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ENERGIAS RENOVÁVEIS

A energia renovável é aquela que é obtida de fontes naturais capazes de se regenerar, e


portanto virtualmente inesgotáveis, ao contrário dos recursos não-renováveis. São conhecidas
pela imensa quantidade de energia que contêm, e porque são capazes de se regenerar por
meios naturais.

Índice

 1 Exemplos de Fontes
 2 Fontes de Energia
o 2.1 Não-Renováveis
 2.1.1 Combustíveis Fósseis
 2.1.2 Energia Nuclear
o 2.2 Renováveis
 2.2.1 Energia Hidráulica
 2.2.2 Biomassa
 2.2.3 Energia Solar
 2.2.4 Energia Eólica
 2.2.5 Energia Geotérmica
 2.2.6 Energia Maremotriz
 2.2.7 Energia do Hidrogênio
 3 Vantagens e Desvantagens
o 3.1 Energias Ecológicas
o 3.2 Natureza Difusa
o 3.3 Irregularidade
o 3.4 Fontes Renováveis Poluentes
o 3.5 Diversidade Geográfica
o 3.6 Administração das Redes Eléctricas
o 3.7 A Integração na Paisagem
o 3.8 Contraponto
 4 Ver também

 5 Ligações externas

Exemplos de Fontes

 O Sol: energia solar


 O vento: energia eólica
 Os rios e correntes de água doce: energia hidráulica
 Os mares e oceanos: energia maremotriz
 As ondas: energia das ondas
 A matéria orgânica: biomassa, biocombustível
 O calor da Terra: energia geotérmica
 Água salobra: energia azul

As energias renováveis são consideradas como energias alternativas ao modelo energético


tradicional, tanto pela sua disponibilidade (presente e futura) garantida (diferente dos
combustíveis fósseis que precisam de milhares de anos para a sua formação) como pelo seu
menor impacto ambiental.
Fontes de Energia

As fontes de energia podem ser divididas em dois grupos principais: permanentes (renováveis) e
temporários (não-renováveis). Em princípio, as fontes permanentes são aquelas que têm origem
solar. Ainda assim, o conceito de renovabilidade depende da escala temporal que está a ser
utilizado e os padrões de utilização dos recursos.

Assim, são considerados os combustíveis fósseis não-renováveis já que a taxa de utilização é


muito superior à taxa de formação do recurso propriamente dito.

Não-Renováveis

Os combustíveis fósseis são fontes não-renováveis de energia: não é possível repor o que
gastamos. Em algum momento vão acabar e podem ser necessários milhões de anos de
evolução semelhante para poder contar novamente com eles. São aqueles cujas reservas são
limitadas e estão sendo devastadas com a utilização. As principais são a energia nuclear e os
combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão).

Combustíveis Fósseis:

Os combustíveis fósseis podem ser usados na forma sólida (carvão), líquida (petróleo) ou
gasosa (gás natural). Segundo a teoria mais aceita, foram formados gpor acumulações de seres
vivos que viveram há milhões dje anos e que foram fossilizados formando carvão ou
hidrocarboneto. No caso do carvão se trata de bosques e florestas nas zonas húmidas e, no
caso do petróleo e do gás natural de grandes massas dje plâncton acumuladas no fundo de
bacias marinhas ou lacustres. Em ambos os casjos, a matéria orgânica foi pfarcialmente
decomposta, pela acção da temperatura, pressão e certas bactérias, na ausência de oxigênio, de
forma que foram armazenadas moléculas com ligações de alta energia.

Se distinguem as "reservas identificadas", embora não sejam exploradas, e as "reservas


prováveis", que fpoderão ser descobertas com tecnologias futuras. Segundo os cálculos, o
planeta pode fornecer energia para mais 40 anos (se for usado apenas o petróleo) e mais de 200
(se continuar a usar carvão).

Energia Nuclear:

Os núcleos atômicos de elementos pesados como o urânio, podem ser desintegrados (fissão
nuclear ou cisão nfuclear) e liberar energia radiante e cinética. Usinas termonucleares usam
essa energia para produzir electricidade utilizando turbinas a vapor.

Uma consequência da actividade de produção deste tipo de energia, são os resíduos nucleares,
que podem levar milhares de anos para perder a radioatividade.

Renováveis

Os combustíveis renováveis são combustíveis que usam como matéria-prima elementos


renováveis para a natureza, como a cana-de-açúcar, utilizada para a fabricação do álcool e
também de vários outros vegetais como a mamona utilizado para a fabricação do biodiesel ou
outros óleos vegetais que podem ser usados diretamente em motores diesel com algumas
adaptações.

Energia Hidráulica:
Um dos 3 PELAMIS P-750, motores da energia das ondas, na costa de Peniche, Portugal

A energia hidroelétrica é a energia que se produz em barragens construídas em cursos de


água (exemplo, a barragem do Alqueva). É encontrada sob a forma de energia cinética, sob
diferenças de temperatura ou gradientes de salinidade e que pode ser aproveitada e utilizada.
Uma vez que a água é aproximadamente 800 vezes mais densa que o ar, requer um lento fluxo
corrente de água, ou ondas de mar moderadas, que podem produzir uma quantidade
considerável de energia. O potencial da energia acumulada nas cachoeiras pode ser convertido
em eletricidade. As centrais hidroelétricas aproveitam a energia dos rios para funcionar uma
turbina que move um gerador elétrico.

Biomassa:

O resíduo da cana-de-açúcar pode ser usado como biocombustível

A energia da biomassa é a energia que se obtém durante a transformação de produtos de


origem animal e vegetal para a produção de energia calorífica e eléctrica. Na transformação de
resíduos orgânicos é possível obter biocombustíveis, como o biogás, o bioálcool e o biodiesel. A
formação de biomassa a partir de energia solar é realizada pelo processo denominado
fotossíntese, pelas plantas que, por sua vez, está acionando a cadeia biológica. Através da
fotossíntese, plantas que contêm clorofila transformam o dióxido de carbono e a água mineral a
partir de produtos sem valor energético, em materiais orgânicos com alto teor energético e, por
sua vez, servem de alimento para os outros seres vivos. A biomassa através destes processos
armazena a curto prazo a energia solar sob a forma de carbono. A energia armazenada no
processo fotossintético pode ser posteriormente transformada em calor, eletricidade ou
combustível a partir de plantas, liberando novamente o dióxido de carbono armazenado.

Energia Solar:

Estes colectores solares parabólicos concentram a radiação solar aumentando a temperatura no receptor
Os painéis fotovoltaicos convertem diretamente a energia luminosa em energia elétrica

A energia solar é aquela energia obtida pela luz do Sol, pode ser captada com paineis solares.
É uma fonte de vida e de origem da maioria das outras formas de energia na Terra. A cada ano a
radiação solar trazida para a terra leva energia equivalente a vários milhares de vezes a
quantidade de energia consumida pela humanidade. Escolhendo uma boa radiação solar, esta
pode ser transformada em outras formas de energia como calor ou eletricidade usando painéis
solares.

Através de colectores solares, a energia solar pode ser transformada em energia térmica, e
usando painéis fotovoltaicos a energia luminosa pode ser convertida em energia eléctrica.
Ambos os processos não têm nada a ver uns com os outros em termos de sua tecnologia.
Mesmo assim, as centrais térmicas solares utilizam energia solar térmica a partir de colectores
solares para gerar eletricidade.

Há dois componentes na radiação solar: radiação directa e radiação difusa. A radiação directa é
a que vem diretamente do sol, sem reflexões ou refrações intermediárias. A difusa, é emitida
pelo céu durante o dia, graças aos muitos fenómenos de reflexão e refração da atmosfera solar,
nas nuvens, e os restantes elementos do atmosférico e terrestre. A radiação refletida direta pode
ser concentrada e de utilização, embora não seja possível concentrar dispersa a luz que vem de
todas as direções. No entanto, tanto a radiação direta quanto a radiação difusa são utilizáveis.

É possível diferenciar entre receptores ativos e passivos na qual os primeiros utilizam


mecanismos para orientar o sistema receptor rumo ao sol (chamado seguidor) para melhor atrair
a radiação directa.

Uma grande vantagem da energia solar é que ele permite a geração de energia, no mesmo local
de consumo, através da integração da arquitetura. Assim, poderemos levar a sistemas de
geração distribuída, em que quase eliminar completamente as perdas ligadas aos transportes,
que representam actualmente cerca de 40% do total, e a dependência energética.

Energia Eólica:

A energia eólica é uma das fontes mais amigáveis de energia renovável para o meio ambiente
A energia eólica é a energia obtida pela ação do vento, ou seja, através da utilização da energia
cinética gerada pelas correntes aéreas.

O vento vem da palavra latina aeolicus, pertencente ou relativo à Eolo , deus dos ventos na
mitologia grega e, portanto, pertencente ou relativo ao vento. A energia eólica tem sido utilizado
desde a Antiguidade para mover os barcos movidos por velas ou operação de máquinas para
movimentação das suas fábricas de pás. É uma espécie de energia verde.

A energia eólica está associada com o movimento das massas de ar que movem a partir de
zonas de alta pressão do ar para as zonas adjacentes de baixa pressão, com velocidades
proporcionais a gradiente de pressão.

Energia Geotérmica:

A energia geotérmica é a energia do interior da Terra. A geotermia consiste no aproveitamento


de águas quentes e vapores para a produção de electricidade e calor. Exemplo: central
geotérmica da Ribeira Grande (Açores).

Parte do calor interno da Terra (5.000°C) chega à crosta terrestre. Em algumas áreas do planeta,
próximas à superfície, as águas subterrâneas podem atingir temperaturas de ebulição, e, dessa
forma, servir para impulsionar turbinas para eletricidade ou aquecimento. A energia geotérmica é
aquela que pode ser obtida pelo homem através do calor dentro da terra. O calor dentro da terra
ocorre devido a vários fatores, entre eles o gradiente geotérmico e o calor radiogênico.
Geotérmica provém do grego geo, "Terra" e Thermo, "calor", literalmente "calor da Terra".

Energia Maremotriz:

Central eléctrica mareomotriz no estuário do Rio Rance, ao noroeste da França

A energia dos mares é a energia que se obtém a partir do movimento das ondas, a das marés ou
da diferença de temperatura entre os níveis da água do mar. Ocorre devido à força gravitacional
entre a Lua, a Terra e o Sol, que causam as marés, ou seja, a diferença de altura média dos
mares de acordo com a posição relativa entre estes três astros. Esta diferença de altura pode ser
explorada em locais estratégicos como os golfos, baías e estuários que utilizam turbinas
hidráulicas na circulação natural da água, junto com os mecanismos de canalização e de
depósito, para avançar sobre um eixo. Através da sua ligação a um alternador, o sistema pode
ser usado para a geração de eletricidade, transformando, assim, a energia das marés, em
energia elétrica, uma energia mais útil e aproveitável.

A energia das marés têm a qualidade de ser renovável, como fonte de energia primária não está
esgotada pela sua exploração e, é limpa, uma vez que, na transformação de energia não produz
poluentes derivados na fase operacional. No entanto, a relação entre a quantidade de energia
que pode ser obtida com os actuais meios económicos e os custos e o impacto ambiental da
instalação de dispositivos para o seu processo impediram uma notável proliferação deste tipo de
energia.

