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Relatório - Experimento 8 - Diodo Semicondutor

Título: Diodo Semicondutor

Data: 04/12/2023

Nome: Rafael Felix dos Anjos e Antônio Vitarelli Lima Costa

Turma: PU1

1. Objetivos

Diodos semicondutores, que são materiais ou dispositivos obtidos pela junção de


um semicondutor com dopagem negativa, ou seja, um semicondutor que tem alguns
elétrons em excesso.

Um semicondutor com dopagem p, ou positiva, é um semicondutor que tem


elétrons em falta, portanto uma carga efetiva positiva em excesso. Uma vez que você
junta dois materiais semicondutores dopados tipo p e tipo n, essa junção desse
dispositivo terá comportamentos diferentes de acordo com a polaridade da corrente
elétrica ou da tensão que é aplicada a ele.

Exemplo de Comportamento do Diodo

Desse modo, o relatório tem como objetivo observar como um LED se comporta
com as polarizações direta e inversa e, após isso, medir o comprimento de onda do LED
vermelho utilizado e calcular a constante de Planck a partir dessa medida.
2. Metodologia e Discussão

2.1. Parte Experimental

Materiais Utilizados:
fios
1 fonte de corrente contínua.
2 multímetros digitais, 1 amperímetro e 1 voltímetro
1 caixa para ligação do circuito.
1 led
1 resistor de aproximadamente 200 ohms.
1 espectrómetro, montado numa caixa de madeira
1 Orifício para a entrada de luz(na parte superior do lado traseiro da caixa), e fundo de
escala ( na parte inferior do lado traseiro da caixa).
1 Orifício para observação( lado frontal da caixa).

Primeiramente realizou-se a montagem do circuito com o diodo semicondutor,


como pode ser visto na figura do roteiro. E iniciamos com a tensão e corrente igual a
zero.

Figura 1 - Exemplo de Como Foi Feito


Após isso, iniciou-se o experimento, com uma tensão e corrente iguais a zero,
sendo medidas pelo voltímetro e amperímetro. Com isso, aumentou-se a tensão para 1
volt e, continuamente, ela foi aumentada até que o diodo tivesse uma emissão de luz
visível e depois a tensão foi aumentada continuamente para realizar a coleta de dados.

Com a coleta dos efetuadas, o próximo passo foi inserir o diodo na abertura de
um pequeno espectrómetro feito com uma grade de difração, que consiste em um
plástico com ranhuras igualmente espaçadas, para conseguir observar numa escala que
foi colocada nesse espectrómetro qual é o comprimento de onda da emissão principal do
diodo.

2.2. Resultados e Cálculos

Sendo assim, primeiro foram especificados os valores iniciais para, após isso,
realizar o cálculo das grandezas:

Valores Iniciais

Valor Incerteza Unidade

λ 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑡𝑟ô𝑚𝑒𝑡𝑟o 620 ± 5 nm

𝐼s 22*10^-9 ± 18*10^-9 A

η 3, 11 ± 0, 11 -
Tensão(mV) Corrente (mA) Incerteza Tensão Incerteza Corrente

1630 0,020 82 0,001

1700 0,170 85 0,009

1742 0,370 87 0,018

1783 0,740 89 0,037

1825 1,520 91 0,076

1864 2,40 93 0,12

1910 3,45 96 0,17

1943 5,36 97 0,27

1984 7,30 99 0,37


Figura 1

Figura 2 - Gráfico Linearizado - ln(corrente)

Grandezas Calculadas

Valor Incerteza Unidade

Inclinação 0,099 0,044 1/Ω

𝑉f 1,81 0,15 V

𝑟 23,86 0,56 Ω
−34 −34
6, 09 · 10 0, 86 · 10
ℎ 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑o 𝐽·s

Cálculo do fator de idealidade e 𝐼𝑆

A relação entre a tensão 𝐼 medida pelo amperímetro e a tensão 𝑉 registrada no momento


é dada pela seguinte equação:
𝐼 ≈ 𝐼𝑆 × 𝑒𝑥𝑝(𝑉/η𝑉𝑇)

Em que 𝐼𝑆 é uma pequena corrente, aproximadamente constante, que aparece em

polarização reversa, η é o chamado “fator de idealidade” do diodo e 𝑉𝑇 é a constante de


𝑇
origem térmica dada por: 𝑉𝑇 = 1160
em que T é a temperatura ambiente, sendo então

próximo a 27°C. Assim, 𝑉𝑇 = 26 mV.

