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CIÊNCIAS DO AMBIENTE E

SUSTENTABILIDADE
AULA 4

Prof.ª Cristiane Lourencetti Burmester


CONVERSA INICIAL

Olá! Seja bem-vindo(a) a esta aula, na qual abordaremos temas


relacionados à energia, geração de energia, fontes renováveis e não renováveis,
matriz energética no Brasil e, claro, a crise energética e quais são as
perspectivas para o futuro.

Energia

Se olharmos o site do Brasil Escola encontramos a seguinte definição:

As fontes de energia são recursos naturais ou artificiais utilizados pela


sociedade para produção de algum tipo de energia. A energia, por sua
vez, é utilizada para propiciar o deslocamento de veículos, gerar calor
ou produzir eletricidade para os mais diversos fins.

As fontes de energia também possuem relação com questões


ambientais, pois, dependendo das formas de utilização dos recursos
energéticos, graves impactos sobre a natureza podem ser
ocasionados.

Conforme a capacidade natural de reposição de recursos, as fontes de


energia podem ser classificadas em renováveis e não renováveis.
(Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fontes-

energia.htm>. Acesso em: 12 fev. 2020.)

Dento desse contexto, como será que funciona a geração de energia do


Brasil e do mundo? Será que predominam fontes de energia renováveis ou não
renováveis? Qual o impacto disso para as gerações futuras?
Para respondermos a essas interrogações, acompanhe a nossa aula.

TEMA 1 – ENERGIA

Não se aponta uma definição objetiva para o conceito de energia: um


fenômeno físico que é considerado intuitivo. Energia é movimento e eles se
relacionam, ou seja, a capacidade de produzir trabalho. Em atividades básicas
do dia a dia precisamos de energia, inclusive para a locomoção. Mas os corpos
parados e que ocupam lugar no espaço também precisam de energia.
A energia (luz e calor) do sol é fundamental para os seres vivos, para a
vida no planeta. As formas de energia apresentam-se em: energia cinética,

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energia potencial gravitacional, energia elástica, energia elétrica, energia
primária, energia química, energia térmica, energia útil. Os conceitos precisam
de embasamento prático, como os conceitos embasados na Empresa de
Pesquisa Energética (EPE) do governo brasileiro, confira e entenda:
Energia cinética: apresenta-se quando algo está em movimento. Como
a usina hidrelétrica, por exemplo, pois a água do rio faz a turbina mover, assim
a energia cinética se transforma em eletricidade.
Energia potencial gravitacional: no alto e avante em relação ao solo
possui energia potencial. Quando uma pessoa segura um objeto no alto, por
exemplo, a energia se relaciona à altura do objeto a partir do chão. E se o objeto
for arremessado ao chão, tem-se uma energia potencial transformada em
energia cinética, que corresponde ao movimento total.
Energia elástica: ao puxar um elástico e soltá-lo provoca-se uma
deformação; em seguida, a energia armazenada na tira do elástico se modifica
em energia cinética (equivale ao movimento do elástico). Assim, essa energia
elástica se armazena e, por isso, é um tipo de energia potencial que se associa
à alteração de um corpo.
Energia elétrica: é preciso abordar os átomos, pois são formados por
prótons, nêutrons e elétrons. Os prótons e nêutrons estão centralizados no
átomo, chamado núcleo, e os elétrons estão em movimento em volta do núcleo
(energia elétrica ou eletricidade). Aqui, é preciso falar das Leis de Ohm, do físico
alemão Georg Simon Ohm, que gera a resistência elétrica dos condutores, além
de mostrar que no condutor a corrente elétrica é diretamente proporcional à
diferença de potencial aplicada.
Energia primária: são as energias disponíveis da natureza e seus
recursos como o vento, a água do rio, o carvão, o gás natural.
Energia química: ao fazer uma atividade física, uma pessoa transforma
a energia química do seu corpo em energia cinética (o ato de se movimentar).
Outro exemplo: os aparelhos que precisam de pilhas e baterias para funcionar
dispõem de energia química.
Energia térmica: atrela-se à temperatura, sendo que quanto mais quente
um objeto, mais energia térmica existe nele.
Energia útil: tem-se a iluminação, ou seja, um serviço de energia.
Pela história, descreve-se o fogo como a primeira forma de energia ao
alcance do homem. Posteriormente, aparece o contato com os fluidos como a

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água dos rios e o vento, por exemplo. A listagem segue infinita para as
necessidades básicas e sobrevivência. Porém, para a vida humana e a utilização
dessa transformação da energia dos recursos naturais, sempre ocorre algum
impacto ambiental. Por isso a reflexão sobre a responsabilidade de como a
energia é utilizada. Desperdício gera prejuízo, entre outras causas danosas ao
meio ambiente e, consequentemente, à vida.