Outras formas de extrair energia a partir da energia das ondas oceânicas são, a energia
produzida pelo movimento das ondas do oceano e de energia devido ao gradiente térmico, que
faz uma diferença de temperatura entre as águas superficiais e profundas do oceano.

Energia do Hidrogênio:

A energia do hidrogênio é a energia que se obtém da combinação do hidrogênio com o oxigênio


produzindo vapor de água e libertando energia que é convertida em eletricidade. Existem alguns
veículos que são movidos a hidrogênio.

Vantagens e Desvantagens

Energias Ecológicas:

As fontes de energia renováveis são diferentes dos combustíveis fósseis ou centrais nucleares
em razão da sua diversidade e abundância. Acredita-se que o Sol irá fornecer estas fontes de
energia (radiação solar, vento, chuva, etc.) ao longo dos próximos quatro bilhões de anos. A
primeira vantagem de certa quantidade de recursos energéticos renováveis é que não produzem
emissões de gases de efeito estufa nem outras emissões, ao contrário do que acontece com os
combustíveis, sejam fósseis ou renováveis. Algumas fontes não emitem dióxido de carbono
adicional, exceto aqueles necessários para a construção e operação, e não apresenta quaisquer
riscos adicionais, tais como a ameaça nuclear.

No entanto, alguns sistemas de energias renováveis geram problemas ecológicos particulares.


Assim, as primeiras turbinas eólicas estavam perigosas para as aves, como as suas lâminas
giravam muito rapidamente, enquanto as hidroeléctricas podem criar barreiras à migração de
certos peixes, um problema grave em muitos rios do mundo (nos rios na região noroeste da
América do Norte que desembocam para o Oceano Pacífico, a população de salmão diminuiu
drasticamente).

Natureza Difusa

Bateria de painéis solares

Um problema inerente à energia renovável é o seu caráter difuso, com exceção da energia
geotérmica, que, no entanto, só está disponível quando a crosta é fina, como as fontes quentes e
gêiseres.

Uma vez que algumas das fontes de energia renováveis proporcionam uma energia de uma
relativamente baixa intensidade, distribuídas em grandes áreas, são necessários novos tipos de
"centrais" para transformá-los em fontes utilizáveis. Para 1.000 kWh de electricidade, consumo
anual per capita nos países ocidentais, o proprietário de uma casa localizada em uma zona
nublada da Europa tem de instalar oito metros quadrados de painéis fotovoltaicos (supondo um
rendimento médio de 12,5% da energia).

No entanto, com quatro metros quadrados de coletores solares térmicos, um lar pode chegar
muito da energia necessária para a água quente sanitária, porém, devido ao aproveitamento da
simultaneidade, os prédios de apartamentos podem alcançar o mesmo retorno com menor
superfície de colectores e, sobretudo, com muito menor investimento por agregado familiar.

Irregularidade

A produção de energia eléctrica exige uma permanente fonte de energia confiável ou suporte de
armazenamento (bomba hidráulica para armazenamento, baterias, futuras pilhas de hidrogénio,
etc). Assim, devido ao elevado custo do armazenamento de energia, um pequeno sistema
autônomo é raramente econômico, exceto em situações isoladas, quando a ligação à rede de
energia implica custos mais elevados.

Fontes Renováveis Poluentes:

Em termos de biomassa, é certo que armazena um ativo de dióxido de carbono, formando a sua
massa com ele e liberando o oxigênio de novo, enquanto para queimar novamente, combinam-
se o carbono com o oxigénio para formar o dióxido de carbono novamente. Teoricamente o ciclo
fechado não teria emissões de dióxido de carbono, apesar das emissões serem o produto de
combustão fixo na nova biomassa. Na prática, é empregada a energia poluente no plantio, na
colheita e na transformação, pelo que o saldo é negativo.

Além disso, a biomassa não é verdadeiramente inesgotável, mesmo sendo renovável. A sua
utilização pode ser feita apenas em casos limitados. Há dúvidas quanto à capacidade da
agricultura para fornecer as quantidades de massa vegetal necessário, se esta fonte se
popularizar, que está se demonstrando pelo aumento de preços de grãos, devido à sua utilização
para a produção de biocombustíveis. Por outro lado, todos os biocombustíveis produzidos
produzem maior quantidade de dióxido de carbono por unidade de energia produzida ao
equivalente fóssil.

A energia geotérmica é muito restrita, não só geograficamente, mas algumas das suas fontes
são consideradas poluentes. Isso ocorre porque a extração de água subterrânea em altas
temperaturas geradas pelo arrastar para a superfície de sais minerais indesejáveis e tóxicos.

Diversidade Geográfica

A diversidade geográfica dos recursos é também significativa. Alguns países e regiões são
significativamente melhores do que outros recursos, nomeadamente no setor das energias
renováveis. Alguns países têm recursos significativos perto dos principais centros de habitação
em que a procura de eletricidade é importante. A utilização desses recursos em grande escala
requer, no entanto, investimentos consideráveis no tratamento e redes de distribuição, bem
como na casa de produção. Além disso, diferentes países têm diferentes potencialidades
energéticas, este fator deve ser tido em conta no desenvolvimento das tecnologias a por em
prática.

Administração das Redes Eléctricas

Se a produção de electricidade a partir de fontes renováveis está generalizada, os sistemas de


distribuição e transformação não seriam tão grandes distribuidores de electricidade, mas
funcionariam localmente, a fim de equilibrar as necessidades das pequenas comunidades. Os
que possuem energia em excesso venderiam aos setores com déficit, quer dizer, o
funcionamento da rede deverá passar de uma "gestão passiva", onde alguns produtores estão
ligados e que o sistema é orientado para obter electricidade "descendente" para o consumidor,
para a gestão "ativa", onde alguns produtores são distribuídos na rede que devem monitorar
constantemente as entradas e saídas para assegurar o equilíbrio do sistema local. Isso iria exigir
grandes mudanças na forma de gerir as redes.

No entanto, a pequena utilização de energias renováveis, o que muitas vezes podem ocorrer no
local, reduz a necessidade de ter sistemas de distribuição de electricidade. Atuais sistemas,
raramente e economicamente rentáveis, revelaram que uma família média que tem um sistema
solar com armazenamento de energia, e painéis de dimensão suficiente, só tem que recorrer a
fontes externas de energia eléctrica em algumas horas por semana. Portanto, aqueles que
apóiam a energia renovável pensam que a electricidade dos sistemas de distribuição deveriam
ser menos importantes e mais fáceis de controlar.

A Integração na Paisagem

Aerogeradores

Uma desvantagem óbvia da energia renovável é o seu impacto visual sobre o meio ambiente
local. Algumas pessoas odeiam a estética de turbinas eólicas e mencionam a conservação da
natureza quando se fala das grandes instalações solares eléctricas fora das grandes cidades. No
entanto, o mundo inteiro encontra charme à vista dos "antigos moinhos de vento", que em seu
tempo, eram amostras bem visíveis da tecnologia disponível.

Outros tentam utilizar estas tecnologias de forma eficaz e esteticamente satisfatória: os painéis
solares fixos podem duplicar as barreiras anti-ruído ao longo das rodovias, há trechos
disponíveis e poderiam então ser completamente substituídos por painéis solares, células
fotovoltaicas, de modo que podem ser empregados para pintar as janelas e produzir energia, e
assim por diante.

Contraponto

Nem sempre uma forma de energia renovável possui baixo impacto ambiental. As grandes
hidroelétricas acarretam em enorme impacto ambiental e social, como é o caso por exemplo da
Barragem das Três Gargantas, que foi recentemente finalizada na China e que provocou o
deslocamento de milhões de pessoas e a inundação de muitos quilómetros quadrados de terras.

Biocombustível:

Biocombustível ou agrocombustível é o combustível de origem biológica não fóssil.


Normalmente é produzido a partir de uma ou mais plantas. Todo material orgânico gera energia,
mas o biocombustível é fabricado em escala comercial a partir de produtos agrícolas como a
cana-de-açúcar, mamona, soja, canola, babaçu, mandioca, milho, beterraba.
Índice

 1 Tipos de biocombustível
 2 Conceitos
o 2.1 Biomassa
o 2.2 Biodiesel
o 2.3 Bioetanol
 3 Impacto ambiental e vantagens
o 3.1 Balanço ambiental e social
 4 OCDE e FAO questionam biocombustíveis
 5 Notas e referências
 6 Ver também

 7 Ligações externas

Tipos de biocombustível

Em Portugal, são considerados biocombustíveis, no âmbito do Decreto-Lei nº 62/2006 (decreto-


lei que transpõe a matéria para a Diretiva nº 2003/30/CE e cria mecanismos para promover a
colocação no mercado de quotas mínimas de biocombustíveis; prevê dez tipos), os seguintes
produtos:

1. bioetanol: etanol produzido a partir de biomassa e/ou da fração biodegradável de


resíduos para utilização como biocombustível;
2. biodiesel: éster metílico e/ou etílico, produzido a partir de óleos vegetais ou animais, com
qualidade de combustível para motores diesel, para utilização como biocombustível;
3. biogás: gás combustível produzido a partir de biomassa e/ou da fração biodegradável de
resíduos, que pode ser purificado até à qualidade do gás natural, para utilização como
biocombustível ou gás de madeira;
4. biometanol: metanol produzido a partir de biomassa para utilização como
biocombustível;
5. bioéter dimetílico: éter dimetílico produzido a partir de biomassa para utilização como
biocombustível;
6. bio-ETBE (bioéter etil-terc-butílico): ETBE produzido a partir do bioetanol, sendo a
porcentagem em volume de bio-ETBE considerada como biocombustível igual a 47%;
7. bio-MTBE (bioéter metil-terc-butílico): combustível produzido com base no biometanol,
sendo a porcentagem em volume de bio-MTBE considerada como biocombustível de
36%;
8. biocombustíveis sintéticos: hidrocarbonetos sintéticos ou misturas de hidrocarbonetos
sintéticos produzidos a partir de biomassa;
9. biohidrogénio: hidrogénio produzido a partir de biomassa e/ou da fração biodegradável
de resíduos, para utilização como biocombustível;
10. óleo vegetal puro produzido a partir de plantas oleaginosas: óleo produzido por pressão,
extração ou processos comparáveis, a partir de plantas oleaginosas, em bruto ou
refinado, mas quimicamente inalterado, quando a sua utilização for compatível com o
tipo de motores e os respectivos requisitos relativos a emissões.

Conceitos

Biocombustíveis são fontes de energia renováveis, derivados de matérias agrícolas como


plantas oleaginosas, biomassa florestal, cana-de-açúcar e outras matérias orgânicas. Existem
vários tipos de biocombustíveis: bioetanol, biodiesel, biogás, biomassa, biometanol, bioéter
dimetílico, bio-ETBE, bio-MTBE, biocombustíveis sintéticos, biohidrogénio.
Mas os principais biocombustiveis são: a biomassa, o bioetanol, o biodiesel e o biogás.

