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26/01/2024, 06:23 A energia e a História

A energia e
a História
Prof. Julio Nichioka

Descrição

A importância da produção de energia na realização das atividades


humanas, ao longo da história da humanidade; os principais eventos que
impulsionaram o desenvolvimento econômico e social; as crises
energéticas no Brasil e no mundo; os consumos e as fontes de energia;
a conservação de energia e a eficiência energética; os programas de
conservação e de racionalização de energia; o Plano Nacional de
Energia (PNE) 2050.

Propósito

Reconhecer os conceitos sobre a produção, o consumo e a


racionalização de energia, impactos ambientais, sociais e econômicos,
além dos mecanismos de incentivo ao consumo e ao uso racional da
energia.

Objetivos

Módulo 1

A energia ao longo da história


Reconhecer a importância da energia ao longo da história.

Módulo 2

A demanda global por energia e as crises

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Descrever a crise energética e seus desdobramentos.

Módulo 3

Processos de produção e o uso da energia


Reconhecer os processos de produção e o uso da energia.

Módulo 4

As políticas públicas de energia


Reconhecer as políticas públicas de eficiência energética no Brasil.

meeting_room
Introdução

1 - A energia ao longo da história

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Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância da energia ao longo da
história.

video_library
A matriz energética e elétrica
brasileira
Neste vídeo, vamos explicar as diferenças entre matriz elétrica e matriz
energética.

Evolução histórica da energia


Hoje, um dos maiores debates para a sustentabilidade do planeta gira
em torno da demanda, da produção e do consumo de energia, bom
como dos impactos na sustentabilidade do planeta, passando pela
eficiência energética.

A energia é um dos principais itens de consumo da sociedade moderna:


ela se faz necessária para produzir bens, serviços e atividades de um
modo em geral. Do mesmo modo, o desenvolvimento econômico e os
padrões de vida moderno requerem a disponibilidade de abastecimento
adequado e confiável de energia.

Desde os primórdios dos tempos, os homens usavam a energia para


realizar as tarefas que garantiam sua sobrevivência. Essa dependência
da energia permanece até hoje, já que ela é essencial para a execução
de diversas atividades diárias, como acender a luz, preparar refeições ou
locomover-se a grandes distâncias.

Vejamos, a seguir, a evolução histórica da energia.

calendar_month 7.000 a.C.

A descoberta do fogo pelo homem, por volta de


7000 a.C., possibilita o conhecimento do benefício
do calor através do atrito de pedras ou pedaços de
madeira. Posteriormente, o fogo é ativado por meio
da lenha.

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calendar_month Século VI a.C.

No início do século VI a.C., o filósofo grego Thales


de Mileto, ao esfregar âmbar em pele e lã de
animais, verifica a atração de objetos leves como
palhas, fragmentos de madeira e penas. Dá-se a
descoberta da eletricidade, uma das fontes de
energia mais indispensáveis de todos os tempos.

calendar_month 1769

O escocês James Watt (1736-1819) inventa a


máquina a vapor. Ela é desenvolvida com base nas
leis da termodinâmica e nos conceitos da
transferência de calor e empregada na indústria de
tecelagem. A invenção torna-se a impulsionadora
da Primeira Revolução Industrial.

calendar_month 1859

O norte-americano Edwin Laurentine Drake é o


primeiro a perfurar e produzir petróleo com sucesso
a partir do solo. Ele constrói uma torre de petróleo
para extração e usa bombas de extração de água
subterrânea. O petróleo, o “óleo de pedra”,

t f il i ã d f d id d
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transforma-se na iluminação de fazendas, cidades e
em lubrificante de máquinas.

calendar_month 1879

Thomas Alva Edison desenvolve uma lâmpada


elétrica incandescente que fica acesa por mais de
48 horas nas comemorações de final de ano de
1879, nas proximidades de seu laboratório em Nova
Jersey.

calendar_month 1882

Thomas Edison constrói a primeira hidrelétrica na


cidade de Appleton (Wisconsin), a Vulcan Street
Plant, para atendimento a clientes privados e
comerciais nos Estados Unidos. Em 1891, ocorre
um incêndio, e a hidrelétrica é totalmente destruída.

calendar_month 1884

A partir da descoberta do efeito fotovoltaico pelo


francês Alexandre Edmond Becquerel, em 1839, o
norte-americano Charles Fritts desenvolveu a
primeira célula fotovoltaica do mundo, e a instalou
em um telhado.

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calendar_month 1889

Bernardo Mascarenhas inaugura, em Juiz de Fora


(MG), a Usina Hidrelétrica de Marmelos, primeira
hidrelétrica do Brasil e da América Latina a fornecer
energia elétrica, atender as indústrias de tecidos e
fornecer eletricidade para iluminação pública da
cidade, antes alimentada a gás.

calendar_month 1895

Nicola Tesla e George Westinghouse constroem a


Usina Hidrelétrica de Niágara, com corrente
alternada, que possibilita a transmissão a longas
distâncias. A expansão da eletrificação do mundo
favorece o estabelecimento da Segunda Revolução
Industrial.

calendar_month 1888

Charles F. Bruch desenvolve, na cidade de


Cleveland, o primeiro aerogerador (cata-vento), que
fornece 12kW, em corrente contínua, para
carregamento de baterias destinadas à geração de
energia elétrica.

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calendar_month 1958

Ao longo do século XX, observamos o aumento da


demanda de energia para a indústria e os
transportes, que favoreceu o consumo da energia
barata produzida através de fontes não renováveis
– combustíveis fósseis e carvão mineral. Contudo,
nas últimas décadas, houve um clamor mundial
crescente pela minimização dos impactos
ambientais. E, naturalmente, as pesquisas foram
direcionadas para a produção energética a partir de
fontes renováveis, que não acarretam o
aquecimento global, as chuvas ácidas e as
degradações ao meio ambiente.

Em 1954, outro norte-americano, Russell Shoemaker Ohl, criou as


primeiras células fotovoltaicas modernas. Células fotovoltaicas essas
que se assemelham às que utilizamos hoje. Quatro anos depois, os
cientistas Calvin Fuller, Gerald Pearson e Daryl Chapin, do Bell Labs,
utilizaram os primeiros painéis solares no espaço, transportados pelo
satélite Vanguard I.

Hoje, graças ao advento das células fotovoltaicas, possuímos


residências, indústrias e até mesmo meios de transportes (terrestres,
aéreos e náuticos), que funcionam a energia solar.

Curiosidade

Thomas Alva Edison, inventor da lâmpada elétrica, registrou mais de


2.332 patentes.

Uso da energia

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Nos dias de hoje, é inconcebível a vida sem o uso de energia, mas


devemos ter preocupações de não gerar mais impactos ambientais que
afetem o planeta e a população mundial. Vejamos as diferenças entre
as fontes de energia não renováveis e renováveis:

Fontes não renováveis

Fontes que, devido ao longo tempo de regeneração, podem não


ser repostas, como os combustíveis fósseis (petróleo, gás
natural e carvão mineral). Durante a combustão dessas
matérias, há liberação de dióxido de carbono, monóxido de
carbono, óxido de enxofre e óxido de nitrogênio. Na combustão,
outros gases também são liberados (monóxido de carbono,
óxidos de enxofre e óxido de nitrogênio), causando as chuvas
ácidas.

Fontes renováveis

Fontes que podem ser produzidas em tempo relativamente


curto, não se esgotando com sua utilização. São as energias
hidráulica, solar, eólica e geotérmica, além de carvão vegetal,
lenha e produtos agrícolas, como cana-de-açúcar, beterraba,
entre outros.

É desejável que haja a conscientização do uso da energia, tanto pela


indústria, quanto pela população, de modo a gerar menores impactos
negativos ao meio ambiente. Algumas recomendações podem ser
aplicadas no nosso dia a dia:

Apague as luzes desnecessárias. Sempre que possível, aproveite a


luminosidade natural do sol, abrindo janelas e persianas.

Não deixe eletroeletrônicos ou eletrodomésticos ligados


desnecessariamente ou em stand-by. Se não estiver utilizando, desligue
computador, ar-condicionado, televisão, ferro de passar ou outro
equipamento.