TEMA 2 – GERAÇÃO DE ENERGIA

Para abordar o tema geração de energia, faz-se necessário iniciar com o


Princípio Geral de Conservação de Energia, que aponta que ela não se perde,
não é destruída, mas pode ser transformada e, em algumas situações,
permanece constante. Assim, quando a energia é conservada, também é viável
criar equações que igualam a soma das diferentes formas de energia no sistema.
É fato que pensar no mundo moderno também se atrela ao uso de energia
para diversas atividades. No mundo moderno então, em que máquinas
predominam, utilizam-se muitos recursos renováveis (energia solar) e não
renováveis (combustíveis fósseis) para a produção de energia, como o caso das
usinas hidrelétricas, nucleares e termoelétricas. O produto bruto ainda se
encontra na natureza, mas já sabemos que os recursos são finitos, e é deles que
transformamos em energia para diversas necessidades humanas. Por isso,
estudos acirrados principalmente na era da conservação ambiental, mostram
que esse processo de geração de energia pode ser mortificador tanto aos seres
humanos como ao ambiente em que se vive. A geração de resíduos tóxicos e
outras técnicas avassaladoras contaminam o solo, a água, entre fatores
prejudiciais à saúde.
Com tantas preocupações, é impossível não se embasar na Plataforma
Agenda 2030, que trata de um plano de ação global para mudar o mundo até o
ano de 2030 ("A Agenda 2030 é a nossa Declaração Global de
Interdependência”, António Guterres, Secretário Geral da ONU). O item 7,
especificamente, aborda a temática Energia Acessível e Limpa, cujos principais
objetivos são:
– Assegurar o acesso universal, confiável, moderno e a preços acessíveis a
serviços de energia.
– Aumentar substancialmente a participação de energias renováveis na
matriz energética global.
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– Dobrar a taxa global de melhoria da eficiência energética.
– Reforçar a cooperação internacional para facilitar o acesso à pesquisa e
tecnologias de energia limpa, incluindo energias renováveis, eficiência
energética e tecnologias de combustíveis fósseis avançadas e mais limpas,
e promovendo o investimento em infraestrutura de energia e em tecnologias
de energia limpa.
– Expandir a infraestrutura e modernizar a tecnologia para o fornecimento de
serviços de energia modernos e sustentáveis para todos nos países em
desenvolvimento, particularmente nos países de menor desenvolvimento
relativo, nos pequenos Estados insulares em desenvolvimento e nos países
em desenvolvimento sem litoral, de acordo com seus respectivos programas
de apoio.
A pergunta para a qual ainda não se tem uma resposta: será mesmo que
a energia pode ser limpa e até chamada de Energia Verde (Figura 2)?
Alguns autores respondem que para atingir realmente o ápice de
desenvolvimento sustentável é preciso aumentar a produção de energia
diminuindo a quantidade de recursos materiais para minimizar os efeitos
ambientais. Caso gere poluição, que ela possa ser reversível ligeiramente. O
processo deve se assemelhar ao da energia solar, que é primária, assim como
o verde da fotossíntese para salvar a origem. Entre as vantagens para os
impactos ambientais, a energia verde não deve produzir dióxido de carbono e
outros gases que ativam o efeito estuda, não gerar resíduos e com manejo
correto ser inesgotável (equiparando-se aos combustíveis fósseis).

Figura 2 – Energia Verde; renovável.

Créditos: D-Krab/Shutterstock.

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TEMA 3 – FONTES RENOVÁVEIS E NÃO RENOVÁVEIS DE ENERGIA

Por definição de fontes de energia tem-se recursos naturais ou artificiais


usados pela humanidade para produzir algum tipo de energia, e energia, por sua
vez, é a movimentação. Sabe-se que com o advento da Revolução Industrial o
processo ficou mais agressivo ao meio ambiente, pois aumentou o consumismo
e, consequentemente, surgiram novas fontes energéticas e a sua exploração.
Criou-se um ciclo repetitivo das fontes de energia que se classificam em
renováveis (energia limpa que não cessa e se renova na natureza) e não
renováveis (energia suja que implica em vários problemas ambientais).
Existem as fontes de energia primária que são oriundas da natureza,
sendo o sol, o vento, a água e outras. Porém, pela ação do homem e maquinário,
transformam-se em fontes de energia secundária pelas usinas e refinarias, por
exemplo.
Destacam-se como fontes de energia renováveis (Figura 3):
– Energia hidráulica que decorre da força da água dos rios.
– Energia solar que é proveniente do sol.
– Energia eólica que é adquirida pela força dos ventos.
– Energia geotérmica que se obtém pelo calor do interior da Terra.
– Biomassa que é adquirida das matérias orgânicas.
– Energia gravitacional que é ocasionada pelo alento das ondas dos
oceanos.
– Energia do hidrogênio, como o nome diz, a fonte vem do elemento químico
hidrogênio em reação ao oxigênio, que possibilita a energia.

