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Questão 1/1

Valor da questão: 21,00

Seja um carga elétrica trifásica indutiva não equilibrada em um sistema do tipo Y de quatro fios, para a
qual, as impedâncias da fase são: 𝒁𝟏 = 𝟒 + 𝒋𝟓 Ω, 𝒁𝟐 = 𝟔 + 𝒋𝟑 Ω, 𝒁𝟑 = 𝟖 + 𝒋𝟒 Ω. Considere que essa
carga é suprida por uma fonte de tensão trifásica cujas tensões de linha são descritas pelas seguintes
expressões: 𝑬𝒂𝒃 (𝒕) = 𝟑𝟎𝟓𝟒, 𝟕𝟏𝒔𝒆𝒏(𝟑𝟕𝟕𝒕 + 𝟑𝟎°) 𝑽, 𝑬𝒃𝒄 (𝒕) = 𝟑𝟎𝟓𝟒, 𝟕𝟏𝒔𝒆𝒏(𝟑𝟕𝟕𝒕 + 𝟏𝟓𝟎°) 𝑽, 𝑬𝒄𝒂 (𝒕) =
𝟑𝟎𝟓𝟒, 𝟕𝟏𝒔𝒆𝒏(𝟑𝟕𝟕𝒕– 𝟗𝟎°) 𝑽. Para esse sistema elétrico, determine:

a) e esboçe um desenho esquemático abarcando a fonte e a carga trifásica


segue o esboço:

b) a sequência de fase, a frequência angular em rad/s e a frequência em Hz.


A sequência de fase é determinada pelas expressões das tensões de linha. Observando as expressões
dadas, a sequência de fase é a-b-c, pois a fase 'a' tem um ângulo de fase de +30°, a fase 'b' tem um
ângulo de fase de +150° e a fase 'c' tem um ângulo de fase de -90°. Isso indica que a fase 'a' está
adiantada em relação à fase 'b', e a fase 'b' está adiantada em relação à fase 'c', formando uma sequência
a-b-c.

A frequência angular (ω) é o coeficiente do tempo (t) na expressão da tensão. Neste caso, a frequência
angular é de 377 rad/s.

A frequência em Hertz (Hz) é a frequência angular dividida por 2π. Para converter a frequência angular
em frequência em Hertz, pode-se usar a seguinte fórmula:

f = ω / (2π)
Substituindo ω = 377 rad/s na fórmula:
377
𝑓= ≈ 60 𝐻𝑧
2𝜋

c) o valor da indutância para cada fase da carga elétrica em mH.


A impedância indutiva (Z) de uma carga é dada pela fórmula:

𝑍 = 𝑗𝜔𝐿

onde:
- j é a unidade imaginária,
- ω é a frequência angular, e
- L é a indutância.

Podemos reorganizar essa fórmula para encontrar a indutância:

𝑍
𝐿 =
𝑗𝜔

A parte imaginária da impedância de cada fase representa a impedância indutiva. Portanto, podemos
calcular a indutância para cada fase da carga elétrica da seguinte maneira:

Para a fase 1, 𝑍1 = 4 + 𝑗5 Ω, então a indutância 𝐿1 é dada por:

𝐼𝑚(𝑍1 )
𝐿1 =
𝜔

Para a fase 2, 𝑍2 = 6 + 𝑗3 Ω, então a indutância 𝐿2 é dada por:

𝐼𝑚(𝑍2 )
𝐿2 =
𝜔

Para a fase 3, 𝑍3 = 8 + 𝑗4 Ω, então a indutância 𝐿3 é dada por:

𝐼𝑚(𝑍3 )
𝐿3 =
𝜔

Substituindo os valores de 𝐼𝑚(𝑍) e ω nas fórmulas acima, podemos calcular a indutância para cada fase.
Note que o resultado será em henries (H), e para converter para milihenries (mH), você deve multiplicar
o resultado por 1000.