Mantenha portas e janelas fechadas quando estiver em um ambiente


climatizado adequado.

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Troque equipamentos que consomem mais energia por equipamentos


mais eficientes, como: lâmpadas de led e ar-condicionado com Selo
Procel de Economia de Energia.

Diminua o tempo do banho e evite banhos com temperatura de água


muito elevada em chuveiros elétricos se não for necessário.

Não mantenha a porta da geladeira aberta sem necessidade. Há um


consumo maior de energia.

O Selo Procel de Economia de Energia, ou simplesmente Selo Procel,


tem como finalidade ser uma ferramenta simples e eficaz que permite
ao consumidor conhecer, entre os equipamentos e eletrodomésticos à
disposição no mercado, os mais eficientes e que consomem menos
energia.

Produção de energia no Brasil


No Brasil, o setor elétrico é regulado, desde 1997, pela Agência Nacional
de Energia Elétrica (ANEEL), autarquia em regime especial vinculada ao
Ministério de Minas e Energia.

Conheça as principais atribuições da ANEEL.

task_alt Implementar políticas e diretrizes do governo


federal relativas à exploração da energia elétrica e
ao aproveitamento dos potenciais hidráulicos.

task_alt Regular a geração, transmissão, distribuição e


comercialização de energia elétrica.

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task_alt Fiscalizar as concessões, as permissões e os


serviços de energia elétrica.

task_alt Estabelecer tarifas.

task_alt Dirimir as divergências, na esfera administrativa,


entre os agentes e entre esses agentes e os
consumidores.

task_alt Promover as atividades de outorgas, permissão e


autorização de empreendimentos e serviços de
energia elétrica, por delegação do governo federal.

Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE, 2020), o


consumo total de energia elétrica no Brasil, em 2020, foi de 475 TWh,
cerca de 1,4% menor do que em 2019.

Já a produção de energia elétrica atingiu, em 2020, 174,7 GW, sendo


originárias de fonte:

hidrelétrica – 63,8%;

eólica – 9,2%;

biomassa – 9,0%;

gás natural – 8,6%;

nuclear – 2,3%;

carvão – 1,9%;

solar – 1,7%;

derivados de petróleo – 1,4%;

outros – 2,2%.

No processo de produção de energia entre 2019 e 2020, pode-se


destacar o crescimento de 61,1% da geração fotovoltaica (energia solar)
e a redução de 22,1% da geração de eletricidade a partir do uso de
carvão.

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Eficiência energética
Eficiência energética (EE) é o uso racional de energia. Trata-se de gerar a
mesma quantidade de energia com menos recursos naturais.

Atenção!
Atividades que procuram melhorar a utilização e o consumo das fontes
de energia também podem ser consideradas como EE. A eficiência
energética consiste na relação entre a quantidade de energia
empregada em uma atividade e aquela disponibilizada para sua
realização, ou seja, obter o mesmo trabalho com menos energia.

Por utilizar os recursos naturais de forma eficiente (fazer mais com


menos), a busca pela EE pode ser considerada como uma busca por
fontes de energia mais limpa. Além disto, as ações de busca por EE
podem ser relacionadas a melhorias tecnológicas e até a mudanças na
gestão energética.

A eficiência energética é, sem dúvida, a maneira mais efetiva de, ao


mesmo tempo, reduzir os custos e os impactos ambientais locais e
globais.

Iluminação

Vejamos como a EE se relaciona com os conceitos de iluminação e


climatização.

As lâmpadas incandescentes são as que consomem mais


energia, as mais populares, de baixo custo e vida útil de
aproximadamente mil horas. Desde 2015, a comercialização de
lâmpadas incandescentes foi proibida no Brasil. Apenas 5% da
energia fornecida são transformados em energia luminosa; o
restante, 95%, é liberado em forma de calor.

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Já as lâmpadas fluorescentes, quando comparadas com as


incandescentes, são de duas a quatro vezes mais eficientes,
tendo vida útil de 10 a 20 mil horas. Uma lâmpada fluorescente
de 15W gera uma economia de 80%, se comparada a uma
lâmpada incandescente de 60W, mantendo a mesma
luminosidade.

A lâmpada LED, por sua vez, chega a ter vida útil cinquenta vezes
maior do que a incandescente. E o calor que é transferido para o
ambiente é menor – portanto, requer menos energia para a
climatização do ambiente.

Para melhor exemplificar a redução no consumo de energia, podemos


dizer que uma lâmpada tipo LED de 6W tem o mesmo nível de
iluminamento (capacidade de iluminação), quando comparada a uma
lâmpada incandescente de 60W. Ou seja, gera uma economia de 54W
por hora ou reduz em 90% o consumo de energia. Observe a tabela a
seguir, ela compara a potência, o poder de iluminação e a quantidade de
economia de energia entre lâmpada incandescente, lâmpada
fluorescente e LED.

Lâmpada Potência Iluminamento

Incandescente 60 W 600 lm

Fluorescente 15 W 600 lm

LED 6W 600 lm

Tabela: Comparação em relação à economia de energia.


Julio Nichioka.

Curiosidade

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Em 1938, Nikola Tesla criou a lâmpada fluorescente. Em 1962, o norte-
americano Nick Holonyak desenvolveu o primeiro diodo de
luminescência vermelha, que passou a ser produzido e comercializado
como LED (diodo emissor de luz). Em 1995, o japonês Shunji Nakamura
evoluiu a tecnologia LED e criou o LED de luz branca. Atualmente, temos
a tecnologia OLED (LED orgânico), que promete ser a tecnologia
substitutiva das lâmpadas LED no quesito iluminação.

Climatização

A climatização no interior de um espaço residencial, comercial ou


industrial pode ocorrer por sistemas de ar-condicionado, purificação do
ar, aquecimento central ou ventilação. Tem por finalidade deixar o
ambiente com uma temperatura agradável e preservada.

O conforto térmico ambiental e a qualidade do ar interior (renovar o ar


atmosférico e remover umidade, odores, poeiras, bactérias do ar e gases
indesejados) podem ser obtidos a partir de:

Aquecimento (produção de ar quente)

Refrigeração (geração de ar frio)

Ventilação mecânica (obtida por ventiladores ou exaustores)

Ventilação natural (com ar proveniente do exterior)

É fácil concluir que o sistema de climatização que menos consome


energia é o da ventilação natural.

Cada dia que passa, são introduzidos no mercado novas tecnologias,


soluções e sistemas de climatização que proporcionam redução de

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consumo de energia, em percentuais significativos que podem atingir
80% no custo da energia elétrica, bem como na redução dos dispêndios
na manutenção do sistema utilizado.

Recomendação

Sistemas diversos (ar-condicionado, refrigerador, aquecedor) com mais


de quinze anos em operação devem ser substituídos por novos, pois a
redução na conta de luz justifica esse retrofit.

Ações e benefícios da eficiência


energética
As ações de EE se relacionam a melhorias tecnológicas e até a
mudanças na gestão energética, já que reduzem, ao mesmo tempo,
custos e impactos ambientais locais e globais.

Melhoria dos sistemas produtivos

As empresas precisam investir mais na modernização de seus


equipamentos dos processos produtivos. Desenvolver projetos
utilizando energias renováveis e produzindo energia limpa, mas
abastecendo sistemas ultrapassados e ineficientes, que consomem
mais energia, acaba não fazendo sentido. A substituição por
equipamentos mais modernos que apresentem melhor desempenho são
mais eficientes e minimizam os custos com o consumo de energia.

Outra recomendação é realizar a manutenção preventiva de


equipamentos, o que também gera economia na conta de luz, evita
quebras e previne sobrecargas.

Empregar novas tecnologias e inovações à sua organização é condição


essencial para qualquer negócio, visando à otimização e eficácia de
seus processos produtivos.

