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WBA0302_v1.

APRENDIZAGEM EM FOCO

EFICIÊNCIA E QUALIDADE
DE ENERGIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Leandro Cesini
Leitura crítica: Giancarlo Michelino Gaeta Lopes

A disciplina Eficiência e qualidade de energia tem como objetivo


trabalhar formas de otimizar o consumo de energia, bem como
estudar as características da energia que impactam sua qualidade.
O conteúdo inicia-se pela discussão sobre os conceitos de
energia e sua influência no meio social, ambiental e econômico.
Apresentam-se também os principais fundamentos relacionados à
qualidade de energia elétrica.

Para o entendimento completo sobre os fundamentos da energia


elétrica no Brasil, é preciso entender como o setor elétrico
brasileiro está constituído e as responsabilidades de cada agente
do setor. A disciplina também possui como objetivo apresentar
os principais distúrbios que a rede elétrica pode sofrer e quais as
suas causas e consequências.

Além disso, a disciplina apresenta os principais fundamentos que


norteiam o tema da eficiência energética. Dentre os assuntos
abordados neste tema estão a utilização de equipamentos mais
eficientes e a busca por reduzir o consumo de energia elétrica,
tratando-se de algumas ações aplicadas na indústria e analisando
os seus efeitos e principais resultados. O acompanhamento do
consumo energético também é um tema relevante na disciplina
em que é discutida a importância da instituição de indicadores de
eficiência energética e a necessidade de acompanhamento para
que ações sejam tomadas a cada desvio encontrado.

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O último tema abordado relaciona-se aos programas brasileiros
destinados à eficiência energética e ao consumo consciente. E
então são apresentados o Programa Nacional de Conservação de
Energia (Procel) e o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE).

INTRODUÇÃO

Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira


direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática
profissional. Vem conosco!

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TEMA 1

Eficiência e Qualidade de Energia

INÍCIO
______________________________________________________________
Autoria: Cesar Calo Peghini
Leitura crítica: Regiane Stocco Laudario

TEMA 1
TEMA 2
TEMA 3
TEMA 4
DIRETO AO PONTO

A energia, a partir da Revolução Industrial, vem sendo cada vez mais


utilizada em suas variadas formas. E a maneira como o homem a
utiliza, bem como a maneira como extrai e processa os recursos
naturais, tem uma implicação direta com o meio em que vivemos.

A Figura 1 representa o fluxo da energia elétrica, passando pela


geração, transmissão e distribuição, chegando até o consumidor
final, elencando os principais pontos.

Figura 1 – Características dos agentes do setor elétrico

Fonte: elaborada pelo autor

A geração de eletricidade utiliza-se de recursos naturais primários


para a geração de eletricidade, como os recursos renováveis,
tendo como exemplo o sol e o vento. A utilização de recursos não
renováveis implica processos que emitem para a natureza gases,

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por exemplo, de efeito estufa. Esse tipo de atividade coloca em
risco o meio em que vivemos.

Os sistemas de transmissão e distribuição de energia


elétrica conduzem a eletricidade até os consumidores finais,
disponibilizando o recurso para aumento de sua qualidade de
vida. Mas todos têm acesso? Muitas das comunidades mais
remotas do país ainda sofrem com a falta de infraestrutura para
receber a eletricidade em suas residências. E mesmo sem acesso,
também sofrem com a degradação do meio, devido a operação de
usinas térmicas que utilizam combustíveis não renováveis.

A indústria, o comércio e os usuários residenciais dependem


de uma boa qualidade da eletricidade para que os seus
equipamentos funcionem de maneira adequada, proporcionando
o bem-estar esperado. Dentre os aspectos que estão relacionados
à qualidade da energia elétrica fornecida, podem-se citar os
aspectos físicos da energia fornecida, como as perturbações no
sistema, bem como estabilidade da tensão em regime. Outro
aspecto está relacionado à qualidade do serviço prestado pelo
agente distribuidor da energia elétrica. Por último, pode-se citar
a qualidade do atendimento que as empresas de distribuição
oferecem aos seus usuários.

A falta de qualidade da energia elétrica disponibilizada pelo


sistema traz uma série de impactos para a economia e para a
sociedade de modo geral. Por exemplo, uma indústria que tem a
sua produção interrompida devido a problemas de fornecimento
incorrerá em grandes perdas e prejuízos.

Um serviço essencial para a sociedade como o serviço hospitalar,


por exemplo, depende também de qualidade do fornecimento
para que os serviços não sejam interrompidos. A maioria dos
hospitais, para que possam mitigar os efeitos de uma baixa

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qualidade de energia fornecida pelo distribuidor, possui
um sistema de geração de eletricidade independente, para
ocorrências emergenciais na rede.

A qualidade do fornecimento de energia elétrica, a depender


de sua origem, pode causar efeitos adversos aos sistemas,
desencadeando perdas que necessitam ser compensadas por
maior disponibilidade de energia na rede. À medida que mais
usinas térmicas, por exemplo, não renováveis são colocadas em
operação, maior será a quantidade de gases efeito estufa na
atmosfera.

A busca pela qualidade da eletricidade se torna cada vez mais


importante à medida que equipamentos mais sensíveis são
introduzidos no cotidiano das indústrias e das pessoas.

