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 RESUMO

A Física sempre recebeu perspectivas amplas e complexas de quem tem dificuldade de


absorver seus componentes básicos, principalmente por sua natureza multidisciplinar. Isto afeta
a interoperabilidade de inúmeros fenômenos, tornando as suas descrições muito limitadas e por
vezes incompletas. Neste contexto, a aprendizagem através da prática experimental é
extremamente relevante, pois não só permite resolver problemas específicos, mas sobretudo
apresentar uma visão global do sistema estudado, não se limitando a aspectos teóricos. Assim,
além de compreender melhor as experiências e acontecimentos do cotidiano, uma boa
experiência de física também desperta a criatividade e a imaginação dos alunos, melhorando a
sua aprendizagem em diversas áreas do conhecimento, nomeadamente matemática, engenharia,
química, informática, entre muitas outras. Este trabalho tem como objetivo apresentar uma
análise teórico-experimental da propagação de ondas sonoras em uma corda, as informações
contribuirão para o desenvolvimento do ensino de física, mais especificamente do ensino sobre
ondas estacionárias.
Palavras chave: Física, Ondas Estacionárias, Cordas e Experimento.

 INTRODUÇÃO

O conceito de ondas, especialmente ondas estacionárias, está presente na maioria dos


currículos das disciplinas de ciências exatas, como física, seja nos cursos superiores ou nas
escolas secundárias. Existem diversas maneiras de visualizar ondas estacionárias, a mais
simples é o experimento de cordas vibratórias baseado no conceito de ondas transversais. No
caso de ondas longitudinais, as ondas acústicas são mais comumente utilizadas e neste caso são
difíceis de visualizar e interpretar com precisão fenômenos relacionados. O fato das ondas
longitudinais vibrarem na mesma direção de propagação representa um maior grau de
dificuldade na sua interpretação gráfica e, portanto, na sua compreensão. Além disso, neste
caso, deve-se ter mais cautela na interpretação teórica, muitas vezes ignorando fatores
experimentais, ou seja, é importante compreender o fenômeno: como a distância da fonte
sonora, a resposta de frequência dos componentes do sistema, etc.
Portanto, este trabalho fornece uma abordagem aos movimentos ondulatórios que
ocorrem na vida cotidiana, considerando sua presença em diversas situações. Vivia todos os
dias. O objetivo principal da pesquisa apresentada é explicar a dinâmica das ondas estacionárias
através de revisão bibliográfica e de análises teóricas e experimentais.
 REFERENCIAL TEÓRICO

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As pessoas sempre se sentem fascinadas e curiosas sobre as manifestações dos
fenômenos ondulatórios, especialmente o movimento das ondas oceânicas. Devido às suas
capacidades observando e descrevendo, percebeu que ao nosso redor existem muitos tipos de
ondas com propriedades diferentes: ondas mecânicas, ondas sonoras, ondas de luz, ondas de
rádio, ondas eletromagnéticas, etc. Na história da física, grandes cientistas se dedicaram ao
estudo das ondas, entre eles destacam-se: Robert Hooke (1635-1703), Isaac Newton (1643-
1727) e Doppler (1803-1853), entre muitos outros. Através de pesquisas sistemáticas sobre a
natureza das ondas, muitos avanços tecnológicos do mundo moderno foram desenvolvidos,
como televisão, rádio, telecomunicações por satélite, radar, fornos de micro-ondas, etc.
Figura 01 - Ondas de rádio.

Fonte: mundo educação

O que podemos aprender com a vida cotidiana é que muitos objetos da vida moderna
criam ruído e se tornam fonte de um dos objetos de pesquisa física, chamados ondas sonoras.
A investigação sobre a geração de ondas é hoje de grande importância para vários campos
científicos. Por exemplo, o medicamento pode ser visto como um auxiliar na formulação para
diagnosticar doenças. Também pode ser usado para tratar doenças com radioterapia.
Atualmente, o diagnóstico de doenças é realizado por meio de imagens formadas pela emissão
de raios constituídos por ondas eletromagnéticas. Em outras profissões as atividades de ondas
são de primordial importância como: Arquitetura, Engenharia, entretenimento, teatro, musicais,
etc.
 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Para este procedimento experimental de interferência de ondas e modos normais ondas
em cordas no laboratório de ondas e termodinâmica foram utilizados os seguintes materiais:

 Corda elástica;
 Tripé para sustentação;

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 Gerador de pulsos para vários tipos de frequência;
 Trena;
 Dinamômetro.

Figura 02 – aparato experimental.