Análise do custo de energia

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Na análise do custo de energia, principalmente para consumidores que


rebem energia em Alta Tensão (AT), é preciso prestar atenção a detalhes
que muitas vezes podem passar despercebidos, tais como:

Demanda contratada - nos contratos de fornecimento são medidos


dois elementos: demanda e consumo. A depender da tensão de
fornecimento pode-se contratar energia como um conjunto de
tarifas diferentes

Bandeiras pode haver variação do custo de energia em função da


situação dos reservatóriso de geração de energia hidráulica o que
caracteriza as bandeiras. Nas contas de luz, há a distinção de custo
relação às tarifas aplicadas em momentos de bandeira verde,
amarela e vermelha;

As tarifas de consumo e demanda podem também variar em


função do horário em que o consumo é realizado. São os chamados
horário de Ponta (horários de maior de manda de energia pelos
consumidores) e Fora de Ponta (horários de menor demanda de
energia pelos consumidores.

A escolha da estrutura tarifária ideal pode representar economias


de custo de mais de 20% na fatura;

Aplicação de multas.

O monitoramento do Fator de Potência (FP), que dá a relação entre


energia ativa e reativa, também é de grande importância. A empresa que
não monitorar o fator de potência da operação do seu sistema
produtivo, mantendo-o dentro dos limites, pode sofrer prejuízos
financeiros decorrentes das penalidades imputadas, além de
sobrecarregar desnecessariamente as linhas de transmissão de energia.

Saiba mais

Em instalações que consomem muita energia, medição de energia por


setor da instalação permite identificar as causas de desperdícios, adotar
soluções para reverter esse cenário e alcançar maior eficiência
operacional. Esta ação deve ser aplicada em qualquer organização,
principalmente em empreendimentos que demandem grande
quantidade de energia.

A análise do dimensionamento da demanda contratada, por sua vez,


possibilita identificar se o contrato junto à distribuidora está adequado
ou não. Se estiver subdimensionado, a empresa paga o excedente de
contrato e a multa imposta. Em caso de superdimensionamento da
contratação da demanda, paga-se por uma demanda não utilizada,
gerando custos desnecessários à organização.

Maior previsibilidade e assertividade

Conhecer seu consumo real de energia possibilita não só maior controle


das variações das demandas energéticas, decorrentes das alterações
climáticas das estações do ano e das datas festivas, como também
estabelecer mecanismos de controle das despesas mensais do
consumo de energia.

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A maior previsibilidade minimiza as variáveis impactantes à gestão


organizacional, além de possibilitar a compra no Mercado Livre de
Energia, onde é possível investir com maior segurança e menores
custos.

Mercado Livre de Energia


É um ambiente de negócios de livre compra e venda de energia elétrica,
onde uma empresa pode escolher o fornecedor de energia elétrica que
melhor atenda ao seu custo/benefício.

Práticas sustentáveis

As práticas sustentáveis devem ser tratadas e bem estudadas, pois


demonstram a utilização inteligente dos recursos disponíveis no
planeta.

As ações de otimização do consumo e a busca pela EE ajudam a reduzir


o desperdício de energia e minimizam a emissão de CO₂, um dos
poluentes que mais contribuem para o aquecimento global.

Empresas que empregam práticas sustentáveis e investem em energias


renováveis estão sendo referenciadas e tornam-se as preferidas dos
consumidores por mitigarem os impactos ao meio ambiente.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

(Concurso Petrobras - 2015 - Profissional Júnior - Engenharia


Elétrica) A eficiência energética é parte da política estratégica de

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desenvolvimento em diversos países, incluindo o Brasil. Nesse
sentido, a eficiência energética pode ser promovida pela

elevação da capacidade de produção de energia


A elétrica do país para aumento do consumo e da
qualidade de vida da população.

redução do custo do kWh para propiciar a facilitação


B
no acesso à energia elétrica para a população.

política de combate ao consumo de energia por


C meio da conscientização dos males causados por
esse consumo ao meio ambiente.

substituição do trabalho humano por máquinas para


D tornar os processos de fabricação mais eficientes e
menos custosos.

otimização dos processos de transformação, de


transporte e de utilização dos recursos energéticos
E
em toda a sua cadeia para o combate do
desperdício.

Parabéns! A alternativa E está correta.


%0A%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EEfici%C3%AAncia%20energ%C3%A9tica%20significa%20gerar%20a%20mesma%20quantidade%

Questão 2

Uma empresa, que utiliza somente máquinas elétricas em sua


produção, está buscando novas tecnologias a fim de aumentar o
rendimento energético, durante a sua jornada produtiva. Com essa
nova tecnologia, a empresa espera possuir um rendimento de
aproveitamento 6% superior ao rendimento energético do ano
anterior. Além de consumir menos energia e baratear sua conta de
luz, a empresa estará

A reduzindo o impacto ambiental.

B reduzindo a emissão de CO2.

C reduzindo a emissão de radiação infravermelha.

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investindo em redução de ruído do maquinário.

E investindo em energias renováveis.

Parabéns! A alternativa A está correta.


%0A%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EAo%20investir%20em%20m%C3%A1quinas%20de%20melhor%20efici%C3%AAncia%20energ%C
se%20de%20que%20a%20energia%20n%C3%A3o%20se%20cria%2C%20nem%20se%20perde.%20Energia%20s

2 - A demanda global por energia e as crises


Ao final deste módulo, você será capaz de descrever as crises energéticas e seus
desdobramentos.

video_library
A crise energética
Neste vídeo, falaremos sobre a questão energética no futuro. Confira!

Contextualização
Ao longo da história da evolução, há uma trajetória de demandas
crescentes sobre os recursos naturais, principalmente decorrentes do
crescimento vegetativo da população mundial, requerendo cada vez
mais recursos naturais e energéticos. Mais de metade da superfície
terrestre e sua produtividade já é utilizada.

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Segundo a ONU (2018), a demanda global por água


aumenta cerca de 1% ao ano. Quase metade da
população do planeta, cerca de 3,6 bilhões de pessoas,
convive com a falta d’água durante pelo menos um
mês por ano. Até 2050, esse número pode atingir de
4,8 a 5,7 bilhões de habitantes.

Sabe-se também que 75% de todos os desastres naturais – enchentes,


secas, incêndios florestais e furacões – entre 2001 e 2018 foram
relacionados à água, seja por excesso, seja por falta. A água impacta os
ecossistemas, as mudanças climáticas, o modo de vida e o bem-estar
das sociedades, além de expor milhões de pessoas à fome, a doenças, à
pobreza e à falta de energia.

Se considerarmos a Revolução Industrial o marco inicial do processo de


industrialização da sociedade humana, houve um crescimento
exponencial da utilização de energia. A fonte geradora principal usada
foi a dos combustíveis fósseis – petróleo, gás natural e carvão, que
alteraram a atmosfera terrestre, trazendo sérias consequências
ambientais decorrentes de sua utilização.

Comentário
Um dos grandes marcos de referência na história da humanidade é o
processo de geração de energia, que pode ser obtida através de
diversos processos distintos, tais como: o refino do petróleo, a
hidroelétrica, biocombustíveis, a nuclear e as energias verdes (solar,
eólica, entre outras). O processo de geração de energia é tido como
limitante e um forte entrave para o desenvolvimento socioeconômico
mundial.

Crise energética mundial


A crise energética ilustra bem a situação de forte transformação social
da história, pois foi um fenômeno novo para a economia mundial,
diferenciando essa crise econômica das anteriores.

De 1928 até o primeiro choque do petróleo, os Estados Unidos


desempenharam o papel de líder da produção mundial de petróleo. As
“sete irmãs” estabeleciam o preço na comercialização internacional do
petróleo em função do preço do barril marginal nos Estados Unidos,
mantendo-o baixo e estável. O petróleo, portanto, se tornou a principal
fonte energética para expansão industrial a partir de meados dos anos
1950.

Em setembro de 1960, pelo descontentamento dos produtores de


petróleo em razão dos baixos valores atribuídos ao barril de petróleo, o
Irã, o Iraque, o Kuwait, a Arábia Saudita e a Venezuela fundaram a
Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo, a OPEP.

"Sete irmãs"

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Cinco companhias produtoras de petróleo norte-americanas (Texaco,


Exxon, Mobil Oil, Gulf Oil e Standard Oil), uma inglesa (British Petroleum) e
uma anglo-holandesa (Shell).

