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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE FÍSICA

Leandra Solart Leal


Maiza Ellen de Souza Mota
Micael Davi Lima de Oliveira
Samilly Nogueira Silva
Vitória Aline Ihuaraqui Nogueira

Relatório 4: Determinação das frequências de oscilação em uma


onda estacionária

Trabalho para obtenção de nota parcial da


disciplina de Laboratório de Física Geral II,
ministrada pela Professora Dra. Içamira Costa
Nogueira do Curso de Bacharelado em Física
da Universidade Federal do Amazonas.

Manaus
2018
Sumário

1. Fundamentação Teórica……………………………….……………………………...01

2. Objetivos………………………….……………………………………………………..05

3. Procedimento Experimental………………………………………………………….07

4. Resultados e Discussões…………………………………………………………….09

4.1 Experimento 4: Oscilações Forçadas……………………………………...…….09

4.1.1 Cálculo da massa específica linear(μ)………………………………..……..09

4.1.2 Cálculo das forças de tração(T)………………..………….…………………10

4.1.3 Cálculo das velocidades de propagação da onda(v)………………………13

4.1.4 Cálculo experimental do comprimento de onda(λ e)……...…………...……15

4.1.5 Cálculo teórico do comprimento de onda(λ t)……………...…………..…...16

4.1.6 Comparação entre o valor teórico e experimental de λ……………..…....17

4.1.7 Cálculo das frequências de oscilação da onda estacionária(f)……...…...17

4.1.8 Comparação entre a frequência real e a obtida experimentalmente…….20

5. Conclusões……………………………………………………………………………...21

6. Referências Bibliográficas……………………………………………………………22
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1. Fundamentação Teórica

As oscilações forçadas, diferentemente das oscilações livres, possuem


sempre uma fonte de energia adicional atuando sobre o sistema, como a tendência
de qualquer corpo é perder inevitavelmente sua energia ao ambiente, toda oscilação
real é amortecida, pois com o decorrer do tempo a amplitude diminui cada vez mais,
até se tornar nula, caso não haja um novo fornecimento de energia.
Um fenômeno muito importante que ocorre nas oscilações forçadas, é o de
ressonância, que ocorre no instante em que a frequência da fonte iguala-se a do
receptor, tendo como resultado a interferência das ondas, de carácter construtivo,
resultando numa onda especial intitulada de onda estacionária.
O autor da descoberta da ressonância é incerto até os dias de hoje, pois
acredita-se que pode ter sido realizada por Galileu Galilei(1574 - 1642) durante suas
pesquisas com pêndulos e cordas musicais no ano de 1602, mas acredita-se
também que pode ter sido descoberta por Pitágoras(≈ 570 a.C – 490 a.C) durante
suas investigações para o entendimento mais aprofundado da natureza da música.
Dessa forma, nos experimentos anteriores onde houve a presença de
oscilações livres se fornecia apenas uma energia inicial para que o sistema
começasse a oscilar, no entanto, devido às forças dissipativas, tinha-se uma
oscilação amortecida, pois com o decorrer do tempo, a amplitude do movimento
diminuía cada vez mais, até tornar-se nula e o sistema inevitavelmente entrava em
repouso. Por outro lado, em oscilações forçadas, que serão retratadas neste
experimento, existe a presença de uma fonte de energia adicional atuando sobre o
sistema, onde adota-se um modelo idealizado, tal que a fonte fornece uma
quantidade de energia periódica e com uma frequência , sendo que esta não
possui nenhuma relação com a frequência natural do sistema.
É importante ressaltar que a fonte de energia não necessariamente possuirá
uma frequência igual à frequência natural do sistema oscilante, no entanto, é
possível afirmar que no instante em que as duas frequências são iguais, a amplitude
do movimento é máxima, ocorrendo o fenômeno chamado de ressonância .
Quando a frequência da fonte supera a frequência ressonante, a amplitude do
movimento torna-se extremamente baixa, pois o coeficiente de amortecimento
aumenta exponencialmente, e consequentemente maiores quantidades de energia
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são dissipadas. Além disso, quando ocorre a ressonância, a onda resultante