PARA SABER MAIS

A energia elétrica, que teve o seu uso mais intensificado a partir


da Primeira Revolução Industrial, após o homem dominar a
tecnologia do vapor, trouxe uma série de preocupações para a
sociedade.

A eletrificação das atividades humanas está fazendo com que


a demanda por essa energia cresça cada dia mais. Mas como a
energia elétrica é um tipo de energia secundária, é preciso que
outras fontes energéticas sejam transformadas em eletricidade.

A abundância dos combustíveis fósseis na natureza trouxe para a


indústria de energia elétrica opções de geração que se utilizam da
queima desses combustíveis. Como você já sabe, a queima desses
combustíveis libera para a atmosfera gases danosos ao meio
ambiente, como os gases efeito estufa.

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O efeito estufa, naturalmente, tem a finalidade de manter
constante a temperatura na Terra em torno de 15 °C. Porém,
a sua intensificação pode gerar danos catastróficos no meio
ambiente e para a vida no planeta. Por exemplo, o aumento
dos níveis dos oceanos, aumento das temperaturas médias
no inverno, mudanças climáticas intensas, como mudanças no
regime de chuvas e secas, influenciando em processos biológicos,
como a multiplicação de pragas e de organismos patogênicos.
Pesquisadores observaram que quanto maior a temperatura
da Terra, maior é a concentração de CO2 na atmosfera. Sendo
assim, para conter o avanço do efeito estufa, é necessário que
haja uma diminuição das emissões desse gás. O dióxido de
carbono é proveniente da queima de combustíveis fósseis,
portanto, é necessário que haja uma diminuição da queima desses
combustíveis, utilizando-se de fontes alternativas de energia
(BRAGA, 2002).

Com o advento das tecnologias para utilização de fontes


renováveis para a geração de eletricidade, pode-se citar a queima
de biomassa, muito utilizada nas usinas de açúcar e álcool no
país. A geração solar fotovoltaica e eólica, que utilizam a energia
do sol e dos ventos para gerar a eletricidade, tem sido cada vez
mais utilizada e os preços dos equipamentos vêm reduzindo nos
últimos anos.

Gerar energia elétrica de fontes renováveis é uma das saídas


encontradas para redução dos efeitos que a queima de
combustíveis fósseis causa no planeta. Mais do que isso, emitindo
menos gases poluentes, é possível manter o equilíbrio dos
ecossistemas e garantir que os processos estejam cada vez mais
sustentáveis.

Você já parou para pensar nisso? Quanto mais energia elétrica


você desperdiça, mais usinas térmicas movidas a combustíveis

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fósseis são colocadas em operação no nosso sistema elétrico
em momentos de escassez hídrica. A sua ineficiência no uso da
eletricidade pode estar contribuindo para a poluição do planeta.

Referências bibliográficas

BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental. São


Paulo: Pearson, 2002.

TEORIA EM PRÁTICA

Você é o responsável pela gestão energética de uma grande


empresa que atua na produção de ligas metálicas. Como você
sabe, a sua empresa possui um alto consumo de energia elétrica,
pois necessita de grandes fornos para realizar a fundição dos
metais e produzir as ligas necessárias ao mercado. A empresa
possui uma matriz energética diversificada pelo mundo, utilizando
desde lenha para secagem de alguns produtos até gás natural
para geração de vapor. Para mitigar os efeitos de suas operações,
a empresa instituiu uma meta global de redução de CO2 emitido
para a atmosfera. A matriz de sua empresa fica na Alemanha e
lá eles já conseguiram atingir 90% da meta. As unidades de sua
empresa no Brasil ainda não possuem nenhum benchmark para
que possa se comparar. A sua diretoria lhe propôs um grande
desafio. A meta global da empresa para redução das emissões
passou a ser a sua meta para a unidade em que trabalha. Diante
dessa nova demanda e de todo o desafio que está por vir, qual
alternativa você poderia propor aos seus diretores como ação
efetiva para atingimento da meta, ou pelo menos uma ação que
contribua com o atingimento dela?

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Para conhecer a resolução comentada proposta pelo
professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no
ambiente de aprendizagem.
Autoria: Nome do autor da disciplina
Leitura crítica: Nome do autor da disciplina

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Indicação 1

Consulte um texto que reforça a hipótese de que a relação


sociedade-meio ambiente-desenvolvimento- energia, quando não
inter-relacionados, tende a gerar uma ambiência insalubre e com
impactos significativos sobre as relações sociais, economia e saúde.
Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da
Kroton e busque pelo título da obra no parceiro EBSCOhost.

FERREIRA, D. B. Desenvolvimento, energia e ambiência urbana: uma


abordagem histórica. Parcerias Estratégicas, Brasília-DF, v. 14, n.
29, p. 75-98, 2009.

Indicação 2

Para conhecer melhor os vários tipos de energia disponíveis no


planeta, com ilustrações e exemplos, e também as principais
unidades de medidas para a energia, consulte o capítulo 1 do livro
indicado. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca
Virtual da Kroton e busque pelo título da obra no parceiro Minha
Biblioteca.

