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Resumo
Abstract
1 Engenheiro em Energia e Desenvolvimento Sustentável pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS.
E-mail: leonel_mf@hotmail.com
2 Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Professor na Universidade Estadual
do Rio Grande do Sul – UERGS. E-mail: miguel-sellitto@uergs.edu.br
Artigo recebido em 25/02/2011 e aceito em 25/4/11.
FARIAS, L. M., SELLITTO, M. A.
energia, que foram sendo descobertas e aprimora- o homem de Cro-Magnon era o principal
das, através do desenvolvimento da matemática, da conversor energético. Por possuir hábitos diurnos
geometria e da engenharia, que proporcionaram por natureza, desde os primórdios houve uma
a criação de dispositivos mecânicos complexos, preocupação com a obtenção de uma forma
empregados para o aproveitamento da energia de luz artificial – um uso final da energia, muito
contida nos ventos e no vapor (PIERRE, 2011). importante até hoje - e foi no domínio da pro-
Segundo Amaral (2010), ainda na era do vapor dução do fogo nesse período, com o uso de um
surge o carvão mineral empregado na combustão ramo de vegetal resinoso, que o homem deu
direta para sua produção, sendo considerado o seu primeiro passo para alcançar esse objetivo.
primeiro combustível fóssil usado em larga escala A partir de então, o homem pode aquecer-se e
e o início de uma nova era, caracterizada pela realizar mais atividades no período após o pôr
revolução industrial, o surgimento do automóvel e do sol (FONSECA, 1972). Por viver em grupos
a exploração do petróleo. nômades, desenvolvendo apenas atividades
Juntamente com o petróleo, o domínio do de caça e coleta de alimentos, o homem desse
fenômeno da eletricidade ampliou o número de período tinha um consumo energético baixo –
usos finais de energia. A energia elétrica é uma 2000 a 3000 kcal por dia (contra cerca de
forma de energia secundária, obtida a partir de 250.000kcal por dia do homem moderno),
diferentes fontes de energia primárias, capaz sendo capaz de transformar em energia mecâni-
de entregar aos usuários finais energia através ca útil apenas 20% (500-600 kcal) (GUIMARÃES;
de extensas redes de distribuição. Ao longo das KUWABARA, 2011). Ainda assim, o rendimento
últimas décadas, a matriz energética de produção do ser humano é o mais elevado do reino
de energia elétrica tem-se diversificado de forma animal; como exemplo, o cavalo não ultrapassa
intensiva, como resposta ao aumento dos níveis 10% e os bovinos tem rendimento ainda menor
de consumo (WALTER, 2010). Fatores como a (RIPPEL; RIPPEL; LIMA, 2003).
disponibilidade de recursos, interesses comerciais, O desaparecimento das fontes alimenta-
domínio de tecnologias e a preservação do meio res e mudanças climáticas no sul da Europa
ambiente levaram os países a diferentes escolhas provocaram a migração do homem de Cro-
para a composição de suas matrizes. Magnon para o norte, dando início a revolu-
Este artigo tem por objetivo a apresentação ção Neolítica. Esse período foi caracterizado
das diversas formas de uso da energia pelo ho- pelo maior controle do meio ambiente, pro-
mem ao longo dos séculos, através de uma revi- gresso técnico e crescimento demográfico. Além
são histórica das fontes e processos de conversão do conversor de energia humana, o homem
utilizados. Também identifica alternativas dispo- apropria-se da energia dos chamados con-
níveis e promissoras para o suprimento nas versores biológicos (alimentos e animais) com o
áreas de energia elétrica e transportes. A técnica desenvolvimento da agricultura e da pecuária,
utilizada foi a pesquisa bibliográfica. O artigo primeiras formas de armazenamento da ener-
está organizado da seguinte forma: as seções 2, gia excedente (HÉMERY; BEBIER; DELÉAGE,
3 e 4 abordam o uso da energia em diferentes 1993). Para isso, o Homo Sapiens (10.000 A.C. a
períodos: da pré-história à idade antiga, da anti- 5000 A.C.) desenvolveu a técnica de polimento
guidade à idade média e da idade moderna à da pedra e dedicou-se a outras atividades
contemporânea, respectivamente. A seção 5 como a olaria, o artesanato e a cerâmica que
aborda as alternativas para o futuro: energia potencializaram seu trabalho (TESSMER, 2002).
