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ELETRÔNICA ANALÓGICA II
4.1 Introdução
No transistor TBJ é possível obter os níveis de polarização para um transistor de silício com as
equações características:
𝑉 = 0,7 V, 𝐼 = 𝛽𝐼 e 𝐼 ≅ 𝐼
A relação entre as variáveis de entrada e de saída é representada por 𝛽, cujo valor é considerado
fixo para análise a ser realizada. O fato de 𝛽 ser uma constante estabelece uma relação linear entre 𝐼 e 𝐼 .
Dobrando-se o valor de 𝐼 dobra-se o valor de 𝐼 , e assim por diante.
Entretanto, o transistor de efeito de campo tem uma relação não linear entre os parâmetros de entrada
e saída em decorrência do termo quadrático da Equação de Shockley:
𝐼 =𝐼 · 1− , 𝑉 ( ) =𝑉
( )
Uma relação linear é representada por uma linha reta quando são traçadas em um gráfico de uma
variável versus a outra, enquanto funções não lineares resultam em curvas. No caso da equação acima, a
sua curva é uma parábola.
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Outra diferença que existe entre as análises do TBJ e do JFET é que:
“A variável de controle para um transistor TBJ é um valor de corrente, enquanto no FET essa
variável é um valor de tensão”.
No entanto, em ambos os casos, a variável controlada na saída é um valor de corrente que também
define importantes valores de tensão do circuito de saída. As relações gerais que podem ser aplicadas à
análise de CC (Corrente Contínua) nos amplificadores a FET são:
𝐼 ≅0 e 𝐼 =𝐼 .
As equações acima, não mudaram para cada configuração do circuito com FET (Field Effect
Transistor) ou JFET (Junction Field Effect Transistor) desde que o dispositivo opere na região ativa.
Polarizar um dispositivo é fixar um ponto de trabalho ou ponto quiescente por meio de componentes
periféricos, podendo esse ponto ser visualizado na característica de saída do dispositivo.
+𝑉 +𝑉 =0 → 𝑽𝑮𝑺 = − 𝑽𝑮𝑮
Uma vez que 𝑉 é uma fonte CC constante, a tensão 𝑉 é fixa, daí a notação acima ser chamada
de “configuração com polarização fixa”.
𝐼 =𝐼 · 1−
Uma vez que esta configuração necessita de duas fontes CC, seu emprego é limitado e, portanto, ela
não é muito considerada como as configurações com FET sendo mais utilizada a configuração com uma
única fonte de tensão.
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4.2.2 Autopolarização
Nesta configuração, utiliza-se somente uma fonte CC, conforme apresentada na figura a seguir:
Como a corrente 𝐼 = 0, o resistor 𝑅 pode ser substituído por um curto-circuito. Assim, o circuito
pode ser apresentado conforme a figura a seguir:
𝑰𝑺
𝑽𝑮𝑺
+
𝑽𝑹𝑺 𝑰𝑺
_
A corrente através da resistência 𝑅 é igual a corrente que passa pela resistência 𝑅 , ou seja 𝐼 = 𝐼 .
Assim, pode-se escrever:
𝑉 =𝐼 𝑅 → 𝑉 =𝐼 𝑅
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Considerando o sentido horário, conforme indicado na figura acima, tem-se:
Na equação acima, observe que 𝑽𝑮𝑺 é função da corrente de saída 𝐼 e não tem mais amplitude
constante, como ocorria com a configuração com polarização fixa. Nota-se que esta equação foi definida
pela configuração do circuito de polarização.
𝐼 =𝐼 · 1−
Como:
𝑉 = −𝐼 𝑅
𝑰𝑫 𝑹𝑺 𝟐
𝐼 =𝐼 · 1− ∴ 𝐼 =𝐼 · 1− → 𝑰𝑫 = 𝑰𝑫𝑺𝑺 · 𝟏 +
𝑽𝑷
A solução gráfica requer que se estabeleça a curva de transferência do dispositivo, conforme a figura
a seguir. Define-se uma linha reta no mesmo gráfico, identifica-se dois pontos que estejam na linha e traça-
se uma reta entre eles.
