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CADERNO DE EXERCÍCIOS 4

FENÔMENOS DE TRANSPORTE
AULA 4

Prof. Dr. Marcos Baroncini Proença


EXERCÍCIOS AULA 4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO E POR
RADIAÇÃO

CONVERSA INICIAL
Neste caderno de exercícios serão apresentados exercícios resolvidos e postados exercícios
propostos, visando uma maior sedimentação dos conteúdos abordados na Aula 4 da Rota de
Estudos.

Trataremos tanto dos conceitos da Disciplina de forma aplicada, quanto de conhecimentos


básicos necessários as resoluções dos exercícios, conceitos esses que, embora não façam parte
da disciplina, já forma vistos nas disciplinas anteriores do Curso.

A proposta será sempre de apresentar exercícios resolvidos passo a passo e depois propor a
resolução de exercícios de sedimentação de conhecimento.

Com isso acreditamos estar complementando o Material da Rota de Estudo, visando melhorar
o desempenho do discente no que concerne ao aprendizado do conteúdo e a aplicação de
conceitos.
Exercícios resolvidos:

1) Determinar a quantidade de calor transferida por convecção de um fluido para uma


superfície de 50 m2 de um sólido, sabendo que a temperatura do fluido à montante da
superfície é de 50°C e a temperatura da superfície do sólido é mantida a 20°C.
Considerar o coeficiente de transferência de calor por convecção como 26 W/m2K.

Resolução comentada: esse exercício trata de uma aplicação direta da Lei de Newton
da Convecção. Para resolver este exercício deve primeiro resolver a integral definida
entre os intervalos (T∞, TS), ou seja, com fluxo atribuído no sentido do fluido para o
sólido. Neste caso a integral definida de dT = TS – T∞.
Depois é sempre importante verificar se as unidades das variáveis estão no SI e as
temperaturas em K. Caso contrário deve fazer a transformação das unidades, como já
vimos anteriormente.

Cabe observar que o coeficiente de transferência de calor por convecção (h) não é
tabelado e que mais adiante, quando tratarmos da Aula 3, veremos as metodologias
de obter valores deste coeficiente para diversas situações.

𝑇𝑆

𝑞 = ℎ. 𝐴. ∫ 𝑑𝑇 ∴ 𝑞 = ℎ. 𝐴. (𝑇𝑆 − 𝑇∞ )
𝑇∞

q = 26. 50. (293 – 325) q = - 41600 W

3
2) Determinar o fluxo de calor transferida por convecção de um fluido para a superfície
de um sólido, sabendo que a temperatura do fluido à montante da superfície é de 25°C
e a temperatura da superfície do sólido é mantida a 70°C. Considerar o coeficiente de
transferência de calor por convecção como 19 W/m2K.

Resolução comentada neste caso é pedido o fluxo de calor (𝑞̇ ) e não a quantidade de
calor(q). Devemos então lembrar que fluxo de calor é a quantidade de calor por unidade de
𝑞
área ( 𝑞̇ = 𝐴). Portanto, na expressão da Lei de Newton da Convecção deveremos passar a

área dividindo a quantidade de calor, para obtermos o fluxo de calor, cuja expressão ficará:
𝑇𝑆
𝑞̇ = ℎ . ∫ 𝑑𝑇
𝑇∞

Portanto, a resolução ficará já resolvendo a integral definida e convertendo as unidades:

𝒒̇ = 19 . ( 343 – 298) 𝑞̇ = 855 𝑊/𝑚2

Cabe novamente uma observação importante referente aos resultados obtidos nos
exercícios 1 e 2 resolvidos. Reparem que usando o mesmo referencial, partindo do fluido
para a superfície externa do sólido, no exercício 1 o resultado ficou negativo e no exercício
2 ficou positivo. Isto implica que no exercício 1 o fluido está cedendo calor para a
superfície do sólido e no exercício 2 o fluido está recebendo calor da superfície do sólido.