Fonte: autores.
Figura 03 – experimento montado

Fonte: autores.
O sistema deve ser montado conforme indicado na figura 02. Antes de realizar as
medições, é crucial identificar cada componente deste sistema. Observamos que é essencial
vibrar o cordão com a frequência correta para que uma onda estacionária seja gerada. Essa
frequência é conhecida como frequência natural da corda, ou seja, é aquela em que a haste
vibratória ressoa com a corda.
Com o sistema montado e funcionando a uma determinada frequência, comprimento e
tensão, localizamos os nós e antinodos da onda estacionária formada. Procuramos alcançar o
maior número de harmônicos possível (ou seja, a maior quantidade de nós visíveis) e
registramos essas observações. Em seguida, seguramos firmemente um dos nós e observamos
o que acontece. Desligamos o gerador e explicamos o fenômeno que ocorre ao segurar um dos
nós.

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Em seguida, demonstramos que a frequência 𝑓𝑛 de cada harmônico pode ser calculada
pela fórmula:

𝑛 𝑇
𝑓𝑛 = ∗√
2𝐿 𝜌

Buscamos obter o maior número possível de harmônicos. Para cada harmônico n,


medimos a tensão T, o comprimento total do cordão Lmax, o comprimento da parte oscilante L
(conforme indicado na figura 02) e a frequência do gerador fgerador. Os parâmetros restantes
são calculados utilizando as equações apresentadas no roteiro: a densidade do cordão ρ, que é
a massa do cordão dividida pelo comprimento total Ltotal, o comprimento de onda λn, a
velocidade de propagação ν e a frequência de cada harmônico fn. Para obter mais harmônicos,
basta diminuir gradualmente a frequência do gerador de ondas. Registramos os valores na tabela
1 conforme as medições."
Com base neste experimento, pode-se perceber que a tensão usada foi a mesma para
todos os harmônicos. O comprimento da corda foi constante, pois a mesma não foi esticada. O
comprimento da parte oscilante também permaneceu os mesmos para todos os harmônicos. A
frequência do gerador foi alterada constantemente de acordo com q quantidade de harmônicos
desejados. A densidade da corda é uma grandeza constante, ou seja, é a mesma para todas as
situações (0,0047 kg/m). Para seguir o procedimento e calcular o comprimento da onda foo
2∗𝐿
utilizado a equação λ𝑛 = onde L é o comprimento total da corda e n o número de
𝑛

harmônicos:

Para λ3

2 ∗ 1,75
λ𝑛 = = 1,16
3

Para λ4

2 ∗ 1,75
λ4 = = 0,87
4

Para λ5

2 ∗ 1,75
λ5 = = 0,7
5

Para λ6

4
2 ∗ 1,75
λ6 = = 0,58
6

Para encontra a velocidade de propagação foi utilizada a equação:

𝑇
𝑣= √
𝜌

Portanto, como a tensão foi a mesma para todas as situações, a velocidade também será a
mesma.

1,2
𝑣= √ = 16,51 𝑚/𝑠
0,0047

A frequência foi sendo alterada de acordo com a quantidade de harmônico desejado, ou seja,
ocorreu uma diversidade no valor da frequência. Logo, para encontrar a frequência de cada
harmônico foi utilizar a seguinte equação:
𝑣 = λ𝑛 ∗ 𝑓𝑛

Isolando 𝑓𝑛 , ou seja, através dessa incógnita iremos encontrar o valor da frequência de cada
harmônico:

𝑣
𝑓𝑛 =
λ𝑛

Agora, aplica-se equação em cada harmônico encontra.

Para λ3

16,51
𝑓3 = = 14,23 𝐻𝑧
1,16

Para λ4

16,51
𝑓4 = = 18,97 𝐻𝑧
0,87

Para λ5

16,51
𝑓5 = = 23,58 𝐻𝑧
0,7

Para λ6

5
16,51
𝑓6 = = 28,46 𝐻𝑧
0,58

Tabela 1 – grandezas físicas


n T(N) L(m) 𝐿 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑚) 𝜌𝑛 (𝑘𝑔/𝑚) λ𝑛 (𝑚) V(m/s) 𝑓𝑛 (𝐻𝑧) 𝑓𝐺𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 (𝐻𝑧)
3 1,2 1,68 1,75 0,0047 1,16 16,51 14,23 15,69
4 1,2 1,68 1,75 0,0047 0,87 16,51 18,97 23,94
5 1,2 1,68 1,75 0,0047 0,7 16,51 23,58 26,14
6 1,2 1,68 1,75 0,0047 0,58 16,51 28,46 29,87
Fonte: elaboração própria.
Conforme foi visto na tabela que para cada harmônico a tensão da corda, o comprimento
da corda, a massa específica e a velocidade permaneceram constante, a única variação que
ocorreu foi a frequência no gerador, para cada onda da corda o comprimento varia, pois quando
mais harmônico desejado o comprimento da onda tende a diminuir.
 QUESTÕES E PROBLEMAS
1) Que relação existe entre a frequência de cada harmônico 𝑓𝑛 e a frequência fundamental
𝑓1?