denomina-se onda estacionária, já que a posição dos máximos e mínimos da onda
não variam com o tempo.
O conhecimento a respeito do fenômeno de ressonância é de extrema
importância, pois pode-se prevenir inúmeros acidentes, tal como em terremotos,
onde a ressonância é na maioria das vezes a causa do desabamento de edifícios
durantes os terremotos, isto porque, no instante em que a frequência de oscilação
das ondas sísmicas coincide com a frequência natural das estruturas mecânicas dos
prédios ou casas, as oscilações resultantes podem fazer com que a estrutura se
rompa, ocasionando o desabamento de casas e prédios.
A velocidade de propagação de uma onda transversal em uma corda, isto é,
cujo sentido de propagação é perpendicular ao pulso inicialmente efetuado, é
determinado pela tensão exercida na corda e pela massa específica linear, em
outras palavras, quantidade de massa por unidade de comprimento. Sendo assim, o
aumento da tensão ocasiona um aumento da força restauradora que tende a esticar
a corda no momento em que é perturbada e por consequência aumenta-se a
velocidade da onda, já o aumento da densidade linear é ocasionado por um
aumento na quantidade de massa presente na corda, fazendo com que o movimento
fique mais lento, acarretando numa diminuição na velocidade da onda.

Outro aspecto a ser destacado, é o referente ao conceito de nós e antinós


presentes em uma onda, sendo os nós os pontos onde a amplitude da onda é nula,
por outro lado, os antinós constituem os vales presentes na onda. Além disso, a
distância entre dois nós equivale a meio comprimento de onda . É importante
também lembrar que a quantidade de vales(antinós) determina um padrão muito
importante da onda, conhecido como harmônico, logo, se uma certa onda possui 3
antinós, pode-se então concluir que a mesma é constituída por um comprimento de
onda igual a , sendo então denominada de 3º Harmônico.
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Figura 1: Imagem de uma corda presa a dois suportes, onde o padrão mais simples da onda equivale a
meio comprimento de onda, constituindo assim o primeiro harmônico, até o terceiro harmônico, que
possui três meio comprimento de onda.

Por último, segue abaixo as equações necessárias para se determinar a


frequência de uma onda a partir de sua velocidade de propagação e de seu
comprimento de onda, assim como também a equação que descreve o movimento
de uma onda estacionária:

Um instrumento muito importante na medição de frequências de corpos, é o


estroboscópio, por meio da alternância entre uma luz muito intensa e a escuridão,
onde ao conseguir em um determinado instante coincidir sua frequência de
iluminação com a frequência de oscilação do objeto, neste instante, tem-se como
consequência uma aparente imobilidade do corpo. A invenção do primeiro modelo do
estroboscópio, sendo inicialmente utilizado apenas no campo das artes visuais,
permitindo assim a criação do Cinema, é creditado ao matemático austríaco Simon
von Stampfer(1792-1864) tendo sido profundamente influenciado pelos
experimentos do físico inglês Michael Faraday(1791-1867).
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Demonstração da equação da velocidade de propagação de uma onda:

Inicialmente, para demonstrar a equação da velocidade de propagação de


uma onda, é necessário que se tenha algumas hipóteses como verdadeiras, tal
como, afirmar que existe uma tensão na corda , que existe uma quantidade de
massa por unidade de comprimento, isto é, a massa específica linear , assim
como também, afirmar que pela corda não ser totalmente retilínea, deve haver
hipoteticamente um ponto o desvio possui uma forma circular, constituindo assim um
pulso circular na corda de raio .

Figura 2: Imagem representando as 3 hipóteses mencionadas acima.

O próximo passo consiste em adotar um referencial que se move junto com o


pulso menciona acima, portanto, por ele estar se movendo deve existir
obrigatoriamente uma força externa atuando sobre este, logo, pode-se aplicar a 2º
Lei de Newton ao pequeno pulso .

Figura 3: Imagem mostrando a propagação do pulso ocasionada pela presença de uma força externa.

Pode-se concluir que a força resultante sobre o pulso equivale à soma da


tensão em cada pedaço desse segmento e portanto a força resultante possui a
direção vertical para baixo, que tendo como referência o plano cartesiano, tem-se

Figura 4: Imagem representando a força resultante de sentido vertical para baixo, tal que o ângulo
por ser muito pequeno, tem-se que .
5

O passo seguinte consiste em determinar a massa desse segmento que


constitui o pulso, tal que pode-se concluir que por coincidir com o arco de uma
circunferência, pode-se afirmar que , que é uma consequência das
propriedades matemáticas inerentes a uma circunferência.

Figura 5: Imagem mostrando por meio de uma propriedade das circunferências, a obtenção
do valor da massa desse segmento.