MOREIRA, J. R. S.; GRIMONI, J. A. B.; ROCHA, M. S. Energia e


panorama energético. In: MOREIRA, J. R. S.(Org.). Energias

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renováveis, geração distribuída e eficiência energética. Rio de
Janeiro: LTC, 2019.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes
neste Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em
Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas,
além de questões de interpretação com embasamento no
cabeçalho da questão.

1. Dentre as mais variadas fontes de energia disponíveis no


planeta, a energia elétrica é um tipo de fonte _____________ de
energia, pois necessita passar por um processo de conversão.

Assinale a alternativa que complete a lacuna com a resposta


correta.

a. Segura.
b. Direta.
c. Secundária.
d. Primária.
e. Não renovável.

2. Supondo que um determinado hidrocarboneto possua


3.600 kJ de energia e considerando a conversão total, sem

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perdas em energia elétrica, quanto os mesmos 3.600 kJ
representariam em kWh?

a. 0,5 kWh.
b. 1,5 kWh.
c. 1 kWh.
d. 2 kWh.
e. 10 kWh.

GABARITO

Questão 1 - Resposta C
Resolução: Toda energia gerada proveniente de um processo
de conversão é dita secundária.
Questão 2 - Resposta C
Resolução: Aqui é uma conversão direta de kJ para kWh,
mostrando que 1 kWh é o mesmo que 3.600 kJ.

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TEMA 2

O setor elétrico e os distúrbios


na rede

INÍCIO
______________________________________________________________
Autoria: Leandro Cesini
Leitura crítica: Giancarlo Michelino Gaeta Lopes

TEMA 1
TEMA 2
TEMA 3
TEMA 4
DIRETO AO PONTO

O setor elétrico como conhecemos hoje é fruto de constantes


aperfeiçoamentos e modificações. Muitas dessas mudanças foram
dadas principalmente após a crise hídrica de 2001. O novo modelo do
setor, após essa crise, trouxe uma nova concepção para contratação
de energia para os consumidores e para a confiabilidade do sistema.

Na nova concepção do setor elétrico, vários agentes governamentais


foram instituídos para compor a governança e fiscalização desse
setor tão complexo. A Figura 1 mostra como a hierarquia desses
agentes se organiza dentro da estrutura do governo federal.

Figura 1 – Agentes do setor elétrico

Fonte: elaborada pelo autor.

Além dos agentes governamentais, o novo modelo do setor elétrico


instituiu os agentes consumidores livres que atuam no Ambiente
de Contratação Livre (ACL) e os consumidores cativos que atuam no
Ambiente de Contratação Regulada (ACR). A esses agentes, podem-

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se incluir os geradores, os comercializadores, os distribuidores e os
transmissores de energia elétrica.

No ACL, as negociações e preços de energia são realizadas de forma


livre e bilateral, ou seja, não existe uma tarifa fixa para energia
elétrica, a contratação é realizada via concorrência de mercado. Já
no ACR, existem as tarifas reguladas que são calculadas e divulgadas
pela Aneel para cada distribuidora de energia elétrica no país. A
forma como o consumidor é tarifado depende da sua tensão de
conexão (grupos tarifários), das horas do dia em que consome (posto
tarifário) e de sua modalidade tarifária.

O agente de consumo localiza-se na última etapa da cadeia do


setor elétrico. Além das questões comerciais e regulatórias vistas
anteriormente, o consumidor também deve se preocupar com as
questões de qualidade de energia, precavendo-se dos distúrbios
elétricos que podem acometê-lo. A distorção harmônica é um deles.
Esse distúrbio causa no sistema elétrico aquecimentos excessivos
nos cabos, acionamentos indevidos de proteção, ressonância,
interferência eletromagnética e excesso de corrente no neutro.
O cálculo da taxa de distorção harmônica total representa o grau
de distorção total comparada à forma de onda de frequência
fundamental. A automação industrial trouxe ao sistema elétrico um
aumento significativo de distorção harmônica no sistema elétrico,
sendo os principais vilões os retificadores e carregadores de bateria,
inversores de frequência, fontes chaveadas, máquinas de solda, etc.

Existem outros distúrbios na rede elétrica que causam grandes


transtornos aos usuários e podem ser de longa ou curta duração.
Por exemplo, sobretensões e subtensões na rede, nas quais a
tensão do sistema aumenta ou reduz em relação ao valor da tensão
nominal em períodos relativamente longos. Quando a tensão
sofre uma abrupta elevação, atingindo um valor de várias vezes
a tensão de pico, seguido por uma queda também muito rápida,

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dá-se o nome de spikes. Os ruídos na rede são comuns e podem
ocasionar variações em sinais de comunicação e de dados. As
interferências eletromagnéticas também podem afetar os sistemas
de comunicação e de sinais, tendo como responsáveis pela emissão
dessas interferências o acionamento de motores elétricos, abertura
e fechamento de relés e reatores de lâmpadas fluorescentes, por
exemplo. Nas interrupções, ou seja, quando a tensão cai a zero ou
próximo disso, o sistema fica praticamente desligado, ocasionando
grandes prejuízos a indústrias, comércios, etc.

