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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS - ICE


CURSO DE FÍSICA BACHARELADO - IE14
DISCIPLINA DE LABORATÓRIO DE FÍSICA GERAL II – IEF812
PROFESSOR Dra. IÇAMIRA COSTA NOGUEIRA

Oscilações Livres

Aluno: Edson Darlan Matrícula: 21950129


Aluno: Luís Felipe Matrícula: 21951677
Aluno: Eriksson do Nascimento Matrícula:21850647
Aluno: Mauro Cardoso Matrícula: 21850650

Manaus - AM

26 / 08 / 2019
SUMÁRIO

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 3


1.1. CAUSAS DA OSCILALÇÃO ........................................................................ 3
1.2. O QUE É MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) ............................ 4
1.3. EQUAÇÕES DO MHS .................................................................................. 4
2. OBJETIVO .............................................................................................................. 7
3. PARTE EXPERIMENTAL ....................................................................................... 7
3.1. MATERIAL NECESSÁRIO .......................................................................... 7
3.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL........................................................... 7
3.2.1. PROCEDIMENTO I ...................................................................... 7
3.2.2. PROCEDIMENTO II ..................................................................... 8
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 10
5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 11
6. REFERÊNCIAS..................................................................................................... 12
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1. Fundamentação Teórica

1.1. Causas da oscilação

Na figura 1 é visto um dos sistemas


mais simples que podem executar um
movimento periódico. Um corpo de massa
m está em repouso sobre um trilho
horizontal sem atrito, de modo que pode
se mover apenas ao longo do eixo Ox. A
mola presa ao corpo possui massa
desprezível e pode ser comprimida ou
esticada. A extremidade esquerda da
Figura 1: Sistema que pode ter movimento periódico.
mola é mantida fixa e sua extremidade
direita está presa ao corpo. A força da mola é a única força horizontal que atua
sobre o corpo; a força normal vertical sempre anula a força gravitacional.
É mais simples definir o sistema de coordenadas com a origem O na posição
de equilíbrio para a qual a mola não está esticada nem comprimida. Então x fornece
o componente x do vetor deslocamento do corpo a partir da posição de equilíbrio e
também indica a variação do comprimento da mola. O componente x da aceleração
ax é dado por ax = Fx /m.
Quando o corpo é deslocado da posição de equilíbrio da mola, a força da
mola tende a fazer o corpo voltar para a posição de equilíbrio. Essa força é a força
restauradora. Uma oscilação ocorre somente quando existe uma força restauradora
que obriga o sistema a voltar para a sua posição de equilíbrio.
Quando o corpo é deslocado para a direita até a posição x = A e a seguir o
libertamos, a força resultante e a aceleração são orientadas para a esquerda. A
velocidade aumenta até o corpo atingir o equilíbrio O. Quando o corpo está no ponto
O, a força resultante que atua sobre ele é igual a zero; mas devido ao seu
movimento, ele ultrapassa a posição de equilíbrio. No outro lado da posição de
equilíbrio, a velocidade do corpo está orientada para a direita, porém sua
aceleração a esquerda; consequentemente a velocidade do corpo diminui até parar.
No caso de uma mola ideal o corpo para em x = −A. A seguir o corpo acelera para
direita, ultrapassa novamente a posição de equilíbrio e para no ponto x = A, pronto
pra repetir o processo. É dessa forma que o corpo fica oscilando. Caso não existisse
atrito nem outra força capaz de remover a energia mecânica do sistema, esse
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movimento se repetiria eternamente; a força restauradora obriga sempre o corpo


volta para sua posição de equilíbrio e todas as vezes ele ultrapassaria essa
posição. Portanto, as oscilações sempre ocorrem quando existe uma força
restauradora que obriga o sistema voltar para sua posição de equilíbrio.

1.2. O que é movimento harmônico simples (MHS)

O tipo mais simples de oscilação ocorre quando a


força restauradora Fx é diretamente proporcional ao
deslocamento x da posição de equilíbrio. Isso ocorre
quando a mola é ideal, ou seja, quando obedece a lei de
Hooke. A constante de Figura 2: Uma mola ideal exerce uma força
restauradora que obedece a lei de Hooke.
proporcionalidade k entre Fx e x é
constante da força ou constante k da mola. Nos dois lados da posição de equilíbrio,
Fx e X possuem sempre sinais opostos. Na figura 2 é representado a força que atua
sobre a mola por Fx = kx. O componente x da força que a mola exerce sobre o
corpo possui esse mesmo módulo, porém com sinal contrário, logo o componente
x da força Fx que a mola exerce sobre o corpo é Fx = −kx.
Quando a força restauradora é diretamente proporcional ao deslocamento
da posição de equilíbrio, a oscilação denomina-se movimento harmônico simples
(MHS). A aceleração ax = d2 x⁄dt 2 = Fx /m de um corpo que executa um MHS é
dada por: ax = d2 x⁄dt 2 = −kx/m O sinal negativo indica que a aceleração possui
sempre sentido contrário ao do deslocamento.