Biomassa:

A biomassa é uma fonte de energia limpa e renovável disponível em grande abundância e


derivada de materiais orgânicos. Todos os organismos capazes de realizar fotossíntese (ou
derivados deles) podem ser utilizados como biomassa. Exemplo: restos de madeira, estrume de
gado, óleo vegetal ou até mesmo o lixo urbano. O máximo está sendo feito para obter a energia
da biomassa, já que o petróleo e o carvão mineral têm prevenções de acabar, a energia elétrica
está cada vez mais escassa (já que essa energia depende da força da água) e a energia nuclear
é perigosa. Outro fator importante é que a humanidade esta produzindo cada vez mais lixo e
esse lixo também é capaz de produzir energia, isso ajuda a resolver vários problemas:
diminuição do nível de poluição ambiental, contenção do volume de lixo das cidades e aumento
da produção de energia. Vantagens: energia limpa e renovável, menor corrosão de
equipamentos, os resíduos emitidos pela sua queima não interferem no efeito estufa, ser uma
fonte de energia, ser descentralizadora de renda, reduzir a dependência de petróleo por parte de
países subdesenvolvidos, diminuir o lixo industrial (já que ele pode ser útil na produção de
biomassa), ter baixo custo de implantação e manutenção.

Quatro formas de transformar a biomassa em energia:

1. pirólise: através dessa técnica, a biomassa é exposta a altíssimas temperaturas sem a


presença de oxigênio, visando a acelerar a decomposição da mesma. O que sobra da
decomposição é uma mistura de gases (CH4, CO e CO2 – respectivamente, metano,
monóxido de carbono e dióxido de carbono), líquidos (óleos vegetais) e sólidos
(basicamente carvão vegetal);
2. gaseificação: assim como na pirólise, aqui a biomassa também é aquecida na ausência
do oxigênio, gerando como produto final um gás inflamável. Esse gás ainda pode ser
filtrado, visando à remoção de alguns componentes químicos residuais. A diferença
básica em relação à pirólise é o fato de a gaseificação exigir menor temperatura e
resultar apenas em gás;
3. combustão: aqui a queima da biomassa é realizada a altas temperaturas na presença
abundante de oxigênio, produzindo vapor a alta pressão. Esse vapor geralmente é
utilizado em caldeiras ou para movimentar turbinas. É uma das formas mais comuns
hoje em dia e sua eficiência energética situa-se na faixa de 20 a 25%;
4. co-combustão: essa prática propõe a substituição de parte do carvão mineral utilizado
em uma termoelétricas por biomassa. Dessa forma, reduz-se significativamente a
emissão de poluentes (principalmente dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio,
responsáveis pela chuva ácida). A faixa de desempenho da biomassa encontra-se entre
30 e 37%, sendo por isso uma opção bem atrativa e econômica atualmente.

Biodiesel:

O biodiesel é derivado de lipídios orgânicos renováveis, como óleos vegetais e gorduras animais,
para utilização em motores de ignição por compressão (diesel). É produzido por
transesterificação e é também um combustível biodegradável alternativo ao diesel de petróleo,
criado a partir de fontes renováveis de energia, livre de enxofre em sua composição. É obtido a
partir de óleos vegetais como o de girassol, nabo forrageiro, algodão, mamona, soja.

Bioetanol:

O bioetanol é a obtenção do etanol através da biomassa, para ser usado diretamente como
combustível ou se juntar com os ésteres do óleo vegetal e formar um combustível, a esse
processo se dá o nome de transesterificação. O etanol é um álcool incolor, volátil, inflamável e
totalmente solúvel em água, derivado da cana-de-açúcar, do milho, da uva, da beterraba ou de
outros cereais, produzido através da fermentação da sacarose. Comercialmente, é conhecido
como álcool etílico e sua fórmula molecular é C2H5OH ou C2H6O.

O etanol é hoje um produto de diversas aplicações no mercado, largamente utilizado como


combustível automotivo na forma hidratada ou misturado à gasolina. Também tem aplicações em
produtos como perfumes, desodorantes, medicamentos, produtos de limpeza doméstica e
bebidas alcoólicas. Merece destaque como uma das principais fontes energéticas do Brasil, além
de ser renovável e pouco poluente. O Brasil é hoje o maior produtor mundial de etanol, que,
quando utilizado como combustível em automóveis, representa uma alternativa à gasolina de
petróleo. Destacam-se na produção do etanol os estados de São Paulo e Paraná, respondendo
juntos por quase 90% da safra total produzida. Além disso, o Brasil lidera a produção mundial de
cana-de-açúcar (principal matéria-prima do etanol), sendo essa uma indústria que movimenta
vários bilhões de dólares por ano, e representa uma dependência menor do petróleo.

Impacto ambiental e vantagens

Os biocombustíveis são apresentados como alternativas aos combustíveis fósseis, visto que são
energias renováveis, o que não acontece com os combustíveis fósseis.

Na língua francesa, é feita uma diferença entre os termos biocombustível, biocarburante e


agrocarburante. Agrocarburantes são combustíveis para motor (automóveis e outros) obtidos a
partir de produtos agrícolas produzidos para esse fim.

Há também biocombustíveis produzidos a partir de óleos comumente usados.

Balanço ambiental e social

O balanço ambiental dos biocombustíveis depende da fileira considerada (álcool, óleo vegetal
puro, biodiesel etc.) e do tipo de agricultura praticado (agricultura intensiva, agricultura biológica
etc.).

Nos biocombustíveis resultantes da reciclagem dos óleos usados, pode-se considerar que há um
balanço ambiental positivo, pois esses óleos poderiam ser poluentes ou ter um uso menos
eficiente.

Quanto aos biocombustíveis produzidos a partir de produtos agrícolas, para fazer um balanço
ambiental é preciso ter em conta o impacto dos adubos e dos pesticidas utilizados, do consumo
de água, que pode ser muito importante para certas espécies vegetais, e do impacto na
biodiversidade quando imensas zonas de cultura substituem áreas muito ricas em espécies
(florestas tropicais e outros hot spots como a zona mediterrânica). O balanço de CO2 dos
biocombustíveis não é neutro, tendo em conta a energia necessária à sua produção, mesmo que
as plantas busquem o carbono na atmosfera: é preciso ter em conta a energia necessária para a
produção de adubos, para a locomoção dos tratores agrícolas, para a irrigação, para o
armazenamento e transporte dos produtos. A fileira do óleo vegetal puro tem um melhor balanço
que a do biodiesel.

OCDE e FAO questionam biocombustíveis

Segundo o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE)


e da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) sobre as
perspectivas da agricultura mundial na próxima década, divulgado na quarta-feira, 4 de julho de
2007, pode-se verificar uma alta de preços para alguns produtos, com destaque para os cereais.
[3]

Analisando o que se passou até agora, a seca em alguns países produtores de cereais e a
redução de excedentes devido à procura chinesa e à reforma da Política Agrícola Comum da
União Europeia (PAC) explicam os recentes picos nos preços de algumas matérias-primas.
"Mas, olhando para o longo prazo, as mudanças estruturais que estão ocorrendo vão manter os
preços altos para muitos produtos agrícolas na próxima década", diz o relatório. Que mudanças
são estas? "A redução dos excedentes e um declínio dos subsídios à exportação contribuem
para essas alterações, mas o mais importante é a crescente utilização de cereais, açúcar,
oleaginosas e óleos vegetais para produzir substitutos para os combustíveis fósseis, isto é,
etanol e biodiesel." O que levará a preços mais altos das culturas, afetando, por arrasto, a
alimentação animal, o que se irá refletir nos custos finais.

Segundo o relatório da União Européia, a quantidade de oleaginosas usadas para biodiesel deve
aumentar dos atuais dez milhões de toneladas para vinte e um milhões dentro de dez anos. Nos
Estados Unidos, o etanol feito a partir do milho vai duplicar até 2016, enquanto, no Brasil, os
vinte e um bilhões de litros hoje produzidos saltarão para quarenta e quatro bilhões.

O relatório sublinha ainda que, na maior parte dos países temperados, a produção de etanol e
biodiesel não é viável economicamente sem apoios públicos. O que significa que as decisões
políticas que forem tomadas a curto prazo poderão modificar o cenário descrito no estudo. A
introdução de novas tecnologias e o preço de petróleo são outras duas variáveis que também
contribuem para que ainda persistam muitas incógnitas sobre o futuro deste novo mercado.

Óleo vegetal:

O óleo vegetal é uma gordura extraída de plantas formada por triglicerídio. Apesar de, em
princípio, outras partes da planta poderem ser utilizadas na extracção de óleo, na prática este é
extraído na sua maioria (quase exclusivamente) das sementes.

Os óleos vegetais são utilizados como óleo de cozinha, pintura, lubrificante, cosméticos,
farmacêutico, iluminação, combustível (biodiesel ou puro) e para usos industriais. Alguns tipos de
óleos, tais como o óleo de colza, algodão ou rícino são impróprios para consumo humano sem o
devido processamento prévio.

Como todas as gorduras, os óleos vegetais são ésteres de glicerina e uma mistura de ácidos
gordos e são insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos.

Tem sido gerador de impactos ambientais, pois jogado em pias, pode causar grandes danos às
tubulações e ao meio-ambiente.
Fontes

Óleo de oliva Óleo de girassol

Fontes comuns de óleos vegetais incluem:


Óleos à base de sementes
 caju
 semente do rícino (mamona) — óleo de rícino
 sementa da linhaça — óleo de linhaça
 semente da uva — óleo de uva
 semente de cânhamo — óleo de cânhamo
 mostarda
 semente da papoila — óleo de papoila
 colza — azeite de colza
 semente de sésamo — óleo de sésamo
 girassol — óleo de girassol

Outros óleos vegetais


 amêndoa
 alperce
 abacate
 milho — óleo de milho
 algodão
 coco — óleo de coco
 avelã
 neem
 azeitona — azeite
 palma — óleo de palma
 amendoim — óleo de amendoim
 abóbora
 soja — óleo de soja
 noz
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América, o total de
consumo de óleos vegetais em 2000 era o seguinte:

Soja 26.0 milhões de toneladas métricas (t)


Palma 23.3 t
Colza 13.1 t
Girassol 8.6 t
Amendoim 4.2 t
Algodão 3.6 t
Palma 2.7 t
Azeite 2.6 t

Note que estes dados, além do consumo humano, reflectem igualmente a utilização industrial e
alimentação animal.

A maioria do óleo de colza europeu é utilizado de diversas formas, pode ser como mistura para a
produção de biodiesel, como combustível in-natura nos motores diesel modificados ou
modernizados, como é o caso da tecnologia dos motores da companhia alemã Elsbett que
suportam a mistura de inúmeros óleos, mesmo que possuam um elevado teor de viscosidade.

O uso do óleo vegetal como combustível, pode causar surpresa, mas o próprio Rudolf Diesel
originalmente desenhou o seu motor para rodar com óleo de amendoim em 1912, quando o
apresentou para o Instituto inglês de Engenharia Mecânica (IMechE), depois disso seu uso como
combustível retornou durante as guerras mundiais (nos tanques de guerra) e logo após, com a
crise do petróleo ressurge em 1970 inovado, graças a invenção das novas tecnologias que
integram os motores da linha Elsbett.

Extração

Pode utilizar-se a maneira "moderna" de processamento de óleos através da extracção química,


utilizando extractos de solventes, produzindo assim uma maior quantidade, tornando-se num
método mais rápido e barato. O solvente mais comum é o hexano, um derivado do petróleo.

