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Universidade Federal do Amazonas - (UFAM)

Instituto de Ciências Exatas - (ICE)


Laboratório de Física III - (IEF816)

Lei de Ohm e Resistividade Elétrica

Professor: Teonis Silva de Paiva


Aluno: Edson Darlan M. Ferreira - 21950129
Aluno: Luís Felipe Reis de Souza – 2195167

Manaus/AM
2022
Sumário
Introdução.................................................................................................................. 3
Fundamentação Teórica ............................................................................................ 3
Objetivo ..................................................................................................................... 4
Parte experimental ..................................................................................................... 4
Material necessário ............................................................................................ 4
Procedimento experimental ............................................................................... 4
Resultados e Discussões ............................................................................................ 5
Gráficos da voltagem em função da corrente .................................................... 5
Cálculo das resistências ..................................................................................... 9
Gráficos da resistência em função do comprimento do fio, da área e do inverso
da área ......................................................................................................................... 10
Conclusão ................................................................................................................ 13
Referências .............................................................................................................. 13

2
1. Introdução

Neste relatório pretende-se mostrar o comportamento da resistência e resistividade


elétrica variando o comprimento e a área de seção transversal de um fio de constantan. A
partir dos dados experimentais obtidos em laboratório, serão construídos alguns gráficos
que serão necessários para o cálculo da resistência e resistividade elétrica a partir das leis
de Lei de Ohm.

2. Fundamentação Teórica

A chamada primeira lei de Ohm estabelece a relação entre uma diferença de potencial
(𝑉), a corrente (𝑖) e a resistência (𝑅) para um resistor ohmico. Esta relação vem do fato
que alguns materiais apresentam uma resistência linear à passagem de corrente elétrica.

𝑉
𝑅=
V R 𝑖

Figura 1: circuito em série, onde R representa o fio de constantan

Fonte: autoria própria

Em seus experimentos Ohm percebeu que existia uma relação entre resistência,
comprimento (L) e a área da seção transversal do fio (S), em que S é inversamente
proporcional e L é diretamente proporcional a resistência do fio. Ao se equacionar as
relações, aparece o fator de proporcionalidade 𝜌, onde o mesmo é chamado de
resistividade elétrica e assim surge a chamada segunda lei de ohm.
i

V L 𝐿
R 𝑅=𝜌
𝑆

S
Figura 2: S representa a área da seção transversal e L o comprimento do fio

3
Fonte: autoria própria

3. Objetivo

Medir, através da relação 𝑉/𝑖, a variação da resistência de um condutor linear em


função do comprimento e da área de sua seção transversal.

4. Parte experimental

4.1 Material necessário

• 1fio o de constantan (0, 2mm de diâmetro)


• 2 fios os de conexão
• 1 régua
• 1 fonte de CC variável
• 1multímetro
• 2 isoladores

4.2 Procedimento experimental

Em laboratório, foi montado o seguinte circuito em série:

V Fonte CC R L
CC

S
Figura 3: Esquema experimental onde a fonte tem uma diferença de potencial V, determinada pelo
voltímetro que se encontra paralelo à fonte, emitindo uma corrente 𝑖 sobre o fio de Constantan de
comprimento 𝐿 e área de seção transversal 𝑆.

4
Primeiramente usa-se dois isoladores na borda de uma mesa, distantes 0,60𝑚 um
do outro para prender as extremidades do fio de constantan, após isso, conectam-se as
extremidades do fio de constatan a fonte, fazendo um circuito em série de acordo com a
figura 3. Por último, é necessário ligar o multímetro, na função de voltímetro paralelo as
entradas da fonte na escala de 20V.
Logo após a montagem do circuito, a fonte é ligada e o valor de corrente inicial é
ajustada para 𝑖 = 0,1𝐴 e anota-se a respectiva diferença de potencial indicada pelo
voltímetro. O processo é repetido mais 4 vezes para 𝑖 = 0,2𝐴; 0,3𝐴; 0,4𝐴 𝑒 0,5𝐴. Depois
de finalizadas as 5 medidas, repete-se o processo para 𝐿 = 0,7𝑚; 0,8𝑚, 0,9𝑚 𝑒 1,0𝑚.
Agora, fixando os dois isoladores em 𝐿 = 1𝑚 de comprimento, muda-se a área
de seção transversal colocando respectivamente 2; 3 e 4 “pernas” do fio de constantan
nos apoiadores e variando a corrente em 𝑖 = 0,2𝐴; 0,3𝐴; 0,4𝐴 𝑒 0,5𝐴.
A seguir, a tabela obtida seguindo o procedimento experimental descrito
acima.