3) Determinar o fluxo de calor por convecção natural que ocorre sobre placa plana,
sabendo que água a 32°C está contida entre duas placas verticais, sendo que a da
esquerda está a 55 °C e a da direita está a 32°C. Observar que há uma velocidade crítica
de circulação de 0,5m/s a uma distância crítica de 328 mm da superfície da placa
aquecida.
𝒒
= 𝐪′ = 𝒉. (𝑻𝒔 − 𝑻∞ )
𝑨

𝒉. 𝒙
𝑵𝒖 =
𝒌
4
𝜌 .𝑣.𝑥
Nu=C (Gr.Pr)a 𝑅𝑒 =
𝜇

onde:

𝒈.𝜷.(𝑻𝒔 −𝑻∞ ).𝒙𝟑 𝝑 𝒄𝒑 .𝝁


𝑮𝒓 = e 𝑷𝒓 = =
𝝑𝟐 𝜶 𝒌

5
Resolução comentada:
Trata-se de um problema típico de Convecção Natural. Para a resolução é necessário
conhecer o coeficiente de transferência de calor por convecção.
Como este coeficiente não é tabelado, sua obtenção é feita por relações entre ele e o
coeficiente de transferência de calor por condução, pois este último é tabelado.
A expressão de correlação mais usada é a proposta por Nusselt:
𝒉.𝒙
𝑵𝒖 = , sendo k obtido de tabela para o fluido e o x normalmente conhecido.
𝒌
Para este problema, obteremos o k da água a uma temperatura de 305K (32+273=305).
Como a temperatura é de 32°C, a água estará no estado fluido, de onde pegaremos na
tabela o valor de kf. Mas na tabela não temos o valor de kf. Temos o valor de kf . 103.
Assim,
620
𝑘𝑓 . 103 = 620 ∴ 𝑘𝑓 = ∴ 𝑘𝑓 = 0,620 𝑊/𝑚𝐾
103

O valor de x é o da distância crítica. Como deve ser em metros:

x = 328mm = 0,328m

Para a obtenção de h falta apenas o valor de Nu.


O valor de Nu não é tabelado. Portanto deve ser obtido.
A expressão empírica mais usada para determinar Nu na condição de transferência de
calor por convecção natural é:

Nu=C (Gr. Pr) a

6
Nesta expressão os valores das constantes C e a são obtidas da tabela para o tipo de
escoamento (laminar ou turbulento) e para o perfil do sólido. Para determinar o tipo de
escoamento recorreremos ao número de Reynolds, que é visto na disciplina mecânica
𝜌 .𝑣.𝑥
dos fluidos: 𝑅𝑒 = . Para seu cálculo temos os valores de v = 0,5 m/s,
𝜇

x = 0,328 m. O valor da viscosidade dinâmica μ é obtido da tabela, usando o mesmo


raciocínio usado para k.
769
Assim: 𝜇𝑓 . 106 = 769 ∴ 𝜇𝑓 = 106
∴ 𝜇𝑓 = 769 . 10−6 𝑁𝑠/𝑚2

O valor da massa específica ρ também é obtido da tabela, só que indiretamente.


Observe que na tabela não tem o valor de ρ. Porém tem o valor do volume específico ϑ,
que é o inverso de ρ.
1
Ou seja, para obter ρ basta fazer 𝜌 = 𝜗
.

Para obter ϑ usaremos também o mesmo raciocínio usado para obter k e μ.


1,005 𝑚3
Assim: 𝜗𝑓 . 103 = 1,005 ∴ 𝜗𝑓 = 103
∴ 𝜗𝑓 = 1,005 . 10−3 𝑘𝑔
1 1 𝑘𝑔
Portanto: 𝜌𝑓 = 𝜗𝑓
∴ 𝜌𝑓 = 1,005 .10−3
∴ 𝜌𝑓 = 995 𝑚3

A velocidade é a velocidade crítica fornecida no enunciado: v = 0,5 m/s


A distância é a distância crítica fornecida no enunciado, tendo em mente que deve ser
transformada para metros: x = 0,328 m

𝜌 .𝑣.𝑥 995 .0,5 .0,328


Assim: 𝑅𝑒 = ∴ 𝑅𝑒 = ∴ 𝑅𝑒 = 212197,66
𝜇 769 .10−6

Para líquidos este valor de Re indica escoamento turbulento.