Para relacionar a equação de 𝐼(𝑉) com uma equação linear, precisa-se realizar a
linearização dela. Para isso, pode-se aplicar “ln” dos dois lados:
ln(𝐼) = 𝑙𝑛(𝐼𝑆 × 𝑒𝑥𝑝(𝑉/η𝑉𝑇))

ln(𝐼) = 𝑙𝑛(𝐼𝑆) + 𝑉/η𝑉𝑇

E agora podemos relacionar com a equação linear:


Y = AX + B
1
Desse modo, Y = ln(𝐼), A = η𝑉𝑇
e B = 𝑙𝑛(𝐼𝑆). A partir disso e do valor obtido do

coeficiente angular 𝐴, dado o gráfico, pode-se calcular o valor da constante η, que


trata-se de um número adimensional.
1
A= η𝑉𝑇

1
η = 𝐴𝑉𝑇

η = 3,88
Antes de calcular a incerteza do fator de idealidade, é preciso estimar a incerteza
associada ao 𝑉𝑇. Tendo em vista que 𝑉𝑇 depende da temperatura ambiente e de outras

grandezas, tidas como constantes, só será relevante a incerteza da temperatura ambiente.


Assim, considerando que para T = 27°C, ∆𝑇 = 0,1°C, temos que:
∆𝑇
∆𝑉𝑇= 𝑉𝑇 ( 𝑇
)² = 0,096 mV

𝑉𝑇 = (26,0 ± 0,1) mV

Agora, pode-se calcular a incerteza de η:


−∆𝐴 ∆𝑉𝑇
∆η = η ( 𝐴
)² + (− 𝑉𝑇
)² = 0,69 ∆𝐴 = 0,0044

Obtendo-se o valor final:


η = (3,88 ± 0,69)
Além disso, podemos encontrar o valor de 𝐼𝑆 com o valor de B e sua incerteza:

ln(𝐼𝑆) = B
𝐵 −9
𝐼𝑆 = 𝑒 = 22 x 10 A

∂𝐼
∆𝐼𝑆 = ( ∂𝐵𝑆 ∆𝐵)²

𝐵 −9
∆𝐼𝑆 = (𝑒 ∆𝐵)² = 18 x 10 A ∆𝐵 = 0,85

Assim, o valor final é:


−9
𝐼𝑆 = (22 ± 18).10 A

Cálculo da tensão de corte e resistência r


Ao considerar que o diodo é constituído por uma fonte de tensão 𝑉𝐹 chamada de tensão

de corte, em série com uma resistência r, , pode-se obter o valor das duas grandezas a
partir de uma linearização do regime linear do gráfico na Figura 1. Assim, foi
considerado novamente somente os últimos 4 pontos para uma melhor aproximação, e
então plotou-se o gráfico com ajuste abaixo.
Figura 3

A partir disso, é possível relacionar com a equação linear da seguinte forma:


Y = AX + B
Em que 𝑌 = 𝐼, 𝑋 = 𝑉. Portanto, sabe-se que o 𝑉𝐹 é dado pelo valor que a reta corta o eixo

da abscissa, então pode-se encontrar o valor da tensão de corte a partir do zero da


