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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

ANA CAROLINA RIBEIRO GONÇALVES – 2016005119


ALINE MARIANA VENÂNCIO – 34467
DAYANNA DE CARVALHO RODRIGUES – 2016016506
FERNANDO DONIZETE DE MORAIS RODRIGUES JUNIOR – 2016018977

LABORATÓRIO DE FÍSIGA EXPERIMENTAL IV


PÊNDULO DE TORÇÃO

Itajubá
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

ANA CAROLINA RIBEIRO GONÇALVES – 2016005119


ALINE MARIANA VENÂNCIO – 34467
DAYANNA DE CARVALHO RODRIGUES – 2016016506
FERNANDO DONIZETE DE MORAIS RODRIGUES JUNIOR – 2016018977

LABORATÓRIO DE FÍSIGA EXPERIMENTAL IV


PÊNDULO DE TORÇÃO

Relatório submetido ao Professor Doutor Écio José


França, como requisito parcial para aprovação na
disciplina de Física experimental IV, do curso de
graduação em Engenharia de Produção da Universidade
Federal de Itajubá.

Itajubá
2017
RESUMO

Esse relatório tem como objetivo discutir os dados obtidos em três em experimentos acerca de
momento de inércia, deslocamento angular, velocidade angular, período, constante elástica.
Os experimentos: Coeficiente elástico de torção elástica: Lei de Hooke, Coeficiente elástico
de torção dinâmico e Movimento oscilatório amortecido teve auxilio de um conjunto balança
de torção que foi devidamente ajustado para cada experimento. O relatório tem como
propósito descrever os três experimentos e discutir os resultados obtidos em relação aos
conceitos de um pêndulo de torção nas situações distintas abordadas.

Palavras-chave: pêndulo de torção, torque, ângulo de torção, coeficiente elástico de torção


dinâmico, movimento oscilatório amortecido.
1. INTRODUÇÃO

No relatório que segue serão avaliados os dados obtidos no experimento de Pêndulo


de Torção realizado pelo professor Écio José França no Laboratório de Física IV da
Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), no dia 11 de agosto de 2017. Tem-se por objetivo
discutir os resultados obtidos em relação aos conceitos de um pêndulo de torção nas três
situações abordadas.
Na busca de abranger os conhecimentos sobre o pêndulo de torção que é um sistema
físico oscilatório dos mais importantes. Seu uso se faz, principalmente, na medição indireta do
momento de inércia de objetos os quais se desconhece essa grandeza.
Seu uso também se faz para a medição indireta do coeficiente elástico de torção de
um fio o qual se deseja determinar tal coeficiente. Tal grandeza se faz importante para a
previsão da deformação angular de um cabo devido a um torque aplicado.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O Movimento Harmônico Simples é um dos movimentos oscilatórios mais simples e


segundo Frederico (Brasil Escola), quando um corpo oscila periodicamente em torno de uma
posição de equilíbrio, descrevendo uma trajetória retilínea, pode-se dizer que este corpo
efetua um movimento harmônico simples linear e este ocorre em razão da ação de uma força
restauradora. O período de um corpo em MHS é o intervalo de tempo referente a uma
oscilação completa e pode ser calculado através das seguintes expressões:

Onde é o intervalo de tempo, n o número de ciclos, m é a massa e K é a constante de


força no MHS. A frequência de um corpo em MHS corresponde ao número de oscilações que
esse corpo executa por unidade de tempo e essa grandeza pode ser calculada de acordo com as
expressões a seguir:

Observando essa equação é possível concluir que a frequência é o inverso do


período. A unidade associada à grandeza frequência no S.I. é dada em hertz (Hz).
O ponto de equilíbrio do movimento é onde a força é anulada, isso acontece no ponto
médio da trajetória, onde a elongação é numericamente igual a zero (X=0) e assim a força
resultante que atua nesse momento também é nula (F=0).
A força restauradora tende a trazer ou manter sistemas em certos estados ou
posições, sendo essas forças restauradoras basicamente do tipo forças elásticas, obedecendo a
Lei de Hooke, que se encontra, também, abaixo:

Onde k é a constante de força do MHS e X é a elongação.


