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Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Centro de Ciência e Tecnologia


Laboratório de Física Térmica

Relatório N◦ 2
Variação da energia interna com a trajetória

Carla da Silva Paes Matrícula: 20211110002


Clarissa Ribeiro Machado Matrícula: 20211110048
Eduarda de Almeida Pinto Maia Matrícula: 20221110001
Thaís Amaral Freitas Matrícula: 20211110054

Professor (a): Francine Menezes

28 de outubro de 2022
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1 Resumo

Neste relatório será abordado que a variação da energia interna não depende de sua trajetória. Para com-
provar tal afirmação, foi realizado um experimento onde um seringa com um determinado volume foi aquecida,
observando a temperatura de equilíbrio térmico e o volume, logo em seguida foi adicionado uma massa em cima
da seringa, ainda dentro do sistema de aquecimento de água, e foi observado novamente a reação da seringa com
essa massa. O mesmo se repetiu com a seringa fora do sistema de aquecimento. Com todos os dados necessários
obtidos, foram utilizadas as seguintes fórmulas:

∆UABC = ∆UAB + ∆UBC ; ∆UADC = ∆UAD + ∆UDC ; ∆UAB = Q − W ; ∆UBC = Q + W ; Q = mC · c · ∆T ;


∆UBC = Q + W ; ∆UABC = ∆UAB + ∆UBC ; ∆UAD = Q + W ; QAD = mA · c · ∆T ; ∆UDC = Q − W ;
∆UDC = [mD · c · (Tf − Ti )] − [P · (Vf − Vi )]

Para poder comprovar que:

∆Uabc = ∆Uadc

2 Introdução

Existe uma enorme quantidade de energia guardada em todos os materiais, que é composto por moléculas
que estão em constante movimentação. Elas possuem energia cinética e devido às interações com as moléculas
vizinhas, elas também possuem energia potencial. A primeira lei da termodinâmica é enunciada da seguinte
forma: Quando flui calor para um sistema (um grupo bem definido de átomos, moléculas, partículas ou corpos)
ou para fora dele, o sistema ganha ou perde uma quantidade de energia igual à quantidade de calor transferido.
A primeira lei é um princípio geral que não diz respeito ao funcionamento interno do próprio sistema. Sejam
quais forem os detalhes do comportamento molecular do sistema, o calor adicionado fará aumentar a energia
interna do sistema ou possibilitará que o sistema realize trabalho externo (ou ambos). (HEWITT, 2015)
No enunciado da primeira lei da termodinâmica que foi apresentado, estamos supondo que o sistema como
um todo não sofreu variações de energia cinética e energia potencial, ou seja, que ∆K = ∆U = 0. (HALLIDAY;
RESNICK; WALKER, 2022) Um sistema não pode criar ou consumir energia, mas apenas armazená-la ou transferi-
la ao meio onde se encontra, como trabalho, ou ambas as situações simultaneamente, então, ao receber uma
quantidade Q de calor, esta poderá realizar um trabalho e aumentar a energia interna do sistema ∆U .

2.1 Fundamentação teórica


A densidade de um corpo (ou objeto) é a razão da massa pelo volume (ou do peso pelo volume). A ISA
(Atmosfera Padrão Internacional), considera que ao nível do mar e a 15 °C o ar tem uma densidade de cerca de
1,225 kg/m3 . (WIKIPEDIA, 2018) A partir da fórmula de densidade é possível descobrir a massa do ar, sabendo
o seu volume.

m
ρ= V

As variações da energia interna podem ser obtidas a partir das variações de calor e trabalho do gás ideal.
A quantidade de calor absorvida pelo gás (Q) é associada com sua massa, calor específico e a variação de
temperatura. O calor específico é a medida da facilidade que um corpo tem de aumentar (ou diminuir) sua
temperatura com o ganho (ou perda) de calor. Que é relacionada de acordo com a equação a seguir.

Q = m · c · ∆T
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Um gás pode trocar energia com o ambiente por meio do trabalho. O trabalho W realizado por um gás ao
se expandir ou ao se contrair de um volume inicial para um volume final é dado por:
R R Vf
W = dW Vi
p · dV

No caso dos processos termodinâmicos, a lei de conservação da energia assume a forma da primeira lei da
termodinâmica, que pode ser enunciada conhecendo o calor absorvido pelo sistema e o trabalho realizado, assim
é possível conseguir a variação da energia interna (∆U ) do gás, que a partir da primeira lei da termodinâmica
temos:

Q = ∆U + W

3 Objetivos

Apontar que a variação da energia interna é independentemente da trajetória em um diagrama de pressão


versus volume.

4 Descrição Experimental

4.1 Materiais Utilizados


Foi utilizado um termopar que era fixado em uma seringa, a mesma estava sendo suspensa em um suporte,
um sistema de aquecimento de água e um peso com massa de 1 kg.