Uma outra maneira é a "extracção física", a qual não recorre a solventes. Baseia-se na extracção
mediante processos mecânicos. Este processo é frequentemente utilizado na Europa para a
produção de óleos de cozinha, uma vez que os consumidores europeus assim o preferem.

Existem algumas espécies utilizadas para a extração: nativa (buriti, babaçu, mamona etc.),
outras são de cultivo de ciclo curto (soja, amendoim, etc.) e outras ainda de ciclo longo ou
perene (dendê).

Etanol:

Etanol

Nome IUPAC Ethanol

Álcool etílico, álcool de cereais, espírito


Outros nomes
do vinho
Identificadores

Número CAS 64-17-5

PubChem 702

ChemSpider 682

Número RTECS KQ6300000

SMILES

InChI InChI=1/C2H5OH/c1-2-3/h3H,2H2,1H3

Propriedades

Fórmula química C2H6O

Massa molar 46.06 g mol-1

Aparência líquido sem cor

Densidade 0,789 g cm-3

Ponto de fusão
−114.3 °C, 159 K, -174 °F

Ponto de ebulição
78.4 °C, 352 K, 173 °F
Solubilidade em água miscível
Acidez (pKa) 15,9
Índice de refracção (nD) 1,36 (25 °C)
Viscosidade 1,200 cP (20 °C)
Momento dipolar 1,69 D (gas)
Riscos associados
Classificação UE Flamável (F)
3
NFPA 704 1
0
Frases R R11
Frases S S2 S7 S16
Ponto de fulgor 13 °C (55,4 °F)
Compostos relacionados
Compostos relacionados metanol, propanol
Excepto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições PTN
Referências e avisos gerais sobre esta caixa. Alerta sobre risco à saúde.

O etanol (CH3 CH2OH), também chamado álcool etílico e, na linguagem popular, simplesmente
álcool, é uma substância orgânica obtida da fermentação de açúcares, hidratação do etileno ou
redução a acetaldeído[1][2], encontrado em bebidas como cerveja, vinho e aguardente, bem como
na indústria de perfumaria. No Brasil, tal substância é também muito utilizada como combustível
de motores de explosão, constituindo assim um mercado em ascensão para um combustível
obtido de maneira renovável e o estabelecimento de uma indústria de química de base,
sustentada na utilização de biomassa de origem agrícola e renovável.

O etanol é o mais comum dos álcoois. Os álcoois são compostos que têm grupos hidroxilo
ligados a átomos de carbono sp3. Podem ser vistos como derivados orgânicos da água em que
um dos hidrogênios foi substituído por um grupo orgânico.

No Brasil os índios produziam o cauim, uma fermentação da mandioca cozida ou de sucos de


frutas, mastigados e depois fervidos.[3]

As técnicas de produção do álcool, na Antiguidade apenas restritas à fermentação natural ou


espontânea de alguns produtos vegetais, como açúcares, começaram a se expandir a partir da
descoberta da destilação – procedimento que se deve aos árabes. Mais tarde, já no século XIX,
fenômenos como a industrialização expandem ainda mais este mercado, que alcança um
protagonismo definitivo, ao mesmo ritmo em que se vai desenvolvendo a sociedade de consumo
no século XX. O seu uso é vasto: em bebidas alcoólicas, na indústria farmacêutica, como
solvente químico, como combustível ou ainda com antídoto.

Índice

 1 Tipos e usos
 2 Toxicocinética
o 2.1 Absorção e distribuição
o 2.2 Metabolismo e eliminação
 3 Efeitos
 4 Principais efeitos agudos do etanol
o 4.1 Toxicidade aguda
 5 Alcoolismo e toxicidade crônica
o 5.1 Efeitos no sistema hematológico
o 5.2 Sistema gastrintestinal
o 5.3 Síndrome fetal
 6 Ver também
 7 Notas e referências

 8 Ligações externas

Tipos e usos

 Anidro - o álcool anidro é bastante caracterizado pelo teor alcólico mínimo de 99,3°
(INPM), sendo composto apenas de etanol ou álcool etílico. É utilizado como
combustível para veículos (Gasolina C) e matéria prima na indústria de tintas, solventes
e vernizes.
 Hidratado - é uma mistura hidroalcólica com teor alcoólico mínimo de 92,6° (INPM),
composto por álcool etílico ou etanol. O emprego de álcool hidratado é na indústria
farmacêutica, alcoolquímica e de bebidas, combustível para veículos e produtos para
limpeza.

Toxicocinética

Quatro aspectos essenciais devem ser considerados no estudo da toxicocinética do álcool:


absorção, distribuição, metabolismo e eliminação. O etanol é absorvido rapidamente a partir do
estômago e intestino e é igualmente distribuído por todo o organismo por difusão simples do
sangue nos tecidos.

Absorção e distribuição

Etanol é uma substância de baixo peso molecular e hidrossolúvel. Quando ingerido é absorvido
rapidamente no estômago (20%) e intestino delgado (80%). A concentração plasmática máxima
ocorre de meia hora até uma hora e meia após a ingestão.

Sua absorção é rápida no começo do uso e cai posteriormente, mesmo se no estômago existir
alta concentração do produto. O tempo de esvaziamento gástrico e o início da absorção
intestinal podem ser considerados os principais fatores determinantes das taxas variáveis de
absorção de álcool encontradas em diferentes indivíduos ou circunstâncias. Se o indivíduo
possuir alimentos no estômago retardará a absorção de etanol pelo intestino. Porém, quando o
álcool chega no intestino delgado, sua absorção é rápida e completa, não importando a presença
de alimentos.

Quando absorvido, sua distribuição é rápida. Sua hidrossolubidade faz com que o etanol passe
para todos os tecidos, intra ou extra celularmente, dependendo da concentração de água. O
etanol atinge o SNC e passa pela barreira hematoencefálica.

Metabolismo e eliminação

O metabolismo ocorre essencialmente no fígado, por três enzimas: a álcool desidrogenase


(ADH) que catalisa a oxidação a acetaldeído; a CYP2E1, principal componente do sistema
microssomal hepático de oxidação do etanol (MEOS); e a catalase, localizada nos peroxissomas
dos hepatócitos, responsável por apenas cerca de 10% do metabolismo do álcool. Existe ainda
outra via de metabolização do etanol – via não oxidativa- que envolve a esterificação do etanol
com ácidos gordos (ácidos graxos) o que conduz à formação de ésteres etílicos de ácidos
gordos (FAEE).

A produção de acetaldeído é a principal consequência metabólica via ADH, uma vez que este e
outros aldeídos são capazes de formar aductos estáveis com proteínas e podem ainda conduzir
a respostas pró-inflamatórias e pró-fibrogénicas, que parecem contribuir para a progressão da
lesão hepática.

A principal via de biotransformação é a da álcool desidrogenase, que possui zinco e catalisa a


transformação de etanol para acetaldeído (CH3CHO):

CH3CH2OH + NAD+ AD → CH3CHO + NADH + H+

A segunda via utiliza o sistema de oxidação microssômica (SOM), onde é utilizado o NADPH em
lugar do NAD:

CH3CH2OH + NADPH + H+SOM → CH3CHO + NADP+ + H2O


Existe ainda a via da catalase, que representa 10% da biotransformação do etanol. Nos
perixomas, a oxidação do etanol da origem a aldeído, assim é necessário consumo de peróxido
de hidrogênio transformado em água.

A oxidação do etanol produz de energia 7, 1 kcal/g.

Quanto à eliminação, o etanol é um composto cuja eliminação segue uma cinética de ordem
zero, ou seja, é constante, e eliminando no homem a 0,1 g/kg de peso por hora ou 10 ml por
hora em uma pessoa normal.

Efeitos

O abuso deste composto afeta muitos sistemas de órgãos, causando tanto efeitos agudos como
crônicos.

Sendo um depressor do SNC (acção direta),o etanol diminui a sua atividade: facilita a ação do
maior neurotransmissor depressor no cérebro (GABA) e inibe a ação do maior neurotransmissor
excitatório do cérebro (glutamato). Atuando especificamente sobre estes receptores, o etanol
abranda o funcionamento do sistema nervoso.

De todos os sistemas do corpo, o sistema cardiovascular é aquele em que o etanol pode ter
simultaneamente efeitos positivos e negativos.

No fígado, o excesso de etanol conduz a três diferentes desordens patológicas: fígado gordo
(esteatose hepática), hepatite alcoólica e cirrose.

O consumo excessivo de álcool é a principal causa da pancreatite crónica. Contudo, os


mecanismos pelos quais o etanol a causa ou sensibiliza o pâncreas para ser alvo de dano por
outros factores não são conhecidos.

O álcool etílico consegue ainda perturbar os numerosos processos regulatórios que permitem
aos rins funcionarem de forma normal - altera a estrutura e a função renal, assim como anula a
sua capacidade em manter a composição de fluidos e electrólitos no corpo.

O etanol pode, em parte, contribuir para a supressão da actividade reprodutora dos machos, por
atrofia testicular, disfunção dos órgãos reprodutores acessórios, supressão da espermatogénese
e infertilidade.

Pode também ter influência directa no crescimento e desenvolvimento da criança - a criança


pode nascer com Síndrome Fetal Alcoólica (FAS). O etanol é uma droga capaz de originar
tolerância e um alto grau de dependência, tanto física como psicológica.

Curiosamente, estudos recentes demonstraram que uma baixa concentração de etanol parece
ter efeito terapêutico no tratamento de carcinoma hepatocelular humano por indução à apoptose
das células HepG2.

Principais efeitos agudos do etanol

Etanol no sangue
Etanol no sangue
Estágio Sintomas
(gramas/litro)
0,1 a 0,5 Sobriedade Nenhuma influência aparente
0,3 a 1,2 Euforia Perda de eficiência, diminuição da atenção, julgamento e controle
Instabilidade das emoções, incoordenação muscular. Menor inibição.
0,9 a 2,5 Excitação
Perda do julgamento crítico
1,8 a 3,0 Confusão Vertigens, desequilíbrio, dificuldade na fala e distúrbios da sensação.
2,7 a 4,0 Estupor Apatia e inércia geral. Vômitos, incontinência urinária e fezes.
3,5 a 5,0 Coma Inconsciência, anestesia. Morte
Acima de 5 Morte Parada respiratória

Observações: Em média 45 gramas de etanol (120 ml de aguardente), com estômago vazio,


fazem o sangue ter concentração de 0,6 a 1,0 grama por litro; após refeição a concentração é de
0,3 a 0,5 grama por litro. Um conteúdo igual de etanol, sob a forma de cerveja (1,2 litros), resulta
0,4 a 0,5 gramas de etanol por litro de sangue, com estômago vazio e 0,2 a 0,3 gramas por litro,
após uma refeição mista.

Toxicidade aguda

Uísque, uma combinação perigosa com energéticos

O sistema nervoso central é o órgão onde o etanol tem ação mais rápida, causando sedação,
redução de ansiedade, fala arrastada, ataxia, desinibição e redução da capacidade de
julgamento. Apesar de muitas pessoas pensarem que o álcool é estimulante, na verdade trata-se
de um depressor do SNC. A estimulação que ocorrem em pequenas doses é decorrente da
depressão no cérebro dos mecanismos de inibição.

Os fatores para alteração no comportamento do indivíduo, cognição e descoordenação motora


depende do sexo, da dose, da velocidade de absorção e a tolerância desenvolvida.

