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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NAUTICAS

DEPARTAMENTO DE RADIO
ENGENHARIA ELECTRÓNICA E DE TELECOMUNICAÇÃO

Electrónica de Potência
Tema: Energias Renováveis de Fontes Geotérmicas

Discente:
Milton Hélder Malate

Docente:
PhD. Hélio Amone Gove

Maputo, Maio de 2023


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Índice
1. Introdução..................................................................................................................1

2. Objectivos..................................................................................................................2

2.1. Geral....................................................................................................................2

2.2. Específicos..........................................................................................................2

3. Metodologia...............................................................................................................3

4. Energias Renováveis de fontes Geotérmicas.............................................................4

4.1. Conceitos............................................................................................................4

4.2. Tipos de Energias Renováveis............................................................................4

4.3. Vantagens e Desvantagens..................................................................................5

4.4. Tecnologias para geração de eletricidade...........................................................6

4.5. Estudo da Viabilidade.........................................................................................9

4.6. Formulas para Determinação da Temperatura, Produção e Perdas...................10

4.7. Zonas com Potencial Eléctrico..........................................................................11

4.7.1. Parâmetros para Exploração......................................................................12

5. Conclusão................................................................................................................13

6. Bibliografia..............................................................................................................13

figura 1 - Representação ciclo binario...............................................................................7


figura 2 - Representação do ciclo Rankine e a Representação do ciclo Flash de um
estágio................................................................................................................................8
figura 3 - Representação do ciclo Flash de dois estágios..................................................8
figura 4 Representação do ciclo Flash de três estágios/....................................................9
figura 5 - Potencial geotérmico em Moçambique / Fonte: FUNAE-ATLAS, 2013........12
1. Introdução
A todo o momento nos chegam notícias, muitas vezes dramáticas, que dão conta do
agravamento das alterações climáticas causadas pelos desequilíbrios ecológicos
provocados pelas atividades humanas. Essa realidade exige uma mobilização
internacional que promova as mudanças necessárias para que o desenvolvimento da
humanidade ocorra de maneira mais harmoniosa em relação ao meio ambiente.
É inevitável a implantação de um novo paradigma, que implique a utilização de
tecnologias modernas e limpas, antes pouco exploradas. Associadas a este movimento
em prol da sustentabilidade preservação do meio ambiente, novas cadeias produtivas e
acredito que esta seja uma oportunidade ímpar para que o Moçambique aproveite esse
raro processo de mudanças para adotar soluções que promovam a união do
desenvolvimento tecnológico e econômico com a máxima inclusão social.
De acordo com dados do Relatório Nacional de Atualização da Contribuição
Nacionalmente Determinada (NDC) de Moçambique, o país tem um potencial
significativo de energia solar, eólica, hídrica e de biomassa, que ainda não está
totalmente explorado.
No período de 2017 a 2019, a produção de energia renovável em Moçambique ainda era
incipiente, com valores anuais relativamente baixos. Em 2017, por exemplo, a produção
total de energia elétrica no país foi de cerca de 2.583 GWh, dos quais apenas 21,6 GWh
foram gerados a partir de fontes renováveis, o que representa cerca de 0,8% da produção
total. Em 2018, a produção de energia renovável aumentou para 77,9 GWh, o que
representa cerca de 2,8% da produção total de energia elétrica no país. Já em 2019, a
produção de energia renovável em Moçambique foi de 73,4 GWh, representando cerca
de 2,4% da produção total de energia elétrica.

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2. Objectivos
2.1. Geral
Apresentar uma fonte de energia sustentável e segura, que possa atender às necessidades
energéticas da sociedade, ao mesmo tempo em que reduz os impactos ambientais
negativos causados pela geração de energia a partir de combustíveis fósseis e nucleares.
2.2. Específicos
 Falar dos tipos de energias renováveis existentes em Moçambique
 Mostrar das vantagens e desvantagens das energias renováveis e termos de
produção energética e socioeconómica;
 Desafios enfrentados na sua implementação até os dias de hoje.