1.3. Equações do MHS


Para se explorar as propriedades do MHS, deve-se representar a distância
x do corpo que oscila em função do tempo, x(t). A segunda derivada dessa função,
d2 x⁄dt 2 , deve ser igual a (−kx/m).
A figura 3 mostra a vista do topo de um disco horizontal de raio r = A com
uma bola presa em sua periferia no ponto Q. O disco gira com velocidade angular
ω constante (dada em rad/s), de modo que a bola gira em MCU. A figura 4 mostra
um corpo na extremidade de uma mola ideal de modo que
ele oscile paralelamente à direção do deslocamento. Dessa
forma pode ser mostrado que o movimento desse corpo e o
movimento circular uniforme são idênticos quando a
amplitude do movimento do corpo é igual ao raio do disco, e
que a frequência angular 2πf do corpo oscilante é igual a
Figura 3: Movimento circular e o MHS.
velocidade angular ω do disco que gira. Ou seja, o
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movimento harmônico simples é a projeção do movimento circular uniforme sobre


um diâmetro do círculo.
O círculo ao longo do qual a bola se move de modo
que sua projeção se superpõe à do movimento oscilatório
do corpo, denomina-se círculo de referência, nesse caso o
ponto Q é um ponto de referência. No instante t, o vetor OQ
que liga a origem ao ponto Q faz um ângulo φ com o sentido
positivo do eixo Ox. À medida que o ponto Q percorre o
círculo de referência com velocidade angular ω constante,
Figura 4: Projeção do MCU em MHS.
o vetor OQ gira com a mesma velocidade angular. Esse vetor
girante denomina-se fasor.
O componente x do fasor no instante t nada mais é do que a coordenada x
do ponto Q: x = A cos φ. Essa relação também fornece a coordenada x do ponto P,
que é a projeção do ponto Q sobre o eixo Ox. Portanto, a velocidade do ponto P ao
longo do eixo Ox é igual ao componente x do vetor velocidade do ponto de
referência Q e a aceleração do ponto P ao longo do eixo Ox é igual ao componente
x do vetor aceleração do ponto de referência Q. Visto que o ponto Q possui MCU, o
vetor aceleração ⃗⃗⃗⃗
aQ está sempre orientado para o ponto O. Além disso, o módulo
aQ é constante e dado pelo quadrado da velocidade angular multiplicado pelo raio
⃗⃗⃗⃗
do círculo. Ou seja, se raio for igual a amplitude R = A,
x
cos φ = A e decompondo os vetores da aceleração no
⃗⃗⃗⃗
ax
ponto Q conforme a imagem 5, temos: cos φ = ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
=
acp

ax v2
isso implica dizer que ax = − cos φ =
acp A

(ωA)2 x
− cos φ = −ω2 A cos φ ∴ ax = −ω2 A A ∴ ax = −ω2 x.
A
Figura 5: Vetor aceleração no ponto Q.
k
Comparando a equação do MHS com a do MCU, temos: − m x = −ω2 x ∴

k
ω√m equação do MHS. Logo pode-se interpretar essa equação como uma relação

para frequência angular de um corpo de massa m que executa um MHS sobre o


qual atua uma força restauradora com uma constante da mola k. Portanto, ω = 2πf
ω 1 k
isso implica que f = 2π = 2π √m e sabendo que o período é o inverso da frequência

1 2π m
temos: T = f = = 2π√ k . Nota-se que para um copo de massa m maior, com
ω

maior inércia, a aceleração é menor; ele se move mais lentamente e leva um tempo
maior para completar um ciclo. Por outo lado, quando a mola é mais dura,
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possuindo um valor elevado da constante da mola k, a força exercida é maior para


a mesma deformação x, produzindo aceleração mais elevada, velocidade maior e
um tempo T menor por ciclo.
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2. Objetivo

➢ Determinar a constante elástica de uma mola helicoidal por dois métodos


diferentes.

3. Parte experimental

3.1. Material necessário

➢ 1 mola ➢ prendedores
➢ 1 porta-peso de 10g ➢ hastes
➢ 5 massas de 50g ➢ Garras de montagem
➢ 1 régua graduada com dois
cursores

3.2. Procedimento experimental

3.2.1. Procedimento I: Método Estático

Foi montado um sistema massa mola e adotado um referencial do seu


sistema com o cursor da régua na extremidade da mola. Colocou-se o porta peso
na extremidade da mola e anotado a correspondente distensão da mola na vertical
y. Foram adicionadas cinco massas de 50g. Para cada massa adicionada foi
anotado uma distensão do sistema porta peso e, em seguida, tirado uma média da
y1 +y2 +y3
seguinte maneira: y̅ =
3

A tabela abaixo contém a intensidade da força gravitacional F = mg e a


distensão y, da mola.
Tabela 1: força e distorção

F(N) Y(m)
0,588 0,0263
1,078 0,0516
1,568 0,0773
2,058 0,104
2,548 0,13
Figura 6:

A massa total m pode ser obtida por m = n. 50 + mb, sendo n o número de


massas, variando de 1 a 5, e mb = 10g, a massa do porta peso.
Relacionando graficamente os elementos da tabela anterior, foi esboçado o
gráfico da força em função da variação da mola da seguinte maneira:
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Gráfico 1: Força em função da distensão da mola.