Figura 3 – Fontes de energia renováveis (fontes-de-energia1-696x355)

Créditos: D-Krab/Shutterstock.

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Já as fontes não renováveis de energia (Figura 4) são os combustíveis
fósseis (petróleo, carvão mineral, xisto e gás natural) e a energia nuclear
decorre dos elementos como urânio e tório.

Figura 4 – Fontes de energia não renováveis

Créditos: Yotily/Shutterstock.

Você sabia que?


A ONU Meio Ambiente publicou, no dia 5 de setembro de 2019, as
seguintes observações:
– A década de investimento (2010-2019) quadruplica a capacidade de
geração de energia a partir de fontes renováveis de 414 GW para 1.650 GW.
– Somente a capacidade solar cresceu mais de 26 vezes em relação ao nível
de 2009: de 25 GW para cerca de 663 GW.
– O investimento em capacidade de 2018 atingiu US $ 272,9 bilhões, o triplo
do investimento em geração de combustíveis fósseis.
– Renováveis geraram 12,9% da eletricidade global em 2018, evitando 2
bilhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono.
Curiosidade:
Em 1975, pela crise do petróleo, no Brasil, o uso do álcool derivado da
cana-de-açúcar se instalou decorrente da implantação do Programa Nacional do
Álcool (Proálcool). Atualmente, o álcool também é um combustível junto à
gasolina e ao diesel. Porém, o álcool é renovável e menos poluente do que os
derivados do petróleo.

TEMA 4 – MATRIZ ENERGÉTICA DO BRASIL

Energia formada por uma série de fontes, e delas se forma a matriz


energética, de maneira simplificada. Assim, a matriz simula a quantidade de

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energia disponível em um país, e a origem dessa energia, que pode ser
proveniente de fontes renováveis (recicláveis com o tempo) ou não renováveis
(sujeitas a se esgotar). Pela matriz global, identifica-se que o consumo de fontes
de energias não renováveis é maior que o de fontes renováveis. Segundo os
estudos mostram, o Brasil se destaca por ter uma das matrizes energéticas mais
renováveis comparadas ao mundo, que depende praticamente dos combustíveis
fósseis e o Brasil não.
Veja os dados disponíveis no Mundo Educação comparando o uso de
fontes pela matriz energética brasileira em relação à mundial:

Uso de fontes renováveis* Uso de fontes não renováveis*


Mundo – 14,1% Mundo – 85,9%

Brasil – 43,5% Brasil – 56,5%

O diferencial da matriz energética brasileira está na base da sua produção


predominada por fonte de energia renovável. Conforme dados publicados no
Portal Energia, em setembro de 2019, a matriz energética brasileira é dominada
por fontes de energia renováveis (Figura 5), que representam mais de 80% da
energia elétrica total do país. O sobressalto fica por conta da produção elétrica
por meio da fonte hidráulica (hídrica), com 66% do total (contando as
importações). Já a produção de energia eólica bate a casa de 6%. Afinal, existem
mais mil usinas hidrelétricas no país, e isso corresponde aproximadamente à
metade da produção e do consumo da população.

Figura 5 – Dados fontes de energia brasileira

Fonte: Portal Energia, S.d.

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Ao falar de Brasil, meio ambiente e matriz energética, torna-se importante
pautar o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), que
foi instituído em 30 de dezembro de 1985 pela Portaria Interministerial n° 1.877,
com o objetivo de “promover o uso eficiente da energia elétrica e combater o seu
desperdício”, além do Programa Nacional de Racionalização do Uso dos
Derivados do Petróleo e do Gás Natural (Conpet), do Governo Federal, fundado
em 1991, para gerenciar o desenvolvimento de uma cultura antidesperdício no
uso dos recursos naturais não renováveis de olho no futuro.

TEMA 5 – CRISE ENERGÉTICA E PERSPECTIVAS PARA O FUTURO

Falar em crise energética é também voltar para a matriz energética, tanto


do Brasil como do mundo. Afinal, é um dos alicerces dos discursos de
investimentos dos governos no mundo e no Brasil, com projeções futuras, com
foco em alternativas para que o uso de energia advenha cada vez mais de fontes
de energias renováveis, como a solar e a eólica, para que assim os impactos
ambientais não sejam tão danosos. Países como Estados Unidos, China e
Alemanha saltam no quesito de pesquisas para tornar mais eficiente a captação e a
distribuição de energia originada pelo vento e sol. No Brasil, a matriz de 2010, com
projeção para 2020, mostra-se mais diversificada e se utilizando de fontes mais
renováveis comparadas ao mundo (Figura 6).