nuclear, eólica, biomassa e biocombustíveis. São O aparecimento de grandes civilizações no
apresentadas as tecnologias atuais e em estudo, mundo antigo (cerca de 4000 A.C.) representou
vantagens e desvantagens de cada opção. A se- um grande marco no aproveitamento energético.
ção 6 contém as considerações finais. Esses povos apropriaram-se de solos férteis no
oeste e sudoeste da Ásia e em vales aluviais como
o Indu, Tigre, Eufrates e Nilo e utilizaram a energia
2 Uso da energia desde a pré-história à dos conversores vegetais, ao desenvolver a técnica
idade antiga da cultura irrigada de cereais, sendo capazes de
Segundo Hémery; Bebier e Deléage (1993), armazenar quantias, cada vez maiores, de energia
a cerca de 30.000 A.C., no período paleolí- na forma de alimentos. A civilização egípcia
tico superior (antiga idade da pedra superior), construiu bacias de retenção para estender as
da Revolução Industrial, se iniciou a era dos de solventes orgânicos, emissão de calor e afetar
combustíveis de origem fóssil. O carvão mineral a fauna e a flora dos ecossistemas, ocasionando
foi o primeiro desses combustíveis utilizado em alguns dos maiores desastres ambientes já cau-
grande escala, ao substituir a lenha e ser usado sados pela ação do homem.
na combustão direta para a produção de vapor A primeira aplicação da eletricidade se
nas máquinas de Watt. Formado por troncos, deu no campo das comunicações, com o te-
raízes, galhos e folhas de árvores gigantes que légrafo e o telefone elétricos. Em 1882, Thomas
cresceram há mais de 250 milhões de anos Edison construiu as primeiras usinas geradoras
em pântanos rasos, essas partes vegetais, após em corrente contínua, para o atendimento de
morrerem, depositaram-se no fundo lodoso e sistemas de iluminação. Em 1886, foi feita
ficaram encobertas. As condições de pressão a primeira transmissão de energia elétrica em
da terra e o tempo transformaram o material corrente alternada por George Westhinghouse;
acumulado em uma massa negra homogênea, as o uso da corrente alternada e dos sistemas
jazidas de carvão. Até 1961, o carvão era a princi- polifásicos desenvolvidos por Nikola Tesla, em
pal fonte primária de energia no mundo, quando conjunto com o transformador eficiente de
foi ultrapassado pelo petróleo. O ano de 1859 Willian Stanley, proporcionaram a transmissão a
é considerado o marco zero da industrialização grandes distâncias e o uso doméstico da ener-
do petróleo, quando Edwin Drake descobriu gia elétrica. Sua facilidade de transporte e de
petróleo a uma profundidade de 21 metros conversão direta, em qualquer outro tipo de
em Tutsville, nos EUA. Até então, o petróleo energia, conferiram a energia elétrica o posto
aproveitado era o que aflorava na superfície, o de principal insumo da presente era. Sua impor-
que era possível devido a sua característica de tância pode ser comprovada pelo fato dos países
constante movimentação no subsolo, no caso de mais industrializados duplicarem seu consumo
não encontrar formações rochosas. O petróleo de energia elétrica a cada dez anos. Atualmente,
é outro combustível fóssil, de provável origem a produção de eletricidade é responsável por
de restos de vida aquática animal acumulados aproximadamente um terço do consumo de
no fundo de oceanos primitivos e cobertos por energia primária mundial (WALTER, 2010).