Os valores das indutâncias para cada fase da carga elétrica, em milihenries (mH), são aproximadamente:

5000
- Para a fase 1: 𝐿1 ≈ 𝑚𝐻 → 𝐿1 ≈ 13.26 𝑚𝐻
377
3000
- Para a fase 2: 𝐿2 ≈ 𝑚𝐻 → 𝐿2 ≈ 7.96 𝑚𝐻
377
4000
- Para a fase 3: 𝐿3 ≈ 𝑚𝐻 → 𝐿3 ≈ 10.61 𝑚𝐻
377

Esses valores são aproximados e foram calculados usando a parte imaginária da impedância de cada fase
e a frequência angular ω = 377 rad/s.
d) os fasores que representam as correntes de linha desse circuito trifásico.
As correntes de linha em um circuito trifásico podem ser calculadas usando a relação entre a tensão e a
impedância em cada fase. A corrente é dada pela fórmula:

𝑉
𝐼 =
𝑍

onde:
- I é a corrente,
- V é a tensão, e
- Z é a impedância.

No caso de um sistema trifásico, temos três correntes de linha correspondentes a cada fase. Podemos
calcular essas correntes usando as tensões de linha e as impedâncias fornecidas.

Para a fase 1, a corrente de linha 𝐼1 é dada por:

𝐸𝑎𝑏
𝐼1 =
𝑍1
Na forma fasorial, temos:
𝐸𝑎𝑏 = 3054,71∠30° 𝑉
5
𝑍1 = √42 + 5²∠ arctan ( ) = √41∠51.34° Ω
4
Logo:
3054.71∠30°
𝐼1 = = 477.066∠ − 21.34° 𝐴
√41∠51.34°

Para a fase 2, a corrente de linha 𝐼2 é dada por:

𝐸𝑏𝑐
𝐼2 =
𝑍2
Na forma fasorial, temos:
𝐸𝑏𝑐 = 3054,71∠150° 𝑉
3
𝑍2 = √62 + 3²∠ arctan ( ) = 3√5∠26.57° Ω
6
Logo:
3054.71∠150°
𝐼2 = = 455.369∠123.43° 𝐴
3√5∠26.57°
Para a fase 3, a corrente de linha 𝐼3 é dada por:

𝐸𝑐𝑎
𝐼3 =
𝑍3
Na forma fasorial, temos:
𝐸𝑐𝑎 = 3054,71∠ − 90° 𝑉
4
𝑍3 = √82 + 4²∠ arctan ( ) = 4√5∠26.57° Ω
8
Logo:
3054.71∠ − 90°
𝐼3 = = 341.527∠ − 116.57° 𝐴
4√5∠26.57°

e) o módulo da corrente que circula pelo neutro desse circuito elétrico trifásico
A corrente que circula pelo neutro em um sistema trifásico é a soma vetorial das correntes de linha. Em
outras palavras, é a soma das correntes em cada fase. Portanto, podemos calcular a corrente no neutro
(𝐼𝑁 ) da seguinte maneira:

𝐼𝑁 = 𝐼1 + 𝐼2 + 𝐼3

Antes, precisamos transformar as correntes de linha que estão na forma fasorial para a forma retangular:

𝐼1 = 477.066 cos(−21.34°) + 𝑗477.066 sin(−21.34°) = 444.357 − 𝑗 173.605 𝐴

𝐼2 = 455.369 cos(123.43°) + 𝑗455.369 sin(123.43°) = −250.871 + 𝑗 380.033 𝐴

𝐼3 = 341.527 cos(−116.57°) + 𝑗 341.527 sin(−116.57°) = −152.762 − 𝑗 305.458 𝐴

Logo:

𝐼𝑁 = (444.357 − 𝑗 173.605 ) + (−250.871 + 𝑗 380.033) + (−152.762 − 𝑗 305.458)


𝐼𝑁 = 40.724 − 𝑗 99.03 𝐴

Seu módulo é:

|𝐼𝑁 | = √40.7242 + (−99.03)2 = 107.077 𝐴

f) a potência ativa absorvida por fase pela carga.