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3. Metodologia
Para a realização deste trabalho fora usado artigos e livros relacionados com o tema a
ser discutido e foi usado um repositório inteligente para apoiar na organização dos
subtemas a seguir apresentados.

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4. Energias Renováveis de fontes Geotérmicas
4.1. Conceitos
Segundo Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (2016, Brasil)
Energia é a capacidade de causar uma ação. Por exemplo, o calor do sol aquece a água,
porque é uma fonte de energia térmica. Já os combustíveis dos carros são uma fonte de
energia mecânica, pois são capazes de gerar movimento.
As fontes de energia podem ser divididas em dois grupos principais: renováveis e não
renováveis.
 Energia renovável é aquela que vem de recursos que são naturalmente
reabastecidos, como sol, vento, chuva, rios e resíduos orgânicos resultantes de
atividades domésticas e industriais.
 Energia não renovável é obtida de combustíveis retirados da natureza, que
existem em quantidade limitada e/ou que precisam de milhares de anos para ser
formados. Alguns exemplos são o urânio, usado na energia nuclear; o carvão,
nas termoelétricas; e o petróleo, na produção de combustíveis fósseis, como
gasolina, diesel e querosene.
As energias renováveis são consideradas mais sustentáveis tanto pela sua
disponibilidade garantida (presente e futura) como pelo seu menor impacto ambiental.
Isso porque sua geração evita a emissão de gases poluentes que provocam o efeito
estufa e contribui, portanto, para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas e
do aquecimento global.
O termo "renovável" incorpora a essência desse tipo de energia: a capacidade de estar
disponível na natureza e se regenerar continuamente, sem intervenção humana,
espontaneamente e em uma quantidade inesgotável
4.2. Tipos de Energias Renováveis
As energias renováveis são fontes de energia que se regeneram naturalmente e podem
ser utilizadas sem esgotar a fonte primária. Abaixo, seguem alguns exemplos dos tipos
de energias renováveis:
1. Energia Solar: é a energia proveniente do sol, captada por painéis solares
fotovoltaicos ou por sistemas de aquecimento solar. Segundo Garcia et al.
(2020), a energia solar é uma das fontes de energia renovável mais promissoras,
com potencial para suprir grande parte da demanda energética global.
2. Energia Eólica: é a energia proveniente do vento, captada por turbinas eólicas
que transformam a força do vento em energia elétrica. Segundo Morales et al.
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(2020), a energia eólica é uma das fontes de energia renovável mais maduras e
competitivas, com potencial para atender a uma parcela significativa da
demanda energética global.
3. Energia Hidrelétrica: é a energia proveniente da água em movimento, captada
por usinas hidrelétricas que transformam a força da água em energia elétrica.
Segundo Asadi et al. (2021), a energia hidrelétrica é uma das fontes de energia
renovável mais utilizadas em todo o mundo, com potencial para fornecer uma
grande parte da energia elétrica global.
4. Energia Geotérmica: é a energia proveniente do calor interno da Terra, captada
por meio de poços geotérmicos que transformam o calor em energia elétrica.
Segundo Tester et al. (2015), a energia geotérmica é uma fonte de energia
renovável com grande potencial de expansão, especialmente em países com
atividade vulcânica, como a Islândia.
5. Energia das Ondas: é a energia proveniente das ondas do mar, captada por meio
de dispositivos flutuantes que transformam o movimento das ondas em energia
elétrica. Segundo Duarte et al. (2018), a energia das ondas é uma fonte de
energia renovável em desenvolvimento, com potencial para fornecer uma
contribuição significativa para a matriz energética global.
6. Energia de Biomassa: é aquela produzida a partir de resíduos orgânicos, tais
como restos de madeira, palha, bagaço de cana-de-açúcar, resíduos agrícolas e
urbanos, entre outros. Segundo Oliveira et al. (2020), Esses materiais são
transformados em combustível por meio de processos físicos e/ou químicos,
como a combustão, a gaseificação e a pirólise, e utilizados para gerar calor,
eletricidade ou biocombustíveis.
4.3. Vantagens e Desvantagens
Assim podemos enumerar algumas vantagens dos usos de energias renováveis, como as
seguintes.
 Podem ser consideradas inesgotáveis na escala humana comparadas aos
combustíveis fósseis;
 O seu impacto ambiental é menor do que os provocados pelas fontes de energia
com origem nos combustíveis fósseis, uma vez que não produzem CO2 ou
outros gases relacionados ao “efeito estufa”;
 Permitem a criação de novos empregos em áreas específicas de cada tipo de
aproveitamento energético;