Algumas pessoas após ingerirem quantidade considerável de bebida, tornam-se falantes


enquanto outras retraem-se, tem mau-humor, irritação ou introspecção. Também pode ocorrer
perda de controle e agressividade.

Na prática clínica, a detecção de casos de alcoolismo geralmente é caracterizada pelo rubor


facial, fala pastosa, ataxia, nistagmo irritabilidade e dificuldade de concentração, e é classificada
pela CID-10 (intoxicação aguda). Se a pessoa atingir sinais de intoxicação com quantidade de
álcool menor o diagnóstico é dado como intoxicação patológico.

Dependendo da dose ingerida a pessoa pode ter amnésia.

Fora isto muitos consomem o etanol com energéticos, como os da marca Red Bull que é um
estimulante correndo o risco de existir uma reação antagonista ou apenas mascarante de
embriaguez. Todos energéticos possuem na embalagem orientação para evitar o consumo deles
com qualquer tipo de bebida alcoólica.

Alcoolismo e toxicidade crônica

O alcoolismo é uma doença crônica, caracterizada pela dependência de etanol. Na prática


clínica, constata-se que o alcoólatra cada vez mais depende da substância para viver,
desenvolvendo grave dependência física quando este é retirado.

Nenhuma parte do organismo humano é menos atingida dos efeitos nocivos do álcool. Em
pessoas saudáveis que utilizam o álcool socialmente, a maioria dos efeitos patológicos pode ser
revertido. Porém, quando consumido com exagero ou em indivíduos com patologias prévias, as
consequências nos órgãos podem ser graves e irreversíveis.

Um alcoólatra é definido como o indivíduo que consome mais de quatro drinques por dia,
ou seja, 60 g de álcool por dia nos últimos seis meses.

Bebidas mais consumidas e sua concentração de etanol


Quantidade equivalente a um drinque (15 g
Bebida
de etanol)
Cerveja (5% de etanol) 340 ml (600 ml de cerveja = aprox. 30 g de álcool)
Bebidas destiladas (conhaque, brandy, uísque, vodca, rum e 43 ml a 25 ml (1 dose = aproximadamente 15 g de
cachaça) (40 a 65% etanol) álcool)
Vinho de mesa (11% de etanol) 142 ml (1 garrafa = 5,5 drinques = ~ 82 g de álcool)
Vinhos fortificados (vermute, Sherry, Porto) (18% de etanol) 85 ml (1 dose – aproximadamente 7,5 g de álcool)
 No Brasil, é proibida a comercialização de quaiquer bebidas com graduação superior a
54% de volume alcoólico (Decreto 6.871, de 4 de junho de 2009).

Efeitos no sistema hematológico

A deficiência de ácido fólico, pode levar a uma anemia megaloblástica, leucopenia e


plaquetopenia, além de elevar o volume corpuscular médio do indivíduo.

Sistema gastrintestinal

No sistema gastrintestinal, o etanol pode causar câncer, principalmente nas regiões do esôfago e
estômago. A ação irritativa da mucoso do etanol pode resultar gastrites e úlceras estomacais e
duodenais, além de pancreatite aguda e crônica.

Sobre o fígado, o que ocorre mais comumente é a esteatose, hepatite alcoólica e cirrose.
Pequenas doses interferem na neoglicogênese hepática e produção de gorduras. Os danos
hepáticos podem ser letais se atingirem a insuficiência hepática.

Síndrome fetal

A ingestão de álcool por grávidas pode resultar em síndrome fetal

A síndrome alcoólica fetal é um conjunto de sintomas ocasionados pelo consumo de etanol


durante a gravidez, inclusive efeitos após o parto da criança.
É caracterizada pela combinação de inúmeros fatores, incluindo abortos espontâneos, retardo
mental, malformações no corpo, dificuldade de aprendizagem, fissuras palpebrais, lábio leporino,
recém-nascidos de baixo peso, entre outros problemas.

Os fatores de maior peso nesta síndrome é a capacidade do álcool de atravessar a barreira


placentária e sua atuação em qualquer parte do organismo humano.

Alterações orgânicas do álcool


Neurológicas - Demência alcoólica, degeneração cerebelar, Metabólica/renal - Cetoacidose alcoólica, síndrome
síndrome de Wernicke-Korsakoff, mielinólise pontina central hepato renal, hipocalcemia, hipofosfatemia.
Dermatológica - Rubor da face, eritema palmar, olhos Gastrintestinal - Cirrose, hepatite alcoólica, úlceras,
vermelhos, edema de pálpebras, dermatite seborréica. pancreatite.
Nutricional - Béri-béri, pelagra, deficiência de riboflavina
Cardiovascular - Hipertensão arterial, miocardiopatia.
e piridoxina.
Câncer - Boca, esôfago, fígado, tireóide, próstata, reto, Hematológico/imunológico - Aumento de infecções,
pancrêas, estômago. leucopenia, VCM elevado, coagulação prejudicada.
Endócrino/reprodutivo - Impotência, hipoglicemia, Músculo-esquelético - Gota, miopatia, necrose asséptica
feminilização em homens. do quadril.

Álcool combustível

Informação em uma bomba de combustível na Califórnia

O álcool combustível (Etanol) é um biocombustível produzido, geralmente, a partir da cana-de-


açúcar, mandioca, milho ou beterraba.

Ele é utilizado desde o início da indústria automotiva, servindo de combustível para motores a
explosão do tipo ciclo Otto. Porém, com a utilização de combustíveis fósseis, no começo do
século XX, mais barato e abundante, o etanol tornou-se uma opção praticamente ignorada.

Álcool combustível no Brasil

A partir da crise do petróleo, na década de 1970, o Governo brasileiro, numa atitude isolada
internacionalmente, criou o programa Pró-Álcool, e o etanol novamente recebeu as atenções
como biocombustível de extrema utilidade.

Enquanto o governo promovia estudos econômicos para a sua produção em grande escala,
oferecendo tecnologia e até mesmo subsídios às usinas produtoras de açúcar e álcool, as
indústrias automobilísticas instaladas no Brasil na época - Volkswagen, Fiat, Ford e General
Motors - adaptavam seus motores para receber o álcool combustível. Daí, surgiriam duas
versões no mercado: motor a álcool e a gasolina.

Destilaria Costa Pinto em Piracicaba, fábrica que produz açúcar e etanol combustível além de outros tipos de álcool

O primeiro carro a álcool lançado foi o Fiat 147 em 1978. Daí até 1986, o carro a álcool ganhou o
gosto popular dos brasileiros , sendo que a quase totalidade dos veículos saídos das
montadoras brasileiras naquele ano utilizava esse combustível.

A partir de então, o consumo de álcool apresentou queda gradual. Os motivos passam pela alta
no preço internacional do açúcar, o que desestimulou a fabricação de álcool. Com o produto
escasseando no mercado, o Governo brasileiro iniciou a importação de etanol dos Estados
Unidos, em 1991, ao tempo que ia retirando, progressivamente, os subsídios à produção,
promovendo a quase extinção do Pró-Álcool. A queda no uso desse biocombustível também se
deveu, ao longo da década de 1990, a problemas técnicos nos motores a álcool, incapazes de
um bom desempenho nos períodos frios, principalmente. Durante a década, com altas
inesperadas no preço do petróleo, o álcool seria misturado à gasolina, numa taxa em torno de
vinte por cento, como forma de amenizar o preço da gasolina ao consumidor.

No início do século XXI, na certeza de escassez e de crescente elevação no preço dos


combustíveis fósseis, priorizam-se novamente os investimentos na produção de etanol por um
lado e, por outro, um amplo investimento na pesquisa e criação de novos biocombustiveis.
Diante de uma situação nacional antiga e inconstante, justamente causada pelas altas e baixas
do petróleo, as grandes montadoras brasileiras aprofundaram-se em pesquisas e, dessa forma,
lançaram uma tecnologia revolucionária: os carros dotados de motor bicombustível, fabricados
tanto para o uso de gasolina quanto de álcool.

Madeira

Um tronco de madeira Igrejas património da humanidade de Kizhi, Rússia


A madeira é um material produzido a partir do tecido formado pelas plantas lenhosas com
funções de sustentação mecânica. Sendo um material naturalmente resistente e relativamente
leve, é frequentemente utilizado para fins estruturais e de sustentação de construções. É um
material orgânico, sólido, de composição complexa, onde predominam as fibras de celulose e
hemicelulose unidas por lenhina. Caracteriza-se por absorver facilmente água (higroscopia) e por
apresentar propriedades físicas diferentes consoante a orientação espacial (ortotropia). As
plantas que produzem madeira (árvores) são perenes e lenhosas, caracterizadas pela presença
de caules de grandes dimensões, em geral denominados troncos, que crescem em diâmetro ano
após ano. Pela sua disponibilidade e características, a madeira foi um dos primeiros materiais a
ser utilizado pela humanidade, mantendo, apesar do aparecimento dos materiais sintéticos, uma
imensidade de usos directos e servindo de matéria-prima para múltiplos outros produtos. É
também uma importante fonte de energia, sendo utilizada como lenha para cozinhar e outros
usos domésticos numa parte importante do mundo. A sua utilização para a produção de polpa
está na origem da indústria papeleira e de algumas indústrias químicas nas quais é utilizada
como fonte de diversos compostos orgânicos. A sua utilização na indústria de marcenaria para
fabricação de móveis é uma das mais expandidas, o mesmo acontecendo na sua utilização em
carpintaria para construção de diversas estruturas, incluindo navios. A madeira é um dos
materiais mais utilizados em arquitectura e engenharia civil. A indústria florestal ocupa vastas
áreas da Terra e a exploração de madeira em florestas naturais continua a ser uma das
principais causas de desflorestação e de perda de habitat para múltiplas espécies, ameaçando
severamente a biodiversidade a nível planetário.

Índice

 1 Estrutura e características da madeira


o 1.1 Medula
o 1.2 Cerne
o 1.3 Alburno (ou borne)
o 1.4 Nós
 2 Características da madeira
o 2.1 Madeiras duras e madeiras macias
o 2.2 Cor
o 2.3 Teor em água
o 2.4 Estrutura da madeira
o 2.5 A ciência da madeira

 3 Ligações externas
Estrutura e características da madeira

Corte de um tronco de teixo, mostrando o cerne (no interior), o alburno (parte mais clara) e a medula (ponto escuro no
centro). As pequenas linhas radiais são os nós

Diagrama de um tronco:
0 = Medula; 1 Anéis anuais; 2 Feixes vasculares; 3 Raios primários; 4 Raios secundários; 5 Câmbio vascular; 6 Floema;
7 Súber; 8 Casca; 9 Ritidoma

As árvores crescem em média cerca de 12 cm por ano, assim a madeira é um produto gerado de
forma lenta, num processo que em geral dura dezenas ou centenas de anos. Sendo a madeira
um produto da fisiologia vegetal, tem uma estrutura complexa, composta a partir da estrutura
celular da planta que lhe deu origem, do que resulta uma diferenciação radial e longitudinal das
suas características físicas e químicas, originando as seguintes partes bem diferenciadas: (1)
medula; (2) cerne; (3) borne ou alburno; (4) nós. Na planta viva esta estrutura, recoberta
exteriormente pelo súber e respectivo ritidoma (a casca), forma o tronco da árvore.