sedimentos. A explosão do mercado automotivo
com o surgimento do modelo Ford-T em 1908
5 O futuro: energia nuclear, alternativas
fez com que, já em 1911, a venda de gasolina
eólicas, biomassas, biocombustíveis
ultrapassasse a de querosene. O surgimento da
indústria petroquímica em 1930 deu origem a A energia nuclear é conhecida desde a
vários outros subprodutos para produção de década de 40 e figura como fonte primária da
equipamentos, objetos, produtos, entre outros, matriz energética mundial desde os anos 60.
tendo a gasolina como principal produto. Nas O rápido crescimento dos investimentos na
refinarias, são produzidos os seguintes deriva- construção dessas usinas em todo o mundo
dos: gás liquefeito, gasolinas, naftas, óleo diesel, na década de 70 foi abalado pelos acidentes
querosenes, óleos combustíveis, asfaltos, lubri- de Three Mille Island e Chernobyl. Desde en-
ficantes, solventes, parafinas, coque de petróleo tão, novos investimentos foram praticamente
e resíduos (AMARAL, 2010). paralisados pelos países e essa forma de
A polêmica causada pela previsão de aproveitamento energético tem sido alvo de
ultrapassagem do pico de produção previsto por oposição dos ambientalistas (ANEEL, 2009a). O
Hubbert, e as crises do petróleo em 1973 e 1978 recente acidente nuclear na usina de Fukushima
desencadearam a reconsideração da política in- no Japão reativou a discussão da comunidade
ternacional em relação a esse produto; uma nova internacional sobre a segurança das usinas
agenda foi aberta pelos países para discussão nucleares em operação e em fase de construção.
sobre fontes alternativas de energia. Conflitos no Apesar de ocupar a penúltima posição
Oriente Médio, detentor das maiores reservas entre as principais fontes de geração de energia
da fonte, intensificaram-se, assim como os im- elétrica no mundo, em 2006, de acordo com a
pactos ambientais, causados pela exploração International Energy Agency (IEA), representou
intensa, promovida pelas nações dependentes. 14,8% da produção total. No ranking global
As atividades de exploração podem contaminar das fontes primárias de energia, possui 6,2%
o meio ambiente com gases tóxicos, vazamento de participação (727,94 Mtep - Milhões de
instalações, que requerem tecnologia de ponta caracteriza-se pelo uso de turbinas eólicas de
e profissionais capacitados para operação das eixo horizontal, três pás, alinhamento ativo, ge-
usinas. A utilização de créditos de emissão de rador de indução e estrutura não flexível. Uma
carbono, a partir dos projetos de novas usinas, ampla gama de equipamentos e tecnologias está
pode ajudar a tornar a energia nuclear mais disponível para o uso em diferentes aplicações e
competitiva perante as outras fontes. Ou- locais. Destacam-se tecnologias como o controle
tros usos dessa energia devem torná-la mais do ângulo de passo (pitch) das pás para o con-
atrativa economicamente como a produção de trole da potência máxima gerada e o uso de
hidrogênio, a dessanilização da água do mar e o acionamento direto, com geradores síncronos.
aquecimento industrial (SILVA, 2007). As turbinas classificam-se quanto ao porte em
Segundo ANEEL (2009a), a incerteza pequenas (potência nominal inferior a 500 kW),
do futuro da energia nuclear revela-se na pro- médias (potência entre 500 kW e 1000 kW) e
jeção de diversos cenários feitos por diversos grandes (potência maior que 1 MW) (ANEEL,
países, entre eles o Brasil: de recuo na potência 2009b). As pás começam a girar com ventos
instalada, à forte recuperação. Entre os fatores a partir de 3 m/s sendo possível seu aproveita-
determinantes do rumo da tecnologia nuclear mento com uma velocidade de até 8 m/s. O fator
estão: a competitividade do custo de geração, de capacidade (FC) é um parâmetro importante,
disponibilidade de urânio, aumento da seguran- característico desses sistemas, dado pela razão
ça, eficiência e vida útil das usinas (atualmente é entre a energia produzida durante um período e
de 30 anos), transferência de tecnologias entre as a energia nominal, produzida integralmente no
nações e a aceitação pela sociedade. mesmo período. Esse é um importante critério
A abundância dos combustíveis fósseis para determinação da viabilidade técnica dos
após a 2ª Guerra Mundial e a competitividade projetos eólicos. Segundo Terciote (2002), a
das usinas hidrelétricas e termelétricas até o eficiência média dos sistemas eólicos é dada
início da década de 70, contribuíram para a conforme a tabela 1.