O pêndulo simples é o de mais simples estudo, idealizado e é muito utilizado para
entender os conceitos dos movimentos harmônicos. O pêndulo simples é constituído de uma
esfera de massa pontual pendurada por um fio inextensível e de massa desprezível. O período
não depende da massa da esfera e sim da relação entre o comprimento do fio e da aceleração
da gravidade local. Afastada da posição de equilíbrio, sobre a linha vertical que passa pelo
ponto de suspensão Q, e abandonada, a partícula oscila com amplitude A. Se a amplitude é
pequena (A << L), a partícula descreve um MHS num referencial fixo no ponto de suspensão.

As forças mais relevantes que atuam sobre a partícula são: a força peso, P, exercida
pela Terra, e a tensão, T, exercida pelo fio. Podemos substituir a força peso por duas
componentes ortogonais, P1, paralela à direção definida pelo fio, e P2, perpendicular a essa
direção. Assim, pode-se dizer que as forças que atuam sobre a partícula que forma o pêndulo
simples são P1, P2 e T. Como a partícula descreve um arco de circunferência, a resultante das
forças ao longo da direção definida pelo fio atua como força centrípeta e, por isso, deve ter o
mesmo sentido que a tensão T.
Há um tipo de movimento em especial que se apresenta em diversos fenômenos que
é correspondente as vibrações localizadas ou oscilações de corpos em torno de sua posição de
equilíbrio. Podemos citar como exemplo de sistema mecânico vibratório os pêndulos, os
diapasões, as cordas de instrumentos musicais e as colunas de ar em instrumentos de sopro.
Nos sólidos, como as forças de ligação intra e intermoleculares são muito intensas, o que
impede a ruptura do material ao aplicar forças externas menos intensas sobre ele, mas podem
haver deformações temporárias ou permanentes no material. Quando a força externa cessa, o
corpo tende a voltar a sua forma original ou posição de equilíbrio através da força
restauradora que é oposta a força deformadora.
Pode-se definir como pêndulo de torção um sistema físico composto por um corpo
rígido suspenso por um fio e capaz de oscilar em torno do próprio eixo desse fio. A figura
abaixo mostra um esquema de um pêndulo de torção, onde o disco exemplifica o corpo rígido
que está suspenso por um fio.

A segunda lei de Newton para o movimento de rotação ao redor de um eixo fixo


pode ser usada nesse caso, onde 𝐿⃗ é o vetor momento angular, I o momento de inércia do
pêndulo para uma rotação ao redor do eixo z, 𝜔⃗ o vetor velocidade angular, e 𝜏 o torque
resultante. O fio de aço produz um torque de restituição linear, similar à força de restituição
de uma mola, de forma que um deslocamento angular θ produz um torque no sentido de fazer
o disco voltar à sua posição de equilíbrio. Este torque é dado pela lei de Hooke (na forma
angular):
,
Onde consideramos a posição angular de equilíbrio como sendo θ=0 e o eixo
vertical, paralelo ao torque; k é a constante elástica de torção do fio. Essa expressão é análoga
à força restauradora da mola, que pode ser definida da seguinte forma:

Pode-se dizer então, que o movimento oscilatório do pêndulo de torção é do tipo


harmônico angular e o deslocamento angular do disco é dado por:
,
Onde é a amplitude, é a fase do movimento e é a fase inicial do movimento com t
igual a 0.
A segunda Lei de Newton para rotações é:

Onde o I representa o momento de inércia do sistema sob rotação, em relação ao eixo


de rotação do corpo. Ambas as equações apresentadas acima exprimem o mesmo resultado
para o torque, porém, de ópticas diferentes. A primeira equação reflete a resposta elástica
interna do corpo à torção e a segunda equação indica a aceleração transmitida ao mesmo
corpo sob rotação. Então, igualando estas equações se obtém a equação que representa o
movimento oscilatório do corpo elástico à torção.
O movimento de rotação do fio cilíndrico em torno de seu eixo de simetria vai
depender da inércia do sistema, isto é, para um torque levando o sistema para sua posição de
equilíbrio, a resposta cinemática vai depender da inércia do sistema. Assim quanto maior for a
inércia, o sistema vai girar mais lentamente.
O tempo de oscilação de um pêndulo varia de acordo com o meio o qual ele está
imerso e justifica-se esse fato devido às forças de arrasto do meio e da força de atrito que age
no ponto de sustentação, pois elas roubam energia do movimento do pêndulo.
Segundo Halliday, quando o movimento de um oscilador é reduzido por uma força
externa, então o oscilador e seu movimento são amortecidos. Pode-se ver um exemplo de um
oscilador amortecido no exemplo abaixo:

No qual o bloco de massa m oscila verticalmente preso a uma mola de constante


elástica k. O bloco está ligado a uma placa imersa num líquido por um fio. Supondo que a
massa do fio e da placa são desprezíveis, quando a placa se movimenta para cima e para baixo
o liquido exerce uma força de arrasto sobre ela e, consequentemente, sobre todo o sistema. A
energia mecânica do sistema diminui com o tempo, de acordo com que a energia é transferida
para energia térmica do líquido e da placa.
Supondo também que o líquido exerce uma força de amortecimento proporcional a
velocidade da placa e do bloco:

é a força de amortecimento, b é a constante de amortecimento que depende das


características tanto da placa como do líquido, tem como unidade no S.I. Kg/s e tem sinal
negativo, pois a se opõe ao movimento. A força que a mola exerce é equacionada da seguinte
maneira:

E supondo que a força gravitacional (g) exercida sobre o bloco seja desprezível em
comparação com Fa e Fm, pode-se escrever a segunda Lei de Newton da seguinte maneira,
ainda segundo Halliday:

Que fazendo substituições e reagrupando termos, obtêm-se a equação diferencial:

Que possui como solução:

Onde é a amplitude e é a frequência angular do oscilador amortecido e é dada por:

Se b = 0 é a ausência de amortecimento. Se a constante de amortecimento é pequena,


mas diferente de zero (de modo que b <<), então
Em oscilações amortecidas, a amplitude diminui exponencialmente com o tempo e
isso pode ser plotado de acordo com o exemplo a seguir, um gráfico de deslocamento versus o
tempo:
Para um oscilador não-amortecido a energia mecânica é constante e dada por:

Se o oscilador é amortecido, a energia mecânica deixa de ser constante e diminui


com o tempo. Se o amortecimento é pequeno pode-se determinar E(t) substituindo por , que é
a amplitude das oscilações amortecidas. Após a substituição, obtêm-se a equação:

É através dessa equação que é possível saber como é o comportamento da amplitude


e da energia mecânica que diminui exponencialmente com o tempo.

3. OBJETIVO

 Demonstrar que o torque aplicado a um pêndulo de torção é proporcional ao ângulo


de torção.
 Relacionar o mecanismo de perda de energia com o decaimento da amplitude do
movimento do pendulo.

4. MATERIAS

4.1 Materiais
 Massas (pequenas molas de cobre).
4.2 – Equipamentos
 Conjunto balança de torção;
 Nível de bolha;
 Trena (precisão 0,5 cm);
 Cronômetro (precisão 0,04s);
 Escala milimétrica (precisão 1 cm);
 Esquadro;
 Torno de mesa;
 Hastes;
 Paquímetro (precisão 0,05 mm);
 Balança de precisão (precisão 0,05g);
 Béquer.

5. METODOLOGIA

Para realização dos experimentos o conjunto balança de torção foi distintamente


montado como explicado a seguir.

5.1 Coeficiente elástico de torção elástica: Lei de Hooke

Para essa etapa do experimento o conjunto balança de torção foi montado


horizontalmente seguindo as indicações presentes na imagem do roteiro. A balança foi
nivelada com a utilização de um nível de bolha e o pino foi ajustado de modo a ficar no centro
dos pinos de referência. Em seguida o sistema laser de medição do deslocamento angular foi
devidamente ajustado de forma que o feixe de luz incidisse perpendicularmente o esquadro
usado e em seguida foi aferido à massa do fios de cobre.
Após o aparato estar devidamente ajustado as distâncias espelho-escala (l) e ranhura-
centro do pêndulo (L) foram medidas com a utilização de uma trena. Em seguida pequenas
massas de cobre foram sendo colocadas uma após a outra. A cada acréscimo, foram coletados
os deslocamentos do laser na escala (x).
Os dados relacionados ao acréscimo de massa e ao deslocamento do laser na escala,
adquiridos durante a experiência, estão dispostos na tabela 1.