Por último, resta-se apenas descobrir o valor da aceleração desse pulso para
assim calcular o valor da força resultante, sendo que essa aceleração é
justamente a aceleração centrípeta, já que conforme o pulso imaginário se propaga
pela corda, sua aceleração é direcionada para o centro, e portanto, .

Figura 6: Imagem representando a aceleração centrípeta sofrida pelo pulso presente na corda.

Sendo assim, pode-se finalmente calcular o valor da força resultante que será
crucial para a dedução da velocidade de propagação da onda, segue abaixo as
etapas finais para a obtenção de :
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2. Objetivos

Um importante objetivo, consiste em compreender como o aumento da força


de tração gera uma mudança na frequência de oscilação da corda, além de buscar
entender quais parâmetros estão presentes na frequência, assim como, descobrir
todas as 5 frequências de oscilação possíveis para cada valor de tensão exercida
sobre o barbante.
Outro ponto importante, refere-se ao fato de que no experimento a ser
realizado, será alterado a intensidade da força de tração gradualmente, para que no
fim, relacione-se a tensão na corda com as correspondentes velocidades de
propagação da onda e frequência oscilante para cada situação.
Além disso, pretende-se entender experimentalmente o conceito de oscilação
forçada, além de entender porque no sistema físico deste experimento, a vibração
da corda não constitui uma oscilação livre, e sim forçada. Em suma, busca-se
compreender no que consiste uma onda estacionária, quais os fatores necessários
para obtê-la e a consequências de sua formação, procurando assim descrevê-la
matematicamente.
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3. Procedimento Experimental

Materiais utilizados:

• 1 motor vibrador; • 2 grampos duplos;


• 1 porta peso de 10g; • 1 barbante;
• 4 massas de 50g; • 1 haste de 1m;
• 1 polia; • 1 tripé;
• 1 régua milimetrada com dois • 4 grampos;
cursores;

Procedimento utilizado:

I. O primeiro passo consistiu em verificar se a polia realmente estava presa na


haste e se a correspondente altura em relação à mesa era 60cm. Após esta
verificação obteve-se então os parâmetros para o posterior cálculo da massa
específica linear, logo, é descobriu-se o comprimento do barbante e sua respectiva
massa.

II. O passo seguinte foi adicionar uma única massa de 10g ao porta-peso,
ligando-se em seguida o motor responsável pela geração das oscilações na corda,
tal que aumentou-se a frequência do motor até o instante em que a frequência
natural da corda equivalesse à frequência de oscilação do motor, formando-se assim
uma onda estacionária, em outras palavras, é o instante em que a amplitude de
oscilação da corda foi máxima e a frequência é ressonante.

III. Após a obtenção da onda estacionária, o próximo passo consistiu em


mensurar a distância entre dois nós consecutivos, obtendo-se o valor do
comprimento de onda, para que posteriormente seja calculado como a frequência de
oscilação do barbante, o comprimento de onda da corda e a velocidade de
propagação foram alterados com o aumento da tensão.

IV. Os passos anteriores foram realizados novamente para outros valores da


força de tração, adicionando-se massas de 10g ao porta-peso, teve-se então no total
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cinco possibilidades ao considerar a massa do porta-peso: 20g – 30g – 40g – 50g -


60g. Acarretando-se em maiores valores da tensão da corda e por conseguinte na
frequência ressonante e consequentemente em distintos valores para a distância
entre dois nós consecutivos. Outro ponto importante, é de que no experimento
realizado adotou-se arbitrariamente um total de 6 nós, e por conseguinte, um quinto
harmônico, isto é, um total de 5 vales na onda.

V. Um passo importante ao final de cada valor de massa, foi o uso de um


instrumento conhecido como estroboscópio, onde procurou-se descobrir a
frequência real de oscilação da corda. Para isso, apagou-se as luzes do laboratório,
para que fosse perceptível o aparente repouso da corda, isto é, o instante em que a
frequência com que o estroboscópio apaga e acende coincide com a frequência de
oscilação da corda, dando a aparente impressão do término de oscilação da corda,
tal que é justamente a frequência de ressonância, ou seja, a frequência associada à
onda estacionária associada à oscilação do barbante.
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4. Resultados e Discussões

4.1 Experimento 4: Oscilações Forçadas

Tabela 1: Nesta tabela visualiza-se o comprimento e a massa da corda de barbante utilizada no


experimento para a formação das oscilações.
Comprimento da Corda(m) Massa da Corda(10-3)(kg)
(± 0,01m) (± 0,01.10-3kg)

2,02 2,98

Dessa forma, por meio dos dados presentes na tabela acima será possível
descobrir o valor da massa específica linear da corda(µ), cujo valor é necessário
para a obtenção da velocidade de propagação da onda, e posteriormente a
frequência de oscilação da onda.