OPEP
A OPEP foi idealizada na Venezuela, no fim da década de 1940. Contudo, a
participação da país só ocorreu a partir da década de 1970.

A crise energética mundial teve seu epicentro no Oriente Médio, em


1973, quando a OPEP, liderada pela Arábia Saudita, proclama o embargo
do petróleo e assume o aumento do preço do petróleo, de US$ 3 para
algo em torno de US$ 12 o barril. O embargo tinha como alvo as nações
que apoiaram Israel durante a Guerra do Yom Kippur Estados Unidos,
Canadá, Holanda, Reino Unido e Japão) e causou uma crise com muitos
efeitos de curto e longo prazo na política e na economia global.

A crise econômica de 1973 foi impulsionada pela crise energética,


marcando o fim do período de crescimento rápido e barato.

Atenção!
A crise energética não pode ser analisada fora do contexto mundial de
recessão econômica que se sucedeu, em que alguns países
importadores de petróleo não realizaram seus ajustes estruturais e
sofreram com maiores consequências, enquanto outros realizaram seus
ajustes. Uma recessão mais profunda, afetando os países em
desenvolvimento, acabou ocorrendo com o segundo choque do petróleo,
em 1979, e requereu uma radical transformação da estrutura de
abastecimento e consumo de petróleo dos países importadores de
petróleo.

A OPEP, que vendia o barril por US$ 14 em 1978, elevou para US$ 28 o
óleo arabian light, enquanto o óleo cru argelino e o iraniano passaram de
US$ 35 para 38 o barril.

Em setembro de 1980, Irã e Iraque entraram em guerra, o que fez com os


dois países reduzissem ou interrompessem a produção de petróleo.
Assim, os preços no mercado spot dispararam.

Os países industrializados optaram pela política de substituição do


petróleo por outras formas de energia mais baratas ou de racionalização
do uso da energia. Apesar dessas políticas serem sensivelmente
fomentadas a partir do segundo choque do petróleo, observou-se uma

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elevação generalizada dos preços das fontes de energia que competiam
com o petróleo.

Mercado spot
Mercado de negociação de ativos financeiros, para entrega imediata.

A energia nuclear constituiu uma enorme esperança,


nos anos 1980, para a sociedade industrial, graças aos
extensos recursos naturais para a sua produção.
Entretanto, tornou-se um pesadelo para as populações
dos países desenvolvidos, pelos perigos de destruição
e da propagação da radioatividade. Em nível
econômico, o custo do kilowatt nuclear não parou de
subir durante todo o período que sucedeu o primeiro
choque do petróleo.

Entre 2003 e 2007, a alta dos preços do petróleo foi progressiva e forte,
e o preço do barril de petróleo subiu de US$ 40 para US$ 90. Em julho de
2008, ocorreu uma alta que atingiu o ápice de US$ 147, resultado de
problemas enfrentados pelos países exportadores e da relação entre
oferta e demanda.

Posteriormente, o preço despencou para menos de US$ 40 o barril. Os


analistas acreditam que a queda ocorreu por causa da crise financeira
global. Como há menor demanda, o preço do produto diminui.

Crise energética brasileira


O choque do petróleo penalizou as economias em fase de expansão
industrial e que dependiam do petróleo para o consumo interno.

Na época da primeira crise do petróleo, em 1973, o Brasil foi fortemente


afetado, pois era muito dependente de energias fósseis e grande
importador de petróleo, apesar de dispor de muitos recursos naturais
que abasteciam as indústrias.

Comentário

O abastecimento energético desde os primórdios da industrialização no


Brasil baseou-se na hidroeletricidade e em parte da biomassa, por
dispor de abundantes recursos renováveis no país. O setor industrial e
rodoviário era e ainda é muito dependente das importações do petróleo,
dos combustíveis fósseis e do carvão mineral. Mesmo com a criação da
Petrobras em 1954, foi preciso importar petróleo para atender às
necessidades nacionais.

Podemos declarar que, quando ocorreu a grande expansão econômica


proporcionada pelo processo de industrialização – o “milagre
econômico”, de 1967 a 1973 –, ficou evidenciada a dependência externa
em relação ao petróleo. Inclusive foi largamente incentivada a opção do

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transporte rodoviário aos outros meios de transporte – ferroviário e
marítimo.

Com vistas a reduzir a dependência da importação, o Brasil fomentou


pesquisas para explorar petróleo em águas profundas, criou usinas
hidrelétricas e nucleares e deu início a pesquisas de combustíveis
renováveis.

Com vistas a reduzir a dependência da importação, o Brasil fomentou


pesquisas para explorar petróleo em águas profundas, criou usinas
hidrelétricas e nucleares e deu início a pesquisas de combustíveis
renováveis.

Em 2001, devido à estiagem e ao baixo nível dos reservatórios das


usinas hidrelétricas – que supriam 90% da demanda nacional –, ocorreu
a maior crise energética brasileira da história, ocasionando apagões e
faltas frequentes de energia em várias regiões.

Como fatores que amplificaram a crise, podem ser citadas a deficiência


de planejamento no setor elétrico e a insuficiência de investimentos em
geração e distribuição de energia, já que não favoreceram o crescimento
significativo da produção de energia no país. Naquele ano, o governo
federal estabeleceu o racionamento com redução obrigatória de 20% no
consumo de energia elétrica, sob ameaça de multa e corte no
fornecimento.

Para atender a essa deficiência energética devido à falta de chuva e dos


baixos níveis de água dos reservatórios, foram ativadas usinas
termoelétricas movidas a carvão, óleo e gás. Mesmo com esse reforço,
ainda tivemos produção insuficiente. Além disso, a necessidade de

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importar matéria-prima para gerar a energia nessas usinas elevou o
custo de manutenção, que foi repassado aos bolsos dos consumidores
de energia.

Em 2014 e 2015, novamente passamos por uma turbulência energética,


uma das crises mais graves das últimas décadas, devido a problemas
no processo de planejamento, descasamento entre o preço e o custo de
geração, de regulação, da distribuição da energia e, principalmente, do
cenário climático desfavorável. As consequências não foram mais
graves, já que houve uma redução no consumo da população brasileira.

Em julho de 2021, os analistas estimaram que o nível dos reservatórios


das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste poderia chegar a
10,3% de sua capacidade em novembro – o nível mensal mais baixo
para os reservatórios em vinte anos. Como mecanismo de desestímulo
do consumo, a Aneel estabeleceu a bandeira vermelha, aumentando em
até 60% as contas de luz. Na época, houve a preocupação de os níveis
dos reservatórios chegarem a 7,5%, o que causaria colapsos e falhas de
fornecimento no sistema de geração de energia.

Aproveitamento energético
A habilidade para produzir, utilizar e converter formas de energia foi
essencial para a sobrevivência e prosperidade da humanidade, desde os
tempos remotos.

A disponibilidade de energia e o conforto ambiental


tornaram-se aspectos relevantes para o bem-estar e o
desenvolvimento de um país. Com a taxa de
crescimento populacional da Terra em 1,13% ao ano e
a demanda de produtos e serviços cada dia maior,
busca-se um melhor aproveitamento de fontes de
energia para suprir o crescente consumo energético
mundial.

Há algumas décadas, considerava-se ser mais favorável a produção em


grandes plantas, de maneira a reduzir perdas e mitigar o impacto
ambiental, além de incrementar a confiabilidade, disponibilidade e
lucratividade. Atualmente, percebe-se que é mais satisfatório que a
geração de energia venha a ocorrer de maneira distribuída, ou seja, para
consumo quase imediato.

Outros pontos a se considerar são a disponibilidade local, a viabilidade


econômica e questões ambientais e culturais para a recomendação de
determinado aproveitamento energético para o suprimento da demanda.
Esses fatores, aliados à utilização direta da fonte de energia, sem a
necessidade de conversão em outra forma, contribuem diretamente
para o incremento da eficiência e dos benefícios obtidos a partir do
aproveitamento energético.

