Você está na página 1de 33

FÍSICA TEÓRICA E EXPERIMENTAL

FLUÍDOS, CALOR E OSCILAÇÃO

Profa.: Helenice Menezes.


MOVIMENTO OSCILATÓRIO

INTRODUÇÃO

Um movimento oscilatório (ou vibratório) é um dos movimentos mais


abundantes e importantes observados na natureza. Tudo o que
apresenta movimento periódico é considerado como movimento
oscilatório.
Como exemplo, podemos citar: um carro que circula diversas vezes
em um circuito fechado; os ponteiros de um relógio; um ioiô subindo
e descendo; uma corda esticada que balança de um lado para outro.
Existem infinitos movimentos de toda a natureza que se encontram em
movimentos oscilatórios, por isso, a física se preocupou em definir quais
condições determinam que um movimento seja caracterizado como oscilatório
ou vibratório. Como definição, temos:

Um movimento é considerado oscilatório somente quando um


corpo (ou partícula) move-se, periodicamente, em torno de uma
posição de equilíbrio.
O modo mais simplório de reprodução de um movimento oscilatório é
a montagem do sistema de um pêndulo matemático.

O pêndulo matemático é composto por uma corda e um


peso. Uma de suas extremidades fica amarrada em um
anteparo; na outra extremidade, é colocado um peso de
dimensões muito inferiores ao comprimento da corda. No
início da reprodução do movimento harmônico, a corda
fica esticada na vertical de maneira estática; e então o
sistema corda-peso é colocado para oscilar em relação a
um ponto de referencial fixo.
Período (T) e frequência (f)
Consideramos, por convenção, que uma oscilação completa se dá quando a
massa do pêndulo passa pelo ponto de referência duas vezes, o que pode ser
visto na figura.
Os movimentos oscilatórios podem ser descritos com auxílio das definições
matemáticas dos movimentos circulares, isso é possível porque os movimentos
circulares correspondem a um tipo de movimento oscilatório.
Diante desse fato, podemos afirmar que o tempo de uma oscilação é chamado
de período (T) e é medido em segundos (s). Esse tipo de movimento também
possui uma frequência (f) de ocorrência, medida em Hertz (Hz).
O período (T) é o intervalo de tempo em que o evento de oscilação se
complete. Ele é calculado através da fórmula:

Outra maneira de expressar o período, é relacionando-o com a frequência, que


representa o número de oscilações realizadas por unidade de tempo.
Matematicamente, o período e a frequência se relacionam da
seguinte maneira:

Grosso modo, a frequência é o número de repetições de oscilações,


em um único segundo.

A amplitude (A) corresponde a distância entre a posição de equilíbrio


e a posição ocupada ao afastar o corpo.
A frequência angular ou velocidade angular é dada pela fórmula:

ou

Note que ela pode ser calculada relacionando-se com o período (T)
ou com a frequência (f).
Das oscilações existentes na natureza, quatro se destacam:
oscilação harmônica simples, oscilação forçada, oscilação
amortecida e oscilação amortecida forçada.
MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS)

Na natureza, a movimentação é tão abundante que seu estudo é de


importância sumária para o entendimento de diversos fenômenos
físicos, químicos e até mesmo biológicos.

Podemos destacar, por exemplo, o balançar com o vento de uma folha


na árvore, a luz do Sol, ondas marítimas e até mesmo o som. Diante
disso, começamos a aprofundar nosso estudo em movimentos
oscilatórios através do movimento harmônico simples (M.H.S.).
Quando um movimento é realizado e alcança uma amplitude, gerando
oscilações que se repetem por um período de tempo e que é expresso
com uma frequência em unidades de tempo, temos um movimento
harmônico ou movimento periódico.
Força restauradora no MHS
O afastamento de um corpo da sua posição de equilíbrio faz com que uma força
aja sobre ele para que retorne a sua posição.
A força que atua no movimento harmônico simples é de restauração, do tipo
elástica. Por isso, a força restauradora no MHS é dada por:

Onde, K é uma constante e x é o deslocamento.