5
 Reduzem a dependência de combustíveis fósseis;
 Confere autonomia energética a um país, uma vez que a sua utilização não
depende de importação de combustíveis fósseis;
 Incentivam a investigação de novas tecnologias que permitam melhor eficiência
energética.
Assim podemos enumerar algumas vantagens dos usos de energias renováveis, como as
seguintes.
 Podem ser consideradas inesgotáveis na escala humana comparadas aos
combustíveis fósseis;
 O seu impacto ambiental é menor do que os provocados pelas fontes de energia
com origem nos combustíveis fósseis, uma vez que não produzem CO2 ou
outros gases relacionados ao “efeito estufa”;
 Permitem a criação de novos empregos em áreas específicas de cada tipo de
aproveitamento energético;
 Reduzem a dependência de combustíveis fósseis;
 Confere autonomia energética a um país, uma vez que a sua utilização não
depende de importação de combustíveis fósseis;
 Incentivam a investigação de novas tecnologias que permitam melhor eficiência
energética.
4.4. Tecnologias para geração de eletricidade
Há diferentes tipos de tecnologias utilizadas para a produção de energia elétrica através
de fontes geotérmicas, sendo que cada uma é mais recomendada a um sistema de faixa
de temperaturas diferentes. Baseiam-se elas nos ciclos Binário, Rankine e Flash (de um,
dois ou três estágios) e têm aplicação conforme a qualidade do recurso (tabela 1).
Tabela 1 - Classificação dos recursos geotérmicos (SANYAL, 2005)

Classe do recurso Faixa de Temperaturas (ºC) Tipo de recurso

1 Menor que 100 Não é possível gerar electricidade


2 100 – 150 Temperatura muito baixa
3 150 – 190 Temperatura baixa
4 190 – 230 Temperatura moderada
5 230 – 300 Temperatura alta
6 Maior que 300 Temperatura muito alta
7 Aproximadamente Apenas vapor seco

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O Ciclo Binário é um ciclo mais recomendado para sistemas de classe 2, isto é, com
temperaturas variando entre 100°C e 150°C (SANYAL, 2005). No entanto, esse também
pode se adequar para faixas de temperaturas um pouco acima, onde um ciclo Binário é
utilizado para reaproveitar o calor do líquido a, aproximadamente, 180°C, que sai do
separador de um ciclo Flash do mesmo sítio (PARADA, 2013). O Ciclo Binário,
representado na figura 1, consiste, basicamente, em fazer a salmoura (líquido extraído
da fonte) passar por um trocador de calor e aquecer um fluido de ponto de ebulição mais
baixo, como o n-pentano, para que este, ao vaporizar- se, passe por uma turbina a vapor
conectada a um gerador, produzindo eletricidade. Esse é um dos ciclos analisados neste
trabalho.

figura 1 - Representação ciclo binário.