Assim, os valores de C e de a para calcular Nu serão obtidos para placas verticais em
regime turbulento, de onde: C = 0,13 e a = 1/3.
Faltam o número de Gr e o número de Pr, para calcular Nu.
Pr é obtido da tabela, com o mesmo raciocínio usado até agora: Prf = 5,2.
β também é obtido da tabela : β = 320,6 . 10-6 K-1
𝜇
A viscosidade cinemática não é obtida do gráfico. Mas é obtida da relação : 𝜗 =
𝜌

769.10−6
Assim: 𝜗 = 995
∴ 𝜗 = 7,73 . 10−7 𝑚2 /𝑠

Falta então determinar Gr:


Devemos lembrar de transformar as temperaturas em K .
𝒈.𝜷.(𝑻𝒔 −𝑻∞ ).𝒙𝟑 9,81 . 320,6.10−6 . (328−305). 0,3283
𝑮𝒓 = ∴ 𝑮𝒓 = 2 = 4,27 . 109
𝝑𝟐 7,73.10−7

OBS: Repare que este resultado confirma o regime turbulento, do qual obtivemos os
valores de C e de a, pois Gr.Pr ficará entre 109 e 1012.
7
Uma vez determinados C, a, Gr e Pr, pode ser determinado o Nu:
𝑁𝑢 = 𝐶 . (𝐺𝑟 . 𝑃𝑟)𝑎 ∴ 𝑁𝑢 = 0,13 . (4,27. 109 . 5,2)1/3 ∴ 𝑁𝑢 = 365,4

Assim, o h pode ser determinado:


ℎ .𝑥 ℎ . 0,328 365,4 . 0,620 𝑊
𝑁𝑢 = ∴ 365,4 = ∴ ℎ= = 690,7 2
𝑘 0,620 0,328 𝑚 .𝐾

Por fim, será possível determinar q’:


q' = h (Ts - T∞) q’ = 690,7 . (328 – 305) q’ = 15,9 kW/m2

4) Determinar o fluxo de calor por convecção forçada que ocorre sobre uma placa plana,
sabendo que a placa está a 50°C e água está a 22°C. Observar que há uma velocidade
crítica de circulação de 20 m/s a uma distância crítica de 279 mm da superfície da placa
aquecida.

𝒒
= 𝒒′ = 𝒉. (𝑻𝒔 − 𝑻∞ )
𝑨

𝒉. 𝒙
𝑵𝒖 =
𝒌

 v x
Re =

8
Resolução comentada:
Neste caso, não teremos mais convecção natural. Será convecção forçada e, como as
placas estão a temperaturas diferentes, forçam um fluxo de calor.
Assim, teremos que identificar como está ocorrendo esta convecção, para caracterizar
uma das soluções propostas nos quadros abaixo:
Escoamento externo:

- Placa plana de comprimento L (geral): Nu = C RemPrn

a. Convecção forçada sobre placa isotérmica (Ts)

- Nusselt médio:

Nu = 0.664Re1/2Pr1/3 para regime laminar com: Re < 5×105 e Pr ≥ 0,6

Nu = 0.037Re4/5Pr1/3 para regime turbulento com: 5×105 < Re <107 e 0,6 ≤ Pr ≤


60

Nu = (0.037Re4/5 −871) Pr1/3 para regime de transição com: Re = 5 x 105 e 0,6 ≤ Pr

- Nusselt local:

Nu = 0,332 Re1/2Pr1/3 para regime laminar com: Re < 5×105 e Pr ≥ 0,6

Nu = 0,0296 Re4/5Pr1/3 para regime turbulento com: 5×105 < Re <107 e 0,6 ≤ Pr ≤ 60

b. Convecção forçada sobre placa com fluxo de calor (q’) imposto:

Nu = 0,453 Re1/2 Pr1/3 para regime laminar com: Re < 5×105

Nu = 0,0308 Re4/5 Pr1/3 para regime turbulento com: Re > 5×105

- Convecção forçada sobre cilindro de diâmetro D e de comprimento L:

𝜌.𝜗.𝐷
(𝑅𝑒 = , D=diâmetro; Recrítico=2x105 )
𝜇

4⁄
1 1 5⁄ 5
0,63.𝑅𝑒 ⁄2 .𝑃𝑟 ⁄3 𝑅𝑒 8
𝑁𝑢 = 0,3 + { 1⁄4
. [1 + (28200) ] } para: Re.Pr>0,2
2
[1+(0,4/𝑃𝑟) ⁄3 ]

- Convecção forçada sobre esfera de diâmetro D:


1⁄
1⁄ 2⁄ 2 𝜇 4
𝑁𝑢 = 2 + [(0,4. 𝑅𝑒 2 + 0,006. 𝑅𝑒 3 ) . 𝑃𝑟 ⁄5 . ( ∞ ) ]
𝜇𝑠

9
para: 3.5 < Re < 80 000 e 0.7 < Pr < 380

Escoamento interno:

- Convecção forçada dentro de tubos lisos:

a. Escoamento laminar, em desenvolvimento térmico:


1⁄ 1⁄
𝐷 3 𝜇∞ 7
𝑁𝑢 = 1,86. ( . 𝑅𝑒. 𝑃𝑟) .( )
𝐿 𝜇𝑠

para: Pr>0,5 e Re<2300

b. Escoamento turbulento, desenvolvido: Nu=0,023.Re0,8.Prn para: Re >10 000 e 0,7 ≤ Pr ≤160

com: n = 0.4 aquecimento; n = 0.3 arrefecimento.

Do enunciado temos as informações de que é um escoamento externo a uma placa


plana. Também temos que esta placa está a uma temperatura de 50°C, ou seja, é uma
placa isotérmica.
Assim, está caraterizado dentro do item a do Escoamento externo para placa plana de
comprimento L (convecção forçada sobre placa isotérmica).
Como não foi especificado um ponto específico onde está ocorrendo a transferência de
calor, trabalharemos com Nu médio. Resta agora definir se é escoamento laminar,
turbulento ou de transição, pelo Re. Para isso devemos obter a massa específica ρ e a
viscosidade dinâmica μ para a temperatura da água de 295K (22°C).
Usaremos o mesmo raciocínio da questão anterior. Assim:
μf = 959 . 10-4 N.m/s2
ϑf = 1,002 . 10-3 m3/kg de onde ρf = 998 kg/m3

𝜌 . 𝑉 .𝑥 998 . 20 .0,279
𝑅𝑒 = ∴ 𝑅𝑒 = ∴ 𝑅𝑒 = 58069 = 5,81 . 104
𝜇 959. 10−4
Também da tabela obteremos Pr: Prf = 6,62
1⁄ 1⁄
Portanto, como Re < 5 x 105 e 𝑃𝑟 ≥ 0,6 : 𝑁𝑢 = 0,664 . 𝑅𝑒 2 . 𝑃𝑟 3

1⁄ 1⁄
𝑁𝑢 = 0,664 . 58069 2 . 6,62 3

Nu = 300

10
ℎ .𝑥 𝑁𝑢 .𝑘 300 .606.10−3 𝑊
Assim: 𝑁𝑢 = 𝑘
∴ ℎ= 𝑥
∴ ℎ= 0,279
∴ ℎ = 651,6 𝑚2 .𝐾

Assim: q’ = h (TS - T∞) q’ = 651,6 . (323 – 295) q’ = 18,2 kW/m2

5) Considerando que um muro de 100 m2 esteja a uma temperatura aproximada de 42°C


e tendo como valor de emissividade do tijolo comum da ordem de 0,92, determinar a
quantidade de calor por radiação emitida pelo muro em questão.