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4.3 A Reta de Autopolarização
Especificamente para o JFET é mais interessante utilizar a curva de transferência para definir a
polarização, pois os manuais sempre fornecem pelo menos os parâmetros 𝐼 e 𝑉 que a definem, além de
possibilitar a melhor visualização do problema das tolerâncias do transistor.
𝑉 +𝑅 𝐼 +𝑅 𝐼 =0
O ponto ótimo de polarização deve ser escolhido de tal forma que fique localizado no meio da curva
de transferência.
Conhecendo-se as tolerâncias do JFET dadas pelos manuais através dos valores ou na própria curva
de transferência, percebe-se que, uma vez definida a reta de Autopolarização, o ponto quiescente pode estar
localizado em qualquer posição de 𝑄 e 𝑄 . Veja o gráfico a seguir:
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Portanto, além da variação possível de 𝐼 na Autopolarização ser menor que no processo de
polarização anterior (com 𝑉 constante), a realimentação negativa imposta por 𝑅 para variações de 𝐼
garante uma melhor estabilidade do circuito.
𝑽
𝑉 = −𝑅 𝐼 → 𝑹𝑺 = − 𝑰 𝑮𝑺
𝑫𝑸
Analisando a malha com 𝑉 , 𝑅 , 𝑉 e 𝑅 , tem-se pela 2ª Lei de Kirchhoff (Lei das malhas):
−𝑉 +𝑅 𝐼 +𝑉 +𝑅 𝐼 =0
Como a curva de transferência é praticamente a mesma para todo 𝑉 >𝑉 (região ativa da curva
de dreno), o valor de 𝑉 é fixado por 𝑅 .
Uma outra forma de se polarizar o JFET pela reta de Autopolarização, porém, sem a curva de
transferência é utilizando os parâmetros máximos e mínimos de 𝐼 e 𝑉 , fornecidos pelos manuais.
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Os dois pontos (𝐼 , − 𝑉 ) e a origem definem uma reta de Autopolarização aproximadamente no
centro da curva de transferência.
𝑽 𝑽
𝑹𝑺𝒎𝒂𝒙 = − 𝑰 𝑷𝒎𝒂𝒙 e 𝑹𝑺𝒎𝒊𝒏 = − 𝑰 𝑷𝒎𝒊𝒏
𝑫𝑺𝑺𝒎𝒂𝒙 𝑫𝑺𝑺𝒎𝒊𝒏
A Curva de Transferência pode ser obtida através da Equação de Shocley ou das curvas
características do JFET, conforme apresentado na figura a seguir:
A figura acima apresenta dois gráficos com escalas verticais em miliamperes. Um é o gráfico
𝐼 x 𝑉 à direita e o outro é o gráfico 𝐼 x 𝑉 a esquerda. Com as Curvas Características de Dreno à direita
do eixo y, pode-se desenhar uma linha horizontal da região de saturação da curva, denotada por 𝑉 = 0 V
ao eixo 𝐼 .
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O valor da corrente resultante para ambos os gráficos é 𝐼 . O ponto de interseção da curva do
gráfico 𝐼 x 𝑉 ficará como apresentado, pois o eixo vertical é definido por 𝑉 = 0 V.
Em resumo:
Quando 𝑽𝑮𝑺 = 0 V, 𝑰𝑫 = 𝑰𝑫𝒔𝒔
𝟏
𝐼 =𝐼 · → 𝑰𝑫 = ·𝑰𝑫𝑺𝑺
𝟒
𝐼 =𝐼 · 1− ∴ ·𝐼 =𝐼 · 1− ∴ = 1− ∴
Quando 𝑽𝑮𝑺 = 𝑽𝑷 , 𝑰𝑫 = 𝟎 mA
𝑰𝑫𝒔𝒔
4.8.1) Dada a curva de transferência do JFET BF245A (𝑃 = 300 mW) informada a seguir, determinar
os valores de 𝑅 e 𝑅 do circuito de Autopolarização para 𝐼 = 1 mA e 𝑉 = 15 V e a potência dissipada
do JFET nestas condições.