Voltagem
Pernas
i(A) 0,60 m 0,70 m 0,80 m 0,90 m 1,00 m 2 3 4
0,10 0,92 1,15 1,30 1,39 1,62 0,78 0,53 0,40
0,20 1,94 2,17 2,50 2,87 3,18 1,62 1,04 0,80
0,30 2,87 3,30 3,73 4,24 4,69 2,35 1,59 1,19
0,40 3,82 4,45 5,00 5,65 6,34 3,13 2,08 1,56
0,50 4,73 5,51 6,23 7,12 7,79 3,87 2,60 1,96
Tabela 1: Dados experimentais da voltagem obtidos após o procedimento experimental

5. Resultados e Discussões

5.2 Gráficos da voltagem em função da corrente

A partir dos dados tabelados foram gerados os gráficos abaixo; a escala escolhida no
eixo vertical de 0 a 9, com espaços de uma unidade, foi mantida padrão em quase todos
os gráficos para comparar visualmente as inclinações das retas.

5
Voltagem em função da corrente, L = 0,60 m
9,00

8,00

7,00

6,00
Voltagem (V)

5,00
y = 9,50x + 0,006
4,00

3,00

2,00

1,00

0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Corrente (A)

figura 4: voltagem em função da corrente para o fio de constantan de comprimento 0,60 metros

Voltagem em função da corrente, L = 0,70 m


9,00

8,00

7,00

6,00
Voltagem (V)

5,00 y = 11,00x + 0,016

4,00

3,00

2,00

1,00

0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Corrente (A)

figura 5: voltagem em função da corrente para o fio de constantan de comprimento 0,70 metros

6
Voltagem em função da corrente, L = 0,80 m
9,00

8,00

7,00

6,00 y = 12,36x + 0,044


Voltagem (V)

5,00

4,00

3,00

2,00

1,00

0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Corrente (A)

figura 6: voltagem em função da corrente para o fio de constantan de comprimento 0,80 metros

Voltagem em função da corrente, L = 0,90 m


9,00

8,00

7,00
y = 14,24x - 0,018
6,00
Voltagem (V)

5,00

4,00

3,00

2,00

1,00

0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Corrente (A)

figura 7: voltagem em função da corrente para o fio de constantan de comprimento 0,90 metros

7
Voltagem em função da corrente, L = 1,00 m
9,00

8,00 y = 15,50x + 0,074


7,00

6,00
Voltagem (V)

5,00

4,00

3,00

2,00

1,00

0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Corrente (A)

figura 8: voltagem em função da corrente para o fio de constantan de comprimento 1,00 metro

Voltagem em função da corrente com 2 pernas


9,00

8,00

7,00

6,00
Voltagem (V)

5,00

4,00 y = 7,69x + 0,043


3,00

2,00

1,00

0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Corrente (A)

figura 9: voltagem em função da corrente para o fio de constantan de comprimento 1,00 metro com 2 pernas

8
Voltagem em função da corrente com 3 pernas
9,00

8,00

7,00

6,00
Voltagem (V)

5,00

4,00

3,00
y = 5,18x + 0,014
2,00

1,00

0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Corrente (A)

figura 10: voltagem em função da corrente para o fio de constantan de comprimento 1,00 metro com 3
pernas

Voltagem em função da corrente com 4 pernas


9,00

8,00

7,00

6,00
Voltagem (V)

5,00

4,00

3,00

2,00 y = 3,88x + 0,018


1,00

0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Corrente (A)

figura 11: voltagem em função da corrente para o fio de constantan de comprimento 1,00 metro com 4
pernas

5.3 Cálculo das resistências

Pela lei de ohm, sabe-se que 𝑉 = 𝑅𝑖. Comparando esta lei com cada equação da
reta obtida, percebe-se que a resistência 𝑅 do fio é dada pelo coeficiente angular.

9
Então, organizando todos os coeficientes angulares obtidos em uma tabela:
Coeficiente angular/resistência
gráfico 1 perna 2 pernas 3 pernas 4 pernas
L = 0,60 m 9,50
L = 0,70 m 11,00
L = 0,80 m 12,36
L = 0,90 m 14,24
L = 1,00 m 15,50 7,69 5,18 3,88
Tabela 2: Coeficiente angular/resistência de cada gráfico da Tensão (V) em função
da corrente (A). A resistência é dada em 𝑜ℎ𝑚 (𝛺)

Pelos dados tabelados nota-se que quando maior o comprimento do fio, maior será a
resistência à passagem de corrente elétrica, porém para um dado comprimento constante,
quanto maior a área da seção transversal, menor será a resistência à passagem de corrente.

5.4 Gráficos da resistência em função do comprimento do fio, da área e do


inverso da área

Organizando os valores de resistência e comprimento e plotando o gráfico da


resistência em função do comprimento, temos

Resistência em função do comprimento


17,00
y = 15,24x + 0,328
15,00
L R
Resistência (𝛺)

0,60 9,50 13,00

0,70 11,00 11,00


0,80 12,36
9,00
0,90 14,24
1,00 15,50 7,00

5,00
0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10
Comprimento (m)

Tabela 3 e figura 12: tabelados os valores do comprimento L do fio de constantan e da resistência R para
cada respectivo comprimento. Ao lado está o gráfico plotado a partir dos dados de L e R.