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A produção de energia pode ser obtida a partir de diversas fontes:

Energia hidráulica, eólica e solar fotovoltaica;

Aaquecimento por irradiação solar;

Hidrocarbonetos obtidos a partir da biomassa;

Eletroquímica.

Essas energias têm características sustentáveis e renováveis, podendo


ser utilizadas por indústrias, áreas comerciais e residenciais, meios de
transporte e em várias outras áreas de interesse.

A integração de diferentes tipos de aproveitamento de energia pode


favorecer a complementaridade entre elas – a hidráulica, a eólica, a
solar e a fotovoltaica –, melhorando a disponibilidade, robustez e
confiabilidade do sistema de energia.

Atenção!

Devemos conscientizar o mercado consumidor para que opte por


serviços, produtos e processos que tenham compromisso de
preservação do meio ambiente e de não desperdício do insumo de
energia elétrica e de seu uso eficiente.

Petróleo: um recurso crítico


Apesar de a Petrobras declarar ter alcançado a autossuficiência na
produção de petróleo em 2006, as refinarias instaladas ainda não têm
capacidade de suprir a demanda de determinados combustíveis,
necessitando importar petróleo do exterior. As novas descobertas de
imensas jazidas de óleo e gás natural e as ótimas projeções de
produção, associadas às ações de governança corporativa e de
sustentabilidade, transformaram-na numa das mais valiosas empresas
do mundo em valor de mercado.

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De acordo com o Ministério Público Federal (2021), em 2004, com a


deflagração das investigações do esquema de corrupção na Petrobras,
de quatro empreiteiras e diversos envolvidos – operação Lava-Jato –,
descobriu-se que doleiros repassavam propinas e subornos aos altos
executivos da estatal, desviando bilhões de dólares dos cofres da
Petrobras para que empreiteiras seletas pudessem assumir as obras da
estatal. Esse esquema causou a desaceleração do desenvolvimento da
Petrobras e do setor petrolífero, acarretando redução da produção e
exploração do recurso energético do país.

A exploração das reservas de petróleo do pré-sal requer altos


investimentos e pode aumentar a produção, gerar mais riquezas para o
país e dar suporte ao nosso processo de desenvolvimento
socioeconômico nas próximas décadas. O período existente entre o
início dos investimentos e o início da extração do óleo é de
aproximadamente 10 anos.

Questão energética no futuro


O grande desafio do século XXI é conseguir um futuro de energia
sustentável.

Os padrões atuais de produção estão mais focados nos combustíveis


fósseis, que emitem gás carbônico e contribuem para o efeito estufa,
alterando o clima global.

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Esse grande inconveniente exige soluções globais. Ações de pesquisa e
desenvolvimento (P&D) em engenharia da energia, através da inexorável
otimização das tecnologias mais promissoras, podem apresentar
soluções positivas para o planeta.

Atualmente, estão sendo alinhavados acordos de P&D com programas e


ações conjuntas, envolvendo diversos países, e explorados
paralelamente, visando obter melhores caminhos e resultados com
medidas de desempenho real, e avaliações e resultados ampla e
detalhadamente relatados, abertos para revisão e adaptação.

Esforços intensivos na participação de um amplo número de


instituições – governos, corporações e organizações multinacionais,
organizações sem fins lucrativos, da mídia e de instituições
educacionais para a capacitação de expertise e desenvolvimento de
habilidades dos indivíduos para produção de recursos energéticos –
estão em jogo em prol da melhoria dos processos.

Espera-se por maiores esforços conjuntos para melhorar a eficiência


energética e reduzir as emissões de carbono na maior parte dos países
do planeta – como “capturar” e “sequestrar” carbono de combustíveis
fósseis, especialmente do carvão, através do desenvolvimento de novas
tecnologias.

Atenção!

A substituição de petróleo, gás natural e carvão mineral por fontes de


energia renovável nos próximos anos deve ser acelerada de forma
ambientalmente responsável e socioeconomicamente compatível com o
modo de vida das pessoas mais pobres deste planeta, que vivem
principalmente em países em desenvolvimento.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Deseja-se instalar uma estação de geração de energia elétrica em


um município localizado no interior de um pequeno vale cercado de
altas montanhas de difícil acesso. A cidade é cruzada por um rio,
que é fonte de água para consumo, irrigação das lavouras de
subsistência e pesca. Na região, que possui pequena extensão
territorial, a incidência solar é alta o ano todo. A estação em
questão irá abastecer apenas o município apresentado. Qual forma

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de obtenção de energia, entre as apresentadas, é a mais indicada
para ser implantada nesse município de modo a causar o menor
impacto ambiental?

Termoelétrica, pois é possível utilizar a água do rio


A
no sistema de refrigeração.

Eólica, pois a geografia do local é própria para a


B
captação desse tipo de energia.

Nuclear, pois o modo de resfriamento de seus


C
sistemas não afetaria a população.

Fotovoltaica, pois é possível aproveitar a energia


D
solar que chega à superfície do local.

Hidrelétrica, pois o rio que corta o município é


E
suficiente para abastecer a usina construída.

Parabéns! A alternativa D está correta.


%0A%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EFotovoltaica%2C%20pois%20%C3%A9%20poss%C3%ADvel%20aproveitar%20a%20energia%20s

Questão 2

Em usinas hidrelétricas, a queda d’água move turbinas que acionam


geradores. Em usinas eólicas, os geradores são acionados por
hélices movidas pelo vento. Na conversão direta solar-elétrica são
células fotovoltaicas que produzem tensão elétrica. Além de todos
produzirem eletricidade, o que esses processos têm em comum?

A Não provocarem impacto ambiental.

B Independem de condições climáticas.

C A energia gerada poder ser armazenada.

D Utilizam fontes de energia renováveis.

E Dependem das reservas de combustíveis fósseis.

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Parabéns! A alternativa D está correta.


%0A%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EAl%C3%A9m%20de%20todos%20produzirem%20eletricidade%2C%20esses%20processos%20t%

3 - Processos de produção e o uso da energia


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os processos de produção e o uso da
energia.

video_library
Energia e desenvolvimento social
Assista ao vídeo a seguir, vamos refletir sobre a relação entre a energia
e os estilos de vida.

Energia e desenvolvimento
É certo que o desenvolvimento econômico e social tende a criar
demanda por mais energia. Contudo, a aspiração ao desenvolvimento
da maior parte da população mundial só poderá ser realizada se houver
um aumento notável na eficiência do uso de energia e na criação de
novas fontes de energia que sejam sustentáveis.

Mesmo com mais de 2,5 bilhões de habitantes sem acesso aos serviços
básicos de energia, é desejável que os países mais desenvolvidos

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passem a apoiar um desdobramento mais equitativo e sustentável,
melhorando a qualidade de vida da humanidade.

Energia é um ingrediente essencial


para o desenvolvimento, que é uma
das aspirações fundamentais da
população dos países da América
Latina, Ásia e África. O consumo de
energia per capita pode ser usado
como um indicador da importância
dos problemas que afetam estes
países, onde se encontram 70% da
população mundial.

(GOLDEMBERG, 1998)

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é considerado um dos


melhores para avaliar o bem-estar da população de uma região,
utilizando três componentes com pesos iguais: renda, educação e
expectativa de vida.

Ao compararmos o desenvolvimento através do ranking do IDH de 2019


da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado em 2020, pode-se
constatar quais são os três países com os maiores índices no mundo e
os três com menores índices:

Maiores e menores índices no ranking do IDH de 2019 da ONU.

A faixa mais elevada do IDH é a acima de 0,800, onde se situam os


países mais desenvolvidos (muito altos); entre 0,700 e 0,800, estão os

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desenvolvidos (como altos); entre 0,550 e 0,700, como médios; e
estimativas abaixo de 0,550, como países subdesenvolvidos (baixos).

