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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE FÍSICA

Leandra Solart Leal


Maiza Ellen de Souza Mota
Micael Davi Lima de Oliveira
Risonilson de Sousa Maciel
Samilly Nogueira Silva
Vitória Aline Ihuaraqui Nogueira

Relatório 2: Determinação da constante elástica estaticamente e


dinamicamente por meio de um sistema massa-mola

Trabalho para obtenção de nota parcial da


disciplina de Laboratório de Física Geral II,
ministrada pela Professora Dra. Içamira Costa
Nogueira do Curso de Bacharelado em Física
da Universidade Federal do Amazonas.

Manaus
2018
Sumário

1. Fundamentação Teórica……………………………….……………………………...01

2. Objetivos………………………….……………………………………………………..05

3. Procedimento Experimental………………………………………………………….06

3.1 Determinação da Constante Elástica Estaticamente …………..…..………….06

3.2 Determinação da Constante Elástica Dinamicamente….……..……………….07

4. Resultados e Discussões…………………………………………………………….08

4.1 Determinação da Constante Elástica Estaticamente………...…...…...…….…08

4.1.1 Cálculo do Módulo da Força Elástica………………………………………..09

4.1.2 Cálculo da Constante Elástica Estaticamente………………….…………..13

4.2 Determinação da Constante Elástica Dinamicamente……………..…………..14

4.2.1 Cálculo da Constante Elástica Dinamicamente……..……..…………….…17

5. Conclusões……………………………………………………………………………...20

6. Referências Bibliográficas……………………………………………………………21
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1. Fundamentação Teórica

No mundo contemporâneo muitos estão familiarizados com uma variedade de


exemplos de movimento periódico, como as vibrações de um instrumento musical de
cordas, o movimento de um pêndulo e as oscilações de um corpo sobre uma mola.
Porém, há muitos outros sistemas que apresentam um comportamento periódico,
tais como ondas eletromagnéticas, circuitos de corrente alternada ou até moléculas
em um sólido.
Além disso, o fenômeno oscilatório também está presente nos terremotos,
onde o choque entre placas tectônicas acarreta a propagação de ondas sísmicas
que podem dependendo da amplitude da oscilação deixar infelizmente milhares de
pessoas feridas ou mortas após a ocorrência do choque. Sendo que oscilação pode
tudo aquilo que se move em dois sentidos de forma ordenada a partir de uma
posição de equilíbrio, criando assim um ente matemático conhecido como onda.
As oscilações acontecem quando um sistema é perturbado a partir de uma
posição de equilíbrio estável, como é explicado a seguir: “Um tipo especial de
movimento periódico ocorre quando a força que age sobre uma partícula é
proporcional ao deslocamento da partícula da posição de equilíbrio e é dirigida
sempre para a posição do equilíbrio.” (SERWAY; JEWETT, JR; p. 411, ed. 2004).
Quando essa força atua sobre um corpo e é periódica, o mesmo pode
constituir o que se denomina de Movimento Harmônico Simples (MHS), isto porque,
nem todo sistema periódico gera um MHS, pois apesar de toda oscilação ser
ocasionada pela presença de uma força restauradora, a oscilação será apenas
desse tipo se esta força for diretamente proporcional ao deslocamento ocorrido a
partir da posição de equilíbrio, tendo como principal exemplo um sistema massa-
mola, onde esta deve ser aproximadamente ideal, ou seja, que obedece de forma
aproximada à Lei de Hooke.
Para uma melhor compreensão sobre o movimento oscilatório, assim como
nos estudos de outros assuntos abordados em física, costuma-se adotar modelos
mentais. E no estudo desse tipo de movimento, é bastante útil adotar um modelo,
dotado de um corpo de massa m unido a uma mola disposta horizontalmente. Se a
mola não estiver esticada, o corpo unido a ela estará em repouso e sem atrito na
sua posição de equilíbrio. Porém, se o mesmo corpo for puxado, ele oscilará. Por
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isso, é necessário lembrar-se de que quando uma partícula (conceito usado para
remover os efeitos do tamanho do corpo) unida a uma mola ideal de massa
desprezível é deslocada para uma posição , a mola exerce sobre a mesma uma
força restauradora descrita pela Lei de Hooke, isto é:

Sendo a componente da força elástica, também chamada de força


restauradora linear pois a mesma é proporcional ao deslocamento a partir da
posição de equilíbrio e dirigida sempre para a posição de estabilidade, sendo que
é a constante elástica da mola. No momento em que uma partícula está sob o efeito
de uma força restauradora e obedece razoavelmente à Lei de Hooke, seu
movimento então equivale a um MHS, e o sistema que realiza esse tipo de
movimento é chamado de oscilador harmônico simples. O movimento periódico é
constituído por alguns parâmetros de vital importância:

• Amplitude: Equivale ao módulo máximo do vetor deslocamento de um corpo


a partir de sua posição de equilíbrio, sendo representado pela letra .
• Ciclo: Corresponde a um percurso de ida e volta de um corpo em relação aos
extremos, logo, o simples movimento de uma extremidade à outra, como por
exemplo, de +A até -A, não constitui um ciclo e sim um semiciclo.
• Período: É o tempo necessário para um corpo percorrer um ciclo completo,
também chamado de oscilação, sendo designado pela letra .
• Frequência: Refere-se à quantidade de ciclos por uma determinada unidade
de tempo, como por exemplo, a unidade de frequência Hertz(Hz) que
corresponde ao número de ciclos por segundo, sendo a frequência
representado por .
• Frequência Angular: Constitui uma grandeza física que mede o
deslocamento angular realizado por um corpo para cada ciclo completo,
sendo representado por .

Como citado anteriormente, o sistema constituído de um bloco de massa m


preso à extremidade de uma mola de constante elástica k com a outra extremidade
da mola fixa, é um dos sistemas mais simples que podem realizar um movimento
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harmônico simples. Esse mesmo sistema ao ser sujeito à oscilação, realiza um MHS
e seu período, frequência linear e angular são dados, respectivamente, por:

Por definição, dizemos que um corpo executa um movimento harmônico


simples quando seu deslocamento , em relação a origem do sistema de
coordenadas, e dado, como função do tempo, pela relação:

A grandeza é denominado fase do sistema. Como a função seno (ou


cosseno) varia de -1 a +1, então a posição varia entre -A a +A. O deslocamento
máximo, +A, em relação a origem, é denominado amplitude do MHS, além de que a
função cosseno se repete cada vez que o seu argumento aumenta em .
Além disso, por meio da equação do período mostrada, pode-se perceber que
quanto maior for a massa de um corpo, menor será a aceleração e maior será o
período de oscilação. Outro ponto importante é o de que num MHS o período não
depende da amplitude, logo, maiores valores de não alteram o período, mas sim, a
velocidade média do corpo, isto porque, como o período precisa ser conservado,
consequentemente o sistema terá uma maior quantidade de energia cinética
associada para que a mola percorra um espaço maior no mesmo intervalo de tempo.
Por último, é válido lembrar que nos instantes em que a mola está localizada
nos extremos, a velocidade é nula, e portanto, a energia cinética é mínima, por outro
lado, sua energia potencial elástica é maior, enquanto que na posição de equilíbrio
sua velocidade é máxima, onde a energia cinética é máxima, mas a energia
potencial é mínima.
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Demonstração da Equação do Período Simples:

Figura 1: Imagem mostrando que o MHS é a projeção do MCU, além disso, é possível também

visualizar que o deslocamento da partícula pode ser descrito como a projeção horizontal da amplitude.
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2. Objetivos

