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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA – EEL

Relatório Experimental

Cálculo empírico e analítico do coeficiente de convecção e


análise do perfil de temperatura de três aletas de materiais e
diâmetros variáveis

Profa. Dra. Janaína Ferreira Batista Leal

Amira Muci Vasquez

Ana Carolina Fonseca

Arthur Painhas de Almeida

Felipe Bolinelli Castilho

Lorena, Dezembro de 2012

1
ÍNDICE
1. Introdução e considerações ................................................................... 3
2. Desenvolvimento ................................................................................... 4
2.1. Cálculo do coeficiente de T.C. por convecção natural..................... 4
2.2. Verificação de cada aleta ................................................................ 7
2.3. Cálculo analítico do coeficiente de convecção ................................ 8
2.3.1. Aleta de alumínio fina ............................................................... 8
2.3.2. Aleta de aço fina ..................................................................... 10
2.3.3. Aleta de aço grossa ................................................................ 10
2.4 Perfis de temperatura ..................................................................... 11
2.4.1 Aleta de alumínio fina .............................................................. 12
2.4.2. Aleta de aço fina ..................................................................... 12
2.4.3. Aleta de aço grossa ................................................................ 12
2.5. Gráficos ......................................................................................... 13
2.5.1. Gráfico do perfil de temperatura da aleta de alumínio fina ..... 13
2.5.2. Gráfico do perfil de temperatura da aleta de aço fina ............. 13
2.5.3. Gráfico do perfil de temperatura da aleta de aço grossa ........ 14
2.6. Cálculo do fluxo de calor ............................................................... 14
3. Conclusão ............................................................................................ 15
4. Referências Bibliográficas.................................................................... 16

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1. INTRODUÇÃO E CONSIDERAÇÕES
Na convecção natural, ou livre, o movimento do fluido, que pode ser um
líquido ou um gás, é devido a diferenças de densidade provocadas pelo
processo de aquecimento, o qual resulta das forças de empuxo impostas ao
fluido quando a sua densidade diminui nas proximidades da superfície de
transferência de calor como resultado do aquecimento. Essas forças de
empuxo que dão origem às correntes de convecção são chamadas de forças
de campo, que podem ser a gravidade, forças centrífugas e etc.
Neste trabalho, calcularemos o perfil de temperatura para três aletas
diferentes imersas em ar atmosférico numa mesma temperatura (T∞ = 24°C).
Todas as unidades dos parâmetros serão utilizadas de acordo com o Sistema
Internacional (SI).
Além desses valores, consideraremos a seguinte simbologia:
Símbolos Grandezas Físicas
Como dado inicial,
h Coeficiente de transferência de calor por convecção
z, m, C Constantes de proporcionalidade para as aletas utilizadas,
ρ Massa específica do Fluído temos como valores de
Cp Calor específico do fluído condutividade térmica,
μ Viscosidade Cinemática
segundo Incropera:
D Diâmetro da aleta
k Condutividade térmica Kalumínio = 237 W/m.K
Nu Número de Nusselt Kaço = 15,1 W/m.K
Re Número de Reynolds
Pr Número de Prandtl
As aletas serão
Gr Número de Grashof
designadas como aleta de
ΔT Variação de Temperatura
g Aceleração da gravidade (9,81 m/s²) alumínio fina, aleta de aço
β Expansividade térmica do fluido fina e aleta de aço grossa.
V Velocidade do Fluido A referência fina e grossa
Tp Temperatura de Película
dá-se devido ao diâmetro.
Tm Temperatura média da aleta
T∞ Temperatura ambiente
L Comprimento da aleta
Área da secção transversal
AL Área lateral
P Perímetro da aleta
q Fluxo de calor

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Cálculo do coeficiente de T.C. por convecção natural

O coeficiente de transferência de calor (T.C.) por convecção natural pode


ser calculado segundo a equação:

Equação 2.1

Onde:

