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Relatório Prática 5: Expansão Térmica

Anthony Luan de Souza Nascimento


Daniel Diniz da Silva
Macyel Rodrigues Galvão da Silva
Victor Vieira Sampaio

Discentes de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Piauí- UFPI

Departamento de Física – Centro de Ciências da Natureza – UFPI


victorsampaio44@ufpi.edu.br

A maioria dos materiais se expandem quando são aquecidos através de uma variação de temperatura a qual não
produz uma mudança de fase. Sabe-se que quando ocorre essa variação de temperatura do corpo, os átomos que o
constituem se agitam mais, com isso a distância média entre eles aumenta. Neste experimento, investigou-se o
coeficiente de dilatação linear do cobre e alumínio, a partir de uma haste onde ela é aquecida com um gerador de
vapor. A variação de comprimento é medida a partir do sensor giratório e a variação de temperatura a partir do
sensor térmico. A partir de uma análise detalhada dos dados, obteve-se os seguintes valores de coeficiente: αc =
20 x 10-6 °C-1, com um erro percentual de 17,6% e para o alumínio, αL = 35 x 10-6 °C-1, com um erro percentual
de 59,1%.

Palavras chave: Coeficiente de dilatação linear; Expansão térmica; Cobre; Alumínio.

1 Introdução

O fenômeno de dilatação térmica está presente em


diversas situações do nosso cotidiano. Por exemplo,
a maior parte dos termômetros de uso doméstico
utilizam a variação de volume de um líquido
(frequentemente mercúrio ou álcool) para a medida
da temperatura. Tipicamente, nestes termômetros, o
comprimento de uma coluna do líquido varia quando
este é aquecido ou resfriado, indicando a temperatura
correspondente através de uma calibração. Os
sólidos metálicos também apresentam o efeito de
dilatação térmica. Assim, uma régua metálica
calibrada a uma determinada temperatura pode
fornecer medidas incorretas quando for muita
aquecida ou resfriada [1].
Figura 1: Arranjo regular dos átomos num sólido
Para entendermos o fenômeno da dilatação térmica cristalino [1].
dos sólidos, podemos recorrer à natureza atômica da
matéria. Conforme já mencionamos, a temperatura Podemos determinar, experimentalmente, que a
está associada ao movimento dos átomos e variação do tamanho de um objeto depende da
moléculas de um corpo. Um sólido cristalino (como variação de temperatura à qual ele é submetido e do
os metais) pode ser imaginado como um arranjo seu tamanho original. De fato, a variação ΔL do
espacialmente ordenado de átomos, conforme comprimento de uma barra metálica é proporcional
mostramos na Figura 1. A ligação química entre os ao comprimento L e à variação ΔT de sua
átomos produz uma interação entre eles, como se temperatura, ou seja,
estivessem ligados por molas. A temperatura do
corpo sólido está, assim, relacionada com a oscilação ΔL = αLΔT (1)
da rede cristalina. A elevação da temperatura implica
na agitação dos átomos, aumentando a amplitude das onde α é chamado de coeficiente de dilatação linear.
oscilações e, consequentemente, a distância média Ele mede a variação percentual das dimensões
entre os átomos. Isto resulta no aumento das lineares de um objeto por unidade de variação da
dimensões do objeto, ou seja, na sua dilatação [1]. temperatura [1].