Tabela 1: Coeficiente elástico de torção


m(g) x(mm)
Medida Erro Medida Erro
0,4 0,1 82 1
0,8 0,1 200 1
1,2 0,1 316 1
1,5 0,1 424 1
l(mm) L(mm)
533 1 96 1
FONTE: Dados obtidos no Laboratório de Física IV da UNIFEI.

5.2 Coeficiente elástico de torção dinâmico

Neste experimento a montagem do aparato se deu conforme indicado no roteiro.


Verticalmente e com nivelamento da balança utilizando o nível de bolha. Novamente os
alinhamentos de incidência do feixe de luz do laser foram verificados.
Três períodos de oscilação foram realizados, inicialmente sem as massas, depois com
as massas ao centro e por fim a massa no final de cada haste, possibilitando momentos de
inércia diferentes. Com o uso de um cronômetro foram registradas 10 oscilações completas
para cada respectivo momento de inércia. O procedimento foi repetido estando o aparato com
dois e posteriormente com somente um dos fios.
Fazendo uso de paquímetro, balança de precisão e trena foram medidas as massas e
dimensões das diferentes partes do pêndulo.
Os dados estão definidos na tabela abaixo:

Tabela 2: Coeficiente elástico de torção dinâmico


Período T(s)
Medida Erro
sem M3 1,12 0,04
com 2
com M3 em L1 1,52 0,04
fios
com M3 em L2 2,14 0,04
sem M3 1,64 0,04
com 1
com M3 em L1 1,78 0,04
fio
com M3 em L2 3,08 0,04
l(mm) L(mm)
18,0 1 95,0 1
FONTE: Dados obtidos no Laboratório de Física IV da UNIFEI.

Usando o paquímetro, a balança de precisão e a trena, mediu-se as massas e


dimensões das diferentes partes do pêndulo. Os dados estão estabelecidos na tabela abaixo:

Tabela 3: Dimensões do Pêndulo


Massas(g) Comprimento(mm) Diâmetros(mm)
Medida Erro Medida Erro Medida Erro
M1 57,3 0,1 L1 169 0,5 d1 15 0,05
M2 51,7 0,1 L2 198 0,5 d2 6,5 0,05
M3 28,2 0,1 L3 20 0,5 d3 16 0,05
d4 6,5 0,05
FONTE: Dados obtidos no Laboratório de Física IV da UNIFEI.

5.3 Movimento oscilatório amortecido

Para esta etapa novamente o aparato foi ajustado conforme indicado no roteiro. A
balança foi nivelada, o feixe de luz foi ajustado para incidir perpendicularmente à escala
milimétrica, no ponto zero da mesma.
Nessa fase o novo ponteiro colocado ficou com uma de suas extremidades
parcialmente mergulhada em um Becker contendo água. Foi cronometrado o tempo de 10
oscilações.
Com a movimentação suave do pêndulo e aproveitando-se o máximo do curso da
escala milimétrica foram coletadas as amplitudes máximas, para os correspondentes ciclos, à
direita e à esquerda do zero da escala. E então, a partir de uma análise de vídeo foram
coletados os dados referentes a tabela 4.

Tabela 4: Movimento oscilatório


amortecido
Fração do T(s) ± x(mm)
período 0,04 ±1
0,5 1,33 240
1,0 2,67 -220
1,5 3,83 230
2,0 4,90 -200
2,5 6,03 200
3,0 7,20 -180
3,5 8,33 190
4,0 9,63 -160
4,5 10,70 170
5,0 11,93 -145
5,5 13,20 155
6,0 14,23 -135
6,5 15,43 140
7,0 16,63 -125
7,5 17,73 130
8,0 19,07 -111
FONTE: Dados obtidos no Laboratório de Física IV da UNIFEI.

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 Coeficiente elástico de torção elástica: Lei de Hooke

A partir dos dados obtidos durante o experimento foi possível calcular o


deslocamento angular e seus respectivos erros, bem como o torque referente a cada ensaio e
suas incertezas. Todos os dados citados esstão estabelecidos na tabela 5.