Resolução comentada: esse exercício trata de uma aplicação direta da Lei de Stefan-
Boltzmann da Radiação. É sempre importante verificar se as unidades das variáveis
estão no SI e as temperaturas em K. Caso contrário deve fazer a transformação das
unidades, como já vimos anteriormente.
Portanto:
q = ε . σ . A . T4 ∴ q = 0,92 . 5,67x10−8 . 100 . 3154 q = 51358, 59 W

Cabe observar que a fórmula é empírica, sendo que ɛ é a emissividade de corpos


cinzentos, cujo valor está entre 0 e 1, e σ é a constante de Stefan-Boltzmann, cujo
valor é 5,6697x10-8 W/m2K4.

6) Determinar o fluxo de calor por radiação emitido por uma chapa de aço comum a uma
temperatura de 600°C, considerando que sua emissividade é de 0,97.

Resolução comentada neste caso é pedido o fluxo de calor (𝑞̇ ). Sempre é bom lembrar que
𝑞
fluxo de calor é a quantidade de calor por unidade de área ( 𝑞̇ = 𝐴). Portanto, na expressão

da Lei de Stefan-Boltzmann da radiação deveremos passar a área dividindo a quantidade


de calor, para obtermos o fluxo de calor, cuja expressão ficará:
𝑞̇ = 𝜀 . 𝜎 . 𝑇 4

11
Portanto:
𝑞̇ = 𝜀 . 𝜎 . 𝑇 4 ∴ 𝑞̇ = 0,97 . 5,67𝑥10−8 . 8734 𝑞̇ = 31945,65 𝑊/𝑚2

7) Dois discos concêntricos são paralelos e diretamente opostos. O disco inferior tem
diâmetro de 2 ½ ” e está a T1=270K. O superior tem diâmetro de 1 ½ ” e está a T2=380K.
A distância entre os discos é de 1 ½“. Determinar o calor transferido por radiação entre
as duas superfícies considerando ambos como corpos negros e sem nenhuma outra
radiação presente.
qij = F.Ai.σ. (T1 4- T2 4)
qji = F.Aj.σ. (T1 4- T2 4)

Resolução comentada: Este é um exercício típico de transferência de calor envolvendo


radiação para a troca térmica entre corpos negros.
Para a resolução, primeiro devemos obter do gráfico o valor do fator de forma, sendo que,
para isso entramos com os valores de L/ri e de rj/L:
Para tanto temos primeiro que transformar os valores de L , de ri e de rj para o sistema
internacional: L = 1 ½” = 25,4 . 10-3 + 12,7. 10-3 = 0,0381m ;

𝑟𝑖 = 2 ½ “ = 50,8 . 10−3+ 12,7 . 10−3 = 0,03175𝑚;


2 2
𝑟𝑗 = 1 ½ “ = 25,4 . 10−3+ 12,7.10−3 = 0,01905𝑚;
2 2

12
Assim:

8)

Do gráfico, Fij = 0,12


Podemos agora calcular os calores transferidos por radiação entre os corpos negros:
qij = F. Ai. σ . (T1 4- T24)

Repare que a constante σ é a constante de Stefan-Boltzmann, cujo valor é 5,6697.10-8W/m2K4.

𝑞𝑖𝑗 = 0,12 . 𝜋 . 0,031752 . 5,6697. 10−8. (2704 − 3804) ∴ 𝑞𝑖𝑗 = −0,378 𝑊


𝑞𝑗𝑖 = 0,12 . 𝜋 . 0,019052 . 5,6697. 10−8. (3804 − 2704) ∴ 𝑞𝑖𝑗 = 0,120 𝑊

Neste caso, os sinais positivo e negativo indicam o sentido da radiação, sendo que o sinal positivo indica
que a radiação emitida segue o sentido preferencial de troca de calor por radiação e o sinal negativo
indica que a radiação emitida está no sentido oposto ao preferencial de troca de calor por
radiação.