Solução:
(i) Determinação da Reta de Autopolarização:
2º ponto: origem do ponto Q (ponto de trabalho). Considerando os valores de trabalho do JFET, colocando
o valor de 𝐼 = 1 mA e traçando a reta paralela a abscissa até encontrar a curva no gráfico da
transcondutância (curva de transferência), tem-se o valor de 𝑽𝑮𝑺𝑸 = − 1 V.
a) Cálculo do Valor de 𝑹𝑺 :
( )
𝑅 = ∴ 𝑅 = → 𝑹𝑺 = 1KΩ
·
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b) Cálculo do Valor de 𝑹𝑫 :
( )
𝑅 = = == → 𝑹𝑫 = 9 kΩ
· ·
Se for considerado no mercado, um resistor de 𝑹𝑫 = 10 kΩ atende. O fato de o valor adotado para 𝑅 ser
um pouco maior que o calculado, diminui o valor de 𝑉 de 15 V para 14 V. Porém, as variações de 𝐼 e
𝑉 são desprezíveis, pois o ponto quiescente (ponto de trabalho) está na região ativa.
𝑉 = 20 V,
𝑅 = 3,3 kΩ, 𝑰𝑫
𝑅 = 1 MΩ,
𝑅 = 1 kΩ. 𝑹𝑫
Quando 𝑰𝑫 = 0 mA → 𝑽𝑮𝑺 = 𝑽𝑷 .= − 6 V.
𝐼 =𝐼 /2 = 8/2 → 𝑰𝑫 = 4 A.
𝑽𝑷 = − 6 V 0 𝑽𝑮𝑺 (V)
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4.8.3) Considerando o circuito do exercício 2.8.2 determine 𝐼 , 𝑉 ,𝑉 sabendo que 𝐼 = 6 mA,
𝑉 = − 3 V, 𝑉 = 12 V, 𝑅 = 0 Ω e 𝑅 = 1 kΩ.
Solução:
a) Cálculo de 𝑽𝑮𝑺 :
𝑅 𝐼 +𝑉 + 𝑅 𝐼 = 0.
Entretanto, o valor de 𝐼 = 0, pois o JFET tem uma alta resistência na entrada e por isso a corrente de
entrada é zero. Assim, substituindo os valores dados na equação acima, tem-se:
b) Cálculo de 𝑰𝑫𝑸 :
c) Cálculo de 𝑽𝑫𝑺 :
−𝑉 +𝑅 𝐼 +𝑉 =0
4.8.4) Considerando os dados do exercício 2.8.3 modificando apenas o valor de 𝑅 = 1,5 kΩ assinale a
alternativa correta:
a) Os dados não são suficientes para afirmar qual a operação do circuito.
b) O transistor opera na região de saturação.
c) O transistor opera na região linear.
d) A tensão 𝑉 = 0, o transistor está cortado.
e) Esta configuração fonte comum necessita de resistor de fonte.
Resp.: b.
Justifique.
Resp.: 3 V.
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4.8.6) Considere o circuito do exercício 2.8.5. Traçar a curva de transcondutância.
4.8.7) No Figura ao lado, se a corrente de dreno é de 3 mA, qual a tensão 𝑉 ? Qual a tensão 𝑉 ?
Resp.: 3 V, 5,4 V
4.8.8) Considerando o circuito do exercício anterior com os mesmos dados, trace a curva de
transcondutância.
Determine o valor de considerando que o valor da tensão de porta-fonte é de -2,5 V. Quando a tensão de
porta-fonte atingir o valor de – 4 V, em que condição estará o JFET. Justifique a sua resposta.
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4.8.10) Para o JFET BF245A, o manual do fabricante fornece os seguintes parâmetros:
min max