Equação 2.2

Pr é um número tabelado

As grandezas presentes na Equação 2.3 variam de acordo com a


temperatura. As propriedades do ar são avaliadas à temperatura de película,
Tp, dada por:
Equação 2.3

Calculando Tm para cada aleta, a partir das medições, temos que:


 Aleta de alumínio fina: Tm = 42,825°C → 315,825 K
 Aleta de aço fina: Tm = 31,94°C → 304,94 K
 Aleta de aço grossa: Tm = 34,36°C → 307,36 K

A partir da Equação 2.3, calculamos a temperatura da película,


considerando a temperatura média (T m) de cada aleta e a temperatura
ambiente de 24°C:
 Aleta de alumínio fina: Tp = 33,41°C → 306,41 K
 Aleta de aço fina: Tp = 27,97°C → 300,97 K
 Aleta de aço grossa: Tp = 29,18°C → 302,18 K

Como as temperaturas de película apresentam valores muito próximos,


para o calculo das propriedades do ar, vamos utilizar um vamlor aproximado da
média aritmética dos valores de T p encontrados. Sendo assim, utilizaremos T p =
303 K

Interpolando dos valores das propriedades físicas do ar encontrados na


tabela A-5 do Holman, para uma temperatura de película de 303K adotada
acima.

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T [K] ρ [Kg/m³] μ [Kg/m.s] Cp [KJ/Kg.K] K [W/m.K] Pr

300 1,1774 1,983.10-5 1,0057 0,02624 0,708

303 x y z w t

350 0,9980 2,075.10-5 1,0090 0,03003 0,697

Interpolando:

Resolvendo cada uma das equações, achamos os valores de cada


parâmetro para a temperatura de 303 K:

ρ = 1,166623 Kg/m³

μ = 1,989.10-5 Kg/m.s

Cp = 1,0059 KJ/Kg.K

K = 0,02646 W/m.K

Pr = 0,7073

Para o calculo do coeficiente de expansividade térmica do ar, temos que


considerar o ar, nas condições ambiente especificadas, como um gás perfeito.
Assim, podemos utilizar o inverso da temperatura absoluta do ar para obtenção
do valor de β

De posse de todos os parâmetros do ar à 303 K, podemos calcular os


valores de Gr de cada aleta. Sendo assim:

 Aleta de alumínio fina:

5
 Aleta de aço fina:

 Aleta de aço grossa:

Com isso, calculamos o produto Gr.Pr

 Aleta de alumínio fina:

 Aleta de aço fina:

 Aleta de aço grossa:

A partir dos produtos Gr.Pr, verificamos que devemos utililizar a forma


mais genérica da fórmula para o cálculo do número de Nusselt (Nu), visto que a
faixa compreendida dos produtos Pr.Gr é de 10³. Sendo assim, utilizando a
equação abaixa, que calcula Nu na faixa 10-5 < Gr.Pr < 109 :

 
1

 
6

 

 

 0,6  0,387. 16 
1
Gr. Pr
 9 
Nu 2

    
Equação 2.4

 1   Pr   
9
0,559 16


   
Sendo assim, para cada aleta teremos:

 Aleta de alumínio fina:

6
 Aleta de aço fina:

 Aleta de aço grossa:

2.2. Verificação de cada aleta

Sabendo-se que:

Equação 2.5

E sabendo-se que, para o produto mL < 2,65, onde L é o comprimento


da aleta, a aleta é considerada adiabática e mL > 2,65 é considerada
aleta infinitamente longa, sendo o comprimento de todas as aletas de,
aproximadamente, 60 cm, temos que:

 Aleta de aço fina:

 Aleta de alumínio fina:

 Aleta de aço grossa:

7
2.3. Cálculo analítico do coeficiente de convecção

Antes de calcularmos devemos fazer uma observação acerca do


coeficiente de convecção calculado analiticamente. Como os dados
apresentam diferentes variações de posição e temperatura, pode-se obter
diferentes valores de h, dependendo dos pontos considerados. Este fato se
deve a instabilidade do regime de condução realizado, ou seja, o regime
desenvolvido pela aleta não se demonstrou permanente, devido ao escasso
tempo esperado para a sua estabilização. Portanto, apenas por considerar
outros dois pontos, o valor de h se modifica bruscamente. Consideraremos dois
pontos quaisquer, levando-se em conta o valor coeficiente de convecção
calculado pelo método da convecção natural e compararemos com o valor
analítico.

