Você está na página 1de 6

Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas


Departamento de Física Aplicada

Lucas Eduardo Duarte Martins

Lei de Ohm

Docente: Dra. Ariana de Campos


Disciplina Laboratório de Física II

UBERABA-MG
2020
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para a coleta de dados neste experimento, utilizou-se um software simulando o resistor, o


multímetro digital, o protoboard, os cabos de conexões e a fonte de tensão. O resistor estava
conectado ao protoboard, em que os cabos de conexões conectavam este à fonte de tensão,
viabilizando a passagem de corrente elétrica e a possibilidade da coleta dos dados por meio do
multímetro digital, e no caso do resistor, a leitura das faixas também.

Utilizando um resistor de 5 (cinco) faixas, fazendo a leitura das faixas e medindo no multímetro
digital, foram obtidas as informações do resistor na tabela (1) a seguir:

Valor medido no Tolerância (Ω) ∆𝐑 (Ω) 𝐑 ± ∆𝐑 (Ω)


multímetro (Ω)
200 ±0,5% 1 200,0 ± 1,0
Valor nominal (Ω) Tolerância (Ω)
200 ±0,8% 1,6 200,0 ± 1,6
Erro Percentual ±0,6%
Tabela 1: Informações do resistor.

Analisando a tabela, observou-se que a incerteza do resistor atribuída ao valor nominal e a


incerteza atribuída ao valor lido no multímetro são distintas. Este valor de tolerância obtido
para o valor nominal do resistor é de acordo com as faixas de cores, sendo que a última cor lhe
representa. A tolerância do multímetro é a tolerância definida pelo seu fabricante, que nesta
situação de simulador, foi previamente definido pelo docente da disciplina.

Posteriormente, fixaram-se diferentes valores para a tensão (V) na fonte de tensão e mediu-se
a corrente elétrica (mA) após a sua passagem pelo resistor. Os dados foram coletados uma única
vez, sendo assim, temos que o desvio padrão e o desvio padrão da média são nulos e a incerteza
combinada é estritamente igual a incerteza instrumental para a corrente elétrica e para a tensão.
Os dados estão contidos na tabela (2) a seguir:
Tensão 𝛔𝐛𝐔 𝐔 ± ∆𝐔 Corrente 𝛔𝐛𝐦𝐀 𝐈 ± ∆𝐈
(V) (V) Elétrica
(V) (mA) (mA)
(mA)
0,8 0,0040 0,800 ± 0,004 4,000 0,0040 4,000±0,004

1,3 0,0065 1,300 ± 0,006 6,500 0,0065 6,500 ± 0,006

1,8 0,0090 1,800 ± 0,009 9,000 0,0090 9,000 ±0,009

2,3 0,011 2,30 ± 0,01 11,50 0,011 11,50 ± 0,01

2,8 0,014 2,80±0,01 14,00 0,014 14,00 ± 0,01

3,3 0,016 3,30±0,02 16,50 0,016 16,50 ±0,02

3,8 0,019 3,80±0,02 19,00 0,019 19,00 ± 0,02

4,3 0,021 4,30±0,02 21,50 0,021 21,50 ± 0,02

4,8 0,024 4,80 ±0,02 24,00 0,024 24,00 ± 0,02

5,3 0,026 5,30 ±0,03 26,50 0,026 26,50 ± 0,03

5,8 0,030 5,80 ±0,03 29,00 0,030 29,00 ± 0,03

6,3 0,031 6,30 ±0,03 31,50 0,031 31,50 ± 0,03

7,8 0,039 7,80 ±0,04 39,00 0,39 39,00 ± 0,04

9,3 0,046 9,30 ± 0,05 46,50 0,046 46,50 ± 0,05

10,8 0,054 10,80 ± 0,05 54,00 0,054 54,00 ± 0,05

12,3 0,062 12,30 ± 0,06 61,50 0,062 61,50 ± 0,06

15,8 0,080 15,80 ± 0,08 79,00 0,080 79,00 ± 0,08

20,3 0,10 20,3 ± 0,1 101,5 0,10 101,5 ± 0,1


Tabela 2: Corrente elétrica obtida para cada tipo de tensão.