Outro ciclo utilizado é o Rankine convencional, demonstrado na figura 2, que se


adequa apenas a sistemas de classe 7 (SANYAL, 2005), pois funciona apenas com
vapor seco. Neste ciclo, o funcionamento se dá pela extração de vapor do sítio e, após
isso, fazê-lo passar por uma turbina a vapor conectada a um gerador, que gera energia.
Outra tecnologia tida como base nesse estudo foi o Flash de um estágio, que se adequa
a uma maior variedade de tipos de sistemas diferentes, desde a classe 3 até a classe 6
(SANYAL, 2005). A configuração desta tecnologia, esquematizado na figura 3, é a
seguinte:
 Através de um poço de produção, a mistura de salmoura e vapor é extraída e
levada até uma câmara de separação;
 Nessa câmara, ambos são separados e conduzidos a locais diferentes;
 A salmoura é devolvida ao reservatório através de um poço de injeção;

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 O vapor é levado até uma turbina de vapor que, ao se expandir, faz girar um
gerador que produz energia elétrica;
 Após expandir pela turbina, o vapor de baixa pressão é conduzido a um
condensador, que o transforma em salmoura;
 Essa salmoura também é devolvida ao reservatório através do mesmo poço de
injeção.

figura 2 - Representação do ciclo Rankine e a Representação do ciclo Flash de um estágio.

Há outros tipos: o Flash de dois estágios (figura 3) e três estágios (figura 4). A
diferença entre eles está em que, basicamente, no primeiro tipo o líquido é separado do
vapor apenas uma vez, enquanto nos outros tipos ele é separado duas ou três vezes. Ao
separar mais vezes, é possível aproveitar mais o fluido, conseguindo uma potência de
saída maior. No entanto, os custos de capital e operação deste segundo sistema superam
o primeiro, já que serão necessários mais equipamentos.

figura 3 - Representação do ciclo Flash de dois estágios

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A extração do fluido no reservatório pode ser feita com auxílio de uma bomba ou não.
Tal decisão dependerá da pressão e temperatura no interior do reservatório, já que, nos
casos em que as condições de temperatura e pressão são moderadas (classe 3), eles
ainda se encontram dentro dos limites operacionais da bomba (SANYAL, 2005). A
partir disso, o fluido do reservatório deve poder escoar sem auxílio de bomba.
A eficiência do ciclo também depende do condensador, já que quanto menor a pressão
no condensador, maior a geração de eletricidade (WORLD ENERGY COUNCIL,
2016). Logo, é importante que haja um condensador que se adeque bem ao sistema, para
que a eficiência do ciclo atinja níveis maiores.

figura 4 Representação do ciclo Flash de três estágios/

4.5. Estudo da Viabilidade


A determinação da viabilidade de uma usina geotérmica em uma região envolve uma
análise técnica e econômica detalhada, que leva em consideração diversos fatores, como
a disponibilidade e características do recurso geotérmico, as condições do mercado
energético, as políticas públicas e regulamentações, entre outros.
Algumas das principais fórmulas e técnicas utilizadas para a determinação da
viabilidade de uma usina geotérmica em uma região são:
1. Análise do gradiente geotérmico: O gradiente geotérmico é a variação de
temperatura com a profundidade no subsolo. Para determinar se uma usina
geotérmica é viável em uma região, é necessário analisar o gradiente geotérmico
local e avaliar se ele é suficiente para suportar a produção de energia elétrica. A
fórmula para o cálculo do gradiente geotérmico é:
GG = (T2 - T1) / D
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Onde:
GG = gradiente geotérmico (em °C/m)
T1 = temperatura na profundidade D1 (em °C)
T2 = temperatura na profundidade D2 (em °C)
D = profundidade (em m)
2. Análise da temperatura do recurso geotérmico: A temperatura do recurso
geotérmico é um fator crítico para a viabilidade de uma usina geotérmica. É
necessário realizar uma análise detalhada da temperatura do recurso geotérmico
na região e avaliar se ela é adequada para suportar a produção de energia
elétrica. Para isso, pode-se utilizar a fórmula apresentada na resposta anterior
para o cálculo da temperatura do fluido geotérmico.
3. Análise da taxa de fluxo do recurso geotérmico: A taxa de fluxo do recurso
geotérmico é outro fator importante para a viabilidade de uma usina geotérmica.
É necessário avaliar se a taxa de fluxo do recurso geotérmico é suficiente para
suportar a produção de energia elétrica desejada. Para isso, é necessário realizar
medições do fluxo do recurso geotérmico na região.
4. Análise da demanda energética: Para avaliar a viabilidade econômica da usina
geotérmica, é necessário analisar a demanda energética na região e avaliar se ela
é suficiente para justificar o investimento na usina. Essa análise pode envolver
projeções da demanda energética futura, considerando o crescimento
populacional e econômico na região.
Essas são algumas das fórmulas e técnicas utilizadas para a determinação da viabilidade
de uma usina geotérmica em uma região. É importante ressaltar que a análise da
viabilidade de uma usina geotérmica é um processo complexo e que envolve diversos
fatores, sendo necessária a expertise de profissionais especializados na área.
4.6. Formulas para Determinação da Temperatura, Produção e Perdas
Existem diversas fórmulas utilizadas para o cálculo da temperatura, produção e perdas
durante a produção de energia elétrica em uma usina geotérmica, que variam em função
dos parâmetros específicos da usina e do tipo de ciclo de geração de energia utilizado.
Algumas das principais fórmulas utilizadas nesse cálculo são:
1. Fórmula para cálculo da temperatura do fluido geotérmico:
Tf = Ti + (q * H * Cp) / (m * Cp)
Onde:
Tf = temperatura do fluido geotérmico (em °C)

