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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Ciências Exatas e da Natureza


Departamento de Física

Roteiro 4: Ondas Estacionárias


Física Experimental 1 / 2020.2

Informações sobre o estudante

Nome:

Bancada: Turma: Data:


Física Experimental 1 - 2020.2

Roteiro do Experimento

• Se familiarizar com o ambiente de simulação de ondas estacionárias em uma corda.


• Simular ondas mecânicas propagando em uma corda.
• Entender como as propriedades da onda se relacionam a características intrínsecas do meio que se
propaga (nesse caso, uma corda), tal como sua densidade.
• Analisar como a frequência de excitação da corda se relaciona com o comprimento de onda do modo
excitado e a tensão submetida na corda.
• Descrever graficamente a relação entre frequência de excitação e o comprimento de onda dos modos
excitados.
• Investigar a dependência da velocidade da onda com a tensão mecânica na corda.
• Analisar graficamente a dependência da velocidade da onda com a tensão na corda usando técnicas
de linearização com gráficos log-log.
• Obter indiretamente a densidade de massa da corda por meio do estudo da propagação de ondas
na corda.

Utilização do ambiente de simulação

Utilizaremos uma simulação para a formação de uma onda estacionário em uma corda esticada por um peso
em uma de sua pontas. A simulação pode ser encontrada no site https://sites.google.com/view/fisexp1-
pratica4/home, mas também disponibilizaremos uma versão estática em html da mesma. Na simulação
é possível modificar o peso que fornece a força de tração na corda, bem como modificar a frequência de
excitação da corda. Mudando essa frequência, podemos encontrar as várias ressonâncias da corda. Com
o comprimento de onda da excitação e sua frequência, podemos então determinar a velocidade da onda
no meio. O gerador de funções na simulação possibilita uma entrada e saída suaves da ressonância, e o
estudante precisará determinar onde se encontra o centro de cada ressonância.

Atividades

1. Revisão Teórica: [1 ponto]

O modelo teórico mais simples que descreve este experimento é o modelo da corda vibrante. Existem
diversas ressonâncias na corda, cada uma produzindo uma onda estacionária. Cada onda estacionária
possui características próprias, como frequência e perfil espacial (ou seja, o formato de seu deslocamento
do equilíbrio). Chamamos cada possível maneira de vibrar da corda de modo normal de vibração.
No caso da corda vibrante, diferentes modos possuem frequências de excitação diferentes e podem
ser assim distinguidos. Portanto, sintonizando a frequência com que balançamos a corda, devemos ser
capazes de excitar um único modo de vibração por vez, sem excitar os demais.
Cada modo normal possui um perfil espacial único. Pontos da corda com comportamentos extremos
são os ventres, que oscilam com amplitude máxima, e os nós são pontos que permanecem em repouso
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Experimento 4: Ondas Estacionárias

durante toda a oscilação da corda.


Vamos rotular cada modo pelo número de ventres n de sua onda estacionária associada.
O modo fundamental, ou primeiro harmônico, é aquele que possui 1 ventre (n = 1). Seus nós
ocorrem apenas nas extremidades do fio, associados simplesmente às condições de contorno da vibração:
idealmente, a corda não pode se movimentar nos seus pontos extremos.
O segundo harmônico possui 2 ventres (n = 2) separados por um nó localizado no meio do fio (além
dos dois nós impostos pelas condições de contorno), e assim por diante.
Responda as questões a seguir:
Desenhe esquematicamente no quadro abaixo o perfil espacial dos modos fundamental, segundo e terceiro
harmônicos para os instantes de tempo pedidos, seguindo as instruções e avisos seguintes:
• Cada linha delimitada por círculos representa o fio na situação de repouso.
• Esboce sobre cada linha o perfil espacial de deslocamento do fio para instantes e modos de oscilação
pedidos.
• Em t = 0, considere o perfil de deslocamento máximo do equilíbrio.
• Represente cada nó por um círculo preenchido, conforme desenho.
• O período da oscilação é denotado pela letra τ .
• Preencha o valor do comprimento de onda λn da onda estacionária em relação ao comprimento
L do fio nos quadrinhos.

t=0 t = τ /4 t = τ /2

n=1 r r r r r r

λ1 = L

n=2 r r r r r r

λ2 = L

n=3 r r r r r r
λ3 = L

Com base em seus desenhos, escreva a relação entre n e o comprimento de onda λn .

Uma onda é uma estrutura periódica tanto no espaço quanto no tempo. Sua velocidade de propagação v

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Física Experimental 1 - 2020.2

é tal que um comprimento de onda λn é percorrido em um período τn .


