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Centro de Ciências
Departamento de Fı́sica
Fortaleza, Ceará
2016
Sumário
1 Introdução 2
2 Objetivos 4
3 Material 4
4 Procedimento 5
4.1 Aço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
4.2 Alumı́nio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
4.3 Latão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
5 Questionário 7
6 Conclusão 9
7 Bibliografia 9
1 Introdução
O relatório que segue faz referência à descrição dos experimentos realizados durante
uma aula de Fı́sica Experimental. Estes referentes ao estudo da dilatação térmica, que
consiste no aumento do volume dos sólidos devido à absorção de calor pelo mesmo.
Isso acarreta em um aumento na temperatura, e assim um grau maior de agitação das
partı́culas, que se distanciam entre si, ocasionando um acréscimo nas medidas do corpo
analisado.
Há basicamente, três tipos de dilatação térmica:
• A dilatação linear: aplica-se apenas a corpos em estado sólido, nos quais há
variação considerável e unidimensional de comprimento. Durante os experimentos
descritos no decorrer deste relatório utilizamos os conceitos deste tipo de dilatação
térmica.
A dilatação linear é um dos tipos mais comuns de dilatação térmica. Ela se dá somente
em uma dimensão. Porém, todos os corpos são tridimensionais, por menores que sejam
suas dimensões. Em consequência disso, a dilatação linear é apenas teórica. Na realidade a
variação ocorre em três dimensões, mas só é possı́vel medir a variação de uma dimensão,
que se dá de forma mais considerável que as demais.Todos os materiais dilatam-se de
maneiras diferentes, devido a sua composição quı́mica. Assim, cada material possui um
coeficiente de dilatação linear.
A dilatação linear ∆L é dada por:
∆L = αL0 ∆t (1)
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na qual, L0 é o comprimento, ∆L, é a variação do comprimento, ∆t corresponde à variação
de temperatura e α é o coeficiente de dilatação linear.
O fenômeno da dilatação térmica pode ser observado em diversas situações cotidianas,
pois a maioria dos materiais que nos cercam sofrem dilatação térmica constantemente.
Um exemplo são as calçadas e as lajes, que se dilatam quando a temperatura aumenta,
e se contraem com a diminuição da temperatura. Durante esse processo de dilatação e
contração, podem ocorrer fissuras nas estruturas em questão.
Outro exemplo importante são as estra-
das de ferro. O ferro possui um coefici-
ente de dilatação bastante elevado. Dessa
forma, com uma pequena variação de tem-
peratura, o seu volume pode variar consi-
deravelmente. Neste caso, a oscilação de
temperatura durante o dia poderia causar
deformações, prejudicando a passagem dos
trilhos do trem.
Por esse motivo, as calçadas, estradas,
Fig. 2: Trilhos com junta de dilatação.
(Fonte: Parque da Ciência) ferrovias, dentre outros são construı́das
com juntas de dilatação, que geram folgas
propositais, para possibilitar a expansão e contração dos materiais, sem que hajam, fissu-
ras, rachaduras ou quaisquer deformações. Na imagem ao lado (Fig. 2) podemos observar
uma pequena folga entre os trilhos de uma ferrovia.
Entre as diversas aplicações da dilatação térmica, a que mais se destaca é a sua uti-
lização na construção de lâminas bimetálicas, que consistem em duas placas feitas de
materiais diferentes soldadas. Em razão da utilização de materiais distintos, há dois
coeficientes de dilatação também distintos, um para cada lâmina, que ao serem aqueci-
das, aumenta seu comprimento de modo desigual, fazendo com que a lâmina bimetálica
entorte.
As lâminas bimetálicas são largamente utilizadas em relés térmicos (termostatos),
para controlar a temperatura de um ambiente, como nas geladeiras, aparelhos de ar con-
dicionado, ferros elétricos automáticos, dentre outros. Quando a temperatura aumenta,
a lâmina curva-se fazendo com que haja uma interrupção da passagem de eletricidade.
Após um certo tempo, a lâmina volta ao estado inicial reabilitando a passagem de cor-
rente elétrica, pois a temperatura diminui. Isso evita o superaquecimento de condutores,
e consequentemente a ocorrência de acidentes.