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Ti = temperatura inicial do fluido geotérmico (em °C)
q = taxa de fluxo de massa do fluido geotérmico (em kg/s)
H = entalpia específica do fluido geotérmico (em J/kg)
Cp = capacidade térmica do fluido geotérmico (em J/kg·K)
m = taxa de fluxo de massa de água de refrigeração (em kg/s)
2. Fórmula para cálculo da produção de energia elétrica:
P=q*H*e*h
Onde:
P = produção de energia elétrica (em kW)
q = taxa de fluxo de massa do fluido geotérmico (em kg/s)
H = entalpia específica do fluido geotérmico (em J/kg)
e = eficiência do ciclo de geração de energia
h = densidade da água (em kg/m³)
3. Fórmula para cálculo das perdas de energia:
Qloss = (Tw - Tf) * m * Cp
Onde:
Qloss = perdas de energia (em W)
Tw = temperatura da água de refrigeração (em °C)
Tf = temperatura do fluido geotérmico (em °C)
m = taxa de fluxo de massa de água de refrigeração (em kg/s)
Cp = capacidade térmica da água de refrigeração (em J/kg·K)
É importante ressaltar que essas fórmulas são apenas exemplos e que o cálculo da
temperatura, produção e perdas durante a produção de energia elétrica em uma usina
geotérmica pode envolver outras variáveis e considerações, dependendo das
características específicas da usina.
4.7. Zonas com Potencial Eléctrico
Durante a elaboração do Altas foram recolhidas várias amostras geotérmicas em seis
províncias do país, tendo quatro dos locais apresentado condições geotérmicas
adequadas para produção de electricidade (FUNAE-ATLAS, 2013).
Estima-se que o país possua um potencial geotérmico de 147 MW, dos quais 20 MW
são prioritários. As Províncias com maior potencial geotérmico são Tete, Manica,
Sofala, Zambézia, Nampula e Niassa, conforme pode ser visualizado na (FUNAE-
ATLAS 2013).

