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UNIVERSIDADE DE BRASILIA
INSTITUTO DE FÍSICA
FÍSICA 2 EXPERIMENTAL
TURMA F / GRUPO 2
DATA DE REALIZAÇÃO: 20/03/2018
1º SEMESTRE 2018

2º EXPERIMENTO
MOVIMENTO ONDULATÓRIO: ONDA NA CORDA

LUCAS TRIGUEIRO SANTANA – 17/0121852


RAILSON RAMOS DE MATOS – 17/0154769
THIAGO CALDAS DOS SANTOS – 17/0126528

Brasília – DF
2017
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SUMÁRIO
1. OBJETIVO .........................................................................................................................3

2. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................3

3. MATERIAIS UTILIZADOS ..............................................................................................5

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ............................................................................5

5. DADOS EXPERIMENTAIS .............................................................................................6

6. ANALISE DE DADOS .....................................................................................................6

6.1 Análise 1 ....................................................................................................................6

6.2 Análise 2 ....................................................................................................................8

6.3 Análise 3 ....................................................................................................................9

6.4 Análise 4 ................................................................................................................. 10

7. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 12

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 13


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1. OBJETIVO

Observar e discutir ondas reais utilizando ondas estacionárias geradas em uma


corda, visando mostrar a interdependência entre a velocidade, frequência e
comprimento de onda. Avaliar as propriedades que afetam a velocidade de
propagação e observar as relações dos harmônicos em sistemas de ondas
estacionárias.

2. INTRODUÇÃO

As ondas são perturbações que se propagam em um meio físico, ondas


mecânicas, ou até mesmo no vácuo, ondas eletromagnéticas. Tal objeto de estudo
possui diversas características singulares, o que possibilita que sejam aplicadas nas
mais diversas áreas profissionais. Na música, todo o som produzido pelos
instrumentos tem como base o princípio ondulatório, visto que o som é uma onda
mecânica. Na engenharia, as ondas são utilizadas para transmitir informações, sendo
a base da telecomunicação e do desenvolvimento de diversos sensores.
Alguns fatores são imprescindíveis para a caracterização de uma onda, são eles:
a amplitude, a frequência e o comprimento de onda. A frequência está associada ao
número de oscilações que a onda produz em um intervalo de tempo, a amplitude está
associada à distância do eixo em que a onda se encontra até sua crista ou vale, que
são os seus pontos mais altos e baixos, respectivamente. Enquanto o comprimento
de onda é a menor distância entre dois pontos em concordância de fase.
Algo interessante sobre as ondas é o fato delas poderem interferir em um
determinado ponto e após tal fenômeno, elas conservam as suas características
iniciais. No local de interferência, as ondas se sobrepõem, podendo interferir
construtivamente, isto é, elas se unem, aumentando sua amplitude quando estão em
concordância de fase, ou destrutivamente, quando possuem fases opostas, reduzindo
a amplitude, podendo se cancelar.
Além da interferência, as ondas também são capazes de realizar diversos
fenômenos, os conhecidos fenômenos ondulatórios. Um deles que será muito
importante no desenvolvimento do experimento é a reflexão, em que a onda ao atingir
uma superfície é capaz de inverter o sentido de deslocamento, podendo ou não
ocorrer inversão de fase. No caso das ondas estacionárias, como ocorre nas cordas,
a existência de duas ondas só ocorre se houver reflexão na extremidade fixa quando
a mesma é colocada para oscilar pela outra extremidade.
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A propagação da onda na corda é provocada pela tensão na mesma e sua


reflexão na extremidade advém da reação do local onde está fixada. Caso as duas
extremidades sejam fixas, somente ondas em que o comprimento de onda resulta em
nós coincidentes, podem realizar a oscilação.

Uma forma comum de representar as ondas periódicas é a função seno ou


cosseno, conhecida como ondas harmônicas, que pode ser representada da seguinte
forma:

y (x, t) = A sen [k (x - vt)] (1)

Propagam no sentido crescente do eixo das coordenadas

y (x, t) = A sen [k (x + vt)] (2)

Propagam no sentido contrário do eixo das coordenadas


k= λ
(3)

Onde A é amplitude da onda, k o número de onda (k é uma constante positiva),


v é a velocidade de propagação, t é o tempo e λ é o comprimento de onda.

Se sobrepusermos ondas de mesma amplitude e comprimento de onda, mas


com velocidades opostas, obtemos ondas estacionárias. Isto pode ser visto usando
as equações de onda, que neste caso ficam na forma:


ω = 2π f = (4)
T

λ 2π /k ω
V = T = 2π /ω = 𝑘 (5)

y (x, t) = A sen (kx + ωt) + A sem (kx − ωt) (6)

y(x,t) = [2Asen(kx)] cos (ωt) (7)

Onde ω (rad/s) é a frequência angular, f é frequência de oscilação e T é o


período.