Neste trabalho pretende-se determinar a constante elástica de uma mola por


duas maneiras distintas, onde primeiramente será utilizado o método estático, isto é,
um método onde necessita-se apenas do conhecimento a respeito da Lei de Hooke,
para isso será mensurado como a força elástica varia conforme altera-se a
quantidade de massa presente no porta-peso, outro ponto vital deste método é o de
que a constante será encontrada pelo ponto de equilíbrio do sistema, diferentemente
do método dinâmico, onde a oscilação em torno do ponto de equilíbrio se torna
crucial para a determinação da constante.
Por meio dos dados obtidos será finalmente possível determinar a respectiva
constante elástica da mola, onde por meio destes valores será construído um gráfico
que relaciona a força elástica com a respectiva distensão, tendo-se assim como
importante meta entender as consequências de se ter considerado a massa da mola
desprezível, isto é, compreender se isso de alguma forma afetou o gráfico gerado.
Além disso, a obtenção da constante também será feita de uma outra
maneira, onde será determinada dinamicamente, logo, o sistema massa-mola será
considerado um oscilador harmônico e fazendo-se o uso de equações cruciais
presentes num Movimento Harmônico Simples(MHS) será calculado a constante
elástica a partir das medições de como o período de oscilação da mola varia
conforme altera-se a quantidade de massa no porta-peso.
Após a obtenção da constante elástica da mola por ambos os métodos, o
estático e o dinâmico, os respectivos valores obtidos serão comparados entre si,
para assim concluir qual dos métodos apresenta valores mais próximos da real
constante elástica da mola, verificando-se qual apresenta maior precisão. Outro
objetivo muito importante será entender quais fatores influenciam no período de
oscilação da mola e entender o porquê que esse sistema constitui um MHS e quais
fatores fariam com que esse sistema deixasse de ser harmônico simples e não
pudesse mais ser descrito pelas equações usuais desse tipo de movimento.
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3. Procedimento Experimental

Materiais utilizados:

• 1 mola; • Prendedores;
• 1 porta-peso de 10g; • Hastes;
• 5 massas de 50g; • Garras de Montagem;
• 1 régua milimetrada; • Software livre “SciDAVis” na
• 1 cronômetro; versão 1.23d.

Procedimento utilizado:

O experimento para a determinação da constante elástica da mola foi dividido em


duas partes:

• A primeira maneira de determinar a constante elástica foi por meio do método


estático, onde mediu-se como o valor em módulo da força elástica se alterou
conforme foram adicionadas massas unitárias de 50g de um total de 5.

• A segunda maneira corresponde ao método dinâmico, onde mensurou-se


como o período de oscilação da mola variou conforme se alterou a massa
presente no porta-peso.

3.1 Determinação da constante elástica estaticamente:

I. Primeiramente, adotou-se um ponto de referência na régua milimetrada,


sendo este ponto o equivalente ao deslocamento da mola quando a
intensidade da força elástica é nula. Além disso, este ponto arbitrário levou
em consideração a elongação da mola ocasionada pela massa do porta-peso
para que assim os resultados finais tivessem os menores erros possíveis.

II. Então colocou-se uma massa unitária de 50g no porta-peso, verificando qual
foi a deformação sofrida pela mola considerando o conjunto massa + porta-
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peso, a equipe verificou se a medição da respectiva distensão estava sendo


feita apenas quando o porta-peso estivesse em sua posição de equilíbrio.

III. O passo anterior foi repetido mais 4 vezes, adicionando-se assim mais
massas unitárias de 50g ao porta-peso, totalizando-se no fim 250g.

IV. Após as medições do quanto a mola se deforma conforme adicionam-se mais


massas de 50g, calculou-se então o respectivo valor da força peso para cada
caso, que equivale ao módulo da força elástica, para que assim possa ser
gerado um gráfico que relaciona a respectiva força elástica(N) com a
correspondente deformação(m), onde o valor do coeficiente angular da reta
gerada corresponde justamente ao valor da constante elástica da mola.

3.2 Determinação da constante elástica dinamicamente:

I. Adotou-se primeiramente um ponto de referência na régua graduada que


correspondeu justamente ao ponto de equilíbrio das massas. Após isso,
colocou-se inicialmente uma massa de 50g no porta-peso e foi ajustado os
dois cursores presentes na régua para que ambos se distanciassem um do
outro o equivalente a 3cm, valor este que equivale à amplitude do movimento
de oscilação da mola.

II. Exerceu-se uma força vertical para baixo no conjunto porta-peso + mola,
sendo que o deslocamento a partir da posição de equilíbrio foi de 3cm, onde
no momento em que um determinado integrante da equipe soltou o conjunto,
imediatamente outro membro iniciou a contagem no cronômetro.

