinação da massa
específica de agregados miúdos por meio do frasco de Chapman, fazendo o cálculo de
suas massas especificas (γ) pela equação γ = 500/(L−200).

A massa específica dos agregados está entre 2 e 3 g/cm3, ou seja, 2000 e 3000 kg/m3,
classificando-os como agregados normais.

A leitura do Frasco de Chapman (L) para a areia artificial e a determinação de sua massa
inicial possibilitou o preenchimento da Tabela da determinação do teor de umidade
superficial em agregados miúdos por meio do frasco de Chapman. O valor da umidade
superficial foi obtido utilizando a equação h = 100[500−(L−200)γ] / γ(L−700).
4.3 MASSA UNITÁRIA

Deve ser calculada pela fórmula seguinte massa unitária do agregado = (massa
recipiente + agregado − massa recipiente vazio) / volume. Tal resultado é fornecido em
kg/m3

5. CONCLUSÃO

A partir do ensaio de composição granulométrica, percebe-se que, em grande parte, a


areia natural atende às exigências estabelecidas por norma. O agregado se encontra
dentro da zona utilizável na maior parte do tempo, reduzindo custos na utilização no
concreto devido à continuidade dos tamanhos dos grãos.

Analisando os ensaios de determinação de massa específica, umidade superficial e


massa unitária, a areia natural pode ser classificada como agregado miúdo e a areia
britada como agregado normal.

De recomendações, tem-se que o agregado se beneficiaria de uma correção na sua


granulometria. A mistura com outro agregado de composição complementar à do
analisado seria de ajuda para melhorar a distribuição e, assim, encaixá-lo nos limites
ótimos de granulometria.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16972: Informação e


documentação – Relatório técnico e/ou científico;

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9775: Informação e


documentação – Relatório técnico e/ou científico;

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7211: Informação e


documentação – Relatório técnico e/ou científico;

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NORMA BRASILEIRA- NORMA


MERCOSUL 248: Informação e documentação – Relatório técnico e/ou científico;

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NORMA BRASILEIRA- NORMA


MERCOSUL 52: Informação e documentação – Relatório técnico e/ou científico;

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