Pode-se perceber que a relação acima não descreve uma onda que se propaga.
Em cada ponto x, há uma vibração determinada pela frequência angular. Os pontos
em que sen(kx) se anulam são chamados de “nós”. Estes pontos são obtidos quando
kx = nπ, onde n é um número natural. Portanto, obtém-se que
5


x= (8)
2

Se a corda possui comprimento L, então os comprimentos de ondas possíveis


são obtidos da relação

2𝐿
λ= (9)
𝑛

Quanto menor a densidade linear da corda, maior será a velocidade de


propagação da onda. Este resultado é válido para qualquer comprimento de onda, ou
frequência da onda, para um fio inextensível (mantém suas propriedades para toda
sua extensão).
𝑇
V = √ μ (10)

m
μ= L (11)

Em que V é a velocidade de propagação, 𝑇 é a tensão da corda, μ é a densidade


linear e m e L é a massa e o comprimento da corda respectivamente.

3. MATERIAIS UTILIZADOS
 Excitador de ondas PASCO modelo (WA-9857)
 Gerador de ondas senoidais PASCO (WA-9867)
 Balança semi analítica (0,01 g)
 Corda elástica
 Fio de nylon
 Conjunto de pesos (total de 486,21 g) com suporte
 2 suportes de fixação
 Poste com roldana

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Primeiramente, iniciou-se o experimento com o intuito de calcular a


velocidade de propagação da onda, analisando sua relação com a tensão na corda
e sua densidade linear. Para isso, obteve-se a massa da corda, sem distendê-la,
em uma balança e o seu comprimento com o auxílio de uma trena. Em seguida,
mediu-se a massa do peso que seria colocado na extremidade da corda e o
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comprimento da corda após ser distendida e fez-se os cálculos da densidade da


corda distendida e da velocidade de propagação da onda na corda e sua respectiva
incerteza.
Após analisar-se a velocidade, começou-se a análise do comprimento de
onda e da frequência. Utilizando o mesmo peso do procedimento anterior, utilizou-
se o oscilador para fazer com que a corda atingisse a frequência fundamental e
seus múltiplos, de forma que se conseguisse números diferentes de harmônicos
com a maior amplitude. Depois, fez-se uma análise do comprimento da corda, o
comprimento das ondas e o número de harmônicos. Por fim, para se analisar a
proporcionalidade da velocidade com a raiz quadrada da tensão, utilizou-se um fio
de nylon no lugar corda, iniciando-se com um peso de massa 125,41g e
analisando-se a frequência necessária para se produzir dois harmônicos. Em
seguida, aumentou-se o peso de 50g em 50g e repetiu-se a análise da frequência
em cada intervalo até atingirmos 486,21g.

5. DADOS EXPERIMENTAIS

Comprimento inicial da corda elástica: 2,2050 ± 0,0005 m

Comprimento inicial do fio de nylon: 1,8100 ± 0,0005 m

Massa da corda elástica: 5,77 * 10-3 ± 10-5 Kg

Massa do fio de nylon: 5,7 * 10-4 ± 10-5 Kg

Massa do peso + suporte: 0,28670 ± 10-5 Kg

Deformação da corda (D): 0,8400 ± 0,0005 m

6. ANALISE DE DADOS
6.1 Análise 1

Inicialmente calculou-se o valor da tensão e seu respectivo erro. Os valores


encontrados estão abaixo:

T = m * g = 0,2867 * 9,8 = 2,8096 N

Δm
ΔT = *T = 10-4 N
m
7

Em seguida, calcularam-se os valores da densidade linear da corda elástica


e seu respectivo erro. Após isso foram colocados os pesos na corda o que
ocasionou uma distensão (D) e consequentemente uma diminuição da densidade.

m 5,77∗ 10 −3
μ= = = 2,616780 * 10-3 Kg /m
L 2 ,205

m 5,77∗ 10 −3
μ = L+D = = 1,8949096 * 10-3 Kg/m (densidade linear da corda sob
3 ,045

tensão)

Considerando R = L + D e ΔR = ΔL + ΔD, pode-se calcular o erro da


densidade da seguinte forma:

Δm ΔR
Δ μ =( + ) * μ = 7 * 10-7 Kg/m
m R

Com isso torna-se possível calcular a velocidade de propagação e seu


respectivo erro pela fórmula:

𝑇 2,8086
V = √ μ = √ 1,8949096 = 38,506m/s

Logo a incerteza pode ser calculada da seguinte forma:

𝑇
V*V= μ

ΔV ΔV ΔT Δμ
+ = +
V V T μ

ΔV ΔT Δμ
2 V
= T
+ μ

ΔT Δμ V
ΔV = ( T + )*2
μ

ΔV = 0,008 m/s

Com isso pode-se escrever a melhor estimativa da velocidade de propagação


da seguinte forma:

V = 38,506 ± 0,008 m/s


8

6.2 Análise 2

Na segunda parte do experimento manteve-se o mesmo peso suspenso de


0,2867 Kg e iniciou-se a vibração da corda com 21,5 Hz, que foi a frequência
fundamental encontrada, em que o número de ventres era igual a um (n =1). Os
dados da frequência encontrada para a formação dos harmônicos seguintes estão
na tabela 1.

Tabela 1 - Relação das frequências para a formação dos harmônicos.


N f(Hz) λ(m)

1 21,5±0,1 6,0900±0,0005
2 42,8±0,1 3,0450±0,0005
3 64,2±0,1 2,0300±0,0005
4 85,2±0,1 1,5225±0,0005
5 105,6±0,1 1,2180±0,0005
6 126,6±0,1 1,0150±0,0005
7 146,7±0,1 0,8700±0,0005

A partir dos dados da Tabela 1, fez-se um gráfico utilizando o OriginPro 8, uma


vez que a partir do gráfico poderia ser realizada a leitura da velocidade de propagação
1
da onda, já que, f = v * λ .

Figura 1 – gráfico da frequência pelo inverso do comprimento de onda a partir dos dados da
tabela 1.
9

No gráfico f vs 1/ λ (Figura 1) podemos extrair que o coeficiente angular é


igual a velocidade de propagação da onda. Essa inclinação resultou no valor de
40,92165 m/s.

Ao comparar o valor da velocidade de propagação encontrado na Análise 1


com o da figura 1, nota-se que houve uma discrepância nos resultados, pois a
melhor estimativa de cada uma das velocidades, encontram-se fora das margens
de erro.

6.3 Análise 3

Os dados da tabela 1 também foram usados para construir um gráfico de λ vs


1/n e ajustou-se uma reta para verificar se o coeficiente angular resultaria em 2L pois
1
pela equação (9), λ = 2𝐿 ∗ . O resultado encontrado está na figura abaixo.
𝑛

Figura 2 – gráfico do comprimento de onda pelo inverso do número de harmônicos formado


na corda a partir dos dados da tabela 1.

Ao se analisar tal coeficiente angular, percebe-se que está conforme o


esperado, visto que seu valor é de aproximadamente 1,96m, que equivale a
2*0,98m, o dobro do comprimento inicial da corda.
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6.4 Análise 4

Foi substituída a corda elástica pelo fio de nylon, afim de mostrar que, para
ele, a velocidade é igual a raiz da tensão.

Colocando 0,1 Kg na extremidade do nylon, mediu-se a frequência a qual se


obteve um número de ventres igual a dois (n = 2). Assim, foram adicionados pesos,
de aproximadamente 0,050 Kg em 0,050 Kg, com o intuito de encontrar a
frequência necessária para se obter n = 2 para cada tensão.

Vale ressaltar que neste caso, o comprimento de onda (λ), será igual ao
próprio comprimento da corda, já que:
2𝐿 2𝐿
λ= , entretanto, como o n é igual a 2 para todos os pesos, λ = =L
𝑛 2

Foram então tabelados os valores encontrados para as respectivas


frequências, velocidade de propagação, massa e tensão para esse dado número
de harmônicos:

Tabela 2 - Relação de frequência, velocidade de propagação, massa e tensão na


corda de nylon para n=2
f (Hz) V (m/s) m (Kg) T (N)
60,8±0,1 59,5840±0,0003 0,12541±0,00001 1,229018±0,00001
72,3±0,1 70,8540±0,0003 0,17505±0,00001 1,71549±0,00001
82,0±0,1 80,3600±0,0003 0,22486±0,00001 2,203628±0,00001
90,5±0,1 88,6900±0,0002 0,28676±0,00001 2,810248±0,00001
98,9±0,1 96,9220±0,0002 0,33656±0,00001 3,298288±0,00001
105,9±0,1 103,7820±0,0002 0,38645±0,00001 3,787221±0,00001
115,2±0,1 112,8960±0,0002 0,43633±0,00001 4,276034±0,00001
120,0±0,1 117,6000±0,0002 0,48621±0,00001 4,769758±0,00001

Os valores das tensões foram calculados via T = m*g, (g = 9,8), sendo essa igual
ao peso do conjunto, variando para cada peso adicionado.