III. O cronômetro foi parado apenas quando o sistema massa-mola executasse


um total de 10 oscilações, onde o valor obtido dividido por 10, equivale ao
período de uma oscilação, essa etapa foi repetida mais 3 vezes, para assim
diminuir o erro final das medidas efetuadas. Por meio dos dados obtidos, será
possível construir um gráfico que relaciona o período de oscilação da mola
com a massa presente no porta-peso, onde por meio do coeficiente angular,
será finalmente possível descobrir, de outra forma, o valor da constante.
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4. Resultados e Discussões

4.1 Determinação da constante elástica estaticamente:

Nessa primeira parte do experimento, uma característica vital é a de que as


medidas são feitas quando o sistema massa-mola está em sua posição de equilíbrio,
isto é, quando a força resultante sobre esse sistema é nula, onde há uma posição
inicial correspondente ao instante em que a força peso exercida sobre a mola é nula,
e uma posição final onde o peso é uma consequência das massas presentes no
porta-peso juntamente com a própria massa que é inerente a este. A elongação
sofrida pela mola é justamente a variação entre a posição final e inicial. Sendo
assim, segue abaixo uma tabela organizando os dados obtidos para a deformação
da mola para cada uma das massas adotadas no experimento:

Tabela 1: Tabela onde encontra-se a respectiva elongação da mola ocasionada por diferentes
quantidades de massas unitárias de 50g presentes no porta-peso.

Massa Total(10-3)(kg) Posição Inicial(10-3)(m) Posição Final(10-3)(m) Elongação(10-3)(m)


(± 0,1.10-3kg) (± 2.10-3m) (± 2.10-3m) (± 2.10-3m)

10,0 104,0 109,5 5,5


60,0 104,0 135,5 31,5
110,0 104,0 161,0 57,0
160,0 104,0 187,0 83,0
210,0 104,0 213,0 109,0
260,0 104,0 238,5 134,5

Na tabela acima, a massa total corresponde ao valor da massa inerente ao


porta-peso, que equivale a 10g, juntamente com a correspondente massa unitária de
50g que foi colocada sobre o porta-peso. É muito importante ressaltar que na
primeira linha da tabela, a deformação sofrida pela mola foi unicamente uma
consequência da força exercida pelo porta-peso vazio, enquanto que as demais
linhas são ocasionadas pela massa presente(50g x quantidade) + massa do porta-
peso(10g), sendo que adotou-se como posição inicial, isto é, a posição onde a força
peso atuante na mola é nula, a medida de 104,0mm. No entanto, para que
finalmente se descubra o respectivo valor da constante elástica da mola utilizada no
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experimento, é necessário construir um gráfico que relacione a força elástica da


mola com a respectiva distensão ocorrida.
É muito importante ressaltar que a incerteza considerada para todas as
medidas realizadas com a régua milimetrada foi de ± 2mm, isto porque, apesar de a
régua possuir uma incerteza associada de ± 0,5mm, o sistema massa-mola é
oscilante, logo, as medidas obtidas pela régua tendem a se tornarem bastante
dispersas com o passar do tempo, pois inevitavelmente a constante elástica da mola
acaba também mudando com o tempo, por isso considerou-se uma incerteza maior
do que a convencional para que assim se obtenha um valor para a constante
elástica mais coerente com o respectivo valor real, ou seja, ao fazer essa
consideração tem-se uma maneira indireta de contornar alguns erros tipicamente
associados ao experimento realizado.
Outro detalhe vital é de que o valor da força elástica corresponde neste caso
ao módulo da força peso exercida pela presença das massas de 50g no porta-peso,
isto porque tem-se uma associação em série, onde existe uma força restauradora de
sentido contrário, porém de módulo igual à força peso, isto porque, caso esta força
não fosse igual, o sistema nunca entraria em equilíbrio estático o que certamente iria
contrariar as observações experimentais.
No entanto, é válido lembrar que essa consideração é apenas correta ao se
tratar de molas em série, pois somente dessa forma, a força restauradora terá a
mesma direção e módulo, mas de sentido contrário à força peso. Apesar de
aparentemente haver apenas uma única mola, pode-se dizer que cada anel da mola
equivale a uma mola individual onde a junção de todos esses anéis corresponde a
uma associação em série desses “n” anéis, que juntos constituem a mola final.
Segue logo abaixo todos os cálculos necessários para descobrir o valor da força
restauradora ocasionado pela mola, juntamente com as respectivas incertezas
associadas:

4.1.1 Cálculo do módulo da força elástica:

Módulo da força elástica – 10,0g de massa total:


10

Módulo da força elástica – 60,0g de massa total:

Módulo da força elástica – 110,0g de massa total:


11

Módulo da força elástica – 160,0g de massa total:

Módulo da força elástica – 210,0g de massa total:


12

Módulo da força elástica – 260,0g de massa total:

Após os cálculos acima pode-se finalmente construir uma segunda tabela


mostrando como o valor da força restauradora aumenta com o aumento de massa,
no entanto, é válido destacar que caso a força peso exercida tivesse uma
intensidade muito alta, a mola sofreria uma ruptura em sua rigidez elástica, pois sua
respectiva constante elástica assumiria diferenças significativas que modificariam
inevitavelmente a real natureza da mola, por isso é muito importante utilizar massas
pequenas para que se tenha um modelo físico, que apesar de possuir muitas falhas,
consiga ainda sim predizer como estão relacionados a força peso e a elástica por
meio do coeficiente elástico.

Tabela 2: Tabela onde visualiza-se como o valor da elongação sofrida pela mola é aumentado quando
se adicionar mais massas ao porta-peso, aumentando-se assim também o valor da força elástica.

Massa Total(10-3)(kg) Elongação(10-3)(m) Força Elástica(N)


-3 -3
(± 0,1.10 kg) (± 2.10 m) (± 1.10-3N)

10,0 5,5 0,0978 ± 3


60,0 31,5 0,587 ± 10
110,0 57,0 1,08 ± 20
160,0 83,0 1,57 ± 30
210,0 109,0 2,05 ± 40
260,0 134,5 2,54 ± 50
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Figura 1: Gráfico onde visualiza-se como a variação do valor da força peso exercida sobre a mola
modifica linearmente a respectiva deformação sofrida, onde a representação geométrica é uma reta.

Por meio do gráfico mostrado acima será finalmente possível descobrir o valor
da constante elástica da mola por meio do método estático, isto é, o método onde
todas as medidas são realizadas apenas quando todo o sistema está em equilíbrio
estático. Nesse método basta que se tenha conhecimento da Lei de Hooke, onde o
valor em módulo da força restauradora é diretamente proporcional à elongação
sofrida pela mola, tal que, o número que relaciona a proporção entre essas duas
variáveis é chamado de constante elástica. A constante é justamente o coeficiente
angular da reta gerada a partir dos dados experimentais, sendo que a demonstração
disso segue logo abaixo:

4.1.2 Cálculo da constante elástica estaticamente:


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Após a obtenção da constante elástica da mola, onde o valor obtido a partir


do coeficiente angular da reta presente na Figura 1 foi de aproximadamente 18,9N/m
com uma incerteza absoluta de 0,2N/m, no entanto, resta-se ainda realizar uma
comparação do valor obtido com o respectivo valor real da constante elástica
utilizada no experimento.

Tabela 3: Tabela onde compara-se a constante elástica obtida graficamente por meio do método
estático com o valor real do coeficiente, mostrando-se no final o erro percentual da medida.

Constante Obtida(k) Constante Real(kr) Erro Médio(%)(k - kr) Erro Mínimo(%)(k - kr)
(± 0,2N/m)

18,9 N/m 18,0 N/m + 5,00% + 3,89%

A partir da tabela acima pode-se concluir que a constante obtida a partir dos
dados experimentais aproximou-se bastante do real valor da constante elástica,
tendo um erro percentual mínimo de apenas +3,89%, indicando que apesar de todos
erros associados, o experimento 1 foi realizado com sucesso.
Além disso, é válido destacar que devido à força elástica variar linearmente
com a elongação sofrida pela mola, a curva formada pela união de todos os 5 pontos
obtidos equivale justamente a uma reta que passa aproximadamente pela origem, já
que, mesmo tendo considerado a massa do porta-peso não desprezível e
consequentemente afetando de forma relativamente significativa a deformação
sofrida pela mola, mesmo assim o gráfico não interceptou a origem do plano, pois a
massa da mola apesar de ser praticamente desprezível, foi capaz de afetar mesmo
que sutilmente as medidas, como consequência, inevitavelmente o coeficiente linear
não foi igual a zero, apesar de ter assumido um valor bem próximo, tendo uma
ordem de grandeza de 10-2 ao considerar a incerteza associada a este.