10
A área da seção transversal do fio de constantan é:

𝑆 = 𝜋𝑟 2 = 3,14(1𝑚𝑚) ≅ 3,14 × 10−8 𝑚2

Para duas pernas do fio a área será:

2𝑆 ≅ 6,28 × 10−8 𝑚2

Para três pernas:

3𝑆 ≅ 9,42 × 10−8 𝑚2

Para 4 pernas:

4𝑆 ≅ 12,56 × 10−8 𝑚2

Então, para a resistência em função da área, tem-se:

Resistência em função da área


18
16
Área R 14
(10−8 𝑚2 ) (𝛺)
Resistência (𝛺)

12
3,14 15,5 10
6,28 7,69 y = 48,42x-0,998
8
9,42 5,18 6
12,56 3,88 4
2
0
2 4 6 8 10 12
Área (10^-8m^2)

Tabela 4 e figura 13: tabelados os valores da área da seção transversal para cada número de pernas
trabalhado no experimento para o fio de constantan e da resistência R para cada respectiva área. Ao lado
está o gráfico plotado a partir dos dados de área e R. Observe também que o eixo horizontal tem um fator
multiplicativo de 10−8 .

11
Agora, calculando os valores do inverso da área para cada número de pernas.

1 1
= ≅ 3,18 × 107 𝑚−2
𝑆 3,14 × 10−8 𝑚2

Para duas pernas:


1 1
= ≅ 1,59 × 107 𝑚−2
2𝑆 6,28 × 10−8 𝑚2

Para três pernas:


1 1
= ≅ 1,06 × 107 𝑚−2
3𝑆 9,42 × 10−8 𝑚2

Para quatro pernas:


1 1
= −7 2
≅ 7,96 × 106 𝑚−2
4𝑆 1,27 × 10 𝑚

assim, tem-se o gráfico da resistência em função do inverso da área

Resistência em função do inverso da área


18
16
1/área R y = 4,8656x + 0,0099
(𝛺) 14
(107 𝑚−2 )
Resistência (𝛺)

12
3,18 15,5
10
1,59 7,69
8
1,06 5,18
6
0,79 3,88
4
2
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
1/área (10^7m^-2)

Tabela 5 e figura 14: tabelados os valores do inverso da área da seção transversal para cada número de
pernas trabalhado no experimento para o fio de constantan e da resistência R para cada respectiva área. Ao
lado está o gráfico plotado a partir dos dados de 1/área e R. Observe também que o eixo horizontal tem um
fator multiplicativo de 107 .

12
𝐿 1𝑚
Tem-se que 𝑅 = 𝜌 𝑆, mas como 𝐿 = 1𝑚, então 𝑅 = 𝜌 , sendo assim em
𝑆
comparação com o gráfico da resistência em função do inverso da área, a resistividade
elétrica 𝜌, é dada pelo coeficiente angular da reta dividido por 107 , pois o fator
multiplicativo do eixo horizontal tem que ser considerado, então

𝜌 ≅ 4,87 × 10−7 𝛺. 𝑚

Também é possível obter 𝜌 pelo gráfico polinomial da resistência em função da


área da seção transversal do fio. Sendo assim, comparando a equação da curva 𝑦 =
48,42𝑥 −0,998 com a equação 𝑅 = 𝜌𝐿𝑆 −1, lembrando que 𝐿 = 1𝑚 e 𝑥 tem um fator
multiplicativo de 10−8 , chega-se à conclusão que o valor de 𝜌 é:

𝜌 ≅ 48,42 × 10−8 𝛺. 𝑚
𝜌 ≅ 4,84 × 10−7 𝛺. 𝑚

Com os resultados obtidos, é possível notar, por exemplo, que para instalações
elétricas o ideal são fios mais “grossos” pois assim a resistência à passagem de corrente
elétrica diminuiria, juntamente com um material a qual tenha uma baixa resistividade,
diminuindo assim a dissipação de energia.

6. Conclusão

De acordo com os resultados, mostrou-se que quanto maior o comprimento do fio,


maior será a resistência elétrica, enquanto que para uma área de seção transversal maior,
a resistência diminui.
O valor tabelado para a resistividade elétrica do fio de constantan é de 𝜌 = 4,9
× 10−7 𝛺. 𝑚, enquanto o que foi calculado a partir de dados experimentais tem um valor
de 𝜌 ≅ 4,87 × 10−7 𝛺. 𝑚, uma diferença mínima, visto que os dados experimentais
foram recolhidos com uma precisão de apenas duas casas decimais. Isso significa que
tanto o processo experimental quanto o tratamento de dados estão corretos.

7. Referências

ZEMANSKY SEARS and FREEDMAN YOUNG. Física 3 e física 4.

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