Assim, um corte transversal num tronco de árvore, permite observar que este é formado por
vários anéis circulares concêntricos, que correspondem ao crescimento da árvore e que
organizam a sua estrutura:

 Casca – a parte exterior, correspondente ao súber, responsável pela protecção do


tronco.
 Floema - tecidos superficiais do tronco, responsáveis pelo transporte de seiva.
 Lenho – é a parte do tronco de onde se extrai a madeira, compreendida entre a casca e
a medula, e divide-se em duas zonas:
o Cerne, a parte mais escura da madeira e a que lhe dá mais resistência;
o Alburno, a zona mais clara que transporta a seiva bruta das raízes para as
folhas
 Medula – corresponde ao tecido mole e esponjoso na parte central do tronco, vestígio do
meristema apical do ramo.

Medula

A medula é o vestígio deixado no centro do tronco pela estrutura apical a partir da qual se
desenvolveu o tronco da planta. É em geral uma fina estrutura (de alguns milímetros de
diâmetro), quase sempre mais escura do que o material que a rodeia e sem qualquer
importância para a determinação da qualidade ou usos da madeira. Forma-se a partir das células
que constituíram a zona de crescimento inicial do rebento que deu origem ao tronco e em torno
das quais se formaram as camadas de células que constituem a madeira. A sua posição marca o
centro de crescimento a partir do qual se gerou o engrossamento da árvore.

Como seria de esperar, as células que constituíram a medula são progressivamente mais jovens
à medida que se sobe ao longo do tronco. Nas árvores em crescimento, a medula desemboca na
estrutura meristemática activa do meristema apical, a partir da qual o crescimento do tronco
produz o seu alongamento em altura.

Cerne

O cerne (palavra que tem a mesma origem etimológica que núcleo) é a designação dada à parte
do xilema do tronco que já não participa activamente na condução de água, assumindo uma
função essencialmente de suporte mecânico da estrutura da planta. A distinção entre cerne e
alburno (a parte vascularmente activa do xilema) é clara na maior parte das espécies, já que em
corte os troncos apresentam uma porção mais escura de madeira no centro e uma porção mais
clara na parte externa. A primeira corresponde ao cerne e a segunda ao alburno. Contudo, nem
sempre esta diferença é facilmente percebida, pois a mudança de cor pode ser gradual e pouco
marcada.

O cerne é constituído por células mortas, formando uma estrutura mais ou menos enrijecida de
suporte, em torno da qual o alburno se vai progressivamente formando. À medida que as células
do alburno decaem e morrem, vão sendo incorporadas no cerne, o qual vai assim crescendo
radialmente, acompanhado a expansão do xilema.

Embora possa, dadas as suas características higroscópicas, funcionar como um importante


reservatório de água para a planta, o cerne é na sua essência uma estrutura de suporte, não
sendo vital para a sobrevivência da árvore. Não são raras as espécies em que é comum o
apodrecimento e por vezes a total destruição do cerne, sem que tal determine a morte, ou
mesmo a redução da vitalidade, da planta.

Algumas espécies começam a formar cerne muito cedo e têm apenas uma fina camada de borne
vivo, enquanto que noutras a mudança ocorre lentamente, mantendo um tronco que é
essencialmente composto por borne.

Em termos de determinação da qualidade da madeira e dos seus usos, a dimensão e


características do cerne são determinantes, sendo este em geral valorizado pela sua dureza e
resistência ao ataque por insectos. A madeira de cerne é em geral preferida para usos em que
se requeira durabilidade e resistência mecânica.

Alburno (ou borne)

O alburno, ou borne, é a porção viva do xilema ao longo da qual se processa a circulação de


água e de nutrientes entre a raiz e a os tecidos activos da planta. Sendo células vivas e com
funções essencialmente de condução, quase sempre o exame do corte de um tronco revela o
alburno como uma zona de coloração mais clara rodeando a porção interior de cor mais escura
(o cerne). Em geral a distinção da cor é nítida, mas noutras o contraste é ligeiro, de modo que
não é sempre fácil dizer onde uma camada acaba e a outra começa. A cor do borne fresco é
sempre clara, às vezes quase branca, embora seja frequente um tom amarelado ou
acastanhado.

O borne é formado por madeira comparativamente nova, compreendendo as células vivas da


árvore em crescimento. Toda a madeira é primeiro formada como borne e só depois evolui para
cerne. Na planta viva, as principais funções do borne são conduzir a água da raiz até às folhas,
armazená-la e devolvê-la de acordo com a estação do ano e as necessidades hídricas da planta.

Quanto mais folhas uma árvore suportar, mais vigoroso é o seu crescimento e maior o volume de
borne necessário. As árvores crescem mais rapidamente em locais arejados e luminosos, livres
do ensombramento e da competição de outras árvores, pelo que o seu borne é mais espesso,
para um dado tamanho, do que, na mesma espécie, quando crescem em floresta densa.

As árvores que crescem em clareiras podem atingir um tamanho considerável, por vezes com
30 cm ou mais de diâmetro, antes que algum cerne se comece a formar. Um exemplo deste tipo
de desenvolvimento ocorre no segundo-crescimento da nogueira e no crescimento-aberto dos
pinheiros.

Pelo contrário, algumas espécies começam a formar cerne muito cedo e têm apenas uma fina
camada de borne vivo, enquanto que noutras a mudança ocorre lentamente. O borne fino é uma
característica de árvores como castanho, robínia, amoreira, laranjeira-dos-osage e sassafrás.
Em árvores como ácer, freixo, nogueira, ulmeiro, faia e pinho, o borne espesso é a regra.

Não há uma relação definida entre os anéis anuais de crescimento e a quantidade de borne.
Dentro das mesmas espécies, a área inter-seccional do borne é mais ou menos proporcional ao
tamanho da copa da árvore. Em consequência, se os anéis são estreitos, para uma mesma
dimensão é necessário uma maior quantidade de anéis do que quando eles são largos. À
medida que as árvores crescem, o borne tem necessariamente de se tornar mais fino ou
aumentar em volume. O borne é mais espesso na porção superior do tronco da árvore do que
perto da base, porque a idade e o diâmetro das secções superiores são menores.

Quando a árvore é muito jovem está coberta com ramos, cuja inserção por vezes vai até ao
chão, mas à medida que envelhece alguns ou todos irão eventualmente morrer e serão partidos.
O crescimento subsequente da madeira pode esconder completamente as marcas deixadas pela
inserção dos ramos, as quais contudo permanecerão como nós. Não importa quão suave e limpo
um tronco seja no seu exterior, pois será mais ou menos nodoso perto do seu centro. Daí resulta
que o borne de uma árvore velha, e particularmente de uma árvore de floresta, estará mais livre
de nós do que o cerne. Como na maior parte dos usos da madeira, os nós são considerados
defeitos que a enfraquecem e interferem com o seu uso, esta menor presença de nós leva a que
o borne, por causa da sua posição na árvore, tenha algumas vantagens sobre o cerne.

Note-se que o cerne de árvores antigas pode permanecer tão são como o borne, atingindo em
muitos casos centenas de anos e nalguns casos milhares de anos.

Cada ramo ou raiz partida, cada ferida profunda no tronco resultante do fogo, da acção dos
insetos ou de madeira caída, resulta em danos no borne que contribuem para o seu declínio,
que, uma vez iniciado, pode penetrar em todas as partes do tronco. Existem muitos insetos cujas
larvas atacam as árvores, escavando túneis que permanecem indefinidamente como fontes de
fraqueza.

Se uma árvore crescer toda a sua vida ao ar livre e as condições do solo e local permaneçam
imutáveis, ela fará o crescimento mais rápido na sua juventude, e gradualmente declinará. Os
anéis anuais de crescimento são nos anos iniciais bastante largos, mas tornam-se
progressivamente mais estreitos. Visto que cada anel sucessivo é depositado no exterior da
madeira previamente formada, sucede que a menos que a árvore aumente a sua produção de
madeira de ano para ano, os anéis devem necessariamente tornar-se mais finos à medida que o
tronco se torna mais largo.

Por outro lado, quando a árvore atinge a maturidade, a copa torna-se mais aberta e a produção
anual de madeira escasseia, reduzindo por isso ainda mais a largura dos anéis anuais de
crescimento.

No caso de árvores crescidas em floresta, a taxa de crescimento depende da concorrência com


as outras árvores, na competição pela luz e nutrientes, podendo alternar períodos de
crescimento lento com períodos de crescimento rápido. Algumas árvores, tais como carvalhos,
mantêm a mesma largura dos anéis por centenas de anos. Contudo, como regra geral, à medida
que uma árvore se torna maior em diâmetro, a largura dos anéis anuais decresce.

Podem haver diferenças notórias no grão do cerne e borne cortadas duma árvore grande,
particularmente de árvores maduras, cujo crescimento tenha diminuído devido à idade.
Nalgumas árvores, a madeira depositada mais tardiamente na árvore é mais suave, mais clara,
mais fraca, e de textura mais uniforme de que a produzida na fase de juventude. Noutras
espécies, o contrário aplica-se.

Num tronco de grandes dimensões, o borne, devido ao tempo de vida em que a árvore cresceu,
pode ser inferior em dureza e força e ser semelhante ao cerne do mesmo tronco.

Nós
Cerne de pinho com nós no canto superior esquerdo Um nó numa árvore do parque Garden of the Gods em Colorado

Os Nós são porções de ramos incluídos no tronco da planta ou ramo principal. Os ramos
originam-se, em regra, a partir do eixo central do caule de uma planta (a medula) e, enquanto
vivos, tal como o tronco, aumentam em tamanho com a adição anual de camadas lenhosas. A
porção incluída é irregularmente cónica, com a ponta na medula. A direcção das fibras forma
ângulos rectos ou oblíquos a grã do caule, produzindo um cruzamento de grãs.

Durante o desenvolvimento da árvore, a maioria dos ramos, especialmente os mais baixos,


morrem, mas continuam presos à árvore por algum tempo, muitas vezes por anos. As camadas
de crescimento posteriores deixam de ser incluídas no ramo (agora morto), mas são depositados
ao redor dele. Assim os troços de inserção dos ramos mortos dão origem aos nós, que são
apenas o conteúdo de um furo preenchido com material oriundo do troço do ramo incluído, e
podem soltar-se facilmente quando a madeira é serrada ou seca. Para os diferentes fins de uso
da madeira, os nós são classificados de acordo com a forma, tamanho, sanidade e firmeza com
que estão presos ao caule.

Os nós afectam a resistência da madeira a rachas e quebras, assim como sua maneabilidade e
flexibilidade. Esses defeitos enfraquecem a madeira e afectam directamente seu valor,
principalmente para o uso em estruturas, onde a resistência é importante.

O enfraquecimento ganha sérias proporções quando a madeira é submetida a tracção e


compressão. A extensão da diminuição da força de uma viga depende da sua posição, tamanho,
número, direcção das fibras e condição. Os nós da face superior em geral são comprimidos,
enquanto os da face inferior são traccionados. Pequenos nós, no entanto, podem estar
localizados na zona neutra da viga e aumentar sua resistência ao cisalhamento longitudinal.

