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CURSO DE ELETRÔNICA ANALÓGICA II 1

Prof. Avanir Lessa

ELETRÔNICA ANALÓGICA II

PROFESSOR: AVANIR CARLOS LESSA


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Prof. Avanir Lessa
Capítulo 4 Polarização do Transistor de Efeito de Campo – JFET

4.1 Introdução

No transistor TBJ é possível obter os níveis de polarização para um transistor de silício com as
equações características:
𝑉 = 0,7 V, 𝐼 = 𝛽𝐼 e 𝐼 ≅ 𝐼

A relação entre as variáveis de entrada e de saída é representada por 𝛽, cujo valor é considerado
fixo para análise a ser realizada. O fato de 𝛽 ser uma constante estabelece uma relação linear entre 𝐼 e 𝐼 .
Dobrando-se o valor de 𝐼 dobra-se o valor de 𝐼 , e assim por diante.

Polarização do TBJ com duas Fontes de Tensão

Entretanto, o transistor de efeito de campo tem uma relação não linear entre os parâmetros de entrada
e saída em decorrência do termo quadrático da Equação de Shockley:

𝐼 =𝐼 · 1− , 𝑉 ( ) =𝑉
( )

Uma relação linear é representada por uma linha reta quando são traçadas em um gráfico de uma
variável versus a outra, enquanto funções não lineares resultam em curvas. No caso da equação acima, a
sua curva é uma parábola.
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Outra diferença que existe entre as análises do TBJ e do JFET é que:

“A variável de controle para um transistor TBJ é um valor de corrente, enquanto no FET essa
variável é um valor de tensão”.

No entanto, em ambos os casos, a variável controlada na saída é um valor de corrente que também
define importantes valores de tensão do circuito de saída. As relações gerais que podem ser aplicadas à
análise de CC (Corrente Contínua) nos amplificadores a FET são:

𝐼 ≅0 e 𝐼 =𝐼 .

As equações acima, não mudaram para cada configuração do circuito com FET (Field Effect
Transistor) ou JFET (Junction Field Effect Transistor) desde que o dispositivo opere na região ativa.

4.2 Polarização do JFET

Polarizar um dispositivo é fixar um ponto de trabalho ou ponto quiescente por meio de componentes
periféricos, podendo esse ponto ser visualizado na característica de saída do dispositivo.

Ao polarizar um transistor deve-se verificar os limites de operação do mesmo.

O ponto de operação de um transistor, também denominado ponto de trabalho ou ponto quiescente


deve ser localizado na região de operação limitada pelos valores máximos de tensão, corrente e potência.
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4.2.1 Polarização Convencional ou Polarização Fixa
A figura a seguir apresenta um JFET de canal n (figura a) e canal p (figura b) polarizado de formal
convencional ou fixa:

É importante verificar a polarização das fontes de tensão contínua 𝑉 e 𝑉 . Quando o JFET é de


canal n, a tensão de dreno 𝑉 é positiva e quando o JFET é de canal p, a tensão de dreno 𝑉 é negativa.

O fato de o terminal negativo da bateria estar conectado diretamente ao potencial negativo de 𝑉


(caso de canal n), revela claramente que a polaridade de 𝑉 é oposta à da fonte 𝑉 . Aplicando a Lei das
Tensões de Kirchhoff na malha de 𝑉 e 𝑉 no sentido horário (caso canal n), tem-se:

+𝑉 +𝑉 =0 → 𝑽𝑮𝑺 = − 𝑽𝑮𝑮

Uma vez que 𝑉 é uma fonte CC constante, a tensão 𝑉 é fixa, daí a notação acima ser chamada
de “configuração com polarização fixa”.

O valor da corrente de dreno 𝐼 é agora controlado pela Equação de Shockley:

𝐼 =𝐼 · 1−

Uma vez que esta configuração necessita de duas fontes CC, seu emprego é limitado e, portanto, ela
não é muito considerada como as configurações com FET sendo mais utilizada a configuração com uma
única fonte de tensão.
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4.2.2 Autopolarização

Nesta configuração, utiliza-se somente uma fonte CC, conforme apresentada na figura a seguir:

A tensão de controle porta-fonte 𝑉 passa a ser determinada através da tensão do resistor 𝑅


colocado no terminal da fonte do JFET. O resistor 𝑅 provoca uma polarização negativa em 𝑉 , visto que
a corrente 𝐼 que entra na fonte 𝑉 é igual a zero (devido à alta resistência de entrada da fonte 𝑉 ).