Tabela 5: Deslocamento angular e torque


Ensaio Ø(radianos) ΔØ τ(N.m) Δτ
1 0,153 0,001 3,72E-04 9,31E-05
2 0,359 0,001 7,05E-04 8,84E-05
3 0,535 0,001 9,72E-04 8,16E-05
4 0,672 0,001 1,11E-03 7,45E-05
FONTE: Dados calculados pelo Excel.
Para a obtenção dos resultados determinados acima foram usadas as seguintes
fórmulas:

(Equação 1)

(Equação 2)

Sendo a equação 1 para a obtenção do coeficiente angular de torção e sua incerteza


respectivamente e a equação 2 para adquirir o valor equivalente ao torque e também a sua
incerteza.
E então, com base nos cálculos efetuado acima e seus respectivos resultados, tornou-
se possível plotar o gráfico torque x deslocamento angular, como demonstrado no gráfico 1.
Gráfico 1 – Deslocamento angular x Torque

FONTE: Gráfico plotado no SciDavis.

Os dados abaixo são os dados obtidos a partir da plotagem do gráfico no SciDavis:

FONTE: Dados obtidos pela plotagem do gráfico no SciDavis.


O valor da constante elástica é igual ao coeficiente angular da reta. Portanto, após o
término do gráfico foi realizado um ajuste de curva linear a fim de se obter a constante
elástica da mola. Neste caso, o valor de k é igual a:

O coeficiente calculado é o coeficiente equivalente do sistema, o qual é formado por


dois fios. Portanto, é preciso equacionar o sistema afim de encontrar o coeficiente de cada fio.
Logo, temos que:

Onde k é o coeficiente equivalente, F1 e F2 as forças externas da massa e x o


deslocamento. Então:

Considerando que k1 = k2 = k, então:

Dessa forma, é possível chegar a conclusão que o coeficiente de apenas um fio é a


metade do coeficiente equivalente do sistema.

6.2 Coeficiente elástico de torção dinâmico

Inicialmente calculou-se o valor do momento de inércia, para isto é utilizada a sua


massa e também a maneira como ela esta distribuída, de forma que quanto menor o momento
de inércia mais fácil é executar uma rotação. E então para calcular os valores dos momentos
de inércia utilizou-se das seguintes equações:

Em que:
I1 é o momento de inércia sem M3;
I2 é o momento calculado com M3 na posição L1;
I3 é o momento também calculado com M3, mas na posição L2,
Os valores calculados a partir das equações acima estão dispostos na tabela 6.
Tabela 6 – Momento de Inércia Teórico (Kg.m2)
Sem M3 9,87E-05
Com M3 em I1 10,17E-05
Com M3 em I2 10,78E-05
FONTE: Dados calculados no Excel.

Através dos períodos das oscilações medidos e expostos na Tabela 6 foi possível
calcular as frequências angulares (em rads/s) correspondentes a cada situação através da
Equação 3 e a incerteza pela Equação 4.

(Equação 3)
(Equação 4)

Para calcular os valores práticos dos momentos de inércia foram utilizadas as


constantes elásticas estimadas na primeira parte deste mesmo tópico e as frequências
angulares calculadas a partir da equação acima. Portanto, os cálculos para a encontrar os
valores práticos dos momentos de inércia seguirão a equação 5 e a sua incerteza será dada
pela equação 6.

→ (Equação 5)
(Equação 6)

As frequências angulares e os momentos de inércia encontrados a partir dos cálculos


listados acima podem ser visualizados na tabela abaixo:

Tabela 7 – Frequências angulares e momentos de inércia


Situação Ensaio W (rad/s) ΔW I (Kg.m²) ΔI
Sem M3 5,61 0,22 4,58E-05 1,64E-05
2 fios Com M3 em I1 4,13 0,17 8,44E-05 2,27E-05
Com M3 em I2 2,94 0,12 16,74E-05 3,33E-05
1 fio Sem M3 3,83 0,15 4,91E-05 2,37E-05
Com M3 em I1 3,53 0,14 5,79E-05 2,57E-05
Com M3 em I2 2,04 0,08 17,33E-05 4,60E-05
FONTE: Dados calculas no Excel.

A partir da tabela 7 é possível observar o efeito da constante elástica e do momento


de inércia sobre a frequência angular do pêndulo. Tendo em vista que quanto menor o
momento de inércia mais fácil é executar uma rotação, o seu aumento provocou uma redução
na frequência angular do pêndulo nas duas situações.
Por outro lado, a constante elástica de torção gera uma elevação na frequência
angular do pêndulo, uma vez que está associado ao torque e ao ângulo de giro provocado no
pêndulo.
Comparando os valores de momento de inércia teórico e prático encontrado é
possível afirmar que houve uma diferença relativa que pode ser associado a possíveis erros de
medição e equívocos relacionados ao tratamento de dados e equações.