equação linear associada:
Y(X) = AX + B
𝑌(𝑋) − 𝐵
𝑋 = 𝐴

0−𝐵 −𝐵
𝑋𝑟𝑎í𝑧 = 𝐴
= 𝐴

𝑋𝑟𝑎í𝑧 = 𝑉𝐹
−𝐵
𝑉𝐹= 𝐴
= 1.81 V

−∆𝐴 −∆𝐵
∆𝑉𝐹 = 𝑉𝐹 ( 𝐴
)² + ( 𝐵
)² = 0,15V ∆𝐴 = 0,0064 e ∆𝐵 = 0,012

𝑉𝐹 = (1.81 ± 0,15) V
Enquanto para o valor da resistência 𝑟, ao analisar o comportamento linear da Corrente X
Tensão, pode-se aproximar ao comportamento de um resistor ôhmico. Entretanto, é
importante ressaltar que o LED não possui uma resistência de comportamento ôhmico de
fato, porém ao considerar somente os últimos pontos do gráfico da Figura 1, que o
comportamento é quase ideal, pode-se inferir tal aproximação. Desse modo, o próprio
valor da resistência 𝑟 é dado por 𝑉/𝐼, ou seja, o inverso do valor do coeficiente linear A
do ajuste.
1
r= 𝐴
= 23,86 Ω

∆𝐴
∆𝑟 = 𝑟 ( 𝐴
)² = 0,56 Ω

r = (23,86 ± 0,56) Ω

Cálculo da constante de Planck

Agora para determinar o valor da constante de Planck, utilizando um espectrômetro foi


medido que a raia do LED vermelho utilizado era de 620 𝑛𝑚, e considerado ∆λ = 5 𝑛𝑚.
Assim, temos a seguinte equação para constante de Planck:

ℎ = (𝑞𝑉 𝐹 λ)/𝑐

ℎ é a constante de Planck,
𝑐 é a velocidade da luz, que foi considerado: 299, 8*10^6 m/s
q é a carga elementar, igual a 1,5*10^-9
Vf é a tensão de corte, encontrada anteriormente. Substituindo na equação da constante
de Planck, temos então que:
−34
ℎ 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = 6, 09 · 10 𝐽 · 𝑠 Para o cálculo da incerteza de ℎ, foram consideradas as
constantes 𝑐 e 𝑞 como valores verdadeiros, ou seja, com incerteza nula ou não relevante.
∆𝑉𝐹 ∆λ −34
∆ℎ𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = ℎ𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 ( 𝑉𝐹
)² + ( λ
)² = 0, 86 · 10 𝐽·𝑠

A partir dos valores de 𝐼𝑆 e η obtidos é possível comparar com o dado esperado pelo

comando do relatório, mesmo que não sejam tão precisos para o LED utilizado em sala
−4 −17
de aula. A corrente 𝐼𝑆 ficou dentro do intervalo esperado, de 10 a 10 A. Enquanto o

fator de idealidade também ficou relativamente próximo do esperado η = 2. Para o valor


de tensão de corte obtido, ao comparar com o padrão do LED vermelho esperado, 𝑉𝐹 =

1,81 V temos um valor bastante próximo. Para se ter uma ideia melhor, vamos calcular o
erro relativo.
𝑉𝐹 − 𝑉𝐹 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜
𝑉𝐹 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜
= 2,14 %

Diante disso, pode-se afirmar que trata-se de um erro relativamente pequeno, e o cálculo
da tensão de corte foi satisfatório.
Agora para o valor da constante de Planck, é possível também calcular o erro relativo
para analisar o resultado obtido.
ℎ − ℎ𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜

= 8,1%

A partir desse valor de erro relativo, pode-se concluir que o valor calculado de ℎ também
foi satisfatório, já que se trata de um erro relativamente pequeno para um experimento
realizado em sala de aula. Dentre os possíveis fatores associados ao erro obtido, pode-se
levantar a medição do λ como um dos principais, já que está muito relacionado à
observação do operador.

3. Conclusão

A partir dos testes conduzidos, foram achados valores próximos dos teóricos, o

que indica certa veracidade das fórmulas e mostra que elas servem como uma base

essencial para o cálculo das grandezas envolvidas.


Por fim, o erro entre o valor real e teórico fornece constatações importantes a

respeito do experimento realizado e de como algumas incertezas podem influenciar no

resultado final.

Portanto, como demonstrado, os experimentos apresentam valores de erro

consideravelmente baixos, o que evidencia a confiabilidade do experimento.

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