Como a corrente 𝐼 = 0, o resistor 𝑅 pode ser substituído por um curto-circuito. Assim, o circuito
pode ser apresentado conforme a figura a seguir:

𝑰𝑺

𝑽𝑮𝑺
+
𝑽𝑹𝑺 𝑰𝑺
_

A corrente através da resistência 𝑅 é igual a corrente que passa pela resistência 𝑅 , ou seja 𝐼 = 𝐼 .
Assim, pode-se escrever:

𝑉 =𝐼 𝑅 → 𝑉 =𝐼 𝑅
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Considerando o sentido horário, conforme indicado na figura acima, tem-se:

𝑉 +𝑉 =0 ∴ 𝑉 =−𝑉 → 𝑽𝑮𝑺 = −𝑰𝑫 𝑹𝑺

Na equação acima, observe que 𝑽𝑮𝑺 é função da corrente de saída 𝐼 e não tem mais amplitude
constante, como ocorria com a configuração com polarização fixa. Nota-se que esta equação foi definida
pela configuração do circuito de polarização.

A equação acima e a Equação de Shockley relacionam as mesmas variáveis 𝐼 e 𝑉 permitindo


uma solução gráfica e/ou matemática. Para a solução matemática considera-se:

𝐼 =𝐼 · 1−
Como:
𝑉 = −𝐼 𝑅

Substituindo na Equação de Shockley, tem-se:

𝑰𝑫 𝑹𝑺 𝟐
𝐼 =𝐼 · 1− ∴ 𝐼 =𝐼 · 1− → 𝑰𝑫 = 𝑰𝑫𝑺𝑺 · 𝟏 +
𝑽𝑷

Como os valores de 𝐼 , 𝑅 e 𝑉 são constantes, eliminando o expoente e organizando os termos


da equação quadrática, tem-se:
𝑰𝟐𝑫 + 𝑲𝟏 𝑰𝑫 + 𝑲𝟐 = 0.

A equação acima do segundo grau pode ser resolvida e se obter o valor de 𝐼 .

A solução gráfica requer que se estabeleça a curva de transferência do dispositivo, conforme a figura
a seguir. Define-se uma linha reta no mesmo gráfico, identifica-se dois pontos que estejam na linha e traça-
se uma reta entre eles.
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4.3 A Reta de Autopolarização

Considere a figura a seguir:

Conforme informado, o resistor 𝑅 se produz uma realimentação negativa. Se a corrente de dreno


𝐼 aumenta, a tensão sobre 𝑅 também aumenta. Isto faz aumentar a tensão reversa porta-fonte 𝑉
estreitando o canal, reduzindo novamente a corrente 𝐼 . Por isso o nome Autopolarização.

Existem duas formas de se determinar os valores dos resistores de polarização:

 Pela reta de carga traçada sobre as curvas de dreno.

 Pela reta de Autopolarização traçada sobre a curva de transferência.

Especificamente para o JFET é mais interessante utilizar a curva de transferência para definir a
polarização, pois os manuais sempre fornecem pelo menos os parâmetros 𝐼 e 𝑉 que a definem, além de
possibilitar a melhor visualização do problema das tolerâncias do transistor.

A reta de Autopolarização, ou reta de 𝑅 , é traçada sobre a curva de transferência e corresponde à


Lei de Ohm aplicada ao resistor da fonte 𝑅 .

Considerando a malha de 𝑉 , 𝑅 e 𝑅 , tem-se:

𝑉 +𝑅 𝐼 +𝑅 𝐼 =0

Entretanto, 𝐼 = 0, devido ao alto valor da resistência de entrada do JFET. Substituindo o valor de


𝐼 e desenvolvendo a equação, tem-se:

𝑉 +𝑅 𝐼 +𝑅 𝐼 =0 ∴ 𝑉 +𝑅 𝐼 +𝑅 ∙0=0 → 𝑽𝑮𝑺 = −𝑹𝑺 𝑰𝑫


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Pela curva de transferência com valores típicos, através dos pontos 𝐼 ou 𝑉 previamente
escolhidos, tem-se um ponto da reta de Autopolarização. O outro ponto é a própria origem da curva de
transferência.

O ponto ótimo de polarização deve ser escolhido de tal forma que fique localizado no meio da curva
de transferência.