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2 Objetivos
Esta prática experimental teve como principais objetivos:
3 Material
Para a realização dos experimentos durante esta prática, foram utilizados os seguintes
equipamentos:
• Dilatômetro;
• Relógio comparador;
• Kitasato (pyrex);
• Termômetro;
• Lâmina bimetálica
• Fita métrica;
• Luvas térmicas;
• Fogareiro elétrico.
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4 Procedimento
Antes qualquer experimento, recebemos uma breve explicação sobre o conceito de
dilatação térmica, e como calculá-lo. Também fomos instruı́dos a respeito da correta
montagem e utilização dos equipamentos necessários para a realização da prática experi-
mental. O primeiro experimento realizado foi a observação do comportamento da lâmina
bimetálica, realizado pelo professor. Ele fixou a lâmina em um prendedor e aproximou-a
de uma vela acessa, ao aquecer a lâmina entortou-se e afastando-a da vela, a lâmina vol-
tou ao seu estado normal. Isso acontece porque a lâmina é composta por materiais com
coeficientes de dilatação linear diferentes, o que acarreta na deformação da lâmina.
Em seguida, iniciamos o segundo experimento. Em nossas bancadas já estava montado
um dilatômetro, consistindo de uma base, bem como duas hastes fixados na mesma, e
ainda uma terceira haste contendo um relógio comparador, para medir a variação de
comprimento. Ainda sobre a bancada, estava um fogareiro elétrico contendo um kitasato
(pyrex), com um termômetro fixado, para o aquecimento do material e aferição da variação
de temperatura; e uma mangueira de borracha com pequena espessura para conectá-lo ao
cano.
Além desses equipamentos recebemos três tubos ocos, de aço, latão e alumı́nio, para a
determinação dos coeficientes lineares destes; fita métrica, para medir o comprimento dos
tubos; luvas térmicas, e ainda outro termômetro, para aferirmos a temperatura ambiente.
Primeiramente, posicionamos o tubo nas hastes de sustentação do dilatômetro, aten-
tando para conectar uma extremidade à mangueira de borracha, para a conexão com o
kitasato, e deixar a outra extremidade livre para mover o pino do relógio comparador.
Após isso, zeramos o relógio comprador, girando o mostrador do ponteiro até a posição
zero; medimos o comprimento L0 do tubo, com a fita métrica; e utilizamos o termômetro
para aferir a temperatura ambiente.
A seguir, ligamos o fogareiro elétrico e iniciamos o experimento. Quando o ponteiro
do relógio comparador se estabilizou em um certa posição, e estava saindo vapor do cano,
registramos a variação de comprimento e de temperatura, respectivamente, no relógio
comprador e no kitasato, e tomamos nota dessas medidas. Realizamos o mesmo procedi-
mento para os três tubos. Os resultados colhidos constam na tabela a seguir:
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Ao termos colhido os dados de todos os tubos, determinamos os respectivos coeficientes
lineares dos mesmos:
4.1 Aço
Segundo a tabela, para o tubo de aço temos:
L0 = 521 mm
t = 23,8 ◦ C
t’ = 97,0 ◦ C
∆L = 0,44 mm
∆L 0, 44
α= = = 1, 15 × 10−5 (3)
L0 ∆t 521 × (97, 0 − 23, 8)
4.2 Alumı́nio
Segundo a tabela, para o tubo de aço temos:
L0 = 520 mm
t = 24,3 ◦ C
t’ = 97,5 ◦ C
∆L = 0,90 mm
∆L 0, 90
α= = = 2, 36 × 10−5 (4)
L0 ∆t 520 × (97, 5 − 24, 3)
4.3 Latão
Segundo a tabela, para o tubo de aço temos:
L0 = 522 mm
t = 23,1 ◦ C
t’ = 97,0 ◦ C
∆L = 0,70 mm
∆L 0, 70
α= = = 1, 82 × 10−5 (5)
L0 ∆t 522 × (97, 0 − 23, 1)
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5 Questionário
Questão 1 Compare o coeficiente de dilatação linear encontrado experimentalmente
para cada material fornecido com os valores respectivos da literatura. Indique o erro
percentual em cada caso.
Resposta: Os cálculos realizados são expostos na tabela a seguir:
Material Valor Experimental (◦ C−1 ) Valor Padrão (◦ C−1 ) Erro Percentual (%)
AÇO 1, 15 × 10−5 1, 20 × 10−5 4,16
ALUMÍNIO 2, 36 × 10−5 2, 40 × 10−5 4,00
LATÃO 1, 82 × 10−5 2, 00 × 10−5 9,25
Questão 3 Uma lâmina bimetálica consiste de duas tiras metálicas rebitadas e é utili-
zada como elemento de controle em um termostato comum. Explique como ela funciona.