PARA SABER MAIS

O Ambiente de Contratação Livre (ACL) possui uma lógica de


precificação muito diferente da que vimos até aqui, como modelo
tarifário do Ambiente de Contratação Regulada (ACR). Enquanto no
ACR a Aneel é a responsável por fiscalização, cálculo e divulgação das
tarifas que serão aplicadas aos consumidores, no ACL, é o mercado
que define os preços.

A definição dos preços no ACL, muitas vezes, é baseada no preço de


referência, que é divulgado semanalmente. O preço de referência é
chamado de PLD (Preço de Liquidação das Diferenças), esse preço
é cálculo e divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica (CCEE).

A base de cálculos que a CCEE utiliza para cálculo do PLD é divulgado


pelo ONS. A CCEE faz um tratamento nesses dados e os utiliza em
dois softwares distintos, o NewWave e Decomp. Esses dois softwares
utilizam-se de uma extensa base de dados que leva em consideração,
principalmente, a expectativa de chuvas e níveis dos reservatórios,
além de outras variáveis. À medida que os níveis estejam baixos
e existe a perspectiva de poucas chuvas, logo o sistema calculará

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valores mais elevados de PLD, caso contrário, a CCEE divulgará
um preço mais baixo. Nota-se que a curva do PLD segue o
comportamento da curva dos níveis dos reservatórios.

O valor do PLD é o preço da energia que chamamos de curto


prazo, utilizado para contratação de energia para balanceamento
do sistema na CCEE, para que não haja nem sobra nem déficits
contratuais. Apesar de ser o PLD o referencial para precificação dessa
energia no curto prazo, toda a negociação é realizada bilateralmente
entre as partes.

A contratação de longo prazo possui outra lógica de precificação.


Geralmente, para o primeiro ano de contrato, o PLD influencia de
forma considerável nos preços, mas não o define. Para anos mais
a frente, as curvas de preços vão convergindo para o custo de
expansão do sistema, e o preço de curto prazo vai perdendo a sua
influência.

A matriz elétrica brasileira é constituída principalmente de fontes


hídricas, e apesar da penetração de fontes renováveis, como eólica
e solar, esse tipo de fonte não garante confiabilidade no sistema,
pois são fontes intermitentes, que geram à medida que possuem
combustível para operar, no caso, o sol e o vento. O que garante
a confiabilidade são usinas com capacidade de estocagem de
combustíveis e que podem ser despachadas a critério do operador
do sistema. Por isso, o despacho de térmicas no sistema elétrico
é constante para manter a estabilidade entre demanda e oferta
de energia. À medida que os níveis dos reservatórios diminuem,
térmicas são despachadas, que consomem um combustível com
preços altos, o que leva, consequentemente, ao aumento do preço
no curto prazo, no caso, no aumento do PLD.

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TEORIA EM PRÁTICA

A sua empresa, produtora de peças automotivas, convidou-o para


participar de um grande projeto, dada a experiência que você possui
no setor elétrico, ela considera que as suas habilidades serão muito
utilizadas durante esse processo.

Sabe-se que o novo projeto está relacionado à instalação de uma


nova unidade fabril no estado de São Paulo. As premissas que
lhe apresentaram até o momento é que a demanda de potência
necessária para a operação em regime da nova fábrica será de
aproximadamente 3.000 KW. Sabe-se também que a unidade fica
próxima a uma linha de transmissão de 138 KV e que, possivelmente,
será construída uma subestação para acesso a essa linha que
energizará a planta. O consumo médio esperado mensal é de
aproximadamente 1500 MWh e espera-se operar 24 horas.

Para iniciar os seus trabalhos nesse projeto, foi-lhe solicitado que


consultasse a distribuidora de energia elétrica local para verificar
quais seriam as suas características de faturamento. Nesse caso, o
que a distribuidora lhe responderia, considerando o nível de tensão,
o posto tarifário e sobre modalidade tarifária?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo


professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no
ambiente de aprendizagem.

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LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Indicação 1

Esta leitura irá lhe proporcionar uma visão geral dos distúrbios
que ocorrem na rede elétrica e visualização, graficamente,
da interferência de cada um deles na forma de onda da rede
elétrica. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca
Virtual da Kroton e busque pelo título da obra no parceiro
Minha Biblioteca.
CAPELLI, A. Energia elétrica: qualidade e eficiência para
aplicações industriais. 1. ed. São Paulo: Érica, 2013. p. 100-118.

Indicação 2

O capítulo do livro indicado irá lhe apresentar, de forma


sucinta, como o setor elétrico brasileiro está organizado e os
principais agentes que o compõem. Para realizar a leitura,
acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo
título da obra no parceiro Biblioteca Virtual 3.0.
NEVES, E.; PAZZINI, L. H. A. Fundamentos da comercialização
da energia elétrica no Brasil. In: NERY, E. (Org.). Mercados e
regulação de energia elétrica. Rio de Janeiro: Interciência,
2012. p. 57-64.

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QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes
neste Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em
Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas,
além de questões de interpretação com embasamento no
cabeçalho da questão.

1. Os serviços do setor elétrico considerados como serviços


de rede e monopólio natural são:

a. Comercialização e distribuição.
b. Geração e transmissão.
c. Transmissão e distribuição.
d. Distribuição e geração.
e. Comercialização e transmissão.