4.4 Análise das Tolerâncias do JFET

Conhecendo-se as tolerâncias do JFET dadas pelos manuais através dos valores ou na própria curva
de transferência, percebe-se que, uma vez definida a reta de Autopolarização, o ponto quiescente pode estar
localizado em qualquer posição de 𝑄 e 𝑄 . Veja o gráfico a seguir:
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Portanto, além da variação possível de 𝐼 na Autopolarização ser menor que no processo de
polarização anterior (com 𝑉 constante), a realimentação negativa imposta por 𝑅 para variações de 𝐼
garante uma melhor estabilidade do circuito.

4.5 Determinação dos Resistores de Polarização

Considere o circuito a seguir e a corrente 𝐼 no ponto quiescente. Assim 𝐼 = 𝐼 :

No item anterior, definiu-se a equação:

𝑽
𝑉 = −𝑅 𝐼 → 𝑹𝑺 = − 𝑰 𝑮𝑺
𝑫𝑸

Analisando a malha com 𝑉 , 𝑅 , 𝑉 e 𝑅 , tem-se pela 2ª Lei de Kirchhoff (Lei das malhas):

−𝑉 +𝑅 𝐼 +𝑉 +𝑅 𝐼 =0

Substituindo o valor de 𝑅 , tem-se:

𝑽𝑮𝑺𝑸 𝑽𝑫𝑫 𝑽𝑮𝑺𝑸 𝑽𝑫𝑺𝑸


−𝑉 +𝑅 𝐼 +𝑉 − 𝐼 =0 ∴ −𝑉 +𝑅 𝐼 +𝑉 −𝑉 = 0 → 𝑹𝑫 =
𝑰𝑫𝑸 𝑰𝑫𝑸

Como a curva de transferência é praticamente a mesma para todo 𝑉 >𝑉 (região ativa da curva
de dreno), o valor de 𝑉 é fixado por 𝑅 .

4.6 Outra Forma de Polarização do JFET

Uma outra forma de se polarizar o JFET pela reta de Autopolarização, porém, sem a curva de
transferência é utilizando os parâmetros máximos e mínimos de 𝐼 e 𝑉 , fornecidos pelos manuais.
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Os dois pontos (𝐼 , − 𝑉 ) e a origem definem uma reta de Autopolarização aproximadamente no
centro da curva de transferência.

Assim, como os parâmetros (𝐼 ,− 𝑉 ) e (𝐼 ,−𝑉 ), calculam-se dois valores para


o resistor 𝑅 , sendo um para a parábola máxima e outro para a mínima:

𝑽 𝑽
𝑹𝑺𝒎𝒂𝒙 = − 𝑰 𝑷𝒎𝒂𝒙 e 𝑹𝑺𝒎𝒊𝒏 = − 𝑰 𝑷𝒎𝒊𝒏
𝑫𝑺𝑺𝒎𝒂𝒙 𝑫𝑺𝑺𝒎𝒊𝒏

Neste caso, um valor de 𝑅 intermediário de 𝑅 e𝑅 , garante um ponto quiescente próximo


ao da parábola correspondente à dos parâmetros típicos do JFET.

4.7 Obtenção da Curva de Transferência a Partir da Curva de Dreno

A Curva de Transferência pode ser obtida através da Equação de Shocley ou das curvas
características do JFET, conforme apresentado na figura a seguir:

A figura acima apresenta dois gráficos com escalas verticais em miliamperes. Um é o gráfico
𝐼 x 𝑉 à direita e o outro é o gráfico 𝐼 x 𝑉 a esquerda. Com as Curvas Características de Dreno à direita
do eixo y, pode-se desenhar uma linha horizontal da região de saturação da curva, denotada por 𝑉 = 0 V
ao eixo 𝐼 .
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O valor da corrente resultante para ambos os gráficos é 𝐼 . O ponto de interseção da curva do
gráfico 𝐼 x 𝑉 ficará como apresentado, pois o eixo vertical é definido por 𝑉 = 0 V.

Em resumo:
Quando 𝑽𝑮𝑺 = 0 V, 𝑰𝑫 = 𝑰𝑫𝒔𝒔

Quando 𝑉 = 𝑉 = − 4 V, a corrente de dreno é 0 mA, definindo outro ponto da curva de


transferência. Isto é:
Quando 𝑽𝑮𝑺 = 𝑽𝑷 , 𝑰𝑫 = 𝟎 mA
𝑰𝑫𝒔𝒔
Determinando outros dois pontos da Curva de Transferência (uma paráboça), pode-se traçar o
gráfico com uma certa exatidão.