estagnação das pesquisas do uso do vento para
produção de energia elétrica. As sucessivas crises Estágios de Conversão
do petróleo e a consequente variação do preço conversão
do barril desencadearam uma série de ações Rotor 40%
pelos governos e agências internacionais que
Transmissão 95%
visaram a diversificação das fontes de energia.
A partir de então, o desenvolvimento de tur- Gerador 95%
binas eólicas de grande porte experimentou
vertiginoso crescimento, com o desenvolvimento Rajadas de vento
e orientação da 95%
de soluções onshore e offshore – as primeiras turbina
turbinas comerciais tinham potências entre
Média geral 34,3%
10 e 50 kW - kilowatts, enquanto a potência
média das turbinas instaladas na Alemanha Tabela 1- Eficiência média dos sistemas eólicos
Fonte: Terciote, (2002).
em 2002 foi de 1,4 MW - Megawatts (DUTRA,
2001). Atualmente, existem cerca de 30 mil A energia eólica aplica-se a mercados
turbinas eólicas em operação no mundo e de energia diversificados. Pequenas centrais
estima-se em 2020 12% de geração a partir são capazes de atender sistemas isolados em
do vento, com uma capacidade instalada localidades distantes dos centros urbanos,
de mais de 1200 GW - Gigawatts (ANEEL, onde ainda não há o acesso universal à energia
2009b). Aproximadamente, 2% da energia elétrica, enquanto as grandes centrais podem
solar absorvida pela Terra é convertida para conectar-se ao Sistema Interligado Nacional -
energia cinética dos ventos, dando origem SIN. Um fator interessante no contexto nacional
a um potencial bruto mundial estimado em é a possibilidade de complementaridade entre
500.000 TWh - Terawatts-hora - por ano, dos a geração hidrelétrica e a eólica, dada a alta
quais apenas 53.000 TWh são aproveitáveis, disponibilidade dos ventos na região nordeste,
o que equivale a quatro vezes o consumo no mesmo período em que há escassez do
mundial de eletricidade (TERCIOTE, 2002). recurso hídrico (ANEEL, 2009b).
A tecnologia eólica atual, predominante, Além da complementaridade ao sistema
hidrelétrico nacional, destacam-se os pequenos energéticas sem que haja conflitos com a pro-
impactos ambientais dessas centrais. Com o dução de alimentos (CGEE, 2001).
aumento do número de parques eólicos, cresce a O processo de conversão em energia
preocupação com o ruído, gerado a populações elétrica pode ser feito com ciclos a vapor ou,
vizinhas, ruído que é provocado basicamente ainda, com o uso de gaseificadores, onde a
pelos rotores e variam de acordo com as espe- biomassa é transformada em um gás combustível
cificações dos equipamentos. Turbinas de múlti- de composição variada. A primeira etapa é a
plas pás produzem mais barulho que as de hélices secagem ou retirada de umidade. Na etapa de
de alta velocidade. Grandes concentrações de pirólise ou carbonização formam-se gases, vapor
aerogeradores geram impactos visuais, porém as d’água, vapor de alcatrão e carvão. Finalmente,
instalações das usinas eólicas atraem turistas que na gaseificação, é liberada a energia necessária
movimentam a economia. A interferência na ao processo, pela combustão parcial dos pro-
rota de aves da região tem sido avaliada em cada dutos da pirólise (CGEE, 2001).