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figura 5 - Potencial geotérmico em Moçambique / Fonte: FUNAE-ATLAS, 2013

4.7.1. Parâmetros para Exploração


Inicialmente, para que a análise fosse feita de forma adequada, os parâmetros de cada
sítio geotérmico deveriam ser definidos. Por se tratar dos parâmetros que definem a
viabilidade de exploração do recurso para cada local e a sua qualidade como fonte de
geração de energia elétrica, definiram-se:
 Temperatura do fluido no reservatório, propriedade muito importante que,
inclusive, determina o tipo de recurso quanto a sua qualidade e finalidade;
 Profundidade do reservatório, parâmetro que ajuda na determinação da
viabilidade de explotação de cada local, já que a perfuração do reservatório pode
representar, aproximadamente, 40% do total do investimento (KIPSANG, 2015);
 Potência estimada, dado que auxiliou na definição do valor de entrada no
simulador utilizado.
Para poucos casos, não foram encontrados todos esses parâmetros, quase sempre por
não haver estudo suficiente sobre eles. Se não fosse encontrada a potência estimada,
mas houvesse uma indústria instalada, a capacidade instalada era considerada em seu
lugar.

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5. Conclusão
De maneira geral, o cenário de desenvolvimento da fonte de energias renováveis é
relativamente promissor, uma vez que o potencial é elevado e a utilização de fontes de
energia limpa e renovável é desejável. Contudo, ainda existe uma barreira tecnológica a
ser transposta, com principal objetivo de tornar o preço da energia viável
economicamente. Neste sentido, as iniciativas atuais estão ligadas a políticas nacionais
de governo e incentivos, dada a ausência de maturidade desta fonte energética e a falta
de infraestruturas.
As tecnologias de conversão da energia das ondas em energia elétrica ainda estão em
fase de maturação, e a maioria dos equipamentos atualmente utilizados é de protótipos
ainda não são consolidados ou comercializados. Isso significa que ainda não surgiu uma
tecnologia “vencedora”, que sirva como referência para a indústria e que concentre os
esforços.
Outro importante ponto a destacar é especificamente no caso do aproveitamento das
características geotérmicas das zonas mencionadas durante o desenvolvimento do
trabalho, que possui um grande potencial energético, existe uma possibilidade de
exploração economicamente viável está situado em regiões pouco estudada e com
grande relevância ambiental ou turística, sendo este um importante limitador ao
desenvolvimento da fonte.
Apesar da relativa aceitação da sociedade devido ao fato desta ser uma energia limpa,
sem emissão de CO2, e renovável, é importante mencionar o pouco conhecimento dos
impactos desta fonte e dos fatores condicionante ao desenvolvimento da fonte é que,
apesar do elevado potencial, a implementação exige grande esforço em termos de
estudos geotérmico e valores avultados.

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6. Bibliografia
DiPippo, R. (2012). Geothermal power plants: principles, applications, case studies and
environmental impact. Elsevier.
Muffler, P. (2013). Geothermal energy: sustainable heating and cooling using the
ground. Wiley.
Bertani, R. (2010). Geothermal power generation: status, challenges and perspectives.
Renewable and Sustainable Energy Reviews, 14(2), 557-562.
Tester, J. W., Anderson, B. J., Batchelor, A. S., Blackwell, D. D., DiPippo, R., Drake, E.
M., ... & Walsh, P. M. (2006). The future of geothermal energy: impact of enhanced
geothermal systems (EGS) on the United States in the 21st century. Massachusetts
Institute of Technology.
sadi, M., Ahmadi, M. H., & Rosen, M. A. (2021). A review of hydropower plants and
energy recovery from water pipelines. Renewable and Sustainable Energy Reviews, 138,
110557.
Duarte, L. A., Guerra, T. M. S., Lavor, J. A., & Lima, C. J. C. (2018). Overview of wave
energy in Brazil. Renewable and Sustainable Energy Reviews, 81, 1059-1069.
Garcia, C. A., Arancibia-Bulnes, C. A., & Jara-Rojas, R. (2020). The potential of
photovoltaic solar energy in the world. Renewable and Sustainable Energy Reviews,
119, 109584.
Oliveira, L. G. de, Bazzo, E., Baratieri, M., & de Oliveira, F. J. (2020). Energy
generation from biomass: A review. Renewable and Sustainable Energy Reviews, 133,
110208.

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