4.1.1 Cálculo da massa específica linear(µ)

O valor obtido acima de aproximadamente 1,48 x 10 -3 kg/m com uma


incerteza absoluta na ordem de 10 -5kg/m possui como falhas possíveis, as
associadas à medição da massa e do comprimento do barbante, isto porque, por
mais preciso que tenha sido os resultados, nenhuma medida física é imune a falhas,
como consequência, obteve-se um erro relativamente pequeno, sendo mais
precisamente cerca de 100 vezes menor do que o próprio valor de µ.
É também muito importante ressaltar que esse número está diretamente
relacionado com as propriedades físicas da corda e por isso este valor afetará
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enormemente as propriedades oscilatórias, tal como, velocidade de propagação e


consequentemente a frequência.

4.1.2 Cálculo das forças de tração(T)

No experimento realizado variou-se a quantidade de massa presente no


porta-peso, sendo que este valor afeta diretamente o valor da tensão exercida no
barbante e que consequentemente irá alterar a velocidade e a frequência da onda.
Dessa forma, como já fora mencionado anteriormente neste trabalho, utilizou-se 5
valores de massas, acarretando em também 5 valores distintos para a força de
tração e consequentemente 5 valores diferentes para a velocidade e frequência da
onda resultante.
Além disso, é válido destacar que a massa inerente ao porta-peso também
afetou o valor da força de tração, mesmo que de forma bastante sutil, por isso, em
todos os cálculos da força peso, também considerou-se a massa associada ao
porta-peso que equivale a aproximadamente 10,0g.

Cálculo da força de tração(T1) - Massa Total: 20g(10g + 10g)

Cálculo da força de tração(T2) - Massa Total: 30g(20g + 10g)


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Cálculo da força de tração(T3) - Massa Total: 40g(30g + 10g)

Cálculo da força de tração(T4) - Massa Total: 50g(40g + 10g)

Cálculo da força de tração(T5) - Massa Total: 60g(50g + 10g)

É muito importante destacar que para todos os 5 valores de massa adotados,


considerou-se que a intensidade da força de tração exercida sobre o barbante é
igual ao valor da força peso, porém esta afirmação apenas é válida porque é
justamente o peso decorrente das massas que geram uma tensão no barbante, além
disso, esta força no experimento realizado possui uma direção vertical para baixo,
podendo-se então concluir que a tensão exercida é igual ao produto da massa
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presente pela aceleração da gravidade local, onde considerou-se o valor de


aproximadamente 9,78m/s2, que corresponde à medida mais aproximada de g
referente à latitude e altitude do local de realização do experimento, diminuindo
assim inevitavelmente o erro das medidas.
Outro ponto a ser observado é o de que a incerteza associada à força de
tração é extremamente baixa, já que o cálculo da tração possui um carácter mais
teórico do que experimental, já que os valores de todas as massas sabia-se de
antemão, assim como o valor de g, no entanto, é válido novamente ressaltar que
toda e qualquer medida terá sempre um erro associado, até mesmo medidas
teóricas. É válido lembrar que considera-se como medida teórica toda e qualquer
medida que apresenta erros muito baixo, pois os valores teóricos foram calculados
precisamente, já que são medidas de fábrica. No entanto, devido ao constante uso
do porta-peso e das massas é inevitável a modificação, mesmo que de forma
imperceptível, sendo praticamente nulas as mudanças na massa.

Tabela 2: Tabela onde visualiza-se como o valor da força de tração se altera com a mudança de massa
presente no porta-peso.