Escreva abaixo a expressão para a velocidade v em termos de λn e da frequência fn = 1/τn da onda.

Utilize essas expressões para escrever fn em função de n e da frequência fundamental f1 .

2. Frequência de oscilação [0,5 pontos]

Objetivo: investigar como a frequência de excitação da corda se relaciona com o compri-


mento de onda do modo excitado e a tensão colocada na corda.
Observe na simulação como a corda vibra conforme você varia a frequência com que a corda balança atra-
vés do gerador de função. Procure observar a formação dos ventres e nós? Analise algumas ressonâncias.
Elas aparecem aproximadamente nas frequências esperadas?
É importante notar que cada vibração do fio é excitada não por uma frequência única, mas por toda uma
faixa de frequências. Essa faixa corresponde à largura em frequência da ressonância.
Sugestão: Nesta parte da prática, utilize 50N para o peso na corda.
Siga o roteiro:
1. Encontre a faixa de frequências em que o modo fundamental (n = 1) é excitado.
2. Meça as frequências mínima fmin e máxima fmax da faixa. Lembre-se de que f representa a
frequência de oscilação da corda.
fmin =
fmax =
Com essas medidas, você obteve o intervalo total em que ocorre a ressonância.
Note que a amplitude da oscilação do fio varia dentro desse intervalo.
3. Meça a frequência f1 para a qual a amplitude da oscilação é máxima e estime experimentalmente
a sua incerteza σf1 .
f1 = ±
Com base nesses testes, descreva sucintamente seu procedimento para medir frequên-
cias de ressonância (e suas incertezas!) daqui em diante.
Resposta:

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3. Relação entre modo espacial e frequência [1 ponto]

Primeiramente, investigar a relação entre o modo excitado, descrito pelo número de ventres n da onda, a
frequência da corda fn excitada pelo gerador de funções e o comprimento de onda λn da oscilação.
Roteiro:
(a) Meça a frequência de ressonância fn para os primeiros 10 modos n de oscilação da corda.
(b) Determine, para cada modo n, a distância entre dois nós consecutivos `n = L/n (considere uma
incerteza de σ`n = 0, 05m). Na sequência, calcule o comprimento de onda λn = 2`n e sua respectiva
incerteza σλn .
(c) Preencha a tabela abaixo.
n fn ± σfn `n ± σ`n λn ± σλn

Escreva no quadro abaixo a expressão usada para obter a incerteza σλn em função de σ`n .

4. Gráficos e análises

• Gráfico 1 [1 ponto]: Utilizar papel milimetrado e representar graficamente todos os


pares de valores medidos (n, fn ), da tabela acima.
Observando o seu Gráfico 1, verifique se as frequências de excitação de modos n 6= 1 são múltiplas
da frequência fundamental f1 ? Esse resultado é esperado? Justifique.
Resposta:

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• Analise agora a relação entre frequência de excitação e comprimento de onda.


Segundo o modelo teórico, a relação esperada aqui é uma lei de potência da forma

fn = v λ−1
n , (1)

em que v é a velocidade de propagação da onda no fio.


Linearização: Para transformar a relação (1) em uma relação linear, faça as seguintes mudanças
de variáveis xn = λ−1
n e yn = fn , para obter

yn = A xn + B. (2)

Utilizando a equação (2), identifique os coeficientes A e B com as grandezas físicas de interesse.

Utilizando seus dados, calcule os valores experimentais de xn e yn (com incertezas!).

n x n ± σ xn yn ± σyn n xn ± σxn yn ± σyn

• Gráfico 2 [1 ponto]:
Utilize papel milimetrado e represente graficamente todos os pares de valores medidos
(xn , yn ). Não se esqueça de representar também as barras de erro σxn e σyn (e título,
rótulos e unidades dos eixos!).
Seus dados parecem bem descritos por uma relação linear? Justifique.
Resposta:

• Ajuste da reta ótima pelo método de mínimos quadrados [1 ponto]:


O método de ajuste visual que utilizamos na Prática 3 (anterior) é rápido de se executar manual-
mente, porém é pouco preciso. Para encontrar a melhor relação linear, é necessário fazer algumas
contas.
A melhor reta que se ajusta aos dados é aquela que minimiza o desvio quadrático médio.
Preencha a tabela abaixo com quantidades intermediárias necessárias para fazer este ajuste, dadas
pelas Eqs. 20, 22 e 23 da Apostila 3. Utilize nos cálculos os valores xn e yn da sua tabela.
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Experimento 4: Ondas Estacionárias

x2n ∆ = N sx2 − s2x


P P P P
s x2 = n sx = n xn sy = n yn sxy = n xn yn

A reta ótima é dada por y = Amq x + Bmq onde os coeficientes são (eqs. (22) da Apostila 3).

