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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


DEPARTAMENTO DE FÍSICA

FIS 193 – Introdução aos Fluidos e à Termodinâmica – 2022-2


Prova 2 – 03/11/2022

NOME:_______GABARITO____________________MATRÍCULA:___________ TURMA: ___


2ª) 8 – 9 3ª) 16 - 17 4ª) 10 – 11
T1 Helder T2 Renê T3 Renê
5ª) 8 - 10 6ª) 14 - 16 6ª) 8 - 10

1) Dentro de um recipiente fechado uma certa quantidade de gelo inicialmente a 0°C é aquecido
a uma taxa constante. Após um determinado tempo t, todo o gelo é transformado em vapor
d’água à temperatura de 100 °C. Determine em qual ou quais estados se encontra a substância
no tempo t/2. Obs.: Todos os cálculos devem ser apresentados. Respostas sem
20 pontos
cálculos não serão consideradas.
Inicialmente é preciso determinar o calor total necessário para que ocorra todo o processo. Nesse caso
temos:

Calor para derreter o gelo Q1 = mLf = m(334 X 103 J/kg) 11,1 %

Calor para aquecer a água Q2 = mcΔT = m(4186 J/kg.K)(100°C) = m(418,6 x 10 3 J/kg) 13,9 %

Calor para evaporar a água Q3 = mLv = m(2256 x 103 J/kg) 75,0 %

Calor total QT = Q1 + Q2 + Q3 = m(3,01 x 106 J/kg) 100 %

Como a massa permanece constante e não há nenhuma perda de energia, podemos determinar a porcentagem
de calor necessária para cada processo. Como a taxa de fornecimento de calor é constante, podemos afirmar
que em t/2, 50% do calor total já foi transferido, o que equivale a dizer que todo gelo já foi fundido, a água
já foi aquecida a 100°C, e o processo de evaporação já iniciado, ou seja em t/2 temos água no estado líquido
misturado com vapor.

2) Um frasco de vidro, com volume interno igual a 1000 cm3, está completamente cheio de
mercúrio. Ambos estão inicialmente à temperatura de 10 oC. Quando o sistema é aquecido até
55 oC, um volume de 7,38 cm3 de mercúrio é transbordado. Sabendo-se que o coeficiente de
dilatação volumétrica do mercúrio é igual a 18,0x10−5 oC−1, calcule o coeficiente de dilatação
volumétrica do vidro.
20 pontos

Como descrito no enunciado, tanto o frasco de vidro quanto o mercúrio (Hg) que inicialmente tem o
mesmo volume, foram submetidos a mesma variação de temperatura, sendo assim podemos dizer que o
volume final do mercúrio é igual a volume final do vidro mais o volume que derramou.

𝑉𝐻𝑔 = 𝑉𝑣 + 7,38 𝑐𝑚3

𝑉0𝐻𝑔 (1 + 𝛽𝐻𝑔 ∆𝑇) = 𝑉0𝑉 (1 + 𝛽𝑉 ∆𝑇) + 7,38

𝑉0𝐻𝑔 + 𝑉0𝐻𝑔 𝛽𝐻𝑔 ∆𝑇 = 𝑉0𝑉 + 𝑉0𝑉 𝛽𝑉 ∆𝑇 + 7,38

1 7,38
Como o volume inicial é igual, temos: 𝛽𝑉 = (𝑉0𝐻𝑔 𝛽𝐻𝑔 ∆𝑇 − 7,38) ou 𝛽𝑉 = 𝛽𝐻𝑔 −
𝑉0𝑉∆𝑇 𝑉0𝑉 ∆𝑇

Substituindo os valores temos βV = 1,6 X 10-5°C-1


3) A figura abaixo mostra duas barras cilíndricas e retilíneas (cobre e alumínio) em contato entre
si através de uma de suas extremidades de seção reta. A superfície lateral das duas barras
cilíndricas está isolada termicamente para impedir a perda de calor para o ambiente. A outra
extremidade da barra de cobre está em contato com água em ebulição (à pressão atmosférica)
e a outra extremidade da barra de alumínio está em contato num banho água-gelo. Na junção
das duas barras (cobre/alumínio) a temperatura é de 55 oC, depois de alcançado o estado
estacionário. A barra de cobre tem comprimento igual a 0,50 m e ambas as barras têm seção
transversal de área igual a 4,00 cm2 (4,00x10−4 m2).
Calcule, para o estado estacionário, 55 oC
Água
Água em
a) a quantidade de calor por segundo cobre alumínio e
ebulição
(taxa de transferência de calor) que gelo
0,50 m
flui através da barra para o banho
água-gelo,
10 pontos
Considerando que as duas barras estão ligadas de maneira que a transferência de calor deve ocorrer
pelas duas barras, temos que a taxa de transferência de calor é a mesma nas duas. Sendo assim podemos
obter H, com os dados da barra de cobre.