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Neste trabalho determinaremos o coeficiente de 3 Resultados e discussões
dilatação linear do cobre e alumínio usando-se um
aparato de expansão térmica.
Nesta parte foi estudado as expansões térmicas das
barras de cobre e alumínio e a partir dos resultados
2 Procedimento Experimental experimentais obtivemos os coeficientes lineares
deles.
2.1 Materiais
Para encontrarmos o valor da expansão a partir do
Neste trabalho os seguintes materiais foram sensor giratório, usamos a seguinte expressão:
utilizados:
l = 1,327 * posição angular (2)
• Aparato de expansão térmica;
Onde a posição angular era informada pelo Xplorer
• Barra de cobre e alumínio; GLX.
• Fita métrica;
De acordo com a Tabela 1, o cobre possui um
• Gerador de vapor; coeficiente de dilatação linear teórico de
• PASPORT Temperatura sensor; 17 x 10-6 °C-1, e nos nossos procedimentos
encontramos uma média de 20 x 10-6 °C-1, ou seja,
• Sensor de movimento giratório; um erro de 17,6%. Acreditamos que o erro
relativamente médio tenha sido ocasionado por má
• Xplorer GLX; administração dos sensores térmicos, já que no
primeiro procedimento obteve o maior coeficiente de
dilatação linear, de 24,8 x 10-6 °C-1, e nos outros
2.2 Calcular a expansão térmica procedimentos já obteve um valor mais aproximado
De início montou-se o arranjo experimental do coeficiente de dilatação linear teórico. O desvio
mostrado na Figura 2. Após isso, colocou-se a barra foi de 3,6 x 10-6 °C-1, onde podemos considerar uma
metálica alinhado com o eixo da haste, encaixando dispersão de valores bem baixa.
nas extremidades da braçadeira. Depois conectou-se
o sensor de temperatura e o sensor de movimento No alumínio, de acordo com a Tabela 1, o mesmo
giratório no Xplorer GLX. Depois mediu-se com possui um coeficiente de dilatação linear teórico de
uma régua métrica o comprimento da barra à 22 x 10-6 °C-1, e nos nossos procedimentos
temperatura ambiente a partir de uma braçadeira até encontramos uma média de 35 x 10-6 °C-1, ou seja,
o pino rotativo do sensor de movimento giratório. um erro de 59,1%. No primeiro procedimento com
Após isso, colocou-se o sensor de temperatura na alumínio, após os resultados, percebemos que o
barra e a espuma por cima. E por fim, conectou-se o sensor de temperatura teria desacoplado da haste
tubo plástico do gerador de vapor na haste até chegar metálica, assim não conseguindo chegar em uma
a uma temperatura constante. Repetiu-se o variação de temperatura adequada, e por isso o
experimente 3 vezes intercalando as barras metálicas coeficiente de dilatação linear foi de
de cobre e alumínio e os dados foram anotados em 67,6 x 10-6 °C-1. No segundo procedimento foi obtido
uma tabela. um valor mais aproximado do teórico, de
24,6 x 10-6 °C-1, e no terceiro obteve metade desse
valor. No terceiro procedimento acreditamos que o
sensor giratório pode ter parado, uma vez que a
variação de temperatura foi quase igual ao do
procedimento anterior, porém a posição angular foi
muito menor do que deveria ser. O desvio foi de
23,7 x 10-6 °C-1, ou seja, uma dispersão de valores
muito alta.

A partir desses valores, conseguimos concluir que


ΔL é diretamente proporcional ao ΔT. Isso pode ser
observado tanto pela Equação 1, como pelos
Figura 2: Arranjo experimental da prática 5 [2].
resultados apresentados na Tabela 1, visto que
quanto maior a variação de temperatura maior seria
o comprimento final. Vale lembrar também que os
materiais usados tratam-se de materiais isotrópicos,
ou seja, suas propriedades mecânicas e térmicas são
as mesmas em todas as direções, por isso os

2
procedimentos são válidos para encontrar o
coeficiente de dilatação linear dos materiais.

L ΔL ΔT αex σα αT
Material E%
(mm) (mm) (°C) (°C-1) (°C-1) (°C-1)
456 0,44 38,9
Cobre 456 0,48 56,4 20 x 10-6 3,6 x 10-6 17 x 10-6 17,6
456 0,46 61,9
457 0,34 11
Alumínio 456 0,67 59,7 35 x 10-6 23,7 x 10-6 22 x 10-6 59,1
456 0,32 56,7
Tabela 1: Dados e cálculos dos procedimentos experimentais.

4 Conclusões
Nesta prática conseguimos entender bastante sobre
como calcular o coeficiente de dilatação linear. No
procedimento com a barra de cobre conseguimos
encontrar um coeficiente com um erro de 17,6% em
relação ao coeficiente teórico. Já na barra de
alumínio encontramos um coeficiente com um erro
de 59,1% e uma dispersão de valores altíssima. Além
disso foi possível concluir a relação de ΔL com ΔT.
A partir desses resultados podemos dizer que o
objetivo em calcular o coeficiente de dilatação linear
da barra de cobre foi concluído, porém da barra de
alumínio não, e com esse erro percebemos que
necessita de mais atenção e precisão na hora de
realizar os procedimentos.

Referências

[1] Khoury AZ, Filho DFF. Física 2A. 3rd ed. Vol.
1. Rio de Janeiro: CECIERJ;
[2] Apostila de Física experimental II - elaborada
pela Profa. Maria Leticia Vega – 2022;

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