2. Um transiente pode ser definido como:

a. Um pulso de baixa amplitude.


b. Um pulso de baixíssima amplitude.
c. Uma forma de onda na frequência fundamental.
d. Um pulso de alta amplitude.
e. Um pulso que não causa risco ao sistema elétrico.

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GABARITO

Questão 1 - Resposta C
Resolução: Os serviços considerados de rede e monopólio
natural são a transmissão e distribuição, pois o ganho de
escala reduz os custos.
Questão 2 - Resposta D
Resolução: Um transiente é um pulso de alta amplitude
que traz riscos ao sistema elétrico.

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TEMA 3

Fundamentos de
eficiência energética

INÍCIO
______________________________________________________________
Autoria: Leandro Cesini
Leitura crítica: Giancarlo Michelino Gaeta Lopes

TEMA 1
TEMA 2
TEMA 3
TEMA 4
DIRETO AO PONTO

O consumo de energia dentro de uma instalação industrial, por


exemplo, está ganhando cada vez mais relevância, por ser um custo
de produção muito representativo. Para garantir competitividade no
mercado sem perder a margem de lucro nas vendas, torna-se muito
interessante reduzir os custos de produção, consequentemente, a
busca por redução no consumo de energia torna-se um ponto-chave.

Reduzir o consumo de energia mantendo a produtividade só é


possível trabalhando em ações de eficiência energética. Essas ações
estão ligadas à busca por redução das perdas energéticas nos
processos, levando em consideração a tecnologia empregada, se
existem processos automatizados e a conservação dos ativos que
estão envolvidos nessa análise.

O entendimento sobre a diferença entre os termos perdas de energia


e o que são desperdícios de energia é muito importante para que
ações assertivas possam ser tomadas. As perdas estão relacionadas
ao processo quando se leva em consideração principalmente o
conteúdo tecnológico do processo, sejam equipamentos, ou o
processo em si. Essas perdas geralmente não podem ser eliminadas
de forma imediata e muitas vezes recursos financeiros são
necessários. Quando o assunto é desperdício de energia, pode-se
dizer que este está intimamente ligado ao comportamento humano,
o que torna as ações de redução de desperdícios imediatas.

As ações de aumento de eficiência energética devem partir de uma


análise minuciosa dos dados de consumo do sistema analisado
para que um diagnóstico possa ser realizado. A Figura 1 mostra os
principais itens que devem estar contemplados na seção de estudos
energéticos dentro de um relatório de diagnóstico energético.

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Figura 1 – Estudos energéticos

Fonte: elaborada pelo autor.


Na composição do diagnóstico energético, além dos itens
mostrados na Figura 1, devem-se utilizar diagramas energéticos,
como o diagrama de Sankey, para que as análises dos fluxos de
energia atuais e futuros possam ser facilmente entendidas. O
diagrama de Sankey é composto pelos fluxos energéticos desde
a sua entrada, passando por todas as transformações e perdas
associadas até a sua saída, que seria o uso final propriamente dito.

A busca por eficiência energética passou a ser um item inserido


nas políticas públicas a partir de 2001 com a Lei nº 10.295 de
17 de outubro de 2001. A chamada Lei da Eficiência Energética
foi um importante passo para o Brasil, pois foi a partir dela que
se iniciou um trabalho de definição dos índices mínimos de
eficiência em equipamentos, como os motores elétricos. Para

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esses equipamentos, logo em 2002, com o Decreto 4.058 de 11
de dezembro, foram definidos os índices de eficiência para a
produção e importação de motores elétricos no Brasil.

A busca por eficiência energética passa pela busca de


equipamentos e processos eficientes. Em sistema de iluminação,
por exemplo, não basta ter uma lâmpada eficiente, é necessário
que haja um entendimento completo sobre como projetar a
iluminação de ambientes para que se tenha um consumo ótimo
para esse fim. Outros sistemas que merecem atenção são os
sistemas de condicionamento de ar do ambiente. Aparelhos
antigos e sem manutenções podem provocar um aumento do
consumo de energia e comprometer os índices de eficiência dados
pelo fabricante. Os motores elétricos, que são muito utilizados na
indústria para movimentar equipamentos, devem ser analisados
de forma ampla. Deve-se considerar todo o conjunto, desde o
tipo de acionamento até a carga que será acionada para que um
projeto de instalação de um motor possa ser energeticamente
eficiente.

PARA SABER MAIS

A indústria, de um modo geral, é a grande consumidora de energia


elétrica no país. Assim, em suas instalações, existem grandes
oportunidades para a redução do consumo de energia elétrica,
seja pela existência de instalações industriais antigas ou pela falta
de condução específica de projetos e ações para esse fim.

Dentro de uma indústria, as áreas produtivas e as áreas de


manutenção devem trabalhar de forma conjunta para que se
encontre a otimização energética dentro de um processo. A
manutenção dos equipamentos é muito importante para que

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se possa garantir o bom funcionamento deles e manter as
suas características de fabricação. De outro lado, nada adianta
existir um equipamento adequado se o modo de uso estiver em
desacordo com as práticas recomendadas pelo fabricante. Assim,
é possível verificar que manutenção e operação de equipamentos
devem andar lado a lado.