Resposta: As lâminas bimetálicas são compostas por duas placas de materiais diferen-
tes, portanto com coeficientes de dilatação térmica distintos. Assim, ao aquecermos esta
lâmina, ela se curva. A lâmina bimetálica é bastante utilizada e serve para controlar de
temperatura de certos ambientes, como geladeiras, freezers, condicionadores de ar, entre
outros. Quando a temperatura aumenta, a lâmina curva-se fazendo com que haja uma
interrupção da passagem de eletricidade. Após um certo tempo, a lâmina volta ao estado
inicial reabilitando a passagem de corrente elétrica, pois a temperatura diminui. Isso evita
o superaquecimento de condutores, e consequentemente a ocorrência de acidentes.
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Com o aumento da temperatura o fio irá se dilatar, aumentando o perı́odo do pêndulo, o
que faria com que o relógio atrasasse na marcação das horas.
Questão 5 Uma pequena esfera metálica pode atravessar um anel metálico. Entretanto,
aquecendo a esfera, ela não conseguirá mais atravessar o anel.
(a) O que aconteceria se aquecêssemos o anel e não a esfera?
Resposta: Aquecendo o anel, haveria uma dilatação e consequente aumento no diâmetro
do anel, permitindo a passagem da esfera.
(b) O que aconteceria se aquecêssemos igualmente o anel e a esfera?
Resposta: Isso vai depender dos coeficientes de dilatação do anel e da esfera. Se forem
proporcionais, a esfera continuará passando pelo anel, senão, as deformações dos dois
objetos se dará de forma desproporcional não permitindo a passagem da esfera pelo anel.
Questão 6 Por que a água não deve ser usada como substância termométrica?
Resposta: Porque a água é uma substância com comportamento anômalo, apresentando
caracterı́sticas diferentes dos demais materiais, pois ao sofrer fusão, seu volume diminui
e não aumenta, como se pode observar como padrão na maioria das substâncias. Além
disso, possui um alto calor especı́fico. Dessa forma, muita energia é necessária para haver
uma variação na temperatura, o que pode demorar consideravelmente.
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6 Conclusão
Através desta prática de Fı́sica Experimental, aprofundamos nossos conhecimentos a
respeito de uma área muito importante da Fı́sica, a dilatação térmica. Durante os expe-
rimentos, aprendemos diversos conceitos na prática, o que se mostrou bastante vantajoso.
Ocorreram alguns erros por nossa parte na aferição do coeficiente de dilatação linear
dos tubos, devido ao fato de posicionarmos os tubos de maneira errada, forçando-os
erroneamente no pino do relógio comparador. Por esta razão, quando conferı́amos o
resultado obtido, o erro percentual era enorme. Porém, ao percebermos nosso engano,
corrigimos o erro. Apesar destes erros, prosseguimos com a prática realizando a medição
corretamente.
Ao final desta prática, entendemos o funcionamento da lâmina bimetálica, e sua im-
portância em equipamentos elétricos e eletrônicos, bem como os conceitos e aplicações de
dilatação térmica e como ela se dá na prática.
7 Bibliografia
DIAS, N. L. Roteiros de Aulas Práticas de Fı́sica, 2016.
Parque da Ciência - Dilatação térmica: o que é, o que causa, por Ana Caroline
Pscheidt. Disponı́vel em: http://parquedaciencia.blogspot.com.br/2013/08/dilatacao-
termica-o-que-e-o-que-causa.html. Acesso em: 21 set.2016.
Só Fı́sica - Dilatação Linear. Disponı́vel em: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Ter
mologia/Dilatacao/linear.php. Acesso em: 21 set.2016.
Mundo Educação - A Dilatação Térmica no Cotidiano, por Marco Aurélio da Silva San-
tos http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/a-dilatacao-termica-no-cotidiano.htm.
Acesso em 21 set.2016.
Imagens
Fig. 1: Disponı́vel em: http://www.sofisica.com.br/. Acesso 22 set.2016.
Fig. 2: Disponı́vel em: http://parquedaciencia.blogspot.com.br. Acesso 22 set.2016.