4.2 Determinação da constante elástica dinamicamente:

Este método diferencia-se do primeiro, pois neste as medições experimentais


não são feitas quando o sistema massa-mola está em equilíbrio estático, mas sim,
quando se está fora da posição de equilíbrio. Dessa forma, mediu-se como o tempo
correspondente a 10 oscilações completas da mola variou conforme adicionou-se
mais massas de 50g ao porta-peso. Sendo assim, primeiramente segue abaixo uma
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tabela onde encontram-se as inúmeras medidas efetuadas para o tempo de


oscilação da mola, assim como a média desse valor:

Tabela 4: Nessa tabela encontram-se os respectivos tempos medidos para um total de 10 oscilações
completas da mola conforme alterava-se a massa presente no porta-peso.

Massa Total(10-3)(kg) Tempo 1 Tempo 2 Tempo 3 Tempo 4 Tempo 5 Tempo Médio


(± 0,1.10-3kg) (± 0,2s) (± 0,2s) (± 0,2s) (± 0,2s) (± 0,2s) (± 0,2s)

60,0 3,80s 3,85s 3,93s 4,23s 4,24s 4,01s


110,0 5,05s 5,09s 5,11s 5,17s 5,27s 5,14s
160,0 5,46s 5,64s 5,64s 5,68s 5,74s 5,63s
210,0 6,09s 6,10s 6,23s 6,30s 6,33s 6,21s
260,0 7,02s 7,06s 7,11s 7,12s 7,15s 7,09s

É muito importante ressaltar que os tempos médios obtidos na tabela acima


ainda não correspondem ao período de oscilação da mola para uma determinada
massa, resta-se ainda dividir esse valor por 10, resultando-se assim no período
médio de oscilação para o dado valor da massa. Após isso, esse valor será elevado
ao quadrado, onde o gráfico a ser gerado terá o quadrado do período em função da
massa, pois ao fazer dessa forma, obtém-se como uma representação geométrica
da união dos pontos uma reta, em vez de uma curva exponencial, representação
típica de funções irracionais.

Tabela 5: Tabela onde encontra-se o respectivo período médio de oscilação do sistema massa-mola,
assim como o correspondente período ao quadrado para cada uma das massas adotadas.

Massa Total(10-3)(kg) Período Médio(s)(T) Período ao Quadrado(s)(T2)


(± 0,1.10-3kg) (± 0,02s) (± 1.10-2s)

60,0 0,401s 0,161s ± 2


110,0 0,514s 0,264s ± 2
160,0 0,563s 0,317s ± 2
210,0 0,621s 0,387s ± 3
260,0 0,709s 0,503s ± 3

Por meio do período ao quadrado em função da massa total será possível


construir dois gráficos, o primeiro sendo gerado com todos os 6 pontos e o outro
com apenas os três últimos pontos, possibilitando assim pelo coeficiente angular da
reta gerada que se calcule a constante elástica da mola pelo método dinâmico.
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Figura 2: Gráfico onde o período de oscilação ao quadrado está em função da massa total, onde foram
considerados todos os 5 pontos obtidos experimentalmente para a plotagem do gráfico.

Figura 3: Gráfico onde relacionou-se o período de oscilação ao quadrado da mola em função da


massa total, onde foram considerados apenas os 3 últimos pontos obtidos experimentalmente.
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É importante destacar que as medições do período de oscilação para as


primeiras massas foram extremamente suscetíveis a erros, pois como o período nos
primeiros pontos é menor, consequentemente a velocidade de oscilação torna-se
maior e por isso visualizar e contar um total de 10 oscilações torna-se bastante
complicado o que acarreta inevitavelmente medições errôneas no período médio de
uma única oscilação da mola. Dessa forma, foram construídos dois gráficos, um
considerando todos os pontos experimentais, sem que houvesse a exclusão de
algumas das massas, enquanto o outro gráfico baseou-se apenas nos 3 últimos
pontos, onde a partir desse obtém-se o valor da constante elástica com um erro
menor comparado ao primeiro gráfico.

