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FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE - FAINOR

COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

OHMÍMETRO SÉRIE

Vitória da Conquista - BA
Julho, 2020
Anderson Lima Gomes

RELATÓRIO
OHMÍMETRO SÉRIE

Relatório desenvolvido durante as aulas da


disciplina Medidas Elétricas, da Faculdade
Independente do Nordeste - FAINOR, como
pré-requisito parcial para aprovação na
disciplina, semestre 2020.1.

Orientador (a): José Valderi Silva

Vitória da Conquista – BA
Julho, 2020
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Resumo

Este relatório mostrar a ohmímetro série feito no Multisim, através de uma simulação
computacional. É observado as características distintas da resistência do galvanômetro,
potenciômetro e corrente nesse circuito. Todos esses temas foram orientados pelo professor
José Valderi, na disciplina de Medidas Elétricas, ministrada nessa instituição.

Palavras-chave: multímetro, ohmímetro, Multisim, galvanômetro, corrente, tensão,


medição, resistência, simulação, curto-circuito.

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Objetivos

• Verificar, experimentalmente, o circuito de um ohmímetro série, bem como a


graduação de sua escala como um galvanômetro pode ser transformado num
voltímetro;

• Familiarizar com instrumentos de medidas elétricas do Multisim.

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Sumário

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 6
1.1. SOFTWARE MULTISIM .................................................................................................. 8
2. METODOLOGIA .................................................................................................................. 9
2.1. MATERIAIS UTILIZADOS NA SIMULAÇÃO ............................................................. 15
2.2. COMPARAÇÃO DA TEÓRIA E DA PRÁTICA PARA O CIRCUITO DA
SIMULAÇÃO .......................................................................................................................... 16
3. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 17
4. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 18

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1. INTRODUÇÃO

Para se medir uma resistência, utilizando um galvanômetro com sua escala graduada
em ohms, é necessário que circule uma corrente através do elemento a ser medido,
deflexionando o ponteiro, proporcionalmente ao valor deste. Para tanto, necessitamos formar
um circuito composto por um galvanômetro, uma fonte, elementos resistivos e o elemento
desconhecido. Essa ligação pode ser do tipo série ou paralela, originando assim o ohmímetro
série e o ohmímetro paralelo, respectivamente.

O circuito do ohmímetro série é mostrado na figura 1.

Figura 1 - Circuito do ohmímetro série.

onde o potenciômetro R é o resistor para ajuste do zero, ou seja, a corrente de fundo de escala
do galvanômetro, quando os terminais A e B estiverem curto-circuitado, Rg é a resistência da
bobina do galvanômetro, Rx é a resistência desconhecida e, finalmente, E é a bateria interna.

Quando Rx for igual a zero (curto-circuito), R deve ser ajustado para Igmáx,
equivalente a zero ohms na escala do medidor. Quando Rx for igual a infinito (circuito
aberto), a intensidade de corrente é zero, equivalente a “∞” na escala do medidor.

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A relação obtida fornece o valor da resistência desconhecida em função da leitura do
galvanômetro. Para melhor efeito prático, devemos graduar a escala galvanômetro para esses
valores resistência. Vamos levantar a curva característica do ohmímetro série, determinado Rx
em pontos notáveis.

Igualando as equações:

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Transpondo para esses pontos, obtemos a curva da figura 2.

Figura 2 - Característica do ohmímetro série.

Observando a curva, concluímos que a variação da resistência obedece a uma escala


logarítmica que transportada para a escala do galvanômetro, resulta na graduação mostrada na
figura 3.

Figura 3 - Graduação do ohmímetro série.

1.1. SOFTWARE MULTISIM

O Multisim é um ambiente para simulação de circuitos eletrônicos, baseado no SPICE


(Simulation Program with Integrated Circuit Emphasis), um programa aberto desenvolvido
originalmente na década de 1970 na Universidade da Califórnia, Berkeley, que continua
sendo a base de muitos simuladores comerciais de hoje).

