Dilatômetro linear

Mariane Silva Gualberto, Fernanda Campos Damasceno, Jean Assis Das Graças Dávila, Kelvin Henrique Silva, Gabriel Martins
Barrios de Oliveira, Iara Aparecida Santos e Souza, Eduarda de Carvalho Guedes, Luís Eduardo Souza Barbosa

Laboratório de física B – Turma 30B do curso de ABI-engenharias

17 de janeiro de 2023

Resumo

Os estudos sobre dilatação têm bastante aplicabilidade na área da engenharia, principalmente em processos
termodinâmicos de inúmeros materiais. Desse modo, este relatório tem como objetivo entender os fenômenos
relacionados a esse conceito e demonstrar uma básica aplicabilidade sobre tal. Onde foram utilizados diversos
equipamentos que se resumem a um equipamento nomeado de dilatômetro linear.
Com isso, através desses equipamentos foram realizados os cálculos de temperatura, tempo gasto,
comprimento e o de coeficiente de dilatação, além de contar com resultados para a montagem gráfica desses
dados.

1 Introdução
A dilatação linear [1] se resume ao estudo
de sólidos que depois de expostos a uma variação
de temperatura sofrem aumento ou diminuição em
suas dimensões, que dependendo do material e da
temperatura essa mudança na dimensão é bem
pequena e quase não perceptível a olho nu, por esse
motivo alguns experimentos necessitam de
equipamentos, como o dilatômetro linear que foi
usado neste experimento, para ter melhor
desempenho e confiabilidade nos resultados do
mesmo.
A dilatação linear é aquela que ocorre
variação em apenas uma dimensão, ou seja, no
comprimento do material [2]. Que por
coincidência, de acordo com os dados adquiridos,
obteve-se o coeficiente de dilatação por forma de
uma equação linear.
Com isso, este relatório mostrará um
experimento paralelo com as aplicações acerca
desse conceito, aplicações essas voltadas a
engenharia, sendo utilizados em construções de
casas, pontes e em colocação de trilhos de
transporte ferroviário, entre outras variedades de
áreas e aplicações.
2 Métodos
2.1 Modelo teórico
O princípio da dilatação térmica foi
descoberto por Galileu Galilei, ele foi o primeiro
grande físico a propor de forma clara um problema
envolvendo a deformação de corpos, Galileu se
inspirou nas madeiras das casas em sua cidade,
percebendo que com o passar do tempo ela de
deformava e assim surgiu a teoria
A dilatação térmica consiste no aumento do
comprimento de um corpo ocasionado pelo
aumento da temperatura, o que causa o aumento na
agitação das moléculas deste corpo e
consequentemente o aumento da distância entre as
mesmas. A dilatação do corpo depende de fatores
como a variação da temperatura e do seu
coeficiente de dilatação, que é característico de
cada substância, apesar do corpo sofrer uma
dilatação em todas as direções, dizemos que esta
dilatação térmica é linear pela diferença de
comprimento ser mais relevante. (Um bom
exemplo de dilatação térmica é a dilatação que
ocorre em trilhos de trem, como a temperatura do
trilho muda consideravelmente quando o trem
passa, é deixado uma distância entre as barras de

1
ferro para ter essa dilatação térmica linear e não
ocasionar na avaria do trilho).
2.2 Método experimental
Inicialmente, montou-se o experimento
com os materiais em acordo com a figura 1 e
mediu-se o comprimento, com uma régua (de
incerteza±0,05mm), e temperatura, com um
termômetro (de incerteza ±0,1°C), iniciais do ducto
de alumínio. Em seguida, zerou-se o relógio (de
incerteza±0,005mm), do suporte e adicionou-se
200ml de água no aquecedor, que foi tampado com
uma rolha que continha uma mangueira cuja outra
extremidade estava conectada ao ducto. Ligou-se o
aquecedor, observou-se a temperatura do ducto até
que ficasse aproximadamente estável e anotou-se a
dilatação registrada pelo relógio. Desligou-se o
aquecedor e, a cada decaimento de 5°C da
temperatura do ducto, anotou-se a dilatação
indicada, até que a temperatura chegasse próxima
da inicial.
Figura 1: Materiais utilizados para a realização do
experimento.
Logo após, calculou-se o coeficiente de
dilatação linear pela fórmula
(1a)
e também pelo coeficiente angular do
gráfico de dilatação ΔL(mm) em função da
variação de temperatura ΔT(°C), comparando-se os
resultados. Para finalizar, calculou-se o desvio
padrão das medidas (equação 1c) e a propagação de
2
erros (equação 1d) das medidas por meio do
método dos mínimos múltiplos.
(1c)
3 Discussões e resultados
No primeiro momento onde foi solicitado o
cálculo da dilatação na faixa de valores de
temperatura onde o material dilata-se bem rápido
(valores na tabela 1), encontrou-se um coeficiente
de dilatação de (1,62 ± 0,04). 10−4 ℃−1 . Como
esse instante é uma espécie de “ponto de virada”
onde o material se dilata muito rapidamente para
uma pequena variação e, após isso, dilata-se pouco,
seu coeficiente de dilatação linear instantâneo é
bem alto.
Enquanto isso, em um segundo momento,
onde a temperatura da haste já não aumentava mais,
mediu-se novamente o coeficiente de dilatação
linear e chegou-se ao valor de: (8,13 ±
0,04). 10−7 ℃−1 . Coeficiente extremamente
baixo, dado a variação de temperatura. Ou seja,
estes dois valores distintos representam o
comportamento de dilatação da haste que, em um
breve momento, dilata-se muito rápido e, após isso,
dentro de uma faixa de valores mantém-se
“estagnada”.
Tabela 1: dilatação no aquecimento em relação à
temperatura.
Temperatura (ºC) Dilatação(mm)
31,9 0
41,2 0,78
65 0,79
No segundo momento, foi aferido os dados
de variação do comprimento da haste em relação ao
seu resfriamento a cada 5℃ , como estão
organizados na tabela 2. Com as medições é
possível retirar algumas informações como o
desvio padrão populacional da variação: 0,24mm e
a média 0,38mm, que ajuda a entender o quão