4.2.1 Cálculo da constante elástica dinamicamente:

Cálculo da constante elástica da mola a partir do gráfico 2:


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Cálculo da constante elástica da mola a partir do gráfico 3:

Pode-se perceber que a constante elástica da mola foi obtida a partir da


equação da reta de dois gráficos bem semelhantes entre si, onde o Gráfico 3 forneceu
um valor para a constante com um erro inferior ao obtido por meio do Gráfico 2.
Segue então duas tabelas comparando os respectivos valores obtidos com o real
valor da constante elástica da mola:

Tabela 6: Tabela onde compara-se o valor da constante elástica obtido por meio do gráfico 2 com o
real coeficiente elástico da mola.

Constante 1(k1) Constante Real(kr) Erro Médio(%)(k1 - kr) Erro Mínimo(%)(k1 - kr)
(± 3,7N/m)

24,7 N/m 18,0 N/m + 37,22% + 16,67%

Tabela 7: Tabela onde comparou-se o valor da constante elástica obtido a partir do gráfico 3 com o
respectivo valor real da constante elástica da mola.

Constante 2(k2) Constante Real(kr) Erro Médio(%)(k2 - kr) Erro Mínimo(%)(k2 - kr)
(± 4,2N/m)

21,8 N/m 18,0 N/m + 21,11% - 2,22%

Portanto, ao considerar todos os 5 pontos obtidos experimentalmente, obteve-


se então a partir do Gráfico 2 um erro percentual mínimo de +16,67%, enquanto que o
erro mínimo obtido por meio do método estático foi de apenas +3,89%, mostrando
assim que o método dinâmico possui muitas falhas e erros associados comparado
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ao método estático. Um erro bem notável foi a difícil medição da quantidade de


oscilações principalmente para massas menores, pois o período torna-se menor, e
consequentemente torna-se demasiadamente complexo contar as oscilações, já que
o sistema massa-mola apresenta oscilações extremamente rápidas, logo, a exatidão
dos resultados acaba sendo afetada de forma crítica.
Além disso, outro erro notável foi o de que durante as oscilações da mola,
esta quase na maioria das vezes não oscilou verticalmente, o que acabou afetando
o período de oscilação da mola. Outro ponto também importante, é que muitas
vezes foi difícil com que houvesse total sincronia entre o início ou término das 10
oscilações com o correspondente início e fim da contagem no cronômetro, erro que
também acabou influenciando o valor final do período.
Apesar dos inúmeros erros que permeiam o método dinâmico, pôde-se
perceber que ao eliminar os dois primeiros pontos experimentais, isto porque,
justamente esses pontos foram os mais suscetíveis a erros, obteve uma diminuição
do erro percentual médio de +37,22% para um erro de +21,11% e ao considerar as
incertezas associadas principalmente à medição do período de oscilação, onde fora
adotado uma incerteza absoluta de 0,02s, e que ao ser elevado ao quadrado tende a
aumentar um pouco mais, o erro percentual diminui drasticamente, assumindo assim
o valor de apenas -2,22%, onde a constante obtida esteve bastante próxima do valor
real, assumindo o valor de aproximadamente 17,6N/m.
Sendo assim, por meio das comparações realizadas entre o método estático e
o dinâmico, pode-se concluir que o método estático fornece valores bem mais
confiáveis e seguros para a constante elástica da mola, já que este possui menos
erros associados comparado ao método dinâmico, onde a quantidade de erros
sistemáticos é bem maior, mesmo que se considere a incerteza associada às
medidas, já que esta é apenas um recurso para de alguma forma amenizar os erros
inerentes a uma medição, porém, nunca será capaz de eliminá-los, por outro lado,
ao efetuar as medições por um método distinto, mesmo que sempre haja erros nas
medidas, diminui-se inevitavelmente alguns erros que afetam apenas outros
métodos e que modificam diretamente as medidas realizadas.
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5. Conclusões