2.3.1. Aleta de alumínio fina

Para a aleta de alumínio fina, a equação a ser considerada será a de


aleta isolada ou adiabática. Não demonstraremos esta equação pois foge ao
escopo do trabalho:

Segundo os pontos experimentais medidos:

x [m] 0,008 0,039 0,089 0,16 0,235 0,387 0,537 0,597

T [ºC] 59,8 54,9 50,3 43,6 38,8 33,5 31 30,7

Utilizando os pontos T2 = 54,9°C e T3 = 50,3°C, temos que:

Sendo assim:

Atribuindo os valores de e , teremos:

As raízes m podem ser encontradas utilizando a equação de Newton-


Raphson. Sendo assim, calculamos a derivada da função atribuída f(x):

8
Sendo assim, utilizando o Excel para resolver a equação de Newton-
Raphson:

Supondo um valor inicial de m0 = 40:

iteração x anterior f(x) f'(x) x posterior


1,00 40,00 -2340620624,22 -1335215140,65 38,2470
2,00 38,25 -860291861,99 -491657946,14 36,4972
3,00 36,50 -316162768,71 -181061950,98 34,7511
4,00 34,75 -116176348,82 -66688690,42 33,0090
5,00 33,01 -42683208,53 -24566790,88 31,2716
6,00 31,27 -15678943,64 -9051669,00 29,5394
7,00 29,54 -5758139,62 -3335866,88 27,8133
8,00 27,81 -2114145,06 -1229726,18 26,0941
9,00 26,09 -775981,21 -453474,66 24,3829
10,00 24,38 -284709,16 -167291,96 22,6810
11,00 22,68 -104411,02 -61747,19 20,9901
12,00 20,99 -38267,84 -22805,33 19,3121
13,00 19,31 -14015,02 -8429,66 17,6495
14,00 17,65 -5127,77 -3119,22 16,0055
15,00 16,01 -1873,70 -1155,85 14,3845
16,00 14,38 -683,44 -429,14 12,7919
17,00 12,79 -248,67 -159,77 11,2355
18,00 11,24 -90,15 -59,73 9,7260
19,00 9,73 -32,50 -22,47 8,2793
20,00 8,28 -11,61 -8,54 6,9192
21,00 6,92 -4,08 -3,31 5,6838
22,00 5,68 -1,39 -1,33 4,6360
23,00 4,64 -0,44 -0,58 3,8733
24,00 3,87 -0,12 -0,30 3,4874
25,00 3,49 -0,02 -0,21 3,4016
26,00 3,40 0,00 -0,19 3,3979
27,00 3,40 0,00 -0,19 3,3979

Portanto m = 3,3979

h = 6,6356 W/m.K

9
Como previsto, há um erro experimental que se evidencia no m calculado
empiricamente (convecção natural) e o m calculado analiticamente. Sendo
assim, o erro que recai sobre h é:

Como previsto, devido a instabilidade de h, o erro apresenta-se


ligeiramente alto.

