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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE


CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROF. ALBERTO CARVALHO
DFCI – DEPARTAMENDO DE FÍSICA

Interferência de Micro-ondas

DISCIPLINA: Laboratório de Física 4


PROFESSOR. Dr. Cristiano Teles De Meneses
ALUNO. Wislan De Oliveira Santos, 201700005812

Itabaiana/SE, outubro de 2021


Introdução
É conhecido que, quando duas ou mais ondas atingem simultaneamente um dado ponto
de um meio no qual se propagam, este ponto sofre o efeito resultante da soma dos efeitos que
cada onda produziria isoladamente naquele ponto. Este fenômeno é denominado interferência.
É um fenômeno localizado, sendo restrito ao local onde ocorre a superposição das ondas. Este
fenômeno ocorre com qualquer tipo de onda, seja mecânica ou eletromagnética.
Quando duas ondas de mesma frequência se propagam aproximadamente na mesma
direção, com uma diferença de fase constante em relação ao tempo, elas podem combinar-se
de forma que a amplitude resultante não se distribui uniformemente em toda região do espaço:
máxima em certos pontos e mínima em outros. Se as ondas são superpostas possui mesma
frequência, mesmo comprimento de onda e amplitude, mas de sentidos opostos, resulta a
denominada onda estacionária. Isso ocorre, por exemplo, quando vibrações são produzidas em
uma corda esticada com extremidades fixas, como na Figura 1. Nesse caso, as ondas refletidas
em cada extremidade superpõem-se àquelas que estão se propagando em sentindo oposto e
produzem configurações determinadas pela condição de que, em qualquer instante, a
amplitude deve ser nula nesses dois pontos, ou seja, as duas extremidades devem ser nodos.
Nesse caso, movimentando o anteparo na direção da linha que une à fonte, um ciclo é
completado a cada meio comprimento de onda percorrido pelo anteparo conforme mostra a
Figura 1. Deste modo a distância entre dois mínimos (ou dois máximos) é igual a meio
comprimento de onda.
Para realizar o experimento desta aula será utilizada uma fonte de micro-ondas. As
micro-ondas é uma onda eletromagnética, e como as ondas de rádio, podem produzidas por
instrumentos eletrônicos. Em geral, elas são utilizadas, principalmente, em comunicações e em
sistemas de radar.

Figura 1. Onda estacionária em uma corda com três ventres e 4 nós.


Objetivos
Estudar o fenômeno da interferência e, através dele, determinar o comprimento de
onda de um feixe de micro-ondas.
Materiais utilizados
• Emissor de micro-ondas;
• Receptor de micro-ondas;
• Gerador de micro-ondas;
• Voltímetro;
• Amplificador;
• Placa semi espelhada;
• Placa de madeira;
• Placa com várias fendas (polarizador);
• Banco óptico;
• Suporte para banco óptico

Figura 2. Aparato experimental de micro-ondas.


Procedimento Experimental
Inicialmente foi instalado o aparato experimental com o emissor, receptor e voltímetro
conectados. Ao ligar o gerador de micro-ondas e o amplificador, esperou-se um tempo até que
os equipamentos se estabilizassem.
Com o equipamento ligado percebe-se um barulho sonoro, indicando que está sendo
emitido micro-ondas. Então foi deslocado o receptor a um ângulo de 90°, de volta a posição
inicial foi rotacionado o cone do receptor.
Na segunda etapa do experimento, inicialmente foi colocada uma placa não condutora
de madeira ente o emissor e o receptor, em seguida foi colocada uma placa com várias fendas,
com essa placa foi observado o que acontece, com o sinal sonoro, ao rotacionar a posição das
fendas a um ângulo de 0°, 45° e 90°. Logo após foi colocado a placa de dupla fenda, então foi
rotacionado as fedas a 90° graus e foram feitas as observações.
Na última etapa foi feita a detecção via multímetro, para isso em vez de usar o receptor
fixo foi usado um receptor móvel, para que fosse mudada a posição do mesmo. Então foi
colocado a placa metálica e posicionou o receptor móvel entre essa placa e o emissor.
Aumentando a intensidade da micro-onda ao máximo, foi variada a posição do receptor, e
fizemos as devidas observações.
Fazendo o mesmo procedimento anterior, mas agora foi coletado a posição do receptor
marcada na trena, para iniciar moveu-se o carrinho até identificar a mínima amplitude da onda,
para isso observa-se o multímetro, onde ele marcar a tenção mínima de estabilidade, marca o
primeiro ponto, para a amplitude máxima observa-se a tenção máxima mostrada no voltímetro
aí temos a amplitude máxima. Variando a posição do receptor, repetiu-se esse procedimento
para as demais medidas
Discussão e Resultados
Ao rotacionar o receptor de micro-ondas percebe-se que o aparelho parou de emitir
sinal sonoro indicando que o receptor parou de captar micro-ondas, ao rotacionar o cone o
mesmo acontece, mas dessa vez tal fato ocorre pois o comprometo de onda é maior que a
abertura do cone.
Posicionando a placa não condutora ente o emissor e o receptor de micro-ondas,
observamos que a micro-onda não sofre interferência, ou sofre interferência mínima,
exatamente pelo fato de ser uma placa não condutora, fazendo com que as micro-ondas
atravessem sem sofrer interferência.
Posicionando a segunda placa de várias fendas a um ângulo de 90° graus, as ranhuras
paralelas ao emissor e receptor, percebemos que a micro onda não sofre interferência. Quando
posicionada na perpendicular, percebemos que o sinal sonoro é cessado imediatamente.
Rotacionando novamente, agora a um ângulo de 45° graus, observamos que o sinal sonoro
permanece, mas em menor intensidade.
Podemos constatar, então, quais são as direções das campo elétricas e magnéticas que
oscilam perpendicularmente ente si, formando a onda eletromagnética. A direção
de propagação da onda eletromagnética, por sua vez, é perpendicular, ângulo de 90º, aos
vetores de campo elétrico e magnético, está representado na imagem a seguir.

