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Física Experimental 3 – 01/2019 – Turma C

Experimento 3 – Força Eletromotriz


15/04/2019

Participantes:
Bárbara de Oliveira Taveira – 15/0006179
Isabela Mendes Calasans – 15/0079796
Isabella Maria Martins de Souza – 15/0012225

Introdução:

A força eletromotriz (f.e.m.) é a capacidade de produzir corrente elétrica em um


circuito. É uma grandeza escalar cuja unidade é o Volt (V), designando a tensão existente
nos terminais de um dispositivo antes da ligação de qualquer carga. Aos dispositivos,
especialmente os geradores e baterias, que possuem essa propriedade chamam-se de
fontes de força eletromotriz.
Essas fontes são caracterizadas pela curva de regulação, que relaciona a variação
da força eletromotriz, em função da corrente no circuito, com a tensão efetivamente
fornecida ao circuito. A regulação é dada pela expressão:

Equação 1 – Regulação da fonte eletromotriz

Onde Vo é a tensão da fonte sem nenhuma carga resistiva (em aberto) e V é a tensão
fornecida no ponto onde se deseja calcular a regulação.

Há diferentes exemplos de fontes de força eletromotriz, cada uma delas com suas
particularidades e sua curva de regulação característica. São elas: as pilhas, as fontes de
tensão estabilizada e as fontes de alimentação comerciais.
As pilhas produzem força eletromotriz através de reações químicas que ocorrem
em seu interior. Como as pilhas possuem resistência interna, elas não correspondem a
uma fonte ideal de f.e.m., já que parte da sua f.e.m. é consumida pela sua resistência
interna, de forma que a tensão efetivamente fornecida ao circuito é menor que sua f.e.m.
A fonte de tensão estabilizada, como o próprio nome já diz, fornece um mesmo
valor de tensão, independente da corrente, até um valor limite máximo de corrente.
Já os aparelhos que são utilizados no dia a dia funcionam com corrente contínua,
enquanto que a tensão da rede é alternada. Nesse caso, então, recorre-se às fontes de
alimentação comerciais.
Objetivo:

Determinar a variação da tensão fornecida por diferentes fontes de tensão contínua


em função da carga no circuito. Analisar a influência da resistência interna das fontes na
tensão.

Materiais:

 2 multímetros modelo EEL-8002 (Edutec);


 1 pilha 1,2 V, 100mA, modelo RT4500DB2;
 1 fonte estabilizada 0 – 30 V modelo FA-3005 (Instrutherm);
 1 fonte de alimentação comercial, modelo 5-7V DC Máx: 500mA (Ponto X);
 1 reostato até 100 Ω;
 Fios.

Procedimentos:

1. Pilha

Para começar, montou-se o circuito da Figura 1 usando a pilha como fonte de


alimentação. É importante ressaltar que: sempre deve haver uma resistência diferente de
zero no circuito para que a pilha não seja conectada em curto circuito e isso ocasione o
seu descarregamento.

Figura 1 - Circuito com a pilha. (Fonte: Roteiro do Experimento 1 de Física 3


Experimental, disponibilizado pela Rede AVAIF).
Em seguida, utilizando o voltímetro, foi verificado se a pilha estava carregada e
anotou-se a tensão Vo encontrada.
Depois, com o reostato posicionado na resistência de 10Ω, foram medidas a
corrente no circuito e a tensão na pilha. Esse procedimento foi repetido, variando de forma
gradual a resistência no reostato, até que a mesma atingisse um valor máximo de 100.
Então, a partir dos valores obtidos de V e i, representados em um gráfico, estimou-
se a resistência interna da pilha.
Por fim, montou-se um gráfico ilustrando a curva de regulação da pilha.

2. Fonte de tensão estabilizada

Para iniciar essa etapa, limitou-se a corrente na fonte de tensão estabilizada em


500mA. Para isso, girou-se os botões de tensão e os botões de corrente até o valor mínimo
e as saídas da fonte foram conectadas em curto-circuito. Em seguida, girou-se os botões
de tensão até o valor máximo e, lentamente, a corrente foi aumentada até o valor desejado
de 500mA. Por fim, girou-se os botões de tensão até o zero, de forma que a fonte ficou
limitada e pronta para ser utilizada normalmente. Desde que não se mexa nos botões de
corrente, a limitação da fonte não se perderá.
Com a fonte de tensão estabilizada limitada, montou-se o circuito da Figura 1
usando a mesma como fonte de alimentação.
Depois, a tensão na fonte e a corrente no circuito foram medidas. Variando de
forma gradual a resistência no reostato, as medições foram repetidas até que essa
resistência atingisse seu valor máximo de 100 Ω.
Por fim, montou-se um gráfico relacionando as medições de tensão e corrente e
outro gráfico ilustrando a curva de regulação da fonte. Comparou-se os resultados obtidos
com os da pilha.