4.2 Metodologia
1. Trajetória ABC:
Ponto A do diagrama: Começa com o ajuste do êmbolo da seringa até o volume de 44 mL que está lacrada,
se mede então a temperatura inicial do ar que foi de 29°C. A pressão que o gás está submetido é sempre
1 atm.
Ponto B: Colocou-se a seringa no sistema de aquecimento de água, na temperatura de 90°C, monitorando
a temperatura de equilíbrio térmico que foi de 61°C e o volume final que chegou a 56 mL.
Ponto C: Sobre o êmbolo foi colocado uma massa de 1 kg, e monitorou-se então a temperatura que chegou
a 79°C e o volume 52mL. A pressão nesse ponto foi a soma da pressão atmosférica com a pressão devido
à massa, que é obtida a partir da razão do peso pela área da seção da seringa.

2. Trajetória ADC:
Ponto D: Com a massa sobre o êmbolo da seringa e passado uns minutos na qual resultou ela encontrar-se
mais fria, se monitorou o volume que foi de 38mL e uma temperatura de 68°C.
Ponto C: Por fim, posiciona-se a seringa com a massa na água quente.
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5 Resultados e Análise

5.1 Gráfico utilizado como parâmetro do experimento

Figura 1 – Dois processos, realizados em duas etapas, iniciados no ponto A e finalizados no ponto C.

5.2 Dados obtidos


Medidas referentes a seringa em temperatura ambiente (A):

Vi = 4, 4 × 10−5 m3
Ti = 29o C
Pi = 1, 013 × 105 P a

Medidas referentes a seringa quando a aquecemos (B):

Vi = 4, 4 × 10−5 m3
Vf = 5, 6 × 10−5 m3
P = 1, 013 × 105 P a
Ti = 24o C
Tf = 61o C

Medidas referentes a seringa aquecida e com o peso em cima (C):

Vi = 5, 6 × 10−5 m3
Vf = 5, 2 × 10−5 m3
Ti = 61o C
Tf = 79o C
P = 1, 4 × 104 P a

Medidas referentes a seringa já fria, mas ainda com o peso em cima (D):

Vi = 5, 2 × 10−5 m3
Vf = 3, 8 × 10−5 m3
Ti = 79o C
Tf = 68o C
P = 1, 4 × 104 P a
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Para encontrar os valores das massas do ar em cada ponto do experimento usamos a fórmula da densidade:

ρ= m
V (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2022)
m = ρ · V (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2022)
*
mA = 1, 2 · 4, 4 × 10−5
mA = 5, 3 × 10−5 Kg
*
mC = 1, 2 · 5, 2 × 10−5
mC = 6, 2 × 10−5 Kg
*
mD = 1, 2 · 3, 8 × 10−5
mD = 4, 6 × 10−5 Kg

Outros dados utilizados no experimento:

mpeso = 1Kg
Calor específico do ar: 1005, 6J/Kg · K (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2022)
Área da seção transversal sobre a qual o peso de 1Kg foi colocado: A = 7, 1 × 10−4 m2
Densidade do ar: 1, 2Kg/m3 (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2022)

5.3 Cálculos
Queremos provar que ∆UABC = ∆UADC . Então:

∆UABC = ∆UAB + ∆UBC (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2022)


∆UADC = ∆UAD + ∆UDC (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2022)

Primeiro encontraremos o valor de ∆UABC :

∆UAB = Q − W (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2022)


∆UAB = [mA · c · (Tf − Ti )] − [P · (Vf − Vi )]
= 5, 8 × 10 · 1005, 6 · (61 − 29) − 1, 013 × 105 · 5, 6 × 10−5 − 4, 4 × 10−5
−5
   
∆UAB
∆UAB = 0, 5J

Agora vamos fazer o cálculo de ∆UBC :


Observação: aqui o W (trabalho) é negativo devido à redução do volume e ele tem módulo igual a área abaixo
da sua trajetória no gráfico. Ele fica positivo por causa da Primeira Lei da Termodinâmica (Q = ∆U + W ). Se
nessa fórmula o trabalho é negativo, passando para o outro lado ele fica positivo. Então temos que ∆U = Q+W .