Temperatura (ºC) Variação comprimento(mm) 4 Conclusão

65 0,79 O dilatômetro linear é utilizado nos estudos
60 0,59 sobre a termodinâmica, para fins de determinar a
55 0,48
dilatação linear de determinado material, do
50 0,36
coeficiente de dilatação Linear, variação de
45 0,25
comprimento devido a variação de temperatura,
40 0,15
35 0,04 etc... Essa prática nos permite identificar como um
linear são as medidas que foram feitas. determinado corpo reage a uma certa temperatura.
É possível então, correlacionar uma relação entre a
dilatação linear e a variação de temperatura. Na
dilatação linear o corpo sofre um aumento em seu
Tabela 2: dilatação térmica em relação à variação de comprimento por conta de um aumento na
temperatura durante o resfriamento: temperatura a que este está sendo submetido, ela
também depende do coeficiente de dilatação
característico de cada substância. Esses fenômenos
Utilizando essa mesma tabela e um
são vistos, por exemplo, em projeto de trilhos em
programa de linearização de funções, é possível
ferrovias ou placas de concreto imagina-se que
encontrar o coeficiente de dilatação linear do
conforme a temperatura, aquele material irá se
alumínio através dos dados encontrados. Através
dilatar, ou seja, tem que ser feito corretamente para
da equação 1b, onde obtivemos “a” através da
que o material tenha espaço para de expandir.
linearização, chegamos ao coeficiente de dilatação
linear do alumínio que é: (4,64 ± Perante isso, conclui-se que os cálculos da
−5 −1
0,04). 10 ℃ . O valor encontrado é 2x maior dilatação linear comprovados em estudos, está
do que a referência (2,2. 10−5 ℃−1 ) que consta no correta, pois foi visto, que essas grandezas são
manual do fabricante do kit utilizado no diretamente proporcionais umas com as outras.
experimento. Apesar da incerteza ser baixa, essa
A partir dos cálculos realizados obteve-se
discrepância no valor pode-se ser analisada através
que os valores de coeficiente de dilatação obtidos
de alguns fatores, dentre eles, as medições podem
no experimento não se aproximam muito do valor
ter sido feitas de maneira inadequada em alguma
desejado teoricamente do alumínio
parte do experimento, houve algum erro grosseiro −5 −1
(2,2. 10 ℃ )[4], o que ocorreu possivelmente
de uso dos equipamentos e etc.
isso se deve a erros de leitura no experimento.

[3] Figura 2: Variação de comprimento da haste (mm) pela
temperatura (℃)
Referências
[1] BERTONCIN, Ana Caroline. Jouleka
dilatômetro. 2013. Relatório de laboratório de
física (Graduação em Engenharia Ambiental) -
Unesp- Universidade Federal Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”, São Paulo, 2013. Disponível em:
https://www.sorocaba.unesp.br/Home/Extensao/E

3
ngenhocas/relatorio-jouleka-final.pdf . Acesso em:
21 janeiro de 2023.
[2] SANTOS, Marco Aurélio da Silva. "Dilatação
Linear"; Brasil Escola. Disponível em
http://brasilescola.uol.com.br/fisica/dilatacao-
linear.htm . Acesso em 30 de janeiro de 2022.

[3] Colby College Chemistry, T. W. Shattuck,

8/28/2015.Dispónivel em:
https://www.colby.edu/chemistry/PChem/scripts/l
sfitpl.html Acesso em: 24 de janeiro de 2023
[4] AZEEHEB | Laboratório de física. “Manual de
instruções e guia de experimentos: Dilatômetro
linear” Disponível em:
file:///C:/Users/Maria/Downloads/Pratica_4.pdf

A Dilatação Linear (1a)

- Onde ΔL corresponde a variação do comprimento
- Onde L corresponde ao comprimento final
- Onde α corresponde ao coeficiente
- Onde ΔT corresponde a variação da temperatura

B Coeficiente
a 𝚫L
α = L onde a = 𝚫T (1b)
0

C Desvio Padrão
- Onde Xi é o valor observado
- Onde x̅ é o valor da média
- Onde n é a quantidade de valores

D Propagação de erros