Os nós em placas ou pranchas são menos prejudiciais quando se estendem através dela em
sentido transversal à sua superfície mais larga. Os nós que aparecem perto das pontas de uma
viga não a enfraquecem. Os nós sadios que ocorrem no quarto central da altura da viga de uma
ou outra borda não são defeitos sérios.

Os nós não influenciam materialmente a rigidez da madeira estrutural. Somente os defeitos de


carácter mais sério afectam o limite de elasticidade das vigas. A rigidez e limite de elasticidade
dependem mais da qualidade da fibra da madeira do que dos defeitos. O efeito dos nós é a
redução da diferença entre a tensão das fibras no limite de elasticidade e o módulo de ruptura da
viga. A resistência à quebra é muito susceptível aos defeitos. Os nós sadios não enfraquecem a
madeira quanto à compressão paralela ao grão.

Para algumas finalidades, como por exemplo a fabricação de painéis, os nós são considerados
benéficos pois adicionam textura visual à madeira, dando-lhe uma aparência mais interessante.
Características da madeira

Madeiras de diferentes cores, texturas e granulometrias Corte ampliado de uma madeira porosa mostrando os vasos condutores

Madeira de pinho, uma madeira macia Madeira avermelhada de sequóia, mostrando os anéis de crescimento anual

Corte ampliado de uma madeira porosa, mostrando os vasos condutores, os feixes de fibras e a
diferenciação entre anéis anuais.

Dada a diversidade das espécies que produzem madeira, este material apresenta grande
diversidade de características mecânicas, de densidade, higroscopia, cor, grão, resistência ao
apodrecimento e ao fogo, odor, e múltiplos outros factores diferenciadores. Tal diferenciação
determina os usos da madeira, tornando difícil o estabelecimento de classificações genéricas.

Madeiras duras e madeiras macias

A madeira é usualmente classificada como madeira dura ou madeira macia. A madeira de


coníferas (por exemplo: pinho) é chamada madeira macia, e a madeira de árvores latifoleadas
(por exemplo: carvalho) é chamada madeira dura. Essa classificação é as vezes muito
desvantajosa. Isso porque algumas madeiras duras, como a balsa, são de facto muito mais
moles ou macias do que a maior parte das madeiras macias, e inversamente, também algumas
madeiras macias (por exemplo: teixo) são muito mais duras do que a maioria das madeiras
duras.

Além disso, madeiras de diferentes tipos de árvores têm diferentes cores e graus de densidade.
Isso, aliado ao facto de algumas madeiras terem um crescimento mais longo do que outras, faz
com que madeiras de diferentes espécies tenham qualidade e valor comercial diferenciado. Por
exemplo, enquanto o mogno, de madeira dura e escura, é excelente para a produção artesanal
de móveis finos, a balsa, clara e pouco densa, é muito usada para fabricação de cofragens e de
moldes construtivos de vários tipos.

Cor

Em espécies que mostram uma diferença distinta entre o cerne e o borne a cor natural do cerne
é geralmente mais escura que o borne, e muito frequentemente o contraste é conspícuo. Este é
produzido por depósitos no cerne de vários materiais resultantes do processo de crescimento,
aumentado possivelmente pela oxidação e outras mudanças químicas, que normalmente têm
pouco ou nenhum efeito apreciável nas propriedades mecânicas da madeira.

Algumas experiências em espécies resinosas de (pinheiro), contudo, indicando um aumento na


resistência mecânica da madeira. Isto é devido à resina que aumenta a resistência quando seca.

O borne saturado de resina é chamado resinoso. As estruturas construídas de pinho resinoso e


de outras madeiras resinosas são muito resistentes ao apodrecimento e ao ataque pelas
térmitas; contudo são muito inflamáveis. Esta última característica leva a que os restos de pinhos
velhos de folhas longas sejam frequentemente cortados em pequenos toros e divididos em
pequenas peças que são vendidas como acendalhas.

Visto que a madeira mais antiga de um anel de crescimento é geralmente mais escura em cor de
que a madeira mais recente, este facto pode ser utilizado na avaliação da densidade, e portanto
a dureza e resistência mecânica do material. Este é particularmente o caso com madeiras de
coníferas. Nas madeiras com anéis porosos, os vasos da madeira recente aparecem
frequentemente com uma aparência mais escuros do que a madeira mais antiga e densa, ainda
que nas secções cruzadas do cerne o reverso seja comummente verdade. Excepto nesse caso,
a cor da madeira não é indicadora da sua resistência.

A descoloração anormal da madeira denota frequentemente uma condição de degradação das


suas características. As manchas pretas no abeto ocidental são o resultado dos ataques de
insectos; faixas vermelho-acastanhadas tão comuns na nogueira e em certas outras madeiras
são maioritariamente o resultado de danos causados pelos pássaros. A descoloração é
meramente uma indicação de danos, não afectando por si só as propriedades das madeiras. O
apodrecimento causado por alguns fungos produz alterações características nas cores da
madeira, coloração que assim se torna sintomática da degradação do material.

Manchas no borne, muito comuns, são devidas a crescimento de fungos, mas não produzem
necessariamente um efeito de enfraquecimento da sua estrutura.

Teor em água

A água encontra-se na madeira viva em três condições, a saber: (1) nas paredes celulares; (2)
no conteúdo protoplasmático das células; e (3) como água livre nas cavidades e espaços
intercelulares. Sendo constituído por células mortas, no cerne a água ocorre apenas na primeira
e última formas.
Madeira exaustivamente seca com ar retém de 8 a 16% da água nas paredes celulares e apenas
vestígios nas outras formas. Contudo, mesmo as madeiras secas em fornos retêm um pequeno
teor de humidade, mas para quaisquer propósitos que não sejam químicos, podem ser
consideradas completamente secas.

Em geral o conteúdo aquoso da substância da madeira é que lhe confere a maciez e


maleabilidade. Um efeito similar e comummente observado é o efeito amaciador da água no
papel ou tecido. Dentro de certos limites, quanto maior a quantidade de água, maior o seu efeito
amaciador.

A secagem produz um aumento significativo na força da madeira, particularmente em espécimes


pequenos. Um exemplo extremo é o caso de um bloco de 5 cm de secção em abeto,
completamente seco, que sustenta uma carga permanente quatro vezes maior do que um bloco
verde da mesma madeira e do mesmo tamanho suportaria.

Dada a importância do teor em água na determinação das propriedades da madeira, a sua


secagem constitui um aspecto importante da indústria madeireira. A secagem consiste em extrair
do interior da madeira o excesso de água, de forma permitir a utilização do material nas suas
diversas aplicações.

A evaporação da água leva a madeira a contrair-se, isto é, a diminuir de volume; a velocidade de


secagem deve, portanto, ser adequada aos diferentes tipos de madeira de forma a evitar danos
estruturais causados por variações dimensionais diferenciais, como o aparecimento de fendas ou
empenamento. Em qualquer caso as madeiras ficam sempre sujeitas a dois fenómenos
característicos:

 Retracção – a madeira retrai quando seca, sofrendo contracção que pode ser maior ou
menos consoante as dimensões da peça e suas características, muitas vezes
acompanhada por empenamento, isto é torção causada pela variação diferencial das
dimensões, em geral determinada pela orientação das fibras que constituem a madeira;
 Entumecimento – a madeira incha quando absorve humidade, aumentando
sensivelmente de volume.

Existem dois tipos básicos de secagem, aqui distinguidos quanto à origem e efeitos:

 Natural: permite secar a madeira sobrepondo as peças umas sobre as outras de modo a
permitir um arejamento uniforme. Este processo é moroso, exige grandes espaços e
imobiliza grandes quantidades de madeira. A secagem natural permite secar a madeira
até uma humidade mínima de 12%. Abaixo dos 20% de humidade a madeira resiste à
putrefacção. Abaixo dos 30% podem começar a surgir os defeitos de secagem:
rachaduras, empenamentos, encruamentos, colapsos, abaulamentos, torções,
encanoamentos.
 Artificial: a secagem artificial, feita através de estufas próprias, permite aumentar a
velocidade da secagem da madeira ao mesmo tempo que a protege dos fungos e
insectos. Exige instalações caras, torna a madeira menos flexível e escurece o seu tom.

Na secagem artifical podem ser utilizadas diversas técnicas destinadas a acelerar o processo de
secagem ou a conferir características específicas ao produto. Entre essas técnicas conta-se a
utilização de vapor a alta pressão, a utilização de permutadores de calor, a retirada de seiva por
imersão em água e o uso de vapor de creosote e de outros produtos para impregnar a madeira.

Estrutura da madeira
Uma árvore aumenta em diâmetro pela formação, entre a madeira velha e o interior da casca, de
novas camadas de madeira que envolvem todo o caule, os ramos e as raízes. Em condições
normais, particularmente quando existe uma estação de crescimento bem definida, uma nova
camada forma-se em cada ano, razão pela qual em corte as camadas anuais aparecem como
anéis concêntricos, constituindo a base da dendrocronologia, técnica que permite aferir do
número de anos de crescimento da árvore, e das características desse crescimento, pela
observação dos anéis formados.

Cada camada de crescimento é formada por células vegetais de vários tipos, mas na sua maioria
é formada por fibras. Nas coníferas, ou árvores de madeira macia, predominam as células do
tipo traqueídeo, do que resulta uma madeira mais uniforme em estrutura e aparentemente mais
macia, daí o nome dado a esse tipo de madeiras. Nessas madeiras não estão presentes os
poros que são bem patentes em madeiras ditas duras, como a de carvalho ou faia.

Cada anel de crescimento é formado por duas partes relativamente bem definidas: a parte
voltada para o centro da árvore é em geral de textura mais aberta e quase sempre mais clara do
que a parte externa do anel. Tal ocorre porque a parte interior formou-se no início da estação de
crescimento, quando este é mais rápido, e é conhecida por madeira temporã ou madeira da
primavera; a parte externa é conhecida por madeira do tarde ou madeira de verão, pois forma-se
na fase de declínio do crescimento que em geral corresponde ao Verão.

O ciclo de crescimento da árvore é realizado em dois ciclos - Primavera/verão, com anel mais
claro e largo e Outono/Inverno, com anel mais escuro e estreito. O crescimento da árvore é
formado no meristema cambial (zona entre a casca interna e o borne) por acção das condições
ambientais. Assim,também poderão aparecer falsos aneis de crescimento, originados por
variações ambientais adversas (irregulares e anormais)para uma dada época.

A ciência da madeira

A ciência da madeira abrange disciplinas que vão desde as mais básicas como anatomia, física
e química da madeira; até as disciplinas ditas tecnológicas como por exemplo secagem da
madeira, tratamento e preservação de madeiras, energia, processamento e propriedades
mecânicas. No Brasil essas disciplinas são normalmente oferecidas em cursos de graduação e
pós-graduação em engenharia florestal, sendo raros os cursos específicos para o assunto.

Óleo de baleia

Óleo de baleia, também chamado de azeite de baleia. Esta substância era extraída das baleias
pescadas principalmente no Oceano Atlântico e Oceano Pacífico. Estes animais mamíferos
marinhos possuem grossa camada de gordura que os protegem das águas frias, onde vivem a
maior parte do tempo. A pesca da baleia, ou baleação indiscriminada, quase levou as várias
espécies a extinção, tendo sido proibida pela maioria das nações do mundo. O Japão sofre
muitas pressões por organizações de proteção a fauna por ainda permitir e comercializar a carne
e o óleo de baleia.