Vejamos a seguir a renda nacional bruta/per capita correspondente a


cada classe de países, de acordo com a classificação do Banco Mundial
(2020).

attach_money Alta renda

≥ US$ 12.375

attach_money Média alta

US$ 3.996 – US$ 12.375

attach_money Renda média

US$ 1.026 – US$ 3.995

attach_money Renda baixa

≤ US$ 1.026

A utilização de energia nos padrões atuais, em bases fisicamente


insustentáveis, está impactando prejudicialmente a Terra e a sua
população. Esse impacto causado pela mudança climática decorrente
da emissão de gases do efeito estufa gera prejuízos incalculáveis e
desastrosos, que podem ser constatados pelos diversos cataclismas
que vêm ocorrendo com cada vez mais frequência nos últimos anos,
como tsunamis, tufões, furações, inundações, secas etc.

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Os custos crescentes da energia e da competição pelos recursos
energéticos distribuídos irregularmente são amplificadores dos riscos à
segurança energética nacional e global. Outro aspecto a ser
considerado é que, até o presente, não foram identificadas fontes
energéticas que possam substituir o petróleo, o gás natural e o carvão
em relação a custos, à densidade energética e à transportabilidade e
que apresentem características favoráveis para o uso na indústria, nos
transportes e na agricultura.

Consumo e produção de energia


Enquanto nos países desenvolvidos o consumo de eletricidade chega a
10.000 kWh por pessoa, nos países em desenvolvimento é menor do
que 2mil kWh por pessoa. A maior parte da população mundial vive em
países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos e que, no mínimo, 2,5
bilhões de pessoas não dispõem de serviços de energia.

A importância da energia no desenvolvimento pode ser demonstrada


como uma função do consumo de energia/capita ( tep/capita), que
reflete em quatro indicadores sociais:

Taxa de analfabetismo;

Mortalidade infantil;

Expectativa de vida;

Taxa de fertilidade total.

Desde o final do século XX, estudiosos passaram a utilizar o consumo


de energia/per capita como medida do desenvolvimento. Para efeito
comparativo, vejamos a renda nacional bruta (RNB) e o consumo de
energia do Brasil, da Noruega e da Islândia, em 2020.

TEP
A tonelada equivalente de petróleo (tep) é uma unidade de energia utilizada
para expressar de forma unificada, a quantidade de energia presente em
fontes de energia diversas, que normalmente são mensuradas em outras
unidades (m3, litros, toneladas, etc.).

Brasil
RNB/per capita: US$ 7.850 (71º lugar no ranking mundial) tep/per capita:
2,405kWh (99º lugar no ranking mundial).

Noruega
RNB/per capita: US$ 78.250 (3º lugar no ranking mundial) tep/per capita:
22,351 (2º lugar no ranking mundial).

Islândia
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RNB/per capita: US$ 72.930 (4º lugar no ranking mundial) tep/per capita:
50,409 (1º lugar no ranking mundial).

De acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN) 2021, ao comparar


as emissões de CO2 em 2020, ao produzir e consumir energia, podemos

constatar que o brasileiro emitiu 1,9t CO2-eq/habitante, enquanto

europeus e chineses lançaram três vezes mais, e o norte-americano


atingiu um valor sete vezes maior (EPE, 2021b).

Para cada tep, o Brasil emite o correspondente a 47% das


emissões da China, a 64% dos Estados Unidos e a 72% da
União Europeia.

Nos países subdesenvolvidos, onde o consumo de energia/per capita é


inferior a 1 tep/ per capita por ano, as taxas de analfabetismo,
mortalidade infantil e fertilidade total são altas, enquanto a expectativa
de vida é baixa. Ultrapassar a barreira 1 tep/ per capita sinaliza uma
caminhada em relação ao desenvolvimento; elevar para valores acima
de 2 tep/ per capita ou mais significa que as condições sociais podem
melhorar consideravelmente e passam a ser caracterizadas como de
países em desenvolvimento. O consumo médio per capita nos países
industrializados da União Europeia é de 3,22 tep/ per capita e a média
mundial, de 1,66 tep/ per capita.

Energia e meio ambiente


As causas naturais geram mudanças contínuas no meio ambiente,
sobre as quais não temos nenhum ou muito pouco controle, e afetam o
meio ambiente, como incêndios espontâneos em florestas, erupções
vulcânicas, terremotos, tufões e inundações.

Já as mudanças causadas pela ação do homem (antropogênicas)


passaram a ser mais observadas e pesquisadas após a assinatura do
Protocolo de Kyoto.

No século passado, as nações desenvolvidas alcançaram sua condição


de grande progresso à custa do uso intensivo de combustíveis fósseis.
Essa prática permaneceu, mas com a estratégia de transferir sua
produção com base energética decorrente de fontes poluidoras e não
renováveis para os países em desenvolvimento, de modo que a poluição
provocada não ocorre em seu território. Assim, a transferência das
chaminés aumenta a emissão dos gases do efeito estufa e gera as
mudanças climáticas, que podem acarretar cataclismas, além de a
manufatura exaurir os recursos naturais e, muitas vezes, criar grandes
impactos ambientais.

No Brasil, a maior parte da energia elétrica consumida é produzida por


usinas hidrelétricas e necessita de grandes barragens.

Protocolo de Kyoto

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Pacto realizado durante a III Conferência das Partes da Convenção das


Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Kyoto (Japão), no ano de
1997. Os países signatários assumiram o compromisso de controlar e
reduzir a emissão de gases efeito estufa, em 5,2%, em relação aos índices
de 1990, além de fomentar mais ações voltadas para a preservação do
meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.

Com o aumento do consumo de energia elétrica da população


e, assim, a necessidade de produzir cada vez mais, precisamos
represar mais rios, inundar mais áreas e migrar comunidades.
Isso tudo acaba por alterar o clima, em decorrência do
aumento das superfícies de evaporação e da redução das
florestas, impactando o meio ambiente e a vida de milhões de
pessoas.

Há a necessidade de ocorrer, o quanto antes, uma mudança


das práticas poluidoras e buscar o uso mais adequado e
racional da energia, incentivando a produção de energias
renováveis e mais limpas.

É preciso que os novos padrões de desenvolvimento econômico não


comprometam o meio ambiente local e global, direcionando-se para o
desenvolvimento sustentável.

Energia e estilos de vida


O grande desafio do Brasil e do mundo é gerar energia suficiente para o
conforto pessoal e urbano com menor impacto ambiental.

Diariamente, as pessoas necessitam acender luzes, se movimentar em


elevadores ou escadas rolantes, de climatização de ambientes (ar-
condicionado ou aquecedores), utilizar eletrodomésticos,
computadores, liquidificadores, lavar e secar roupas em máquinas,
tomar banhos em chuveiros elétricos etc. Quando desejam dispor de
lazer, gostam de ouvir música, ver ou ouvir notícias no celular ou no

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rádio, assistir a programas ou filmes na TV, ir ao cinema, teatro ou
parque de diversões, entre outros. E tudo isso requer energia, direta ou
indiretamente.

Na busca de soluções para os impactos gerados pela poluição


ambiental, o poder público e a iniciativa privada têm sido pressionados
pela sociedade civil e o meio científico para mitigar o aquecimento
global, a degradação do meio ambiente e, por exemplo, as doenças
respiratórias ocasionadas por essas mudanças.

É importante utilizar mais transporte coletivo, se movimentar de


bicicleta, caminhar mais a pé e oferecer carona solidária, sempre que
possível; isso tudo ajuda a reduzir a pegada ecológica.

Caronas solidária
As caronas solidárias possibilitam a circulação de menos veículos nas ruas.
Assim, reduzem congestionamentos e minimizam as emissões de gases do
efeito estufa.

Atenção!

A conscientização de que sustentabilidade envolve três aspectos –


social, econômico e ambiental – requer que mais práticas sustentáveis
sejam implementadas e que cada cidadão tenha atitudes e
responsabilidades que ajudem a melhorar a condição de vida da
população mundial.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

(Adaptado de UnB-DF) Considerada uma questão estratégica para


as atividades econômicas de qualquer país, a energia está sendo
atualmente focalizada em conjunto com o problema dos impactos
ambientais desde a fase de exploração até a de consumo. Com
referência às inter-relações existentes do aproveitamento dos
recursos energéticos com a questão ambiental, analise as
afirmativas a seguir.

I. A maior parte da energia primária consumida no Brasil é


proveniente de fontes renováveis.