A identificação do consumo específico de um equipamento ou de


um processo é muito importante para que ações de otimização
energética sejam aplicadas. Por exemplo, é muito comum,
na indústria, existirem indicadores de consumo específico de
determinados processos. O consumo específico é utilizar-se
da energia empregada em um processo e relacioná-la com o
resultado obtido, é sempre uma relação entre entrada e saída.

Veja um exemplo da utilização de um indicador de consumo


específico: uma indústria automobilística, que possui como
resultado final a produção de unidades de carro, pode possuir
um indicador para energia elétrica dado por KWh/unidade. De
forma mais abrangente, também é possível unir todos os gastos
energéticos como energia elétrica, ar comprimido, gás natural
em uma única unidade de medida de energia e relacioná-la com
a produção final de carros. Sendo essa unidade, por exemplo,
o Joule, logo um indicador de consumo específico poderia ser J/
unidade. Assim, colocando números nesse exemplo, se uma
fábrica consume 1 MJ para produzir dez carros, logo o seu
consumo específico será de 100 KJ/carro.

A definição de um indicador de eficiência é muito importante,


porém, de nada adianta se não for acompanhado
sistematicamente. À medida que o indicador oscila fora da faixa
definida como um consumo específico adequado, ações de
investigação devem ser tomadas para que se possa identificar no
processo o que levou a essa oscilação. Se for uma oscilação que

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leva o indicador para uma faixa pior de consumo, devem-se tomar
ações corretivas. Se for uma oscilação para uma faixa de melhor
consumo específico, deve-se identificar o causador dessa melhora
no sistema e mantê-lo.

TEORIA EM PRÁTICA

Você trabalha em uma indústria química de produção de fertilizantes


e atualmente você é o responsável pela produção de energia
elétrica da sua unidade. Na sua unidade fabril, existe uma usina
térmica que é uma cogeração que utiliza o vapor proveniente do
processo produtivo de ácido sulfúrico para girar uma turbina e,
consequentemente, gerar energia elétrica por meio de um gerador
acoplado em seu eixo. Neste tipo de processo, é necessário que você
esteja atento à produção horária de energia elétrica, pois qualquer
oscilação na quantidade ou qualidade do vapor disponibilizado pode
ocasionar sérias variações da produção.

O conjunto turbina e gerador utilizados é de fabricação antiga, por


volta da década de 1960, que torna o acompanhamento da produção
e manutenção muito importantes. Atualmente, o seu conjunto
turbina/gerador consume mensalmente 20.000 toneladas de vapor
e gera aproximadamente 3.650 MWh por mês. Além disso, o vapor
utilizado possui pressão de 40 bar e temperatura próxima aos 400
°C. Como se trata de uma turbina de condensação pura, o vácuo do
sistema chega próximo a 1 bar.

Diante do exposto acima, você necessita identificar um indicador de


eficiência energética que faça sentido o seu acompanhamento diário.
Qual seria esse indicador? É possível calculá-lo?

27
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo
professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no
ambiente de aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Indicação 1

Esta leitura irá lhe proporcionar uma visão geral sobre os


principais sistemas utilizados na indústria e como torná-los
eficientes. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca
Virtual da Kroton e busque pelo título da obra no parceiro Minha
Biblioteca.

BARROS, B. F. de.; BORELLI, R.; GEDRA, R. L. Gerenciamento de


energia: ações administrativas e técnicas de uso adequado da
energia elétrica. 2. ed. São Paulo: Érica: 2016. Cap. 4, p. 104-134,.

Indicação 2

O capítulo do livro indicado irá lhe apresentar, de forma geral,


o sistema de ar comprimido utilizado em muitos processos
industriais. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca
Virtual da Kroton e busque pelo título da obra no parceiro Minha
Biblioteca.

BARROS, B. F.; BORELLI, R.; GEDRA, L. R. Eficiência energética –


técnicas de aproveitamento, gestão de recursos e fundamentos.
São Paulo: Érica, 2015. Cap. 4 e 5, p. 79-94.

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QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes
neste Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em
Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas,
além de questões de interpretação com embasamento no
cabeçalho da questão.

1. Qual das alternativas abaixo não corresponde às etapas de um


diagnóstico energético?

a. Estudo dos fluxos de materiais e produtos.


b. Avaliação das perdas de energia.
c. Elaboração das recomendações e conclusões.
d. Implementação das melhorias e projetos de eficiência.
e. Caracterização do consumo energético.

2. Qual das alternativas abaixo corresponde ao diagrama de


Sankey?

a. Diagrama que demonstra somente o consumo de energia


elétrica.
b. Diagrama que representa os fluxos energéticos.
c. Diagrama que representa os índices de eficiência energética.
d. Diagrama que representa o consumo somente de energia
térmica.
e. Diagrama que representa somente as perdas de energia.

29
GABARITO

Questão 1 - Resposta D
Resolução: A implementação de melhorias e projetos de
eficiência é uma ação após a elaboração do diagnóstico
energético.
Questão 2 - Resposta B
Resolução: O diagrama de Sankey representa os fluxos
energéticos, independentemente do tipo de energia.