Através do software Multisim conhecemos melhor elementos que podem fazer parte
de um circuito elétrico, como interruptores, geradores (baterias e fontes de alimentação),
resistores (resistência de cores, reostatos, lâmpada elétrica), motor elétrico, condensadores,
medidores (amperímetro, voltímetro e ohmímetro), etc. Usando esse software podemos,

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também, montar circuitos e experimenta-los, realizar medidas, fazer com comparações com
experimentos demonstrativos e estudá-los. Isto será mostrado no decorrer desse relatório.

Figura 4 - Software Multisim.

2. METODOLOGIA

O experimento simulado foi feito em casa, no computador usando um software


Multisim da versão 11.

A decima prática da terceira unidade da disciplina Medidas Elétricas foi ministrada


pelo professor orientador José Valderi Cavalcante Silva, que teve como abordagem a prática
do ohmímetro num software Multisim, feita em nossas próprias casas, em junho de 2020,
onde os alunos realizaram esse experimento em seus computadores ou notebooks, usando o
livro Laboratório de Eletricidade e Eletrônico, no capítulo 22.

O resultado da prática é a familiarização e conhecimento prático dos alunos com a


simulação de instrumentos de medição de softwares digitais da área da eletrônica e
eletrotécnica, obtendo parâmetros de resistência e corrente elétrica do circuito e também o
conhecimento de um galvanômetro e ohmímetro.

Inicialmente, para Rx = 0 (curto-circuito), utilizamos o galvanômetro de fundo de


escala de 0 -1 mA, para calcular o valor de resistência paralela e resistência equivalente
associado ao circuito da figura 5, fazendo:

𝐸 1,5
𝑅𝑝 = − (𝑅𝑔 + 𝑅) = − (1200 + 1000) = −700 Ω
𝐼𝑔 1 ∗ 10−3

𝑅𝑒𝑞 = 𝑅𝑔 + 𝑅 + 𝑅𝑝 = 1200 + 1000 − 7000 = 1500 Ω = 𝟏, 𝟓 𝐤Ω

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Foi montado o circuito do ohmímetro, utilizando curto-circuitando AB conforme a
figura 5, ajustando o valor do potenciômetro R para que o galvanômetro atinja o fundo de
escala, e simulado na figura 6.

Figura 5 - Circuito proposto para montagem pelo livro.

Figura 6 - Circuito simulado no software Multisim.


Em seguida, foi conectado entre AB, os resistores conforme a tabela 1. Para cada valor,
medimos e anotamos o valor da corrente Ix e Rs. Da figura 7 até a figura 16, é mostrado o
circuito medido simulado para cada situação dos diferentes resistores empregados no Rx,
onde esses dados foram utilizados na tabela 1. Depois de comparado os resultados com os
valores medidos pelo ohmímetro, foi construído a curva de Ix em função de Rx calculado com
os valores obtidos na simulação, através da ajuda do software Excel, conforme a figura 17.

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Tensão Tensão Tensão
Ix Rx Rx
Ix medido no no no
Rx () calculado medido calculado
(A) resistor resistor resistor
(A) () ()
(V) R (V) Rg (V)
220 872,094 882,352 220 219,998 191,861m 261,628m 1,047
470 761,422 761,421 470 469,998 357,868m 228,427m 913,705m
1K 600,001 600,000 999,999 999,996 600,000m 180,000m 720,000m
3,3 K 312,501 312,500 3,3 K 3,299985 K 1,031 93,750m 375,001m
10 K 130,436 130,435 10 K 9,999893 K 1,304 39,131m 156,523m
Tabela 1 - Dados dos resistores.

Assim, calculamos a corrente Ix para cada resistor, fazendo:


𝐸 1.5
𝐼𝑋−220 = = = 𝟖𝟖𝟐, 𝟑𝟓𝟐 𝒖A;
𝑅𝑋−220 +𝑅𝑒𝑞 220+1500

𝐸 1.5
𝐼𝑋−470 = = = 𝟕𝟔𝟏, 𝟒𝟐𝟏 𝒖A;
𝑅𝑋−470  +𝑅𝑒𝑞 470+1500

𝐸 1.5
𝐼𝑋−1𝑘 = = = 𝟔𝟎𝟎 𝒖A;
𝑅𝑋−1𝑘 +𝑅𝑒𝑞 1000+1500

𝐸 1.5
𝐼𝑋−3,3𝑘 = = = 𝟑𝟏𝟐, 𝟓 𝒖A;
𝑅𝑋3,3𝑘 +𝑅𝑒𝑞 3300+1500

𝐸 1.5
𝐼𝑋−10 𝑘 = = = 𝟏𝟑𝟎, 𝟒𝟑𝟓 𝒖A.
𝑅𝑋−10𝑘 +𝑅𝑒𝑞 10000+1500

Assim, calculamos a resistência Rx para cada resistor, fazendo:


𝐸 1.5
𝑅𝑋−220 = − 𝑅𝑒𝑞 = − 1500 = 𝟐𝟏𝟗, 𝟗𝟗𝟖 ;
𝐼𝑋−220 872,094∗10−6

𝐸 1.5
𝑅𝑋−470 = − 𝑅𝑒𝑞 = − 1500 = 𝟒𝟔𝟗, 𝟗𝟗𝟖 ;
𝐼𝑋−470 761,422∗10−6

𝐸 1.5
𝑅𝑋−1𝑘 = − 𝑅𝑒𝑞 = − 1500 = 𝟗𝟗𝟗, 𝟗𝟗𝟔 ;
𝐼𝑋−1𝑘 600,001∗10−6

𝐸 1.5
𝑅𝑋−3,3𝑘 = − 𝑅𝑒𝑞 = − 1500 = 𝟑𝟐𝟗𝟗, 𝟗𝟖𝟓 =
𝐼𝑋−3,3𝑘 312,501∗10−6

𝟑, 𝟐𝟗𝟗𝟗𝟖𝟓 𝑲;

𝐸 1.5
𝑅𝑋−10 𝑘 = − 𝑅𝑒𝑞 = − 1500 = 𝟗𝟗𝟗𝟗, 𝟖𝟗𝟑  =
𝐼𝑋−10𝑘 130,436∗10−6

𝟗, 𝟗𝟗𝟗𝟖𝟗𝟑 𝑲.
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Figura 7 - Circuito medido simulado para resistência de Rx de 220 Ω.

Figura 8 - Circuito medido simulado para resistência de Rx de 470 Ω.

Figura 9 - Circuito medido simulado para resistência de Rx de 1 kΩ.

12
Figura 10 - Circuito medido simulado para resistência de Rx de 3,3 kΩ.

Figura 11 - Circuito medido simulado para resistência de Rx de 10 kΩ.

Figura 12 - Circuito medido simulado para resistência de Rx de 220 Ω.

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Figura 13 - Circuito medido simulado para resistência de Rx de 470 Ω.

Figura 14 - Circuito medido simulado para resistência de Rx de 1 kΩ.

Figura 15 - Circuito medido simulado para resistência de Rx de 3,3 kΩ.

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Figura 16 - Circuito medido simulado para resistência de Rx de 10 kΩ.

Curva de Ix em função de Rx
900

800

700

600
Ix medido(uA)

500

400

300

200

100

0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 11000
Rx calculado(Ω)

Figura 17 - Curva de Ix em função de Rx calculado feita no software Excel.

2.1. MATERIAIS UTILIZADOS NA SIMULAÇÃO

• 1 multímetro;

• 1 fonte variável;

• 1 resistor de 220 Ω, 470 Ω, 1 kΩ, 1,2 kΩ, 3,3 kΩ e 10 kΩ;

• 1 potenciômetro de 1 kΩ/LIN;

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• 1 Galvanômetro de 0 – 1mA.