(𝑇𝐻 −𝑇𝐶 )
𝐻 = 𝐾𝐶𝑢 𝐴 , sendo TH = 100°C, TC = 55°C, L = 0,50 m. substituindo os valores temos:
𝐿

H = 13,86 W

10 pontos 10 pontos

b) o comprimento da barra de alumínio, c) a quantidade de gelo que se liquefez


durante 24 horas.
Como sabemos que a taxa de transferência de
calor deve ser a mesma em ambas as barras, A taxa de transferência de calor nos fornece
podemos usar o resultado do item anterior para justamente a quantidade de calor por unidade
determinar o comprimento da barra de de tempo, ou seja:
alumínio. Logo, 𝑄
𝐻 = , onde Q é a quantidade de calor utilizada
𝑡

𝐿=
𝑘𝐴𝑙 𝐴(𝑇𝐻 −𝑇𝐶 )
, substituindo os valores temos, para liquefazer o gelo, sendo assim podemos
𝐻
reescrever a equação da seguinte maneira:
L = 0,32 m
𝐻𝑡
Ht = Q = mLf, ou 𝑚 = , substituindo os
𝐿𝑓
valores: m = 3,6 kg

Material Calor específico Coeficiente de dilatação linear Calor de vaporização Condutividade térmica
(J/kg.K) (K-1) (J/kg) (W/m.K)
Alumínio 910 23x10−6 45,60x105 205,0
Cobre 390 17x10−6 50,69x105 385,0
4) Uma certa quantidade de água derramada no chão passa por um processo de evaporação e
seca após um determinado tempo, mesmo estando a temperatura de 27 °C. O que ocorre na
interface água/ar para que isso aconteça?
10 pontos
a) As moléculas ficam em repouso.
b) Todas as moléculas atingem velocidade igual a média para a temperatura de 27 °C.
c) Todas as moléculas atingem velocidade menor que a média para a temperatura de 27 °C.
d) Algumas moléculas atingem velocidade infinita.
e) Algumas moléculas atingem velocidade tão alta quanto a média de 100ºC.

5) Baseado na questão anterior e no Modelo Cinético-Molecular de um Gás Ideal, prove (através


de cálculos) e justifique a evaporação das moléculas na superfície da camada de água
derramada no chão.
20 pontos

O fator determinante para a evaporação das moléculas na superfície da camada de água é a velocidade
das moléculas, que por sua vez é proporcional a temperatura absoluta. Pelo Modelo Cinético-Molecular
3𝑅𝑇
podemos determinar a velocidade quadrática médica da seguinte maneira: 𝑣𝑞−𝑚é𝑑 = √
𝑀𝑎

Para temperatura de 27°C (300 K): vq-méd = 643 m/s

Para temperatura de 100°C (373 K): vq-méd = 717 m/s

Como podemos observar a diferença de velocidade das moléculas para as duas temperaturas é muito
pequena (aprox.: 10 %), e por se tratar de velocidade média, podemos afirmar que existem moléculas com
velocidade maior e menor que esse valor. Ou seja, mesmo a água estando a temperatura ambiente, muitas
moléculas podem ter velocidade equivalente a velocidade para evaporar na superfície da camada de água.

FORMULÁRIO
𝑄 = 𝑚𝑐∆𝑇 𝑄 = 𝑛𝐶∆𝑇 𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 𝑄 = ±𝑚𝐿

∆𝐿 = 𝛼𝐿0 ∆𝑇 ∆𝑉 = 𝛽𝑉0 ∆𝑇 𝑃𝑉 = 𝑁𝑘𝑇 𝑚𝑡𝑜𝑡 = 𝑛𝑀

𝐻=
𝑑𝑄
= 𝑘𝐴
𝑇𝐻 −𝑇𝐶 𝐻 = 𝐴𝑒𝜎𝑇 4 𝐹
= −𝑌𝛼∆𝑇 𝑀 = 𝑁𝐴 𝑚
𝑑𝑡 𝐿 𝐴
𝐹 𝑁𝑚𝑣𝑥2 2 1 3 3
𝑃=𝐴= 𝑃𝑉 = 𝐾𝑡𝑟
3 2
𝑚(𝑣 2 )𝑚é𝑑 = 2 𝑘𝑇 𝐶𝑉 = 2 𝑅
𝑉
3 5
𝑣𝑞−𝑚é𝑑 = √(𝑣 2 )𝑚é𝑑 = √
3𝑘𝑇
=√
3𝑅𝑇 𝐾𝑡𝑟 = 2 𝑛𝑅𝑇 𝐶𝑉 = 2 𝑅
𝑚 𝑀
𝑉 𝑉 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝐶𝑉 = 3𝑅
𝑡𝑚é𝑑 = 4𝜋 𝜆= 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 =
√2𝑟 2 𝑣𝑁 4𝜋√2𝑟 2 𝑁 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜

cgelo = 2100 J/kg.K R = 8,314 J/mol. K Água

cágua = 4186 J/kg.K NA=6,022X1023 Lf = 334 X 103 J/kg


moléculas/mol
cvapor = 2010 J/kg.K Lv = 2256 X 103 J/kg
-23
K = 1,381 X 10
Mágua = 1,8.10-2 kg/mol J/molécula.K

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