Por exemplo, se uma mola suspensa verticalmente encontra-se parada e na sua
posição de equilíbrio, ela pode sofrer um deslocamento se a esticarmos ou
comprimirmos. Portanto, a deformação sofrida é representada na fórmula por x.
O movimento harmônico simples pode ser estudado através do
movimento circular uniforme.
Energia no movimento harmônico simples
A energia no movimento harmônico simples está associada com
a energia cinética e energia potencial.
A energia cinética é referente à posição da partícula, sendo calculada
por:
A energia potencial é referente à velocidade atingida pela partícula
durante o movimento. Como é do tipo elástica, a energia é calculada
por:

A soma das duas energias resulta na energia mecânica:


Vale lembrar que no movimento harmônico simples a energia cinética
e potencial variam, pois dependem da posição e da velocidade.
Entretanto, a energia mecânica é constante, supondo que não
existem forças dissipativas no movimento harmônico simples.
Fórmulas de período e frequência para o pêndulo

O movimento periódico realizado pelo pêndulo simples pode ser


calculado através do período (T).

Onde,
T é o período, em segundos (s).
L é o comprimento do fio, em metros (m).
g é a aceleração da gravidade, em (m/s2).
Já a frequência do movimento pode ser calculada pelo inverso do período, e por
isso, a fórmula é:
Questão 1

Uma esfera de massa igual a 0,2 kg está presa a uma mola, cuja constante
elástica k = . Afasta-se a mola 3 cm de onde estava em repouso e
ao soltá-la o conjunto massa-mola começa a oscilar, executando um MHS.
Desprezando as forças dissipativas, determine o período e a amplitude do
movimento.
Questão 2
Em uma mola, cuja constante elástica é 65 N/m, está acoplado um
bloco de massa 0,68 kg. Movendo o bloco da posição de equilíbrio, x =
0, até uma distância de 0,11 m e soltando-o do repouso em t = 0,
determine a frequência angular e a aceleração máxima do bloco.
Um sistema massa-mola, onde a massa tem 4 kg, a mola, uma
constante elástica k = 21 N/m, oscila com amplitude máxima de
3 cm. A velocidade máxima assumida pela mola é
aproximadamente:
OSCILAÇÕES AMORTECIDAS
Em sistemas oscilatórios reais, existem forças dissipadoras de
energia. Assim, obtemos não um MHS, e sim oscilações amortecidas.
Ou seja, sempre que um sistema físico é posto para oscilar
livremente, as oscilações decaem com o tempo até desaparecer
completamente. Todo sistema real possui características dissipativas
que levam a sua energia mecânica (cinética mais potencial) a se
converter em outras formas de energia (calor, por exemplo).
Oscilações amortecidas são os tipos de vibrações em que as forças
restauradoras do sistema o fazem se amortecer. Para compreender
suas propriedades, vamos considerar um sistema massa-mola isolado.
Vamos imaginar o passo a passo de o que fazemos para tirar esse
sistema da inércia, ou seja, como o colocamos para oscilar.
Agora, imagine que você vai pegar o carrinho e esticar a mola, deslocando-a
para a direita, fornecendo-lhe energia potencial elástica. Nesse momento,
existirá uma força elástica puxando o carrinho contra a força que você está
fazendo. Quando você solta o carrinho, ele passa a se mover em direção ao
anteparo localizado à esquerda da mola. Em alguns instantes, o carrinho irá
parar, mudar o sentido do seu movimento, e retornar, movendo-se para a
direita novamente.

Todavia, apesar de esse sistema não possuir um amortecedor explícito


acoplado, ele possui um termo de amortecimento natural, oriundo do meio
gasoso que o cerca (ar atmosférico, por exemplo). Diante disto, vamos escrever
a equação de oscilação a partir do somatório das forças:
Temos atuando no sistema livre oscilante a força elástica e a força
dissipadora (amortecedora). A força dissipadora é a força de atrito
viscoso Fat = - Cv(t), e a força elástica é dada por Fel = - kx(t). Ambas
são negativas devido ao fato de serem forças de reação, ou seja,
restauradoras de equilíbrio
O coeficiente de amortecimento crítico é definido como sendo:

Onde m é a massa do sistema e ω0 é a frequência de


oscilação natural do sistema.

Você também pode gostar