2.2. COMPARAÇÃO DA TEÓRIA E DA PRÁTICA1 PARA O CIRCUITO DA


SIMULAÇÃO

Nas tabelas 2 e 3, calculamos respectivamente, os erros percentuais para a corrente Ix e


Rx, usando seu valor calculado e seu valor medido com os devidos resistores utilizados na
simulação. Para calcular os erros, utilizamos a seguinte definição:

𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 − 𝑝𝑟á𝑡𝑖𝑐𝑜
𝐸𝑟𝑟𝑜(%) = ∗ 100%
𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜

Com essa definição, encontramos os erros percentuais nas tabelas tanto para Ix e Rx. É
visto que, o erro percebido nos cálculos da corrente Ix está na faixa de quase ±1,2%, muito
dentro do ideal previsto. Dentro disso, apenas o resistor de 220 Ω diminui seu erro, os demais
resistores aumentaram seu erro em apenas ±0,008% do valor teórico, sendo um valor
excelente.

VALOR DIFERENÇA2
Ix. Ix.
Rx (Ω) Teórico Prático Vthe - Vpra %
(uA) (uA)
220 882,352 220 10,258 1,163
470 761,421 470 -0,001 -0,00013
1K 600,000 999,999 -0,001 -0,00017
3,3 K 312,500 3,3 K -0,001 -0,00032
10 K 130,435 10 K -0,001 -0,00077
Tabela 2 - Erros percentuais para corrente Ix.

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Os valores calculados e lidos (arredondamento) estão apresentados em duas casas depois da vírgula e três casas significativas, além de está
em múltiplos ou submúltiplos das unidades.
2
A parte de DIFERENÇA nas tabelas, indica a diferença do valor teórico (Vthe) e o valor na prática (Vpra) e ainda a porcentagem dessa
diferença, em relação ao valor teórico. Porcentagem com valores positivos indicam que o elemento medido está abaixo do valor teórico e
valores negativos indicam que o elemento medido está acima do valor teórico.

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Também é visto que, o erro percebido nos cálculos da resistência Rx está na faixa de
quase ±0,002%, onde todos os resistores aumentaram seu erro em relação valor teórico,
porém, muito dentro do ideal previsto, sendo um ótimo valor, quase imperceptível.

VALOR DIFERENÇA
Rx. Rx.
Rx (Ω) Teórico Prático Vthe - Vpra %
(Ω) (Ω)
220 219,998 220 -0,002 -0,00091
470 469,998 470 -0,002 -0,00043
1K 999,996 999,999 -0,003 -0,0003
3,299985
3,3 K 3,3 K -0,000015 -0,00045
K
9,999893
10 K 10 K -0,000107 -0,0011
K
Tabela 3 - Erros percentuais para corrente Rx.

3. CONCLUSÃO

Neste experimento verificamos a importância da utilização de um ohmímetro num


circuito elétrico. Os resultados obtidos nesta pratica foram satisfatórios, uma vez que,
podemos ter erros de calibração entre os instrumentos medidores do Multisim. A partir daí
podemos fazer uma averiguação e saber qual dos valores devemos usar, para que não haja
erros nas medidas e que não comprometa projetos futuros.

Percebemos que a curva de Ix em função de Rx calculado com os valores obtidos na


simulação da figura 17, se aproxima bastante da figura 2, que mostra a característica do
ohmímetro série, concluindo que a variação da resistência obedece a uma escala logarítmica.

Assim, pode-se ampliar além dos conceitos demonstrados em sala de aula, um


conhecimento na utilização dos instrumentos de medidas de grandezas elétricas para medir
circuitos elétricos através de uma simulação computacional. Na realidade, haveria
interferências externas ou internas que podem também afetar os objetos medidos e simulados
na prática com instrumentos físicos.
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4. REFERÊNCIAS

BOYLESTAD, Robert; NASHELSKY, Louis. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos.


11ª. Edição. São Paulo: Pearson Education do Brasil LTDA.

ALEXANDER, Charles K.; SADIKU, Matthew N.O; SADIKU, Matthew. Fundamentos de


Circuitos Elétricos.5ª edição. Porto Alegre: McGraw-Hill/Bookman, 2013.

CAPUANO, Francisco Gabriel; MARINO, Maria Aparecida Mendes. Laboratório de


Eletricidade e Eletrônica: Teoria e Prática. 24ª Edição. São Paulo. Saraiva, 2017.

BRAGA, Newton C. Utilizando o NI Multisim 11: Básico e Detalhado. 1ª Edição. São Paulo.
Ensino Profissional, 2011.

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