Pode-se então perceber que em relação ao primeiro experimento realizado,


isto é, aquele onde determinou-se a constante da mola estaticamente, o resultado
obtido tem um erro percentual relativamente pequeno comparado ao real valor da
constante elástica da mola, isto é, 18N/m, sendo que o valor obtido foi de 18,9N/m
com uma incerteza absoluta de 0,2N/m, onde o erro percentual médio foi de +5,00%,
indicando assim que as medidas realizadas para a elongação da mola ocasionada
pela presença de uma força peso foram efetuadas com sucesso.
Apesar de o gráfico gerado não ter interceptado precisamente a origem do
plano, este aproximou-se bastante, pois em todos os cálculos da força elástica,
levou-se em consideração a massa referente ao porta-peso, ou seja, o valor de 10g,
minimizando-se assim os erros associados ao valor final do coeficiente angular,
porém, como pôde-se perceber experimentalmente, mesmo como todos os cuidados
tomados, os erros são inerentes a qualquer medida, além disso, o fato de ser ter
desprezado o ínfimo valor da massa da mola já foi o suficiente para que a reta se
deslocasse da origem, mesmo que sutilmente.
Em relação ao segundo experimento, onde o objetivo foi determinar o valor da
constante elástica dinamicamente, isto é, por meio do período de oscilação da mola,
foram construídos dois gráficos, onde o primeiro foi construído por meio de todos os
5 pontos experimentais obtidos, fazendo com que inevitavelmente o resultado obtido
tivesse maiores erros percentuais, pois os primeiros pontos, por corresponderem a
massas menores, tem-se como consequência períodos menores, logo, a velocidade
de oscilação da mola torna-se extremamente rápida, o que dificulta inevitavelmente
a contagem do número de oscilações, afetando de forma significativa o resultado
obtido para a medição do período, sendo que o valor da constante obtido foi de
24,7N/m, tendo um erro percentual médio de +37,22%, apresentando-se então um
resultado relativamente distante do real valor da constante.
Por outro lado, no segundo gráfico, onde considerou-se na construção do
gráfico apenas os 3 últimos pontos, o valor da constante diminui para 21,8N/m com
um erro percentual médio de +21,11%, onde apesar de ainda estar um pouco
distante do valor real, o resultado ainda sim é coerente, pois o método dinâmico é
extremamente suscetível a falhas, indicando que o método estático é o mais preciso.
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6. Referências Bibliográficas

[1] M. Gusmão, S. Seixas, H. Guerreiro, M. Brito, M. Freitas, W. Machado, W.


Castro, G. Oliveira, H. Bessa. “Manual de Física 2 UFAM” (2013).

[2] Halliday, Resnick, Walker: Fundamentos de Física. Volume 2, 7a edicão, Ed. LTC.

[3] Nussenzveig : Curso de Física Básica 2. - 4.ed, Ed. Blucher.

[4] Serway, Jewett, Princípios de Física 2. - 2.ed, Ed. Cengage Learning.

[5] “FEUP”. Relógios Mecânicos. Acesso em: 09 de setembro de 2018.


Disponível em:
<https://paginas.fe.up.pt/~projfeup/submit_13_14/uploads/relat_1M4_1.pdf>

[6] “IFUSP”. Pêndulo Simples. Acesso em: 10 de setembro de 2018.


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<http://www.cepa.if.usp.br/e-fisica/mecanica/universitario/cap13/cap13_35.htm>

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Disponível em:
<http://historiadafisicauc.blogspot.com/2011/06/galileo-e-o-pendulo.html>

[8] “IFGW”. Pêndulos. Acesso em: 10 de setembro de 2018.


Disponível em:
<https://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/F530_F590_F690_F809_F895/F809/
F809_sem1_2007/JoseE_Lunazzi_2o_grau_PendulosRF.pdf>

[9] “UNICAMP”. Pêndulo e Determinação de g. Acesso em: 09 de setembro de 2018.


Disponível em:
<https://www.ft.unicamp.br/~lfavila/EB204/EXPERIMENTO_III_PenduloSimples_Rot
eiro.pdf>

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