A tabela acima permite concluir que ao aumentar o valor da massa, a


intensidade da força peso e consequentemente e a força de tração exercida sobre o
barbante também sofrerá um aumento, sendo, portanto, diretamente proporcionais
entre si. Além disso, como será mostrado logo em seguida, o aumento da tensão
sobre a corda faz com esta oscile mais rapidamente e consequentemente assuma
frequências maiores, sendo que a constatação teórica disso tudo será apresentada
no tópico seguinte, onde será calculado as 5 velocidades de propagação da onda,
podendo-se chegar a concluir de que maiores tensões de fato acarretam numa
maior velocidade de oscilação da onda.
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4.1.3 Cálculo das velocidades de propagação da onda(v)

Neste tópico do trabalho, serão calculados os 5 possíveis valores para a


velocidade de propagação da onda na corda(barbante) ao estar tensionado pelas
massas. Sendo que este cálculo, como já fora mostrado na fundamentação teórica,
dependerá diretamente da massa específica linear da corda, assim como também
da intensidade da força de tração.

Cálculo da velocidade de propagação da onda(v1)

Cálculo da velocidade de propagação da onda(v2)

Cálculo da velocidade de propagação da onda(v3)


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Cálculo da velocidade de propagação da onda(v4)

Cálculo da velocidade de propagação da onda(v5)

Portanto, é possível observar que conforme aumentou-se o valor da massa no


porta-peso e consequentemente a intensidade da força de tração, ocorreu também
um aumento na velocidade com que a onda se propaga na corda. Dessa forma, é
possível constatar teoricamente que a velocidade da onda depende
aproximadamente apenas das propriedades do meio, no entanto, é válido destacar
que é velocidade da onda também é afetada pela frequência e comprimento de onda
do meio circundante, por isso, diz-se que quando essas propriedades afetam a
velocidade, o meio é dito dispersivo, já que inclusive o ar atmosférico,
microscopicamente, possui moléculas constantemente oscilando.
Sendo assim, caso o experimento tivesse sido realizado num ambiente com
altas temperaturas, a velocidade da onda não poderia ser descrita tão precisamente
unicamente a partir da tração e da massa específica, requerendo assim equações
mais completas que possam descrever a oscilação de uma onda em situações não
tão ideais.
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Tabela 3: Tabela onde mostra-se como a intensidade da força de tração afeta a velocidade de
propagação da onda na corda tensionada.

Sendo assim, a partir do cálculo de todas as velocidades de propagação da


onda para as 5 situações possíveis, tem-se então um dos principais parâmetros que
determinam a frequência de oscilação da onda, restando apenas a obtenção do
comprimento de onda ao ser ter uma onda estacionária. Dessa forma, uma
observação muito importante é que as velocidades obtidas correspondem
unicamente a uma onda do tipo estacionária, isto porque, somente nesta situação
ocorre a formação de nós e antinós, e portanto permitindo a existência de um
comprimento de onda.

4.1.4 Cálculo experimental do comprimento de onda(λe)

Tabela 4: Nesta tabela apresentam-se as medidas obtidas para a distância entre dois nós consecutivos
numa onda estacionária com um quinto harmônico.

Durante a realização do experimento, mediu-se por meio de uma régua


milimetrada a distância entre dois nós consecutivos(meio comprimento de onda) em
uma onda estacionária constituída por 5 vales(quinto harmônico), no entanto, é
importante lembrar que inicialmente pensou-se que o valor da massa afetaria essa
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distância, porém, percebeu-se que independentemente da massa presente no porta-


peso, esse valor apresentou poucas variações, onde pôde-se constatar que essas
pequenas mudanças de uma medição a outra não eram devido à massa, mas
simplesmente por causa de erros de natureza estocástica, isto é, erros que levam a
obtenção de valores aparentemente aleatórios e desconexos entre si para uma
mesma medida, mas que convergem para um único valor, que pode ser estimado
por meio do cálculo da média aritmética de todas as medidas efetuadas para todas
as massas, onde obteve-se então um meio comprimento de onda de
aproximadamente 0,384m com uma incerteza absoluta de 0,001m.
Portanto, pode-se então concluir que o comprimento da onda que apresenta
um total de 6 nós equivale ao produto de (0,384 ± 1.10-3)m por 2, chegando-se então
a um comprimento experimental de (0,768 ± 2.10-3)m, valor crucial para o cálculo da
frequência de oscilação. No entanto, pode-se também obter valor teoricamente,
sabendo-se apenas o comprimento da corda e da quantidade de vales na onda.