R: A frequência fundamental é dada pela equação:


𝑉∗𝑛 𝑉
𝑓1 = =
2𝐿 2𝐿
Portanto n corresponde ao harmônico fundamental, ou seja, n = 1. S restantes dos termos são
constantes assim os demais termos serão constantes, logo:
𝑉∗𝑛
𝑓𝑛 =
2𝐿
𝑓𝑛 = 𝑓1 ∗ 𝑛
Percebe-se que 𝑓𝑛 será igual ao de 𝑓1 com o número de harmônico.
2) O que aconteceria com as velocidades dos harmônicos se, ao invés de aumentarmos a
tensão fosse o comprimento da corda que aumentasse (mantendo a massa constante)?
𝑉∗𝑛
R: Analisando a equação 𝑓𝑛 = e logo em seguida isolando a velocidade, temos que:
2𝐿
2∗𝐿
𝑣𝑛 = ∗ 𝑓𝑛 ou seja, quando maior o comprimento da corda maior a velocidade, pois são
𝑛

grandezas matemáticas diretamente proporcional e da mesma forma fazendo o processo


inverso, quando menor o comprimento, próximo de zero, menor será a velocidade da corda.

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3) Uma corda longa de massa M é pendurada no teto e pende verticalmente. Um pulso
ondulatório é produzido na extremidade inferior e se propaga para cima. A velocidade
da onda se altera à medida que o pulso sobe a corda? Explique
R: A velocidade só irá ter variações caso a densidade específica e tensão da corda houver
alterações, caso contrário a mesma não terá alteração de velocidade.
4) Em uma onda transversal em uma corda, o movimento da corda é perpendicular ao seu
comprimento. Então como ocorre a transferência de energia através da corda?
R: No movimento harmônico da corda, a onda se propaga ao longo da corda, onde as forças
associadas a tração da corda irão realizar trabalho continuo para realizar a transferência de
energia para as regiões que não possuem energia.
5) Para uma corda de tamanho 𝐿 = 1,5 𝑚 da parte oscilante e comprimento total 𝐿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =
1,7 𝑚 com 20 g de massa oscilando como na Fig. 04, quantos nós são mostrados na Fig.
03? Se esta corda está tencionada e o dinamômetro mede 10 N, qual a frequência de
oscilação da onda formada pela corda? Calcule a velocidade de propagação desta onda.
Figura 04 – aparato experimental

Fonte: roteiro
R: Na fig. 03 mostra cinco nós, para encontrarmos a frequência aplica-se a equação:

𝑛 𝑇
𝑓𝑛 = ∗√
2∗𝐿 𝜌

Na figura temos 4 (quatro) harmônicos, a massa de 20g, comprimento da corda de 1,7 m.


de todos esses dados precisa-se transformar a massa em Kg, que será 0,02 Kg. Aplicando
os valores da equação temos:

4 10
𝑓𝑛 = ∗√
2 ∗ 1,5 0,02/1,7

𝑓𝑛 = 38,87 𝐻𝑧
Aplicando a equação da velocidade, temos:

7
𝑇
𝑣=√
𝜌

10
𝑣=√
0,02/1,7

𝑣 = 29,1 𝑚/𝑠
 CONCLUSÃO

Observando o experimento da interferência de onda – ondas na corda, notou-se que, não


é em qualquer frequência que a corda irá apresentar a formação de harmônicos e nós, além disso
a tensão e a densidade linear da corda também causam interferências durante as medições.
Durante o experimento não foi usado nenhum sensor para detectar a formação dos harmônicos,
sendo feita a sua observação somente a olho nu, o que poderia ter resultado em algum erro de
medição, contudo foi utilizado um gerador de pulsos para ter as frequências necessárias.
Ao longo do experimento várias frequências e tensões na corda foram testadas, após ser
estabelecido uma tensão padrão para o restante do experimento, a princípio foi-se detectado um
total de cinco harmônicos a uma frequência de aproximadamente 25Hz. Com isso nos
encontramos a frequência do harmônico fundamental como sendo de aproximados 5Hz. Outros
testes foram feitos, onde foi detectado três harmônicos com 15Hz e quatro com 20Hz. Os testes
práticos em comparação a teoria do experimento mostraram os resultados semelhantes ao que
se era esperado

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 REFERÊNCIAS
Júnior, F. R., Ferraro, N. G., Soares, P. A. T. (1999), Os fundamentos da física. São Paulo:
Moderna.

Halliday, Resnick, Walker (2009), Fundamentos de física, volume 2: gravitação, ondas e


termodinâmica. Rio de Janeiro: LTC.

Young, Freedman e Ford (2008), Física II: Termodinâmica e Ondas. São Paulo: Addison
Wesley.

Resnick, Halliday, Fundamentos de Física,8ª Edição, vol. 2. LTC, 2008.

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