Força x Distensão
3
2,5 y = 18,846x + 0,098
2
Força(N)

1,5
1
0,5
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14
Distensão da Mola(m)

Figura 7:

A constante elástica da mola K, é obtida a partir do coeficiente angular da reta


esboçada pelo gráfico.
Sendo a equação da reta: y = ax + b que está de acordo com o esperado
y = 18,846x + 0,098 comparando-a com F = −kx tem-se que: a = K ≅ 18,846N/m.

3.2.2. Procedimento II: Método Dinâmico

Nesse método o foi usado o mesmo sistema massa mola do procedimento


anterior. Começou-se o método dinâmico com uma massa de 50 g no porta peso,
e foi determinado o período do sistema massa mola da seguinte maneira: Adotou-
se uma amplitude da ordem de 3 cm, foi cronometrado o tempo correspondente a
10 oscilações completas, e dividido o resultado por 10. Foi dessa forma que se
seguiu para os outros quatro valores de massa. Foi anotado também três tempos
t +t +t
para cada massa acrescentada e tirado uma média t. t̅ = 1 32 3
A tabela abaixo mostra o tempo que um corpo de massa 𝑚 = 𝑛. 50 + 𝑚𝑏 leva para
completar uma oscilação, ou seja, o período.
Tabela 2: massa e período.
m(kg) T1(s) T2(s) T3(s) Tm(s)
0,06 0,344 0,352 0,354 0,358
0,11 0,416 0,45 0,463 0,443
0,16 0,562 0,553 0,561 0,558
0,21 0,646 0,632 0,62 0,63
0,26 0,717 0,7 0,705 0,707
Figura 8:
A partir dos dados da tabela anterior obteve-se o gráfico do período em função da
massa.
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Gráfico: Período em função da massa.

Período(T) x Massa(m)
0,8
0,7
y = 1,3144x0,4713
0,6
Período (s)

0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3
Massa (kg)

Figura 9:

m
Comparando a equação do gráfico y = 1,3144x0,4713 com a equação teórica T = 2π√ k para

2π 2
obter o valor da constante elástica da mola, temos: k = (1,3144) ∴ k ≅ 22,82 N/m
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4. Resultados e discussões

A curva obtida do procedimento experimental 1, do tipo y = ax + b uma


função do primeiro grau que foi possível comparar com a equação teórica F = −kx
para obter o valor da constante elástica da mola de k ≅ 18,846N/m.
Os resultados obtidos não foram afetados por se desconsiderar a massa da
mola porque é um sistema massa mola ideal, ou seja, sistema no qual a mola pode
ser deformada sem perder suas propriedades elásticas. Embora isso seja
fisicamente impossível por mais leve que a mola seja, foi possível obter um valor
para constante elástica da mola que se aproximasse de k = 18,00N/m que é o valor
real da mola. Portanto, para as condições que foi calculado o valor da constante,
este é um sistema muito eficiente e, sob determinadas condições, foi possível obter
com alguma proximidade, um oscilador massa mola ideal.
Comparando o valor da constante elástica da mola pelo método estático
com o do dinâmico, temos:
constante elástica real da mola = 18,00 N/m
constante elástica pelo método estático = 18,846 N/m
constante elástica pelo método dinâmico = 22,82 N/m
Pelo fato de que o valor da constate elástica da mola pelo método estático
se aproxima mais do valor real, pode-se afirmar que o método estático é mais
preciso para se obter o valor real da mola. Já pelo método dinâmico não se pôde
obter um valor próximo do real porque, assim como noutro método, houve alguns
erros acidentais, como por exemplo: As próprias condições do aparelho de
medida (erros de paralaxe que variam com a magnitude da grandeza), reflexos
variáveis do operador, no caso do acionamento do cronômetro.
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5. Conclusão

Pode-se concluir que, o método estático é mais preciso para se obter um


valor aproximado da constante elástica real da mola uma vez que, o gráfico que se
obtém é uma função do primeiro grau e isso implica numa melhor precisão. Já no
método dinâmico, o valor da constante elástica da mola não teve um valor tão
próximo do valor real quanto pelo método estático pois os erros acidentais
influenciaram mais nesse método principalmente na hora de marcar o tempo com
um cronômetro. Portanto, o objetivo de se calcular o valor da constante elástica da
mola pelos dois métodos foi alcançado.
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6. Referências

Young, Hugh D.
Física II: Termodinâmica e Ondas / Young e Freedman;
[colaborador A. Lewis Ford]; tradução Cláudia Santana Martins; revisão técnica
Adir Moysés Luiz. – 12. ed. – São Paulo: Addison Wesley, 2008.

Halliday, David, 1916-2010


Fundamentos de física, volume 2: gravitação, ondas e termodinâmica / David
Halliday, Robert Resnick, Jearl Walker; tradução Ronaldo
Sérgio de Biasi. – 10. ed. – Rio de Janeiro: LTC, 2016.

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