II. O brasileiro emitiu 1,9 t CO2-eq/habitante, enquanto europeus e

chineses lançaram três vezes mais, e os norte-americanos

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atingiram um valor sete vezes maior.

III. O único resíduo proveniente da queima de combustíveis


fósseis nocivo ao ambiente é o dióxido de carbono.

A seguir, assinale a alternativa correta.

A II, apenas

B I, apenas

C I e II

D Todas

E II e III

Parabéns! A alternativa C está correta.


%0A%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EAs%20afirmativas%20I%20e%20II%20est%C3%A3o%20corretas%2C%20enquanto%20a%20III%2

Questão 2

“Águas de março definem se falta luz este ano” foi o título de uma
reportagem em jornal de circulação nacional, pouco antes do início
do racionamento do consumo de energia elétrica, em 2001. No
Brasil, a relação entre a produção de eletricidade e a utilização de
recursos hídricos, estabelecida nessa manchete, se justifica por
qual motivo?

A geração de eletricidade nas usinas hidrelétricas


A exige a manutenção de um dado fluxo de água nas
barragens.

O sistema de tratamento da água e sua distribuição


B
consomem grande quantidade de energia elétrica.

A geração de eletricidade nas usinas termelétricas


C
utiliza grande volume de água para refrigeração.

O consumo de água e de energia elétrica pela


D
indústria compete com o da agricultura.

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26/01/2024, 06:23 A energia e a História
E É grande o uso de chuveiros elétricos, cuja operação
implica abundante consumo de água.

Parabéns! A alternativa A está correta.


%0A%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3ENo%20Brasil%2C%20a%20rela%C3%A7%C3%A3o%20entre%20a%20produ%C3%A7%C3%A3o%2

4 - As políticas públicas de energia


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer as políticas públicas de eficiência
energética no Brasil.

video_library
As políticas públicas de eficiência
energética no Brasil
Confira este vídeo, falaremos sobre a relação entre estado e energia.

Relação entre Estado e energia


Usar racionalmente a energia, otimizar o uso de energia pela sociedade
e minimizar os impactos ambientais são alguns dos desafios
enfrentados por diversos países para suprir a demanda crescente de
energia e prover recursos energéticos para atender o crescimento
econômico.

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26/01/2024, 06:23 A energia e a História

O Estado deve conhecer e analisar os diversos


aspectos da vida da sociedade para criar mecanismos
que promovam e solucionem os problemas sociais.

Pode-se concluir que as políticas públicas estão diretamente


associadas a questões políticas, do direito, econômicas, sociais e
governamentais que mediam a relação entre Estado e sociedade.

A gestão das políticas públicas tem estreita relação entre a capacidade


técnica dos servidores públicos e do orçamento público disponibilizado.
O sucesso de uma política pública, em relação ao problema identificado,
deve ser associado aos mecanismos de avaliação, monitoramento e
ação corretiva implementados por partes dos gestores públicos e da
sociedade civil.

Saiba mais

O termo "políticas públicas" foi introduzido pelo cientista norte-


americano Harold Laswell.

Conservação de energia e eficiência


energética
Vários países do mundo estão empregando instrumentos de incentivo à
conservação de energia para reduzir o consumo de energia e as
emissões de gases de efeito estufa. Como exemplo podemos citar os
Estados Unidos, que aprovaram as primeiras normas de EE na década
de 1970, após a primeira crise de petróleo.

Nessa mesma época, a União Europeia também começou a formular


seus mecanismos, ao estabelecer para os países-membros metas de
redução da demanda de energia e de emissão de poluentes.

As medidas de racionalização e eficiência energética, implementadas


nos anos 1970, ajudaram a minimizar o consumo de energia em 49%
nos países desenvolvidos.

Como no Brasil o consumo de energia per capita ainda é muito pequeno


quando comparado aos países desenvolvidos, é indispensável que o

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consumo de energia cresça para promover o desenvolvimento e
também a implementação de medidas de eficiência energética mais
efetivas, além da utilização de tecnologias mais efetivas.

O conceito de conservação de eletricidade reduz o


consumo e posterga a necessidade de investimentos
em expansão da capacidade instalada, sem
comprometer a qualidade dos serviços prestados aos
usuários finais. Além disso, a conservação diminui a
necessidade de subsídios governamentais para a
produção de energia.

Dois programas para a promoção da conservação da energia e


racionalização do seu uso estão em vigor no Brasil. São voltados para a
disseminação de informações e a conscientização da população para a
importância do uso mais eficiente de energia.

Procel CONPET

O Programa Nacional de Programa Nacional de


Conservação de Energia Racionalização do Uso
Elétrica (Procel) foi dos Derivados do
criado em 1985, Petróleo e do Gás
coordenado pela Natural (CONPET) foi
Eletrobras. Promove o criado em 1991,
uso eficiente da energia coordenado pela
elétrica e combate o Petrobras. Tem como
seu desperdício. As close objetivo promover o
ações principais estão desenvolvimento de
relacionadas à: uma cultura contrária ao
educação, etiquetagem, desperdício no uso dos
gestão energética recursos naturais não
municipal, iluminação renováveis no Brasil.
pública, gestão de
eletricidade na indústria
e em edificações, e
saneamento ambiental.

Apesar de a indústria ser o principal consumidor de energia no país e


apresentar um enorme potencial para a expansão de medidas de EE,
faz-se necessário mencionar que o principal foco desses programas e
financiamentos disponíveis no país estão muito direcionados ao setor
residencial.

A gestão dos programas de políticas de EE implantados revela-se


truncada e pouco eficaz para o desenvolvimento de iniciativas mais
abrangentes e efetivas. Eles envolvem mais de uma dezena de
instituições, exigindo bastante interação em suas ações.

Comentário
Apesar da preocupação do Brasil em promover a eficiência energética,
os avanços obtidos em comparação ao resto do mundo ainda são bem

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modestos, demonstrando que ainda há um longo caminha a trilhar para
se atingir níveis ótimos no uso da energia. Em 2018, o Conselho
Americano para uma Economia Energeticamente Eficiente (ACEEE)
avaliou o Brasil na 20ª posição num ranking de 25 países em relação às
suas políticas e a seu empenho para promoção da EE.

Sem sombra de dúvidas, na área de conservação de energia e de EE


ainda há muito a ser feito em relação à atuação governamental,
principalmente quanto à criação de mecanismos legais de incentivo à
eficiência energética e à geração descentralizada de energia por fontes
renováveis.

Uma grande deficiência a ser corrigida é a necessidade de ampliar os


conhecimentos sobre conservação de energia e de EE nas escolas e
comunidades sobre o combate ao desperdício de energia, de modo que
o conhecimento compartilhado na sala de aula possa ser repassado à
população.

No processo de formação profissional de engenheiros, arquitetos e


técnicos no país faz-se necessário o aprofundamento nos conceitos
teóricos e práticos da conservação de energia e de EE, assim como
consolidar a rede de laboratórios de pesquisa e de certificação.

Desenvolvimento econômico em
países emergentes
As pesquisas revelam que o consumo de energia e a demanda de maior
intensidade energética aumentam com o desenvolvimento econômico
dos países emergentes em geral, tais como Brasil, Rússia e Coreia do
Sul. Isso pode ser explicado pela transformação da economia primária
para o setor industrial e de serviços. Simultaneamente, ocorrem a
melhoria na qualidade de vida das famílias, o aumento do consumo de
bens duráveis e de capital e o desejo de mais atividades de lazer.

Os acenos na direção do desenvolvimento sustentável podem ser


constatados com a gradativa redução de suas intensidades energéticas
e a melhoria do desempenho do produto interno bruto (PIB) do país.

A introdução de inovação tecnológica no aprimoramento dos processos,


na eficiência na utilização dos insumos e na conscientização dos
gestores é a tônica para a sustentabilidade.

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Esse período de transição pode ser encurtado com a consolidação do


setor industrial e de serviços (transportes, comércio etc.), trabalhando
com maior afinco na eficiência energética e na utilização de fontes de
energias renováveis.

A intensidade energética do Brasil concentrada em fontes renováveis de


energia vem se mantendo baixa, com altas eventuais leves, por conta do
aumento do consumo das famílias.