6.3 Movimento oscilatório amortecido

Primeiramente, cronometrou-se o período de 10 ciclos, depois, dividiu-se esse valor


por 10 e, assim, foi possível obter o período de uma oscilação completa com sua respectiva
incerteza. Através dessa medição, obteve-se os valores a seguir:

T(s) ± 0,04 l(mm) ± 1 m(g) ± 0,1


2,22 662 172,6

Posteriormente, fez-se o pêndulo oscilar e, observando o laser na escala milimétrica,


foi possível medir as amplitudes máximas para os correspondentes ciclos. A análise foi feita
após o experimento, por meio do vídeo que foi realizado dessa oscilação. Através dessa
análise, fez-se a Tabela 4 já demonstrada na seção 5.3 e, por meio do Excel, foi possível
plotar um gráfico de dispersão com os valores da tabela.

Gráfico 2 – Amplitude x Tempo


300

200

Amplitude (mm)
100

0
0 5 10 15 20
-100

-200

-300

TempoFONTE:
(s) Gráfico plotado no Excel.

Depois, encontrou-se a velocidade angular por meio da fórmula:

Neste caso, T corresponde ao tempo de uma oscilação completa. Portanto T(s) = 2,22.
Resolvendo-se a equação temos que: W = 2,83. Então, encontrou-se o erro, por meio da
fórmula:

O valor encontrado para o erro foi: 0,04. Então, o valor completo da velocidade
angular é: W = 2,83 ± 0,04 rad/s.
Posteriormente, calculou-se o momento de inercia, por meio da fórmula:

Lembrando que k = 0,001443, tem-se que I = 0,0001802 kg.m2

Então, encontrou-se o deslocamento angular do pêndulo, por meio da fórmula:

Através da fórmula, obteve-se a Tabela 5. Além disso, colocou-se os valores absolutos


do deslocamento angular.
Fração do Período T(s) Φ (rad) ∆Φ (rad)
0,5 1,1 0,3478 0,0072
1,0 2,2 0,3208 0,0075
1,5 3,3 0,3344 0,0073
2,0 4,4 0,2934 0,0076
2,5 5,6 0,2934 0,0075
3,0 6,7 0,2655 0,0077
3,5 7,8 0,2795 0,0077
4,0 8,9 0,2371 0,0078
4,5 10,0 0,2514 0,0078
5,0 11,1 0,2156 0,0079
5,5 12,2 0,2300 0,0079
6,0 13,3 0,2012 0,0080
6,5 14,4 0,2084 0,0080
7,0 15,5 0,1866 0,0081
7,5 16,7 0,1939 0,0081
8,0 17,8 0,1661 0,0081

Por meio da Tabela 5, foi possível plotar o gráfico do deslocamento angular de acordo
com o tempo.
Deslocamento Angular x Tempo
0.4000

Deslocamento Angular (rad)


0.3500

0.3000

0.2500

0.2000

0.1500
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0 20.0
Tempo (s)

FONTE: Gráfico plotado no Excel.

Ajustou-se no gráfico uma função, que tem o formato:

Então, descobre-se o valor correspondendo ao valor de , que é 0,082 ± 0,00005


N.m.s/rad.
Posteriormente, calculou-se a frequência por meio da fórmula:
Portanto, obteve-se: = 2,83 ± 0,00005 N.m.s/rad.
Depois, calculou-se a energia em função do tempo, por meio da fórmula:

Esses valores são representados na Tabela 6.

T (s) E(t) Erro

1,1 0,000087 0,00002


2,2 0,000074 0,00002
3,3 0,000081 0,00002
4,4 0,000062 0,00002
5,6 0,000062 0,00002
6,7 0,000051 0,00002
7,8 0,000056 0,00002
8,9 0,000041 0,00002
10,0 0,000046 0,00002
11,1 0,000034 0,00001
12,2 0,000038 0,00001
13,3 0,000029 0,00001
14,4 0,000031 0,00001
15,5 0,000025 0,00001
16,7 0,000027 0,00001
17,8 0,000020 0,00001

Por meio dessa tabela foi possível obter o gráfico de energia em função do tempo.
Energia x Tempo
0.000000
0.000000
0.000000
0.000000
Energia (J)

0.000000
0.000000
0.000000
0.000000
0.000000
0.000000
0.000000
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0 20.0
Tempo (s)

FONTE: Gráfico plotado no Excel.