empreendimento, sendo que muitos parques Os tipos de biomassa e as quantidades dis-
tiveram a localização de seus aerogeradores alte- poníveis definem a tecnologia a ser empregada.
rada para a criação de corredores de passagem Para a geração em pequena escala (menor que
para as aves. O material utilizado na fabricação 1MW), pode-se utilizar sistemas a vapor (embora
das pás podem ocasionar eventuais interferências com baixa eficiência) ou gaseificadores acoplados
eletromagnéticas, causando perturbações nos a motores diesel ou Otto; os gaseificadores são
sistemas de comunicação e transmissão de dados empregados em menor escala. Para a geração em
(ANEEL, 2009b). média escala (dezenas de MW), aplica-se ciclos
Dá-se o nome de biomassa às fontes or- a vapor, com o uso de tecnologias comerciais e
gânicas que são usadas para produzir energia, consolidadas no atendimento de usinas de cana
usando plantas que, através da fotossíntese, e celulose no Brasil e no mundo. A geração em
capturam energia solar para transformação em média/grande escala está na fase de estudos e
energia química. Estima-se que cerca de 2,4 espera-se gerar energia a custos equivalentes aos
bilhões de pessoas utilizam a biomassa tradi- dos ciclos a vapor, mas com maior eficiência. As
cional, pois não têm acesso aos combustíveis usinas de biomassa possuem fator de capacidade
modernos. Essa forma de aproveitamento ener- entre 25% e 80%, sendo os menores valores
gético, que tinha como principal uso final, a correspondentes à operação sazonal (CGEE, 2001).
energia térmica, destaca-se como origem de A possibilidade de co-geração em in-
combustíveis líquidos (etanol) e na utilização dústrias que necessitam de energia térmica na
para geração de energia elétrica. No Brasil, a forma de vapor de baixa/média pressão para
participação da biomassa na matriz de geração seus processos, como a da cana e a da celulose,
elétrica é de aproximadamente 3%. Dos 10 TWh é um dos atrativos do uso da biomassa, assim
provenientes da fonte produzidos em 1999, como o uso em conjunto com combustíveis
4,1 TWh foram provenientes da co-geração na complementares com vista à geração de energia
indústria de cana-de-açúcar, 2,9 TWh na indústria pela planta durante todo o ano (FCMC, 2010).
de papel e celulose e 3 TWh em diversas unidades, Essa atratividade revela-se no fato das maiores
utilizando resíduos agrícolas (CGEE, 2001). potências instaladas de empreendimentos ter-
Um dos aspectos da biomassa é sua melétricos no Brasil proverem dos combustíveis
baixa densidade espacial, o que exige coleta bagaço de cana da indústria sucro-alcooleira
e transporte para concentração do insumo (391,15 MW) e licor negro da indústria do papel e
utilizado. Visando minimizar o custo de trans- celulose (310,18 MW). As usinas sucro-alcooleiras
porte necessário, busca-se priorizar a utilização chegam a produzir entre 20 e 30 kWh – kilowatts-
de resíduos de outros usos de biomassa, como hora - por tonelada de cana moída. A aposta na
é feito no caso do bagaço de cana, palha de biomassa para produção de energia, depende
arroz, restos em serrarias e casca de árvores de alguns fatores como a prioridade do seu uso
na indústria de celulose, resíduos de biomassa para outros fins, das tecnologias disponíveis para
que possam ser transportados a baixo custo e, conversão e do uso de fertilizantes. O crescimen-
em último caso, plantações específicas para a to das culturas causaria impactos desconhecidos
produção de energia. Estudos demonstram que sobre a disponibilidade de água e impactos no solo
há grande potencial de expansão das plantações como a perda de nutrientes e a erosão (CGEE, 2001).
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