30
TEMA 4

Programas de conservação de
energia e cases de sucesso

INÍCIO
______________________________________________________________
Autoria: Leandro Cesini
Leitura crítica: Giancarlo Michelino Gaeta Lopes

TEMA 1
TEMA 2
TEMA 3
TEMA 4
DIRETO AO PONTO

A aplicação de projetos e ações de eficiência energética, muitas


vezes, não caminha sozinha, é necessário que existam programas
que incentivem essa discussão e que promovam a sua
aplicabilidade, seja na concepção de equipamentos, na utilização
racional de energia ou mesmo na mudança de processos e
renovação tecnológica. Nesse conceito, o Brasil, desde a década
de 1980, vem construindo programas governamentais que
promovam esses aspectos, é o caso do PBE (Programa Brasileiro
de Etiquetagem) e do Procel (Programa Nacional de Conservação
de Energia Elétrica).

Para que o próprio consumidor tenha autonomia para buscar e


escolher produtos eletricamente mais eficientes, o PBE apresenta
as informações necessárias para que essa decisão possa ser
tomada. A partir das etiquetas que os produtos apresentam,
o consumidor consegue identificar qual o nível de consumo
de cada equipamento e isso pode impactar a sua decisão de
compra. Além disso, o próprio PBE faz uma classificação da
eficiência de cada produto, classificando-os de A até a letra
E, facilitando ainda mais para o consumidor que não possua
intimidade com os termos técnicos relacionados ao consumo de
energia elétrica.

Outro programa muito importante para o país é o Procel,


também implementado desde a década de 1980, vem trazendo
grandes benefícios ao país. Esse programa é o responsável por
promover, disseminar e incentivar a eficiência energética nos
bens e serviços utilizados pelos brasileiros.

No ano de 2018, o Procel promoveu a economia de 22,99


milhões de MWh e retirou da ponta a demanda de 7.257 MW.

32
Para você ter uma real dimensão desse resultado, com essa
energia economizada, daria para atender, aproximadamente, a
12,12 milhões de residências por um ano inteiro.

A promoção da eficiência energética traz resultados significativos


ao Brasil e para os investidores que acreditam que investir em
eficiência também faz sentido. Isso quer dizer que investir em
utilização mais eficiente dos recursos energéticos disponíveis é
mais interessante do que investir em novos recursos energéticos
e continuar a consumir de forma ineficiente. A Tabela 1 mostra
os principais resultados de aplicações de projetos em eficiência
energética em diferentes sistemas utilizados pelas indústrias e
prédios comerciais, evidenciando as economias encontradas.

Tabela 1 – Estudos energéticos

Retorno Economia
Investimento
Projeto financeiro de energia
[R$]
[anos] [MWh/ano]

Sistema de iluminação em
uma empresa fabricante 6.725,00 <1 217,50
de pneus.

Motores elétricos em uma


380.000,00 2,3 739,00
indústria alimentícia.

Sistema de ar comprimido
em uma indústria 317.000,00 2,7 530,00
metalúrgica.

Sistema de ar
condicionado em prédio 2.250.000,00 2,8 890,00
comercial.

Fonte: elaborada pelo autor, adaptada de Marques (2007).

33
Nota-se pela análise da Tabela 1 que os investimentos realizados
em eficiência energética tiveram um bom retorno financeiro, todos
eles menores que três anos. O total de energia economizada com
os quatro projetos indicados foi de aproximadamente 2.376,50
MWh/ano.

Todos os sistemas listados na Tabela 1 que tiveram ações de


eficiência energética são amplamente utilizados na indústria e
nos prédios comerciais. Dada a importância desses sistemas e
larga utilização, eles se tornam grandes vetores de promoção de
eficiência energética.

Os motores elétricos e os sistemas de ar comprimido, que são


utilizados largamente na indústria, necessitam estar sempre sendo
estudados, gerando as suas curvas de consumo e identificando
as oportunidades de redução e otimização operacional e de
manutenção. A busca constante por eficiência faz parte da rotina
de todo profissional que se dedica a realizar a gestão energética
de suas instalações.

Referências bibliográficas
MARQUES, Milton Cesar Silva et al. (org.). Eficiência Energética:
teoria e prática. Itajubá: Fupai, 2007.

PARA SABER MAIS

Na indústria, de modo geral, a busca por eficiência energética é


constante e os seus sistemas devem sempre estar em constante
análise. Os motores elétricos são os principais equipamentos da
indústria e responsáveis por uma parcela significativa do consumo

34
de energia elétrica. Assim, focar no estudo do comportamento
desses equipamentos é essencial, mas também é essencial
focar em como esses equipamentos estão sendo mantidos nas
instalações industriais.

O histórico de manutenção de motores elétricos deve existir nas


instalações industriais e deve ser constantemente atualizado
pela equipe de manutenção. Deve-se ter o histórico de quais
manutenções cada motor já passou, o que foi realizado, se o
motor já foi rebobinado, quantas vezes já foi rebobinado, etc.

Como a renovação das pessoas dentro de uma indústria


sempre acontece, à medida que existe um histórico atualizado,
é possível que cada novo membro da equipe de manutenção
possa prosseguir com as devidas tratativas em manutenção.
A importância do acompanhamento da vida de um motor é
essencial para promover e manter a eficiência energética do
sistema elétrico.