2.3.2. Aleta de aço fina

Para a aleta de aço fina, a equação a ser considerada será a de aleta


infinitamente longa. Não demonstraremos esta equação pois foge ao escopo
do trabalho:

Segundo os pontos experimentais medidos:

x [m] 0,008 0,039 0,089 0,16 0,235 0,387 0,537 0,597

T [ºC] 45,4 39,4 32,6 29,3 27,9 27,1 26,9 26,8

Utilizando os pontos T1 = 45,4°C e T2 = 39,4°C, temos que:

Sendo assim:

Resolvendo, m = 10,61365847

h = 4,082426799 W/m².k

2.3.3. Aleta de aço grossa

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Para a aleta de aço grossa também utilizaremos a equação para aletas
infinitamente longas:

Segundo os pontos experimentais medidos:

x [m] 0,008 0,039 0,089 0,16 0,235 0,387 0,537 0,597

T [ºC] 52,1 45,3 37,2 32,5 28,5 27 26,7 26,6

Utilizando os pontos T1 = 52,1°C e T2 = 45,3°C, temos que:

Sendo assim:

Resolvendo, m = 8,93750011

h = 4,91514892 W/m².K

Novamente, os erros relativos indicam a discrepância dos valores de h


calculados empiricamente e analiticamente. Os próprios erros inerentes às
medições feitas também devem ser levados em conta na composição do erro
percentual relativo e na disparidade dos dados. Como pôde-se notar, o caso
cuja aproximação foi mais considerável foi o caso da aleta fina de alumínio.

2.4 Perfis de temperatura

Para o cálculo dos perfis de temperatura, utilizaremos o coeficiente de


convecção calculado analiticamente:

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2.4.1 Aleta de alumínio fina

Utilizando a equação de aletas de extremidade isolada (adiabática) e


escolhendo o ponto T4 temos:

m = 3,3979, L = 0,6, x = 0,16 e T4 = 43,6°C →

Sendo assim:

2.4.2. Aleta de aço fina

Utilizando a equação de aletas infinitamente longas e escolhendo o ponto


T4 temos:

m = 10,61365847, L = 0,6, x = 0,16 e T4 = 29,3°C →

Sendo assim:

2.4.3. Aleta de aço grossa

Utilizando a equação de aletas infinitamente longas e escolhendo o ponto


T4 temos:

m = 8,93750011, L = 0,6, x = 0,16 e T 4 = 32,5°C →

Sendo assim:

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2.5. Gráficos

2.5.1. Gráfico do perfil de temperatura da aleta de alumínio fina

2.5.2. Gráfico do perfil de temperatura da aleta de aço fina

13
2.5.3. Gráfico do perfil de temperatura da aleta de aço grossa

2.6. Cálculo do fluxo de calor

Sabemos que ,
Já que

 Para aleta de alumínio fina:

Kalumínio = 237 W/m.K e

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 Para aleta de aço fina

Kaço = 15,1 W/m.K e

 Para aleta de aço grossa

Kaço = 15,1 W/m.K e

3. CONCLUSÃO

A partir dos dados obtidos, podemos concluir de que há erros relativos


aos dados coletados experimentalmente e também erros relacionados aos
cálculos.
Um grande fator que pode ter influenciado nos erros relativos altos foi a
escolha equivocada da temperatura ambiente (24°C), visto que, devido a época
na qual o experimento foi realizado, a temperatura ambiente possivelmente era
maior. Além disso, a escolha da temperatura da película (303 K), pode ter sido
equivocada, o que modificaria todos os parâmetros relativos ao fluido (ar),
como também o valor do coeficiente de convecção calculado empiricamente.
De qualquer forma, o experimento apresentou, graficamente, uma
situação esperada, porquanto e compararmos materiais de condutividades
térmicas iguais e diferentes diâmetros observou-se que a influência da área
superficial foi relevante na troca de calor por convecção, o que indica um

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decaimento maior da temperatura para a aleta de maior diâmetro. Deste modo,
a partir de determinada posição, as temperaturas tornam-se praticamente
constantes, representando uma situação de equilíbrio térmico. No entanto,
quando comparamos materiais de diferentes condutividades térmicas , porém
de mesmo diâmetro, tem-se resistência à passagem de calor para materiais
com menor condutividade térmica.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] – HOLMAN, J.P.; Transferência de Calor; McGraw-Hill; São Paulo;


1983

[2] – INCROPERA, F.P; DEWITT; D.P; Transferência de Calor e de


Massa; LTC; São Paulo; 2002

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