N sxy − sx sy sx2 sy − sx sxy


Amq = , e Bmq =
∆ ∆
Calcule os valores de Amq e Bmq .
Incertezas de Amq e Bmq
Para o cálculo das incertezas dos coeficientes da reta ótima devemos considerar as incertezas tanto
em xn quanto em yn . Mas, para simplificar as contas aqui, assuma que σx e σy são uniformes para
todos os dados na tabela.
Nesse caso, as incertezas de Amq e Bmq são dadas, respectivamente, por (eqs. (23) da Apostila 3)
r r
1 s x2
σA = σy,T , σB = σy,T . (3)
∆ ∆

onde q
σy,T = σy2 + A2mq σx2 .

Escreva abaixo os valores utilizados para o cálculo das incertezas σA e σB .


σx σy σy,T

Escreva, abaixo, os valores encontrados para Amq e Bmq com suas incertezas:
Amq =
Bmq =
• Finalmente, adicione a reta ótima em seu Gráfico 2.
Determine o valor da velocidade v com as grandezas obtidas através da reta ótima ajustada.
v=

5. Propriedade do fio: densidade [3.0 pontos]

Para pequenas oscilações, o modelo ideal da corda vibrante afirma que a velocidade da onda depende da
tensão T aplicada ao fio. Determinemos experimentalmente essa dependência.
Roteiro:
• Escolha um modo normal n do fio para realizar medidas de frequência de ressonância f em função
da tensão T . Escreva abaixo o valor escolhido de n e λ correspondente.
n λ

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• Tensão no fio: escolha sete valores Ti de tensão no fio entre 10N e 100N. Assuma uma incerteza
de ±1N.
• Para cada valor de tensão Ti , meça a frequência de ressonância fi do modo escolhido. Preste
atenção para utilizar sempre o mesmo modo!
Coloque suas medidas na tabela, utilizando os dados de λ e fi para determinar o valor experimental
de vi em cada caso. Faça tantas medidas quanto julgar necessárias.
i Ti ± σTi fi ± σfi vi ± σvi

• Gráfico 3 [1,5 ponto]: Represente todas as medidas (Ti , vi ) em papel log-log. Represente
incertezas σvi e σTi em todos os dados.
Caso seu gráfico 3 evidencie um comportamento linear entre entre v e T , então a relação entre
essas grandezas deve ser uma lei de potência, escrita em geral como

v = c T d. (4)

Vamos analisar a lei de potência através do gráfico log-log. Tome o logaritmo da expressão acima
para escrevê-la como uma relação linear do tipo Y = a X + b.

Relacione as variáveis X, Y , a e b às grandezas v, T e aos parâmetros c e d da lei de potência.

Esses parâmetros são obtidos por ajuste linear aos dados. Trace uma reta de ajuste visual.
Para determinar seu coeficiente angular, escolha dois pontos em que a reta coincida com a marcação
quadriculada do papel log-log. Marque esses pontos sobre a reta e leia suas coordenadas
(T10 , v10 ) e (T20 , v20 ) na escala dos eixos. Anote esses valores.
T10 v10 T20 v20

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O coeficiente angular é calculado da forma usual como

0 log v20 − log v10


a = .
log T20 − log T10

Já o coeficiente linear é determinado por um dos pontos da reta, e.g. b0 = log(v10 ) − a0 log(T10 ) .
Repita o procedimento, traçando uma segunda reta de ajuste visual para estimativa de incerteza.
Anote os pontos de coincidência entre a reta e a malha do papel.
T100 v100 T200 v200

Determine os coeficientes a0 e b0 da primeira reta, e a00 e b00 da segunda.


a0 b0 a00 b00

Calcule os coeficientes a e b da reta ‘média’ a partir dos valores acima.


a=
b=
Qual é o valor teórico esperado para o coeficiente a? Ele é compatível com o valor encontrado?
Resposta:

Escreva a expressão para µ como função do coeficiente relevante da reta ajustada.

Escreva a expressão para a incerteza σµ .

Determine o valor de µ a partir da reta ajustada:


µ= ± .

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feito com LATEX e logpap log–log: 2 dec × 2 dec
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