3. Fonte de alimentação

Primeiramente, o circuito da Figura 1 foi montado usando, como fonte de


alimentação, a fonte de alimentação comercial. Em seguida, tendo como base as
especificações limites escritas na fonte, calculou-se o valor mínimo de resistência que
deve ser colocada no reostato, usando a Lei de Ohm.

Equação 2 - Lei de Ohm


𝑉 = 𝑅 .𝑖

Onde V= 5V e i= 500mA, ambos especificados na fonte. A resistência mínima para se


posicionar o reostato foi então de 10 Ω.
Então, posicionou-se o reostato nesse valor e mediu-se a corrente no circuito e a
tensão da fonte. Variando de forma gradual a resistência no reostato, foram repetidas as
medições até que essa resistência atinja seu valor máximo (100 Ω).
Por fim, montou-se um gráfico relacionando as medições de tensão e corrente e
determinou-se a resistência interna da fonte. Depois, a curva de regulação da fonte foi
traçada.
Resultados e Análises:

1. Pilha

A figura 2 ilustra os resultados obtidos através do circuito da figura 1 utilizando-


se a pilha como fonte de força eletromotriz.

Tabela 1 - Medições com a pilha

Tensão da pilha em aberto (V) 1,304


Resistência do reostato (Ω) Corrente (mA) Tensão (V) e (%)
10,00 113,95 0,01 1,261 0,001 3,30
20,23 59,94 0,01 1,278 0,001 1,99
30,11 41,15 0,01 1,284 0,001 1,53
40,16 31,22 0,01 1,288 0,001 1,23
50,22 25,24 0,01 1,290 0,001 1,07
60,15 21,08 0,01 1,292 0,001 0,92
70,13 18,16 0,01 1,293 0,001 0,84
80,05 15,98 0,01 1,294 0,001 0,77
90,01 14,20 0,01 1,295 0,001 0,69
100,15 12,78 0,01 1,295 0,001 0,69

Tensão (V) x corrente (mA) na pilha em análise


1,3

1,295

1,29

1,285
Tensão (V)

1,28

1,275

1,27

1,265

1,26

1,255
0 20 40 60 80 100 120
Corrente (mA)

Figura 2 – Gráfico Tensão (V) x corrente (mA) na pilha em análise.

Como era de se esperar, foi observado no gráfico da figura 2 que conforme a


corrente aumenta, a tensão fornecida pela fonte diminui. A tensão máxima medida de
1,295V, que é a tensão efetiva fornecida ao circuito, ainda é menor que a força
eletromotriz da pilha de Vo = 1,304 (ou seja, a tensão da pilha conectada em aberto, sem
nenhuma carga resistiva). Isso se deve ao fato de que a resistência interna da pilha impede
que ela forneça ao circuito toda a força eletromotriz produzida por ela.

A resistência interna da pilha foi estimada a partir da figura 2, fazendo-se a


tangente média entre os pontos da extremidade (máximos e mínimos), conforme a
equação abaixo:

(Vmáx −Vmín )
Rint = (Imáx −Imín )

A resistência interna encontrada para a pilha foi de aproximadamente 0,34 Ω com


erro de 2 e-05 Ω.
A figura a seguir representa a curva de regulação para a pilha utilizada. A partir
dela notou-se que os menores valores de regulação se deram quando a tensão medida se
encontrava próxima da f.e.m da fonte, ou seja, 1,3V. Isso é o comportamento esperado já
que quanto maior a tensão, menor a corrente e, portanto, menor a tensão dissipada na
resistência interna do aparelho e, consequentemente, maior a tensão efetiva no circuito.

Curva de regulação da pilha (e)


3,50

3,00
Regulação da pilha (%)

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1,255 1,26 1,265 1,27 1,275 1,28 1,285 1,29 1,295 1,3
Tensão na pilha (V)

Figura 3 - Curva de regulação da pilha (e)


2. Fonte de tensão estabilizada

A figura 4 mostra os resultados do procedimento em que foi utilizado a fonte de


tensão estabilizada. Conforme especificado no procedimento, foi adotado 500mA como
corrente limite. Além disso, a tensão adotada na fonte antes de ser conectada ao circuito
era de 20 V.