Figura 3. Representação das componentes do campo elétrico e magnético de uma onda


eletromagnética
Vale ressaltar, então, que quando o sinal sonoro era interrompido, ainda havia a
captação da componente magnética pelo receptor, pois a componente magnética passava
livremente pela placa, já a componente elétrica por ter uma amplitude muito maior que a
abertura das fendas não conseguia passar, só conseguindo, atravessar quando as fendas eram
posicionadas no mesmo eixo de propagação ou aproximadamente no máximo a um ângulo de
45°.
Para placa de fenda dupla, ao ser posicionada as fendas paralelamente ao emissor,
como ocorreu na placa de várias fendas, não ocorre nenhum problema, o receptor consegue
captar normalmente as micro-ondas. Quando posicionada verticalmente, agora podemos ver
que o receptor consegue captar algumas micro-ondas pois é possível ouvir o barulho sonoro,
em menor quantidade, mas ainda é possível ouvir. Isso se dar pelo fato, que agora temos duas
aberturas muito maior, possibilitando livremente a passagem da componente elétrica da onda.
Na última etapa da experimentação com o receptor móvel, variando a posição do
mesmo no trilho, observamos um aumento e posteriormente uma diminuição do sinal sonoro,
tal fato acontece pois o receptor passa a captar menos micro-ondas, isso ocorre pois agora
temos uma interferência destrutiva, onde as ondas estão fora de faze, fazendo com que sua
amplitude seja subtraída, loco a captação do receptor diminui.
Por fim, para determinar o comprimento de onda do feixe de micro-onda, utilizado no
experimento foi coletado as distancias (∆X) entre cada ponto de mínimo, disponível na tabela
1.
Tabela 1: Dados das posições onde ocorre os mínimos.
∆X1 ∆X2 ∆X3 ∆X 4 ∆X 5 ∆X 6 ∆X 7 ∆X 8 ∆X9
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
15 16 17 16 15 15 16 17 16
fizemos uso das seguintes equações para realizar os cálculos da média, desvio padrão
da Medida, incerteza do tipo A (𝜎𝑎), incerteza instrumental (Incerteza do tipo B, 𝜎𝑏) e a
incerteza combinada(𝜎𝑐):
• Valor médio:
∑ni=1 xi
∆X = (1)
n
∆X = 15 mm

Sendo “n” o número de medidas e x o valor de cada medida.


• Desvio padrão:
∑n (xi − x)2
σ = √ i=1 (2)
n−1

σ = 0,33 mm
É necessário aplica o conceito estatístico do desvio padrão da medida, para obter o grau
de dispersão das medidas em relação ao valor médio.
• Incerteza do tipo A (σa):
σ
σa = (3)
√n
σa = 0,11 mm
• Incerteza do tipo B (𝜎𝑏):
Para um instrumento analógico a incerteza instrumental é dada por:
Menor divisão do instrument
σb = (4)
2

Nesse caso, utilizamos uma régua milimetrada, cuja a incerteza seria 0,5 mm, mas foi
adotada 1 mm por considerar possíveis discrepâncias.
• Incerteza combinada do tempo(𝜎𝑐):

σ c = √σ2a +σ2b (5)

σc = 1,01 mm
A incerteza combinada representa o valor total das incertezas associadas as medidas,
nesse caso as medidas do tempo.
Usando a equação para uma onda estacionaria,
λ
X n−1 − X n = (6)
2
Torna-se fácil encontrar o comprimento da micro-onda utilizada no experimento.
λ
ΔX = (7)
2
λ = ΔX ∙ 2
λ = 32 mm
Ainda será necessário obtermos a incerteza do comprimento de micro-onda, faremos
isso propagando a equação 7, então:

2
∂λ
σλ = √( ∙ σΔX ) (8)
∂ΔX
σλ = 2 ∙ σΔX
σλ = 2,01 mm
Para encontrar a frequência do feixe da micro-onda utilizada no experimento, foi
utilizada a seguinte relação:
c
f= (9)
λ

Considerando a velocidade da luz c = 3 ∙ 108 m/s.


f = 9,38 ∙ 109 Hz ou 9,38 GHz
A incerteza da frequência também foi calculada através do princípio da propagação de
incertezas.

2
∂f
σf = √( ∙σ ) (10)
∂λ λ
c
σf = ∙σ
λ2 λ
σf = 5,89 ∙ 108 Hz ou 0,59 GHz
Conclusão
Ao fim do experimento, observou-se que o feixe de micro-onda possui uma relação de
sua energia com a distancia entre emissor-receptor. Além disso, há uma dependência do ângulo
entre os mesmos. Notou-se também que as direções das componentes da onda comprovam o
que é encontrado na literatura, a componente elétrica oscila verticalmente e a componente
magnética horizontalmente, ambas perpendiculares entre si.
Conseguimos concluir, com o experimento, que o comprimento de onda da micro-onda
é de λ = (32,00 ± 0,03) mm. Na literatura temos que a faixa do comprimento de onda das
micro-ondas é entre 1 milímetro e 1 metro.
A partir do comprimento de onda experimental encontramos uma frequência de f =
(9,38 ± 0,59) GHz, esse valor está de acordo com a frequência real emitida pelo gerador, de 9,4
GHz com um erro percentual de apenas 0,3%.
O experimento foi satisfatório tendo em vista que conseguimos alcançar os objetivos
preestabelecidos, podemos dizer que para fins de comparação e estudo o experimento
apresentou dados muito satisfatórios.

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