A potência ativa absorvida por uma carga em um circuito de corrente alternada é dada pela fórmula:

𝑉𝐼
𝑃 = 𝑐𝑜𝑠(𝜃)
2

onde:
- P é a potência ativa,
- V é a tensão,
- I é a corrente, e
- θ é o ângulo de fase entre a tensão e a corrente, que é igual ao fasor da impedância.

No caso de um sistema trifásico, temos três potências ativas correspondentes a cada fase. Podemos
calcular essas potências usando as tensões de linha e as correntes de linha calculadas.

Para a fase 1, a potência ativa 𝑃1 é dada por:

|𝐸𝑎𝑏 ||𝐼1 |
𝑃1 = 𝑐𝑜𝑠(𝜃1 )
2
3054.71 · 477.066 · cos(51.34°)
𝑃1 = = 4.55185 × 105 𝑊
2

Para a fase 2, a potência ativa 𝑃2 é dada por:

|𝐸𝑏𝑐 ||𝐼2 |
𝑃2 = 𝑐𝑜𝑠(𝜃2 )
2
3054.71 · 455.369 · cos(26.57°)
𝑃2 = = 6.22056 × 105 𝑊
2

Para a fase 3, a potência ativa 𝑃3 é dada por:

|𝐸𝑐𝑎 ||𝐼3 |
𝑃3 = 𝑐𝑜𝑠(𝜃3 )
2
3054.71 · 341.527 · cos(26.57°)
𝑃3 = = 4.66543 × 105 𝑊
2

Onde |𝐸𝑎𝑏 |, |𝐸𝑏𝑐 | e |𝐸𝑐𝑎 | são as magnitudes das tensões de linha, |𝐼1 |, |𝐼2 | e |𝐼3 | são as magnitudes das
correntes de linha, e 𝜃1 , 𝜃2 e 𝜃3 são os ângulos de fase entre as tensões e as correntes em cada fase.

g) a potência reativa absorvida por fase pela carga.


Basicamente são os mesmos cálculos feitos acima, mas usando o seno em vez do cosseno:

Para a fase 1, a potência reativa 𝑄1 é dada por:

|𝐸𝑎𝑏 ||𝐼1 |
𝑄1 = 𝑠𝑖𝑛(𝜃1 )
2
3054.71 · 477.066 · sin(51.34°)
𝑄1 = = 5.68978 × 105 𝑉𝐴𝑟
2

Para a fase 2, a potência reativa 𝑄2 é dada por:

|𝐸𝑏𝑐 ||𝐼2 |
𝑄2 = 𝑠𝑖𝑛(𝜃2 )
2
3054.71 · 455.369 · sin(26.57°)
𝑄2 = = 3.11095 × 105 𝑉𝐴𝑟
2
Para a fase 3, a potência reativa 𝑄3 é dada por:

|𝐸𝑐𝑎 ||𝐼3 |
𝑄3 = 𝑠𝑖𝑛(𝜃3 )
2
3054.71 · 341.527 · sin(26.57°)
𝑄3 = = 2.33322 × 105 𝑊
2

h) a potência aparente absorvida por fase pela carga.


Basicamente são os mesmos cálculos feitos acima, mas sem usar o seno ou o cosseno:

Para a fase 1, a potência aparente 𝑆1 é dada por:

|𝐸𝑎𝑏 ||𝐼1 |
𝑆1 =
2
3054.71 · 477.066
𝑆1 = = 728649 𝑉𝐴
2

Para a fase 2, a potência aparente 𝑆2 é dada por:

|𝐸𝑏𝑐 ||𝐼2 |
𝑆2 =
2
3054.71 · 455.369
𝑆2 = = 695510 𝑉𝐴
2

Para a fase 3, a potência reativa 𝑆3 é dada por:

|𝐸𝑐𝑎 ||𝐼3 |
𝑆3 =
2
3054.71 · 341.527
𝑆3 = = 521633 𝑊
2

i) as potências trifásicas (ativa, reativa e aparente) fornecidas pela fonte trifásica à carga.
As potências trifásicas são a soma das potências em cada fase. Portanto, podemos calcular as potências
trifásicas (ativa P, reativa Q e aparente S) da seguinte maneira:

𝑃 = 𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3

𝑄 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3

𝑆 = 𝑆1 + 𝑆2 + 𝑆3

Substituindo os valores das potências ativas, reativas e aparentes calculadas nas fórmulas acima,
podemos calcular as potências trifásicas.
As potências trifásicas fornecidas pela fonte trifásica à carga, em watts (W) para a potência ativa e volt-
ampères reativos (VAr) para a potência reativa, e em volt-ampères (VA) para a potência aparente, são
aproximadamente:

- Potência ativa trifásica: 𝑃 ≈ 1.54378 𝑥 106 𝑊


- Potência reativa trifásica: 𝑄 ≈ 1.1134 𝑥 106 𝑉𝐴𝑟
- Potência aparente trifásica: 𝑆 ≈ 1945792 𝑉𝐴

Esses valores são aproximados e foram calculados somando as potências ativas, reativas e aparentes em
cada fase. Note que a potência ativa é a potência que é convertida em trabalho útil, a potência reativa é a
potência que é armazenada e depois devolvida ao sistema, e a potência aparente é a soma vetorial das
potências ativa e reativa.

j) o capacitor que deve ser colocado em paralelo com cada fase para lhe corrigir o fator de potência para
0,92 indutivo.
Para corrigir o fator de potência para 0,92 indutivo, precisamos reduzir a potência reativa do sistema.
Isso pode ser feito adicionando um capacitor em paralelo com cada fase. O capacitor fornece uma
potência reativa negativa, que pode ser usada para compensar a potência reativa positiva da carga.

A potência reativa fornecida por um capacitor em um sistema de corrente alternada é dada pela fórmula:

2
𝑉𝑟𝑚𝑠
𝑄𝑐 =
𝜔𝐶

onde:

 Qc é a potência reativa do capacitor,


 𝑉𝑟𝑚𝑠 é a tensão RMS,
 ω é a frequência angular do sistema, e
 C é a capacitância do capacitor.
Podemos reorganizar essa fórmula para encontrar a capacitância do capacitor necessário para fornecer
uma certa potência reativa:

𝑄𝑐 2𝑄𝑐
𝐶 = 2
=
𝑉𝑟𝑚𝑠· 𝜔 𝑉𝜔

A potência reativa que precisamos fornecer é a diferença entre a potência reativa atual e a potência
reativa que teríamos com um fator de potência de 0,92. Isso pode ser calculado usando a fórmula:

𝑄𝑐 = 𝑄 − 𝑃 · tan(arccos(0,92))

onde:

Q é a potência reativa atual, e


P é a potência ativa.
Substituindo os valores conhecidos nas fórmulas acima, podemos calcular a capacitância do capacitor
necessário para corrigir o fator de potência para 0,92.
2(𝑄 − 𝑃 · tan(arccos(0,92)))
𝐶 =
𝑉𝜔
2(1.1134 × 10 − 1.54378 × 106 · tan(arccos(0.92)))
6
𝐶 =
3054.71 · 377

𝐶 = 0.791494 𝐹

𝐶 = 791,5 𝑚𝐹

IMPORTANTE:

As observações feitas para as questões fechadas se aplicam, também, para as abertas.

Antes do início da resolução de cada questão, procure fazer um resumo com os conceitos mais importantes, bem
como, um formulário com as expressões que serão utilizadas.

Adote uma metodologia de resolução. Leia com atenção e extraia do texto as informações fornecidas, anotando-
as.

A organização do espaço do papel e do raciocínio utilizado é importante. Seja organizado.

Escrever as equações utilizadas durante a resolução das questões faz com que as mesmas sejam memorizadas
com maior facilidade.

Durante a resolução, utilize a nomenclatura correta das grandezas, não esquecendo de colocar suas unidades.

Não se esqueça, que o conhecimento é cumulativo. Conceitos aprendidos anteriormente podem ser solicitados,
sem serem abordados no conteúdo em estudo.

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