Tabela 2 - Medições com a fonte de tensão estabilizada

Limite máximo de corrente


0,50
(A)
Tensão na fonte (V) 20,0
Corrente
Resistência do reostato (ꭥ) Tensão (V) e (%)
(mA)
10,10 0,51 0,01 5,12 0,01 74,40
20,33 0,51 0,01 10,25 0,01 48,75
30,15 0,51 0,01 15,13 0,01 24,35
40,46 0,50 0,01 20,24 0,01 -1,20
50,05 0,40 0,01 20,23 0,01 -1,15
60,00 0,34 0,01 20,23 0,01 -1,15
70,07 0,29 0,01 20,24 0,01 -1,20
80,20 0,25 0,01 20,24 0,01 -1,20
90,02 0,22 0,01 20,24 0,01 -1,20
100,00 0,20 0,01 20,24 0,01 -1,20

Tensão (V) x corrente (mA) na fonte de tensão


estabilizada
25,00

20,00

15,00
Tensão (V)

10,00

5,00

0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Corrente (A)

Figura 4 – Gráfico Tensão (V) x corrente (mA) na fonte de tensão estabilizada


Através da análise da figura 4, pode-se observar que o valor de corrente limite
adotado impede que a tensão na fonte alcance o valor escolhido de 20V quando a
resistência do reostato é menor que 40,46 Ω.

Curva de regulação da fonte de tensão estabilizada (e)


80,00

70,00

60,00
Regulação da fonte (%)

50,00

40,00

30,00

20,00

10,00

0,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00
-10,00
Tensão na fonte (V)

Figura 5 – Curva de regulação da fonte de tensão estabilizada (e)

Pode-se observar também que os valores de regulação, quando a corrente limite é


alcançada (500mA), são bem maiores (74%) quando comparados com os valores de
regulação quando a corrente é inferior ao limite (1,2%). Comparando com a pilha, esse
fenômeno não acontece, e a regulação permanece sempre baixa, em torno de 1,2%.
3. Fonte de alimentação comercial

A figura 6 a seguir ilustra os resultados obtidos através do circuito da figura 1


utilizando-se uma fonte de alimentação comercial como fonte de força eletromotriz.

Tabela 3 – Medições com a fonte de alimentação comercial

Tensão da fonte alimentadora comercial (V) 5,0


Resistência do reostato (ꭥ) Corrente (A) Tensão (V) e (%)
10,05 0,447 0,001 4,50 0,01 10,00
20,15 0,235 0,001 4,68 0,01 6,40
30,15 0,155 0,001 4,73 0,01 5,40
40,25 0,117 0,001 4,77 0,01 4,60
50,20 0,095 0,001 4,80 0,01 4,00
60,29 0,079 0,001 4,81 0,01 3,80
70,12 0,068 0,001 4,83 0,01 3,40
80,00 0,060 0,001 4,84 0,01 3,20
90,20 0,053 0,001 4,85 0,01 3,00
100,12 0,048 0,001 4,86 0,01 2,80

Tensão (V) x corrente (mA) na fonte alimentadora comercial


4,90

4,85

4,80

4,75
Tensão (V)

4,70

4,65

4,60

4,55

4,50

4,45
0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,300 0,350 0,400 0,450 0,500
Corrente (A)

Figura 6 – Gráfico Tensão (V) x corrente (mA) na fonte alimentadora comercial

Notou-se, de maneira geral, um comportamento bem semelhante dessa fonte se


comparada à pilha, tanto para o gráfico da figura 6 quanto para a curva da figura 7.
De forma análoga ao que foi descrito no item 1 dos Resultados e Análise (referente
à pilha), estimou-se a resistência interna da fonte comercial e o valor encontrado foi de
aproximadamente 0,90 Ω com erro de 0,055 Ω.
A diferença que foi percebida, portanto, se deu devido à resistência interna da
fonte de alimentação comercial ser aproximadamente 3x maior que a da pilha. Isso gerou
valores de regulação para a fonte comercial, conforme a curva abaixo, superiores aos
valores de regulação da pilha. O que retrata novamente a relação entre a regulação e
resistência interna da fonte que já foi comentada anteriormente.

Curva de regulação na fonte alimentadora comercial (e)


12,00

10,00
Regulação da fonte (%)

8,00

6,00

4,00

2,00

0,00
4,45 4,50 4,55 4,60 4,65 4,70 4,75 4,80 4,85 4,90
Tensão na fonte ( V)

Figura 7 – Curva de regulação na fonte alimentadora comercial (e)

Conclusão:

Concluiu-se ao observar os gráficos referentes ao comportamento da tensão com


relação à corrente, as curvas de regulação das respectivas fontes e suas resistências
internas que: quanto menor o valor da regulação, entende-se que em maior parte a f.e.m.
da fonte está sendo revertida em tensão efetiva, isso significa que a fonte possui uma
resistência interna menor, o que é positivo, afinal uma fonte de força eletromotriz ideal
seria uma fonte em que a sua resistência interna fosse nula.
Esses valores menores de regulação, como esperado, se deram nos pontos onde as
correntes eram menores e a tensão estava próxima da tensão medida da fonte em aberto
que foram, 1,3V para a pilha, 20V para a fonte estabilizada e 5V para a fonte de
alimentação comercial.
Bibliografia:

Walker, H. R. (1996). Fundamentos de Física 3 - Eletromagnetismo. Rio de Janeiro, RJ:


Livros Técnicos e Cientificos Editora S.A.

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