A linha de tendência representa uma função na forma

Dessa forma, podemos obter o valor de que é 0,083 ± 0,00009


N.m.s/rad.
Comparando os dois valores de , temos:
0,082 ± 0,00005 N.m.s/rad
0,083± 0,00009 N.m.s/rad

Comparando os dois valores encontrados, percebe-se que eles são muito próximos
entre si. Portanto, obteve-se valores precisos durante o experimento.
Por fim, calculou-se o raio de giração, por meio da fórmula:

Da fórmula apresentada, tem-se:

G = 0,0323 ± 0,001 m

O raio de giração corresponde à distância uniforme de um eixo de referência na qual se


supõe que toda a área esteja distribuída. O raio de giração representa a distância ao eixo ou
ponto correspondente na qual se pode concentrar toda a área da superfície estudada de modo
que se tenha o mesmo momento de inércia.

7. CONCLUSÕES

O experimento realizado foi de grande auxílio no entendimento e aprimoramento do


conhecimento sobre o comportamento dos movimentos oscilatórios, sobretudo sobre os
pêndulos de torção. O roteiro seguido fez com que se tornassem nítidas a influência da
constante elástica, do momento de inércia e de um amortecimento sobre o movimento do
corpo. O difícil tratamento das equações e a grande propagação de erros envolvida no
processo serviram de aprendizado na manipulação dos dados. Levando em consideração que
os objetivos iniciais foram atingidos, pode-se dizer que o trabalho realizado obteve sucesso.
Após realização deste experimento, a nossa equipe pode aperfeiçoar-se o
conhecimento do grupo sobre o comportamento dos movimentos oscilatórios, com uma
ênfase mais acentuada nos pêndulos de torção. Com a ajuda do roteiro, foi possível
desenvolver o relatório acima. Logo, foi possível determinar a influência da força elástica, do
momento de inercia e de um amortecimento sobre o movimento oscilatório do corpo
estudado.
Porém, o tratamento das equações e a grande propagação de erros envolvida no
processo serviram de aprendizado na manipulação dos dados. Levando em consideração que
os objetivos iniciais foram atingidos, pode-se dizer que o relatório foi realizado com sucesso.

REFERÊNCIAS
KYOTOKU, Mauro. Movimento Harmônico Simples. Estudo dirigido online –
Universidade Federal da Paraíba. Disponível em:<http://www.fisica.ufpb.br/~mkyotoku
/texto/texto2.htm>. Acesso em: 20 de ago. de 2017.

ALMEIDA, Frederico Borges De. Movimento Harmônico Simples. Brasil Escola.


Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/fisica/movimento-harmonico simples.
htm>. Acesso em: 15 de ago. de 2017.

NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica. São Paulo: Blucher, 1983; v.2.

RESNICK, R.; HALLYDAY, D. Física. Rio de Janeiro: LTC, 1983; v.2.

MOVIMENTO Harmônico Simples. Só Física. Disponível em: <http://www.sofisica.


com.br/conteudos/FormulasEDicas/formulas12.php>. Acesso em: 15 de ago. de 2017.

PALANDI, Joecir et al. Movimento Circular Uniforme e Movimento Harmônico Simples


e Ondas. Departamento de Física – Universidade Federal de Santa Maria. Disponível em: <
http://coral.ufsm.br/gef/cadernos.html>. Acesso em: 22 de ago. de 2017.

PÊNDULOS. Instituto de Física – Universidade de Brasília. Disponível em:


<http://www.fis.unb.br/gefis/index.php?option=com_content&view=article&id=230&Itemid=
358>. Acesso em: 15 de ago. de 2017.

PÊNDULO de torção. Instituto de Física – Universidade de Brasília. Disponível em:


<http://www.fis.unb.br/gefis/index.php?option=com_content&view=article&id=231&Itemid=
359>. Acesso em: 15 de ago. de 2017.

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