Assim, se fizer 𝑉 = 𝑉 /2 e substituir na equação da transcondutância, tem-se:


/
𝐼 =𝐼 · 1− ∴ 𝐼 =𝐼 · 1− ∴ 𝐼 =𝐼 · 1 − ∴

𝟏
𝐼 =𝐼 · → 𝑰𝑫 = ·𝑰𝑫𝑺𝑺
𝟒

Se fizer 𝐼 = ·𝐼 e substituir na equação da transcondutância, tem-se:

𝐼 =𝐼 · 1− ∴ ·𝐼 =𝐼 · 1− ∴ = 1− ∴

1 − = ∴ 1 − = 0,707 ∴ − = 0,707 – 1 → 𝑽𝑮𝑺 ≅ 0,3·𝑽𝑷


Desta forma, têm-se os 4 pontos pra se traçar a curva da transcondutância, ou seja:

Quando 𝑽𝑮𝑺 = 0 V, 𝑰𝑫 = 𝑰𝑫𝒔𝒔

Quando 𝑽𝑮𝑺 = 𝑽𝑷 , 𝑰𝑫 = 𝟎 mA
𝑰𝑫𝒔𝒔

Quando 𝑽𝑮𝑺 = 𝑽𝑷 /𝟐, 𝑰𝑫 = 𝑰𝑫𝑺𝑺 /𝟒


𝑰𝑫𝒔𝒔

Quando 𝑰𝑫 = 𝑰𝑫𝑺𝑺 /4, 𝑽𝑮𝑺 ≅ 0,3·𝑽𝑷


𝑰𝑫𝒔𝒔
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4.8 Exercício de Fixação Resolvidos e Propostos:

4.8.1) Dada a curva de transferência do JFET BF245A (𝑃 = 300 mW) informada a seguir, determinar
os valores de 𝑅 e 𝑅 do circuito de Autopolarização para 𝐼 = 1 mA e 𝑉 = 15 V e a potência dissipada
do JFET nestas condições.

Solução:
(i) Determinação da Reta de Autopolarização:

Determina-se os pontos da reta de Autopolarização,

1º ponto: 0. A reta de Autopolarização passa pela origem.

2º ponto: origem do ponto Q (ponto de trabalho). Considerando os valores de trabalho do JFET, colocando
o valor de 𝐼 = 1 mA e traçando a reta paralela a abscissa até encontrar a curva no gráfico da
transcondutância (curva de transferência), tem-se o valor de 𝑽𝑮𝑺𝑸 = − 1 V.

(ii) Equações e Cálculos:

a) Cálculo do Valor de 𝑹𝑺 :

Considerando a equação a seguir:

( )
𝑅 = ∴ 𝑅 = → 𝑹𝑺 = 1KΩ
·
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b) Cálculo do Valor de 𝑹𝑫 :

Considerando a equação 𝑅 = e substituindo os valores, tem-se:

( )
𝑅 = = == → 𝑹𝑫 = 9 kΩ
· ·

Se for considerado no mercado, um resistor de 𝑹𝑫 = 10 kΩ atende. O fato de o valor adotado para 𝑅 ser
um pouco maior que o calculado, diminui o valor de 𝑉 de 15 V para 14 V. Porém, as variações de 𝐼 e
𝑉 são desprezíveis, pois o ponto quiescente (ponto de trabalho) está na região ativa.

c) Cálculo do Valor da Potência Dissipada:

O valor da potência dissipada é calculado pela equação 𝑃 =𝑉 · 𝐼 . Substituindo os valores,


tem-se:
𝑃 =𝑉 · 𝐼 = (14)·(1·10 ) → 𝑷𝑫𝒊𝒔𝒔𝒊𝒑𝒂𝒅𝒂 = 14 mV.
Nota-se que este valor é menor do que o valor especificado para o JFET, 15 mV.

4.8.2) Seja o circuito da figura a seguir onde:

𝑉 = 20 V,
𝑅 = 3,3 kΩ, 𝑰𝑫
𝑅 = 1 MΩ,
𝑅 = 1 kΩ. 𝑹𝑫

Traçar a curva de transferência. 𝑰𝑫𝑺𝑺 = 8 mA


𝑽𝑷 = − 6 V
Solução: 𝑽𝑮𝑺
Quando 𝑰𝑫𝑺𝑺 = 8 mA → 𝑽𝑮𝑺 = 0 V. 𝑹𝑮 𝑹𝑺

Quando 𝑰𝑫 = 0 mA → 𝑽𝑮𝑺 = 𝑽𝑷 .= − 6 V.