Figura 6 – Matriz energética Brasil e mundo – 2010 a 2020

Fonte: Globo imagens.


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Por pesquisas, aponta-se que o Brasil está se inteirando a um novo cenário
de modificações e debates em torno da maior sustentabilidade e do meio ambiente
verde e limpo. Os investimentos estão mais voltados para a produção de
biocombustíveis a partir da cana-de-açúcar e na construção de usinas hidrelétricas.
Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), existiam 7.429
usinas geradoras de energia elétrica no Brasil no ano de 2019. No Manual de
Educação do Consumo Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA)
encontram-se vários tópicos para a vida mais sustentável. Entre eles, o Apagão de
2001 (Figura 7), que foi preciso um racionamento de energia elétrica. O consumo
teve que ser reduzido em até 20%, mas já trouxe mais conscientização sobre a
realidade, que só é sentida quando presenciada. Constatou-se que “foi uma
oportunidade para identificar e eliminar fontes de desperdício nas residências e
se conscientizar de que o consumo de energia implica custos econômicos,
ambientais e sociais”. Por isso, em 17 de outubro de 2001, foi sancionada a Lei
nº 10.295, que aborda a eficiência energética dos equipamentos que consomem
eletricidade ou combustíveis. Assim, o Programa Brasileiro de Etiquetagem
(PBE), conduzido pelo Instituto Nacional de Metrologia e Normalização Industrial
(Inmetro), efetua certificação de equipamentos quanto ao consumo de energia,
em parceria com o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
(Procel). Os equipamentos testados pelo Inmetro trazem uma etiqueta em suas
embalagens, indicando sua classificação quanto ao consumo de energia.

Figura 7– Ilustração para a crise do Apagão

Fonte: Thyago Macson.


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De simples hábitos diários aos mais complexos temas debatidos, uma das
soluções é diversificar as fontes de energia do país, governar melhor as reservas
de água e investir em tratamento de água para despoluir os rios e reutilizar a
água consumida.

FINALIZANDO

Finalizando com o texto do site Brasil Escola, disponível em:


<https://brasilescola.uol.com.br/biologia/poluicao.htm>, acesso em: 12 fev.
2020, resumimos os conhecimentos adquiridos:

O termo “poluição” refere-se à degradação do ambiente por um ou mais


fatores prejudiciais à saúde deste. Ela pode ser causada pela liberação
de matéria, e também de energia (luz, calor, som): os chamados
poluentes.

Poluição sonora, térmica, atmosférica, por elementos radioativos, por


substâncias não biodegradáveis, por derramamento de petróleo e por
eutrofização, são alguns exemplos.

Assim, para que consigamos garantir um futuro digno ao nosso planeta


e, consequentemente, às gerações de populações vindouras, devemos
repensar nossa forma de nos relacionarmos com o mundo. O simples
fato de, por exemplo, evitarmos sacolas e materiais descartáveis feitos
de plástico, poderia ter impedido a formação da camada flutuante de
1000 km com 10 metros de profundidade que compromete a vida de
organismos que têm o Oceano Pacífico como habitat.

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REFERÊNCIAS

EMPRESA de Pesquisa Energética. Disponível em:


<http://epe.gov.br/pt/abcdenergia>. Acesso em: 12 fev. 2020.

MANUAL de Educação do Consumo Sustentável. Disponível em:


<https://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/consumo_sustentavel.
pdf>. Acesso em: 12 fev. 2020.

ONU Meio Ambiente. Disponível em: <https://www.unenvironment.org/pt-


br/noticias-e-reportagens/press-release/investimentos-em-energia-renovavel-
alcancarao-us-25-trilhoes>. Acesso: 12 fev. 2020.

PLATAFORMA Agenda 2030. Disponível em:


<http://www.agenda2030.org.br/sobre/>. Acesso em: 12 fev. 2020.

PROGRAMA Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). Disponível


em: <http://www.procelinfo.com.br/main.asp?TeamID=%7B921E566A-536B-
4582-AEAF-7D6CD1DF1AFD%7D>. Acesso em: 12 fev. 2020.

PROGRAMA Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e


do Gás Natural. Disponível em:
<http://www.conpet.gov.br/portal/conpet/pt_br/pagina-inicial.shtml>. Acesso em:
12 fev. 2020.

SILVA, C.; PRZYBYSZ, L. C. B. Sistema de Gestão Ambiental. Curitiba:


InterSaberes, 2014.

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