A velocidade de propagação foi encontrada de duas formas, a primeira


utilizando:
11

1
V = √𝑇 ∗ √μ , achou-se os valores de velocidade localizados na Tabela 2. A segunda

sendo:

V = 𝑓λ , resultando nos resultados abaixo (Tabela 3), seguido dos respectivos λ


usados para encontra-los:

Tabela 3 - Relação da frequência e comprimento de onda usados para encontrar a


velocidade de propagação.
f (Hz) λ (m) V (m/s)

60,8±0,1 0,98±0,0005 59,6±0,1


72,3±0,1 0,98±0,0005 70,9±0,1
82,0±0,1 0,98±0,0005 80,4±0,1
90,5±0,1 0,98±0,0005 88,7±0,1
98,9±0,1 0,98±0,0005 96,9±0,1
105,9±0,1 0,98±0,0005 103,8±0,1
115,2±0,1 0,98±0,0005 112,9±0,1
120,0±0,1 0,98±0,0005 117,6±0,1

Fez-se um gráfico, usando os valores de v e T obtidos nas tabelas, no


1
programa OriginPro 8, podendo fazer a leitura desse gráfico como: V = √ 𝑇 ∗ .
√μ
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1
Figura 3 – gráfico da velocidade vs tensão, sendo a velocidade calculada a partir de V = √𝑇 ∗ .
√μ

No gráfico V vs √ 𝑇 podemos extrair que o coeficiente angular é igual um


1
sobre a raiz da densidade linear do fio de nylon ( μ). Essa inclinação resultou no

valor de 53 ± 1 Kg/m .

Analisando a velocidade de propagação por V = 𝑓λ e fazendo o gráfico de v


vs √ 𝑇 pôde-se obter o seguinte gráfico:

Figura 4 – gráfico da velocidade vs tensão, sendo a velocidade calculada a partir de V = 𝑓λ

Realizando uma análise dos gráficos (Figura 3 e Figura 4) pode-se perceber


1
que os valores de extraídos dos coeficientes angulares são próximos e não
√μ

apresentam discrepância entre si, pois a diferença entre os coeficientes angulares


1
é menor que a soma dos erros. Com isso apresenta-se quase que constante
√μ

(53 ± 1 Kg/m ) comprovando que nessa análise com o fio de nylon a velocidade de
propagação depende apenas da tração. Além disso é perceptível que o gráfico
forma uma reta, comprovando a proporcionalidade da velocidade com a raiz da
tração (V ∝ √𝑇). No entanto, quando comparado o coeficiente angular da reta
1
ajustada com o valor de calculado há uma certa discrepância, visto que o
√μ

calculado é igual a 56,35 Kg/m.

7. CONCLUSÃO
13

Utilizando uma corda elástica e um fio de nylon, foi comprovado


experimentalmente que, para a corda elástica, a sua densidade linear é
inversamente proporcional a sua velocidade de propagação ao quadrado, devido
a quão significativa sua distensão é diante de uma tensão aplicada sobre ela. Por
outro lado, para o fio de nylon, como sua distensão é quase insignificante, pode-
se considerar sua velocidade de propagação como sendo proporcional a raiz de
sua tensão, variando de maneira quase que linear. Por fim, os valores encontrados
experimentalmente para o coeficiente angular dos gráficos das análises 2 e 4
apresentaram discrepância em relação aos valores verdadeiros, ou seja, estavam
fora da margem de erro de tais resultados, fato que se deve a alguns erros na
execução dos procedimentos, tais como: erros de métodos e erros operacionais.
Entretanto, na terceira parte do experimento, o seu coeficiente apresentou uma
boa acurácia referente ao esperado, mostrando que essa parte foi bem sucedida.
Além disso pôde-se perceber a todo momento a interdependência entre
velocidade, frequência e comprimento de onda em situações diferentes nas
análises.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVALCANTE, M. A. et al. Ondas estacionárias em cordas e determinação da
densidade linear de um fio. Revista Brasileira de Ensino de Física, v.35, n. 2,
p. 3502 – 3510, 2013. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbef/v35n3/a21v35n3.pdf>. Acesso em: 21 de março de
2018.
YOUNG HUGH D. Física II: Termodinâmica e Ondas/ Young e Freedman;
[colaborador A. Lewis Ford]; tradução Cláudia Santana Martins; revisão técnica
Adair Moysés Luiz. – 12. ed. – São Paulo: Addison Wesley, 2008.

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