4.1.5 Cálculo teórico do comprimento de onda(λt)

O cálculo foi possível, pois ao saber quanto nós existem na corda, pode-se
então determinar o tipo de harmônico, logo, como adotou-se no experimento um
total de 6 nós, chegou-se à conclusão de que onda houve um quinto harmônico e
portanto, pode-se deduzir que meio comprimento de onda é a razão entre o
comprimento da corda e o número de harmônicos(5), onde após a multiplicação
deste valor por 2, chegou-se à conclusão de que o comprimento de onda teórico da
corda equivale a (0,808 ± 4.10-3)m. Este valor será logo em seguida comparado com
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o valor obtido experimentalmente, onde será analisado qual dos valores será
utilizado para o cálculo da frequência da onda e porque que estes diferem entre si.

4.1.6 Comparação entre o valor teórico e experimental de λ

Tabela 5: Nesta tabela compara-se o valor do comprimento de onda obtido experimentalmente com o
teórico, mostrando-se também o erro percentual da medida.

Por meio da tabela acima, pode-se perceber que o valor experimental


aproximou-se bastante do valor teórico, chegando-se então à conclusão de que as
medidas experimentais com a régua milimetrada poderiam ter sido omitidas, já que é
possível descobrir a distância entre dois nós consecutivos, sabendo-se apenas do
comprimento da corda e da quantidade de nós existentes. No entanto, será adotado
o valor experimental do comprimento de onda, mesmo que esteja muito mais
suscetível a erros do que o valor teórico, pois também dependeu da perícia do
manuseio da régua milimetrada, gerando possíveis erros sistemáticos.

Apesar de tudo isso, curiosamente por meio de cálculos posteriores, será


constatado que o valor experimental possibilita frequências mais próximas das
medidas pelo estroboscópio do que as obtidas por meio do comprimento teórico,
onde a explicação para isso permanece até então desconhecida, pois intuitivamente,
deveria ser o valor teórico que possibilitaria frequências mais próximas do
estroboscópio, porém, isso não ocorre.

4.1.7 Cálculo das frequências de oscilação da onda estacionária(f)

Após a obtenção de todas as 5 velocidades de propagação da onda, assim


como também, a obtenção experimental do comprimento de onda existente,
finalmente será possível completar a principal meta deste trabalho, isto é, determinar
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matematicamente como a variação de massa no porta-peso afeta diretamente o


valor da frequência de oscilação da onda. Dessa forma, segue abaixo o cálculo das
frequências e suas respectivas incertezas associadas:

Cálculo da frequência de oscilação(f1)

Cálculo da frequência de oscilação(f2)

Cálculo da frequência de oscilação(f3)


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Cálculo da frequência de oscilação(f4)

Cálculo da frequência de oscilação(f5)

Sendo assim, pode-se perceber por meio dos cálculos efetuados que
conforme a velocidade de propagação da onda aumentou, e ao manter o
comprimento de onda constante, a frequência de oscilação também sofreu um
aumento. Além disso, em todos os cálculos considerou-se o comprimento de onda
obtido experimentalmente por meio da régua milimetrada afim de que os valores se
aproximem ainda mais dos obtidos pelo estroboscópio.

Tabela 6: Tabela onde relaciona-se a massa presente no porta-peso com as consequentes


forças de tração, velocidade de propagação da onda, comprimento de onda e a frequência de oscilação.
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4.1.8 Comparação entre a frequência real e a obtida experimentalmente

Tabela 7: Tabela onde compara-se as frequências obtidas manualmente com as medidas por meio do
estroboscópio, onde calcula-se o erro percentual médio e mínimo dos resultados.

Portanto, pode-se perceber que após todas as etapas que antecedem o


cálculo da frequência de oscilação, tal como os correspondentes à força de tração,
de velocidade de propagação da onda e do comprimento de onda, pôde-se então
finalmente descobrir matematicamente a partir de dados experimentais, a frequência
de oscilação associada à onda. No entanto, restou-se uma importante etapa, isto é,
comparar os valores obtidos com os supostamente reais valores da frequência, isto
é, as medidas obtidas por meio de um instrumento conhecido como estroboscópio.

Dessa forma, por meio da tabela mostrada acima, pode-se concluir que
dentre todas as frequências, o maior erro percentual foi de aproximadamente -5,06%
quando a massa total no porta-peso equivale a 20g, possibilitando assim perceber
que as frequências experimentais estão bem próximas das mensuradas pelo
estroboscópio.