Quando 𝑉 = 𝑉 /2 = − 6/2 → 𝑽𝑮𝑺 = − 3 V.


𝑰𝑫 (mA)
𝐼 =𝐼 /4 = 8/4 → 𝑰𝑫 = 2 mA.
Quando
𝑉 = 0,3·𝑉 = (0,3)( −6) → 𝑽𝑮𝑺 = − 1,8 V. 𝑰𝑫𝑺𝑺 = 8 mA

𝐼 =𝐼 /2 = 8/2 → 𝑰𝑫 = 4 A.

(0, 8), (0 V, − 6), (4, − 1,8), (2, − 3).


Assim, têm-se os 04 pontos da curva de
transcondutância. O resultado é o gráfico da
figura ao lado.

𝑽𝑷 = − 6 V 0 𝑽𝑮𝑺 (V)
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4.8.3) Considerando o circuito do exercício 2.8.2 determine 𝐼 , 𝑉 ,𝑉 sabendo que 𝐼 = 6 mA,
𝑉 = − 3 V, 𝑉 = 12 V, 𝑅 = 0 Ω e 𝑅 = 1 kΩ.

Solução:

a) Cálculo de 𝑽𝑮𝑺 :

Aplicando a Segunda Lei de Kirchhoff na malha de 𝑅 , 𝑉 e 𝑅 tem-se:

𝑅 𝐼 +𝑉 + 𝑅 𝐼 = 0.

Entretanto, o valor de 𝐼 = 0, pois o JFET tem uma alta resistência na entrada e por isso a corrente de
entrada é zero. Assim, substituindo os valores dados na equação acima, tem-se:

𝑅 ·0+𝑉 + 0·𝐼 = 0 ∴ 0+𝑉 +0=0 → 𝑽𝑮𝑺 = 0 V

b) Cálculo de 𝑰𝑫𝑸 :

Como o valor 𝑉 = 0 V, o valor de 𝐼 =𝐼 . Assim:


𝑰𝑫𝑸 = 6 mA.

c) Cálculo de 𝑽𝑫𝑺 :

Considerando a malha 𝑉 , 𝑅 𝐼 , 𝑉 e aplicando a segunda Lei de Kirchhoff, tem-se:

−𝑉 +𝑅 𝐼 +𝑉 =0

Substituindo os valores e considerando que 𝐼 = 𝐼 , tem-se:

− 12 + (1·10 )(6·10 ) + 𝑉 =0 ∴ − 12 + 6 + 𝑉 =0 → 𝑽𝑫𝑺 = 6 V

4.8.4) Considerando os dados do exercício 2.8.3 modificando apenas o valor de 𝑅 = 1,5 kΩ assinale a
alternativa correta:
a) Os dados não são suficientes para afirmar qual a operação do circuito.
b) O transistor opera na região de saturação.
c) O transistor opera na região linear.
d) A tensão 𝑉 = 0, o transistor está cortado.
e) Esta configuração fonte comum necessita de resistor de fonte.

Resp.: b.

Justifique.

4.8.5) No exercício 2.8.4 determine o valor de 𝑉 .

Resp.: 3 V.
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4.8.6) Considere o circuito do exercício 2.8.5. Traçar a curva de transcondutância.

4.8.7) No Figura ao lado, se a corrente de dreno é de 3 mA, qual a tensão 𝑉 ? Qual a tensão 𝑉 ?

Resp.: 3 V, 5,4 V

4.8.8) Considerando o circuito do exercício anterior com os mesmos dados, trace a curva de
transcondutância.

4.8.9) Considere um JFET que tem a seguinte curva de transcondutância:

Determine o valor de considerando que o valor da tensão de porta-fonte é de -2,5 V. Quando a tensão de
porta-fonte atingir o valor de – 4 V, em que condição estará o JFET. Justifique a sua resposta.
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4.8.10) Para o JFET BF245A, o manual do fabricante fornece os seguintes parâmetros:

min max

IDSS ( mA ) 2,0 6,5


VP ( V ) -0,5 -8,0

Determine o valor de 𝑅 e𝑅 e um valor de 𝑅 de mercado. Justifique a sua resposta.

Resp.: 1230 Ω, 250 Ω, 1.000 Ω.

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