Analisando os dados obtidos, observou-se a variabilidade da corrente elétrica para diferentes


valores da tensão fixadas na fonte. É possível analisar também que as incertezas instrumentais
são exatamente iguais para a corrente elétrica e para a tensão nas unidades de medidas
apresentadas.

As unidades que relacionam corrente elétrica, diferença de potencial (ddp), e resistência, são:
ampère, volt e ohms, respectivamente. Isso implica que para trabalhar os dados deste
experimento, é necessário fazer a conversão da corrente elétrica para ampère. Para o cálculo da
ddp, é utilizada a equação:

U = I.R (1)

Onde U (V) é a diferença de potencial, I (A) é a corrente elétrica e R (Ω) é a resistência do


resistor.

A equação (1) define U (V) como o termo dependente, mas no caso deste experimento, é
necessário que I (A) seja o termo dependente da equação. Desse modo, temos que:

1
I = R .U (2)

A partir da equação (1), plotando o gráfico, obteve-se o seguinte resultado a seguir:

------------------------------------------------------------
B -1,77636E-15 6,44261E-16
A 5 2,70178E-16
100 ------------------------------------------------------------

80
Corrente Elétrica (mA)

60

40

20

0 5 10 15 20
Tensão (V)

Figura 1: Tensão (V) X Corrente Elétrica (mA)

Analisando a equação linear do gráfico é possível obter o coeficiente angular A e o coeficiente


linear B, contendo suas incertezas associadas. É possível visualizar também, que as incertezas
dos coeficientes são desprezíveis.

Para trabalhar com o valor numérico do coeficiente angular A, juntamente com suas incertezas,
nesta situação, é necessário fazer a multiplicação por 0,001, visto que, como já citado neste
relatório, as unidades de medidas não estão coerentes com a equação (1) ou (2). Isto é, é
necessário converter miliampères em ampères.

A = 0,005 B = 1,78. 10−16


∆A = 2,7. 10−19 ∆B = 6,4. 10−15
Tabela 3: Coeficientes e suas incertezas ajustadas.

Os coeficientes tiveram suas incertezas tão próximas de zero que teve as mesmas desprezíveis
na discussão deste experimento. No entanto, será útil para a realização dos cálculos para a
propagação de erros à R que ainda será discutido neste relatório.

A partir dos dados obtidos pelo gráfico utilizou-se a equação (2), para realizar associações de
1
modo que o nosso coeficiente angular (A) em relação à equação (2) é representado por (R),

sendo assim, podemos então definir uma nova equação (3) a seguir:

1
A = (R) (3)

Observando-se então a relação de A com R, pode-se definir a equação (4) a seguir:

1
R = (A) (4)

Utilizando a equação (4), pode-se calcular o valor de R (Ω) em relação ao coeficiente angular
A:

1
R= ( )
0,005

 R = 200 Ω

Observou-se que o valor númerico de R calculado e relacionado ao coeficiente angular


fornecido pelo gráfico e com a conversão de unidades é o mesmo fornecido pelo multímetro e
pelo valor nominal. Além disso, temos que R está em função de A. Logo, as incertezas de A se
propagam para R. Sendo assim, podemos calcular na equação (5) a seguir:

∂R
∆R = (∂A) . ∆A (5)

Relacionando-se a equação (3) na (5), temos que:


1
∆R = (R²) . ∆A (6)

Substituindo os valores numéricos na equação (6), obtemos a incerteza propagada à R:

1
∆R = ( ) . (2,7. 10−19 )
200²

 ∆R = 6,75 . 10−24 Ω

Sendo assim, temos que:

R ± ∆R = 200 ± 6,75 . 10−24 Ω

A partir do resultado obtido à cima, observou-se que a incerteza associada ao resistor é muito
próxima de zero, que a torna despresível. Este resultado é devido a precisão do experimento,
visto que, foi executado em softwares altamente precisos e que o experimento não sofreu
intempéres relacionadas ao ambiente, ao observador, ao desgastes dos equipamentos
manuseados, temperatura, pressão, entre outros fatores que contribuiriam para que as incertezas
tivessem um valor mais aparente e significativo.

Você também pode gostar