No entanto, é válido destacar que a medida mais importante dentre todas que
foram realizadas, justamente por afetar de forma crítica a frequência, é o
comprimento de onda, cujo valor inevitavelmente diferiu entre as equipes que
efetuaram o experimento, determinará diretamente o valor obtido para a frequência,
isto porque, pode-se afirmar que todas as equipes obtiveram as mesmas
velocidades de propagação, pois os dados experimentais fornecidos foram os
mesmos, no entanto, devido à obtenção de distintos comprimentos de onda, teve
como consequência, diferentes valores para a frequência. Além disso, um aspecto
muito curioso é de que as mesmas variáveis que influenciam na frequência de
oscilação do barbante, são as mesmas presentes na notas musicais emitidas por um
violão, sendo que cada nota corresponde a um harmônico em específico.
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5. Conclusões

Em suma, pode-se concluir que a principal meta deste experimento fora


completada com sucesso, ou seja, compreender quais variáveis afetam a frequência
de oscilação do barbante e por meio dos inúmeros dados experimentais, foi possível
calcular as 5 possíveis frequências referentes a cada tensão exercida sobre a corda,
tal que ao comparar os resultados obtidos manualmente com os obtidos pelo
estroboscópio, onde considerou-se que os valores obtidos por este seriam as reais
frequências de oscilação da onda estacionária, pôde-se constatar que o maior erro
percentual médio fora de -5,06%, enquanto que o menor fora de -1,52%, logo, pode-
se afirmar que o experimento de oscilações forçadas foi realizado com sucesso, pois
as frequências obtidas estiveram bem próximas das frequências “reais”.

É importante fazer uma observação em relação as frequências obtidas pelo


estroboscópio, pois mesmo que tenham sido consideradas como os valores reais de
oscilação, é crucial atentar para o fato de que estes valores também estiveram
suscetíveis a inúmeras falhas, sejam de natureza sistemática ou estocástica, já que
durantes as medições teve-se uma certa dificuldade para que houvesse ressonância
entre as frequências de acender e apagar do estroboscópio em relação à frequência
com que o barbante oscilava.

Além disso, o consequente aparente cessamento da vibração da corda,


dependeu diretamente da frequência com que a visão humana percebe o
movimento, já que do ponto de vista puramente físico, não existe movimento de
corpos, sendo apenas uma ilusão gerada pela visão humana, já que o olho humano
possui um atraso de cerca de 1/24 segundos para transmitir a luz incidente sobre a
retina até o córtex cerebral, que possui a importante função de traduzir todos esses
dados obtidos em uma imagem visual do mundo que é interpretada pela mente.

Dessa forma, qualquer evento que acontece em intervalos de tempo inferiores


a 1/24 segundos não é perceptível pela visão humana, e por isso, analisar o repouso
da corda por meio da visão humana é inerentemente falho, mesmo que esse erro
não afete de forma significativa as frequências obtidas pelo estroboscópio, mas por
outro lado, foi válido destacar todos esses conceitos, pois mostra que nem o próprio
estroboscópio é capaz de obter medidas precisamente reais da natureza.
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6. Referências Bibliográficas

[1] M. Gusmão, S. Seixas, H. Guerreiro, M. Brito, M. Freitas, W. Machado, W.Castro,


G. Oliveira, H. Bessa. “Manual de Física 2 UFAM” (2013).

[2] Halliday, Resnick, Walker: Fundamentos de Física. Volume 2, 7a edicão, Ed. LTC.

[3] Young, Hugh D: Física II: termodinâmica e ondas. - 14.ed, Ed. Pearson.

[4] “Física 2: Aula 10”. Ondas em cordas. Acesso em: 18 de outubro de 2018.
Disponível em:
http://midia.cmais.com.br/assets/file/original/643471fefe76b1fda99c565f426d87dc3c
91fc0f.pdf

[5] “Universidade de Lisboa”. “Propagação das ondas”. Acesso em: 16 de outubro de


2018.
Disponível em:
http://e-escola.tecnico.ulisboa.pt/topico.asp?id=477

[6] “UNIME”. “Ondas Estacionárias”. Acesso em: 19 de outubro de 2018.


Disponível em:
http://ww2.unime.it/weblab/awardarchivio/ondulatoria/ondas.htm

[7] “Dissertação: Engenharia Sísmica Geotécnica”. “Propagação de Ondas


Elásticas”. Acesso em: 20 de outubro de 2018.
Disponível em:
http://www.civil.ist.utl.pt/~jaime/ESG4.pdf

[8] “TecLab”. “Capacidade da visão humana”. Acesso em: 20 de outubro de 2018.


Disponível em:
http://teclab.net.br/fps-vs-capacidade-humana/

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