Um motor, quando é rebobinado, perde as garantias de eficiência


do fabricante, ainda mais se o serviço de rebobinamento for
realizado em empresas não autorizadas pelo fabricante do
equipamento. Com o passar do tempo, um motor sem histórico
pode ser rebobinado por várias vezes e o custo disso pode se
tornar maior do que a aquisição de um novo motor.

Outra questão muito comum na indústria é a substituição de


motores diferentes para uma mesma carga. Por exemplo, às
vezes, um motor de 20 CV destinado a uma bomba específica se
queima e no estoque não há outro de mesma potência, e decide-
se instalar um de 25 CV, que não irá interferir em nenhum tipo de
mudança estrutural. Nesse caso, se não há um acompanhamento
de manutenção, esse motor de 25 CV passará de uma alternativa
momentânea e se tornará uma alternativa definitiva, resultando,

35
portanto, em um consumo de energia elétrica maior que o
necessário, pois, provavelmente, esse motor trabalhará de forma
mais folgada e menos eficiente.

O aumento da eficiência energética na operação de motores


elétricos pode ser alcançado também por meio da utilização de
inversores de frequência, que são dispositivos que conseguem
reproduzir os efeitos de estratégias mecânicas para controle de
vazão, como a utilização de válvulas.

De forma geral, muitas vezes, para a promoção da eficiência


energética na indústria não é somente preciso investir em
equipamentos mais eficientes ou realizar uma mudança em algum
processo. Muitas das ações não requerem investimentos para
realização, basta um olhar mais crítico para o sistema já instalado
e buscar alternativas para manter a eficiência dos equipamentos.

No caso dos motores elétricos, eles se tornam muito importantes


nesse processo, pois são os responsáveis, por exemplo, pelo
acionamento de um compressor de ar. Assim, a eficiência global
desse sistema depende de uma abordagem também sobre os
motores elétricos. Assim como sistemas de condicionamento de
ar, que muitas vezes utilizam bombas, ventiladores e exaustores
em torres de resfriamento.

TEORIA EM PRÁTICA
Na empresa automobilística em que você é responsável pela
manutenção existe uma central de ar comprimido responsável por
garantir o funcionamento das ferramentas pneumáticas utilizadas
durante a montagem dos veículos.

36
O seu sistema de monitoramento de consumo de ar comprimido
mostra uma curva de utilização durante a semana que é maior
do que a observada aos finais de semana. Do seu ponto de
vista, isso é normal, pois, aos finais de semana, o consumo deve
realmente ser menor, pois a montagem dos veículos é paralisada
aos sábados pela manhã e retorna na segunda-feira, também pela
manhã.

O seu gestor, em uma visita à fábrica durante um domingo,


ao passar pela área de montagem dos veículos, verificou
um constante barulho, parecendo de ar comprimido sendo
utilizado e soprando o tempo todo. E desafiou-o com o seguinte
questionamento: “É possível reduzir o consumo de ar comprimido
aos finais de semana? Por qual razão temos esse consumo aos
finais de semana com a fábrica parada?”

Indique, portanto, quais os motivos que implicam a utilização


do ar comprimido aos finais de semana e o que você faria para
atenuá-la.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo


professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no
ambiente de aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Indicação 1

Esta leitura irá lhe mostrar uma aplicação de uma ação de


eficiência energética utilizada em motores elétricos de indução
no processo de irrigação na agricultura. Para realizar a leitura,

37
acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo
título do artigo no parceiro EBSCOhost.
LIMA, A. S. et al. Desempenho operacional no bombeamento
em pivô central utilizando inversor de frequência. Revista
Brasileira de Tecnologia Aplicada nas Ciências Agrárias, [s.
l.], v. 8, n. 2, p. 51-61, 2015.

Indicação 2

O capítulo do livro indicado irá lhe apresentar os principais


programas voltados à conservação de energia no país. Para
realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual
da Kroton e busque pelo título do livro no parceiro Minha
Biblioteca.
ROMÉRO, M. de A.; REIS, L. B. dos. Eficiência energética em
edifícios. 1. ed. Barueri: Manole, 2012. Cap. 2, p. 64-74.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

38
1. Qual das alternativas abaixo representa o significado da
sigla Procel?

a. Programa Nacional de Conservação de Energia.


b. Programa Brasileiro de Conservação de Energia Elétrica.
c. Programa Nacional de Conservação de Energéticos.
d. Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica.
e. Programa Brasileiro de Conservação de Energéticos.

2. Com relação à eficiência luminosa, é correto afirmar que:

a. É a razão entre o fluxo luminoso e a potência consumida


pela lâmpada.
b. É a razão entre a potência consumida pela lâmpada e o
fluxo luminoso.
c. É dada em porcentagem.
d. É a razão entre a vida mediana nominal e o fluxo luminoso.
e. É dada em Watt/lúmen.

GABARITO

Questão 1 - Resposta D
Resolução: Procel significa Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica.
Questão 2 - Resposta A
Resolução: Eficiência luminosa é a razão entre o fluxo
luminoso e a potência da lâmpada, dada em lúmen/Watt.

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