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8) Dois retângulos paralelos alinhados de X=60cm por Y=120cm são paralelos e
diretamente opostos. O retângulo inferior está a Ti=300 K. O superior está a
Tj=473K. A distância entre os retângulos é de L=100 cm. Determinar o calor
transferido por radiação entre as duas superfícies considerando ambos como
corpos cinzentos com εi=0,3 e εj=0,7 e sem nenhuma outra radiação presente.

Resolução comentada: Este é um exercício típico de transferência de calor envolvendo


radiação para a troca térmica entre corpos cinzentos.
Novamente iniciamos com a obtenção do valor do fator de forma F. Assim, devemos
determinar os valores de X/L e de Y/L.
Começamos transformando as unidades de X, Y e L: X = 60 cm = 0,6 m; Y = 120 cm = 1,2 m;
L = 100 cm = 1 m.
Assim:

14
Do gráfico: Fij = 0,17

qj = 679,36 W

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Exercícios propostos:
1) Determinar a quantidade de calor transferida por convecção de um fluido para
uma superfície de 30 m2 de um sólido, sabendo que a temperatura do fluido à
montante da superfície é de 20°C e a temperatura da superfície do sólido é
mantida a 50°C. Considerar o coeficiente de transferência de calor por
convecção como 51 W/m2K.

Resposta: q = 45900 W

2) Determinar o fluxo de calor transferida por convecção de um fluido para a


superfície de um sólido, sabendo que a temperatura do fluido à montante da
superfície é de 120°C e a temperatura da superfície do sólido é mantida a 30°C.
Considerar o coeficiente de transferência de calor por convecção como 29
W/m2K.

Resposta: 𝒒̇ = - 2610 W/m2

3) Determinar o fluxo de calor por convecção natural que ocorre sobre placa
plana, sabendo que água a 42°C está contida entre duas placas verticais, sendo
que a da esquerda está a 70 °C e a da direita está a 42°C. Observar que há uma
velocidade crítica de circulação de 0,025m/s a uma distância crítica de 228 mm
da superfície da placa aquecida.

16
4Resposta: 24,044 kW/m2

17
4) Determinar o fluxo de calor por convecção forçada que ocorre sobre uma
placa plana, sabendo que a placa está a 62°C e água está a 27°C. Observar que
há uma velocidade crítica de circulação de 0,5 m/s a uma distância crítica de
279 mm da superfície da placa aquecida.

Resposta: 3,71 kW/m2

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5) Considerando que uma parede de concreto de 50 m2 esteja a uma
temperatura aproximada de 38°C e tendo como valor de emissividade do
concreto da ordem de 0,56, determinar a quantidade de calor por radiação
emitida pela parede em questão.

Resposta: q = - 14851,13 W

6) Dois retângulos paralelos alinhados de X=60cm por Y=120cm são paralelos e


diretamente opostos. O retângulo inferior está a Ti=300 K. O superior está a
Tj=473K. A distância entre os retângulos é de L=100 cm. Determinar o calor
transferido por radiação entre as duas superfícies considerando ambos como
corpos negros e sem nenhuma outra radiação presente.

Resposta: qij = - 8,47. 10-7 W qji =8,47. 10-7 W

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7) Dois discos concêntricos são paralelos e diretamente opostos. O disco inferior
tem diâmetro de 3 ” e está a T1=373K. O superior tem diâmetro de 2 ” e está a
T2=573K. A distância entre os retângulos é de 1“. Determinar o calor
transferido por radiação entre as duas superfícies considerando ambos como
corpos cinzentos com εi=0,45 e εj=0,55 e sem nenhuma outra radiação
presente.

Resposta: qi = -7,48 W qj = 4,98 W

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