∆UBC = Q + W (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2022)


W = área do gráfico abaixo da trajetória de BC

Para encontrar a área do gráfico dividimos ele em um triângulo superior e um retângulo inferior. A base
do triângulo tem o módulo referente a diferença do volume final em C e o volume inicial em B. O módulo da
altura é a diferença das pressões entre B e C. O comprimento do retângulo é a pressão em B e sua largura é a
diferença do volume entre B e C.

base×altura
A△ = 2
0,8×10−5 ·(−8,73×104 )
|A△ | = 2
|A△ | = 0, 35
5

Figura 2 – Área marcada da trajetória abaixo de BC

*
|Aretangulo | = comprimento × largura
|Aretangulo | = 1, 013 × 105 · 0, 8 × 10−5
|Aretangulo | = 0, 8
*
W = |Agraf ico | = |A△ | + |Aretangulo |
W = 1, 15J
*
Q = mC · c · ∆T (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2022)
Q = 6, 2 × 10−5 · (1005, 6) · (79 − 24)


Q = 3, 4J/K
*
∆UBC = Q + W (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2022)
∆UBC = 3, 4 + 1, 15
∆UBC = 4, 6J
*
∆UABC = ∆UAB + ∆UBC (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2022)
∆UABC = 0, 5 + 4, 6
∆UABC = 5, 1J

Agora encontraremos o valor de ∆UADC :

∆UAD = Q + W (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2022)


W = área do gráfico abaixo da trajetória de AD

Figura 3 – Área marcada da trajetória abaixo de AD


6

O valor do trabalho W já encontramos, pois também é referente a área do gráfico da trajetória abaixo de AD.
Os módulos das duas áreas são iguais, portanto, W = 1, 15J.

QAD = mA · c · ∆T (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2022)


QAD = 5, 3 × 10−5 · 1005, 6 · (68 − 29)
QAD = 2, 1J/K
*
∆UAD = 2, 1 + 1, 15
∆UAD = 3, 3J
*
∆UDC = Q − W (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2022)
∆UDC = [mD · c · (Tf − Ti )] − [P · (Vf − Vi )]
Lembrando que P = mg
 hA 1×9,8 i
= 4, 6 × 10−5 · 1005, 6 · (79 − 61) − 7,1×10 −5

∆UDC −4 · 1, 8 × 10
∆UDC = 0, 6J
*
∆UADC = 3, 3 + 0, 6
∆UADC = 3, 9J

Através dos cálculos pode-se perceber que não conseguimos chegar em um valor exatamente igual para
as duas trajetórias. Isso acontece por causa dos erros aos quais o experimento está sujeito. Os cálculos da
propagação desses erros estão no próximo tópico.

5.4 Cálculo da propagação de erros


Como o experimento estava sujeito a vários fatores e erros relacionados aos instrumentos e ao ambiente,
fizemos o cálculo da propagação desses erros. Primeiro foi realizado o cálculo do erro referente a variação da
energia interna em ABC [δ (∆UABC )] e depois o referente a variação da energia interna em ADC [δ (∆UADC )]

q δ (∆UABC ) =
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
(mA · c) · (∆T ) + (−mA · c) · (∆T ) + [− (Vf − Vi )] · (∆P ) + (mC · c) · (∆T ) + (−mC · c) · (∆T )
δ (∆UABC ) = 6, 03 × 10−2 J
*
q δ (∆UADC ) =
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
(mD · c) · (∆T ) + (−mD · c) · (∆T ) + [− (Vf − Vi )] · (∆P ) + (mC · c) · (∆T ) + (−mC · c) · (∆T )
δ (∆UADC ) = 5, 49 × 10−2 J

Para encontrar o erro referente a pressão e então aplicá-lo na fórmula fizemos o seguinte:
h i2
−mg 2
δP 2 = (πR2 )2
· (∆R)
δP = 9, 8 × 10−3 P a

6 Conclusão

Durante o experimento tivemos algumas dificuldades por conta do deslocamento da seringa. Mas ao conseguir
realizar o procedimento, conclui-se que a Energia interna é uma propriedade dos sistemas termodinâmicos dada
através da soma das energia cinética e potencial dos átomos e moléculas. A energia interna também é diretamente
proporcional à temperatura do corpo. Trata-se de uma grandeza escalar medida em Joules (SI) e determinada
em função de variáveis como pressão (P), volume (V) e temperatura termodinâmica (T) de um sistema, em
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Kelvin(K). Quanto maior for a temperatura de um corpo, maior será sua energia interna. Logo, será mais
capacitado de realizar trabalho. Então a variação da energia interna independe da trajetória em um diagrama
de pressão versus volume.

7 Participações

Durante o experimento na aula do dia 21 de outubro de 2022 todos os membros do grupo desempenharam
um papel, desde manuseio dos equipamentos até anotação das medidas obtidas. Na elaboração do relatório
também todos os membros do grupo desempenharam uma função. Em ordem alfabética, a Carla fez o resumo,
a Clarissa ficou com a parte da conclusão, a Eduarda com todos os cálculos da seção resultados e análise, a
Thaís escreveu a introdução, toda parte de fundamentação teórica e descrição experimental.
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Referências

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física, Volume 2: Gravitação, Ondas e
Termodinâmica. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2022.
HEWITT, P. G. Física conceitual. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
WIKIPEDIA. Densidade do ar. 2018. Disponível em: <https://www.wiki.pt-pt.nina.az/Densidade_do_ar.
html>.

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