A China é uma economia de uso intensivo de recursos energéticos,


majoritariamente a base de carvão e outros combustíveis fósseis. Gera,
dessa forma, grandes emissões de CO₂ (dióxido de carbono), mesmo
com o mercado internacional exigindo de seu setor manufatureiro
dedicação em práticas de eficiência de energia em seus produtos.

Devido à crescente pressão mundial por redução das emissões de


gases de efeito estufa, bem como pela busca da eficiência no uso de
recursos no setor de bens e serviços, os países emergentes devem
seguir o padrão internacional de EE.

Plano Nacional de Energia 2050


O Plano Nacional de Energia 2050 (PNE 2050) preconiza que sairemos
de uma posição de importador de energia para ofertante líquido,
necessitando administrar bem a abundância de recursos energéticos,
conjugando a expansão da oferta de energia decorrente de ampla gama
de fontes de energia – com parcela significativa de recursos renováveis,
a diminuição da emissão de gases de efeito estufa e a redução do custo
da energia para os consumidores.

As energias produzidas por fontes renováveis corresponderão a


45%-50% da matriz energética brasileira em 2050. Essas mesmas fontes
renováveis contribuirão com 80%-85% na geração de energia elétrica.

O PNE/EPE mostra que até 2050 teremos um potencial energético de


quase 280 bilhões de tep, sendo que os recursos não renováveis
corresponderão a 21,5 bilhões de tep e um potencial anual de 7,4
bilhões de tep de recursos renováveis ao longo de 35 anos. Ou seja,
“a demanda de energia cresce de 300 milhões de tep para cerca de
600 milhões de tep e, ao longo de 35 anos, essa trajetória representa

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uma demanda de energia total acumulada do período equivalente a
pouco menos de 15 bilhões de tep” (EPE, 2020b).

Plano Nacional de Energia 2050


Documento publicado pela Empresa de Planejamento Energético (EPE),
descreve um conjunto de estudos e diretrizes que delineia a estratégia de
longo prazo para o setor energético brasileiro e pode auxiliar os tomadores
de decisão, num ambiente de muitas complexidades, incertezas, variáveis e
eventos raros, inesperados e de grande magnitude.

A estratégia se utiliza de cenários para discutir como maximizar os


benefícios da atual transição para o Brasil e prevenir arrependimentos, e
se pauta em quatro grandes objetivos:

Segurança energética.

Retorno adequado aos investimentos.

Disponibilidade de acesso à população.

Critérios socioambientais.

O PNE 2050 pode ser desdobrado em três etapas:

task_alt Desenho da estratégia

Definir um conjunto de recomendações e diretrizes


a serem seguidas.

task_alt Implementação da estratégia

Desenvolver o conjunto de ações coordenadas que


possibilitem a implementação da estratégia.

task_alt Monitoramento da estratégia

Monitorar os efeitos e desdobramentos da


estratégia.

O setor de energia deve estar alinhado com os Objetivos de


Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas
(ONU) e a promoção do desenvolvimento sustentável, com base na
eficiência econômica e nas melhores práticas internacionais.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

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Questão 1

Analise as afirmativas a seguir.

A. Os Estados Unidos aprovaram as primeiras normas de


eficiência energética na década de 1970, após a primeira crise
de petróleo.

B. Na década de 1970, a União Europeia formulou seus


mecanismos ao estabelecer aos países-membros metas de
redução da demanda de energia e de emissão de poluentes.

C. O Brasil deve capacitar os engenheiros, arquitetos e técnicos


com maior aprofundamento nos conceitos teóricos e práticos
da conservação de energia e de eficiência energética.

Agora assinale a alternativa correta.

A I e II

B III, apenas

C I e III

D Todas

E II e III

Parabéns! A alternativa D está correta.


%0A%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20preocupa%C3%A7%C3%A3o%20com%20a%20demanda%20de%20energia%20%C3%A9%2

Questão 2

(FUNCAB - 2015 - PC-AC - Perito Criminal - Engenharia Elétrica) Em


relação ao Programa Nacional de Eficiência Energética (Procel),
assinale a seguir a alternativa correta.

Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos


(PNRS) para o enfrentamento dos principais
A problemas ambientais, sociais e econômicos
decorrentes do manejo inadequado dos resíduos
sólidos.

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B Um dos objetivos do selo Procel é avaliar os níveis
de eficiência ecológica, indicando a quantidade de
emissão de CO₂.

O Procel Sanear tem como objetivo promover ações


que visem ao uso eficiente de energia elétrica e
C
água em sistemas de saneamento ambiental,
incluindo os consumidores finais.

O Procel Reluz trata das condições para a


etiquetagem do nível de eficiência energética de
D
edificações residenciais unifamiliares e
multifamiliares.

O Procel Edificações, estabelecido em novembro de


2014, é um instrumento de adesão obrigatória que
tem por objetivo principal identificar as edificações
E que apresentem as melhores classificações de
eficiência energética em uma dada categoria,
motivando o mercado consumidor a adquirir e
utilizar imóveis mais eficientes.

Parabéns! A alternativa C está correta.


%0A%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EO%20Procel%20Sanear%20tem%20como%20objetivo%20promover%20a%C3%A7%C3%B5es%2

Considerações finais
Inicialmente, apresentamos a evolução das atividades com o uso da
energia, desde a pré-história, passando pela primeira Revolução
Industrial, terminando com a eficiência energética.

Logo em seguida, tratamos das crises energéticas em nível nacional e


internacional, e de seus impactos econômicos e sociais, incluindo o
aproveitamento energético e as questões sobre o tema em relação ao
futuro.

No terceiro tema foram abordados a energia e o desenvolvimento social,


e a relação existente entre os índices do IDH e do consumo de energia, o
impacto no meio ambiente e os estilos de vida proporcionados pela
disponibilidade da energia no dia a dia da população.

Por fim, apresentamos comentários sobre as Políticas Públicas da


Eficiência Energética e o Plano Nacional de Energia do Brasil para 2050.

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headset
Podcast
Agora, o especialista Julio Nichioka finaliza relembrando alguns dos
aspectos estudados ao longo do tema – o diferencial da lâmpada
inventada por Thomas Edison, a questão energética no futuro, o uso da
energia térmica para abastecimento de energia elétrica e a importância
do CONPET.

Explore +
Pesquise no Google Acadêmico um caso de Implantação de um sistema
de gestão da ambiental e absorva mais conhecimento sobre o tema em
questão.

Conheça mais sobre eficiência energética lendo o Atlas da eficiência


energética Brasil 2020 publicado pela EPE.

Conheça as informações contidas no Anuário Estatístico de Energia


Elétrica 2021.

Referências
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR
ISO 22000:2019. Sistemas de Gestão de Segurança de Alimentos –
Requisitos para qualquer organização na cadeia produtiva de alimentos.
Rio de Janeiro: ABNT, 2019.

BANCO MUNDIAL. Classificação das Economias. 2020. Consultado na


internet em: 13 out. 2021.

EPE – EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Atlas da eficiência


energética Brasil 2020: relatório de indicadores. Rio de Janeiro: EPE,
2020a.

EPE – EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. PNE 2050: Plano Nacional


de Energia. Brasília: MME; EPE, 2020b.

EPE – EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Anuário estatístico de


energia elétrica 2021: ano base 2020. Rio de Janeiro: EPE, maio 2021a.

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26/01/2024, 06:23 A energia e a História
EPE – EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Balanço energético
nacional 2021. Rio de Janeiro: EPE, 2021b.

GOLDEMBERG, J. Dossiê recursos naturais. Estudos Avançados, v. 12, n.


33, 1998.

MINISTÉRIO Público Federal. Caso Lava Jato: entenda o caso.


Consultado na internet em: 13 out. 2021.

ONU – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Falta de água afeta 3,6


bilhões de pessoas no planeta pelo menos um mês por ano. ONU News,
19 mar. 2018.

ONU – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Maior IDH do mundo:


confira o ranking dos países! Confira o ranking dos países! 2020.
Consultado na internet em: 13 out. 2021.

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