Seu uso, até o final do século XIX, era principalmente para fornecer combustível para iluminação
das casas e ruas, como lubrificante, e na fabricação de sabão e até mesmo margarina. Sua
carne era menos apreciada, sendo em geral, só comercializada a daqueles animais arpoados
junto as regiões costeiras.

Outros produtos de valor eram o espermacete, utilizado na indústria de cosméticos, o âmbar e as


barbatanas para fazer espartilhos.
É comum, e somente no Brasil, a afirmação de que o óleo de baleia teria sido muito utilizado na
confecção da argamassa, para assentamento de tijolos e blocos de pedra nas construções civis
e militares dos séculos XVII até o século XIX, mas há fortes controvérsias sobre a veracidade
histórica disto.

Biodiesel

Béquer contendo biodiesel (B100) produzido a partir de óleo de soja

O biodiesel é um éster de ácido graxo, renovável e biodegradável, obtido comumente a partir da


reação química de óleos ou gorduras, de origem animal ou vegetal, com um álcool na presença
de um catalisador (reação conhecida como transesterificação). Pode ser obtido também pelos
processos de craqueamento e esterificação.

O biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores ciclo diesel
automotivos (de caminhões, tratores, camionetas, automóveis, etc) ou estacionários (geradores
de eletricidade, calor, etc). Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções.

O nome biodiesel muitas vezes é confundido com a mistura diesel+biodiesel, disponível em


alguns postos de combustível. A designação correta para a mistura vendida nestes postos deve
ser precedida pela letra B (do inglês Blend). Neste caso, a mistura de 2% de biodiesel ao
diesel de petróleo é chamada de B2 e assim sucessivamente, até o biodiesel puro,
denominado B100.

Índice

 1 Processo de fabricação
o 1.1 A reação de transesterificação
o 1.2 Metanol versus etanol
o 1.3 O uso de etanol
o 1.4 Fontes alternativas de óleos e gorduras
o 1.5 Separação dos ésteres da glicerina
 2 Influência da química dos ácidos graxos nas características do combustível
 3 Mistura biodiesel/diesel
 4 Importância estratégica no Brasil
 5 Projeto piloto
 6 Vantagens x desvantagens
o 6.1 As vantagens do biodiesel
o 6.2 Desvantagens na utilização do biodiesel
 7 Programa biodiesel no Brasil
 8 Projeto piloto
 9 Aspectos econômicos do biodiesel
 10 Referências
o 10.1 Bibliografia
 11 Ver também

 12 Ligações externas

Processo de fabricação

A reação de transesterificação

O biodiesel é comumente produzido por meio de uma reação química denominada


transesterificação. No caso específico para a reação abaixo, os triacilglicerois de origem animal,
reagem com o metanol, na presença de um catalisador, produzindo glicerol (subproduto) e o
éster metílico de ácido graxo (biodiesel, conhecido pelo acrônico em inglês FAME - fatty acid
methyl ester). A reação de transesterificação pode ser catalisada por ácido ou base.

Metanol versus Etanol

O uso de etanol

Um mito foi criado quanto à utilização de etanol no processo de transesterição, dizendo que seu
uso como reagente não é adequado ao processo; neste ponto vale ressaltar que o emprego do
álcool etílico na produção de biodiesel depende do tipo de tecnologia utilizada; para evitar
reações de saponificação, deve-se utilizar o álcool anidro (grau de pureza maior que 99%).

Fontes alternativas de óleos e gorduras

O biodiesel pode ser produzido a partir de qualquer fonte de ácidos graxos, porém nem todas as
fontes de ácidos graxos viabilizam o processo a nível industrial. Os resíduos graxos também
aparecem como matéria-prima para a produção do biodiesel. Nesse sentido, podem ser citados
os óleos de frituras, as borras de refinação, a matéria graxa dos esgotos, óleos ou gorduras
vegetais ou animais fora de especificação, ácidos graxos, etc. Algas também são uma possível
fonte alternativa de óleos.

Separação dos ésteres da glicerina

Após a reação de transesterificação, os ésteres resultantes devem ser separados da glicerina,


dos reagentes em excesso e do catalisador da reação. Isto pode ser feito em 2 passos.

Primeiro, separa-se a glicerina via decantação ou centrifugação. Seguidamente eliminam-se os


sabões, restos de catalisador e de metanol/etanol por um processo de lavagem com água e
borbulhação ou utilização de silicato de magnésio, requerendo este último uma filtragem, ou por
destilação, que dispensa o uso de produtos químicos para promover a purificação.

Influência da química dos ácidos graxos nas características do combustível

Os ácidos graxos diferem entre si a partir de três características:


1. o tamanho de sua cadeia hidrocarbônica;
2. o número de insaturações;
3. presença de grupamentos químicos.

Quanto maior a cadeia hidrocarbônica da molécula, maior o número de cetano e a lubricidade do


combustível. Porém, maior o ponto de névoa e o ponto de entupimento. Assim, moléculas
exageradamente grandes (ésteres alquílicos do ácido erúcico, araquidônico ou eicosanóico)
devido ao processo de pre-aquecimento tornam o combustível de uso difícil em regiões com
temperaturas baixas.

Quanto às insaturações, quanto menor o número de insaturações (duplas ligações) nas


moléculas, maior o número de cetano do combustível, ocasionando uma melhor "qualidade à
combustão". Por outro lado, um aumento no número de cetano ocasiona também um aumento
no ponto de névoa e de entupimento (maior sensibilidade aos climas frios). Por outro lado, um
elevado número de insaturações torna as moléculas menos estáveis quimicamente. Isso pode
provocar inconvenientes devido a oxidações, degradações e polimerizações do combustível
(ocasionando um menor número de cetano ou formação de resíduos sólidos), se
inadequadamente armazenado ou transportado.

Desta forma, tanto os ésteres alquílicos de ácidos graxos saturados (láurico, palmítico, esteárico)
como os de poli-insaturados (linoléico, linolênico) possuem alguns inconvenientes. De uma forma
geral, um biodiesel com predominância de ácidos graxos combinados mono-insaturados (oléico,
ricinoléico) são os que apresentam os melhores resultados.

Mistura biodiesel/diesel

O biodiesel pode ser usado misturado ao óleo diesel proveniente do petróleo em qualquer
proporção, sem necessidade de qualquer alteração mecânica nos atuais motores a Diesel. Em
alguns motores antigos, há a necessidade de alguns ajustes.

A concentração de biodiesel é informada por meio de uma nomenclatura específica, definida por
"BX", onde X refere-se à percentagem em volume do biodiesel ao qual é misturado ao diesel do
petróleo. Assim, B5, B20 e B100 referem-se, respectivamente às misturas de biodiesel/diesel
contendo 5, 20 e 100% de biodiesel.

Importância estratégica no Brasil

A produção do biodiesel pode cooperar com o desenvolvimento econômico de diversas regiões


do Brasil, uma vez que é possível explorar a melhor alternativa de matéria-prima, no caso fontes
de óleos vegetais tais como óleo de amendoim, soja, mamona, dendê, girassol, algodão etc.,
dependendo da região.

Entre todas as culturas, a soja constitui como a principal fonte de biodiesel.

O consumo do biodiesel e de suas misturas BX podem ajudar um país a diminuir sua


dependência do petróleo (a chamada "petrodependência"), contribuir para a redução da poluição
atmosférica, uma vez que o biodiesel não contém enxofre em sua composição, além de gerar
alternativas de empregos em áreas geográficas menos propícias para outras atividades
econômicas, promovendo assim, a inclusão social.

Foi antecipada em três anos a mistura de 5% de biodiesel ao óleo diesel no Brasil. O chamado
B5, que entraria em vigor apenas em 2013, passou a ser instituído em janeiro de 2010.
Projeto piloto

Cidades como Curitiba, capital do Estado do Paraná, Brasil, possuem frota de ônibus para
transporte coletivo movida a biodiesel. Esta ação reduziu substancialmente a poluição ambiental,
aumentando, portanto, a qualidade do ar e, por consequência, a qualidade de vida num universo
populacional de três milhões de habitantes.

Acredita-se que até 2010 mais de 500 cidades estarão com o biodiesel em suas bombas.

Vantagens e Desvantagens

Prós e contras na produção e no uso do biodiesel:

As vantagens do biodiesel:

 É energia renovável. As terras cultiváveis podem produzir uma enorme variedade de


oleaginosas como fonte de matéria-prima para o biodiesel.
 É constituído por carbono neutro, ou seja, o combustível tem origem renovável ao invés
da fóssil. Desta forma, sua obtenção e queima não contribuem para o aumento das
emissões de CO2 na atmosfera, zerando assim o balanço de massa entre emissão de
gases dos veículos e absorção dos mesmos pelas plantas.
 Possui um alto ponto de fulgor, conferindo ao biodiesel manuseio e armazenamento
mais seguros.
 Apresenta excelente lubricidade, fato que vem ganhando importância com o advento do
petrodiesel de baixo teor de enxofre, cuja lubricidade é parcialmente perdida durante o
processo de produção.
 Contribui para a geração de empregos no setor primário. Com isso, evita o êxodo do
trabalhador no campo, reduzindo o inchaço das grandes cidades e favorecendo o ciclo
da economia autossustentável essencial para a autonomia do país.
 Com a incidência de petróleo em poços cada vez mais profundos, muito dinheiro esta
sendo gasto na sua prospecção, o que torna cada vez mais onerosa a exploração e
refino das riquezas naturais do subsolo, havendo então a necessidade de se explorar os
recursos da superfície, abrindo assim um novo nicho de mercado, e uma nova
oportunidade de uma aposta estratégica no sector primário.
 Nenhuma modificação nos atuais motores do tipo ciclo diesel faz-se necessária para
misturas de biodiesel com diesel de até 20%, sendo que percentuais acima de 20%
requerem avaliações mais elaboradas do desempenho do motor.

Desvantagens na utilização do biodiesel:

 Não se sabe ao certo como o mercado irá assimilar a grande quantidade de glicerina
obtida como subproduto da produção do biodiesel (entre 5 e 10% do produto bruto). A
queima parcial da glicerina gera acroleína, produto suspeito de ser cancerígeno.
 No Brasil e na Ásia, lavouras de soja e dendê, cujos óleos são fontes potencialmente
importantes de biodiesel, estão invadindo florestas tropicais que são importantes bolsões
de biodiversidade. Muitas espécies poderão deixar de existir em consequência do
avanço das áreas agrícolas, entre as espécies, podemos citar o orangotango ou o
rinoceronte de Sumatra. Embora no Brasil, muitas lavouras não serem ainda utilizadas
para a produção de biodiesel, essa preocupação deve ser considerada. Tais efeitos
nocivos poderão ser combatidos pela efetivação do zoneamento agro-ecológico proposto
pelo Governo Federal.
 A produção intensiva da matéria-prima de origem vegetal leva a um esgotamento das
capacidades do solo, o que pode ocasionar a destruição da fauna e flora, aumentando
portanto o risco de erradicação de espécies e o possível aparecimento de novos
parasitas, como o parasita causador da Malária. Medo já superado visto que a cana de
açúcar não destruiu o Brasil.
 O balanço de CO2 do biodiesel não é neutro, mesmo sendo inúmeras vezes menos
emissor de CO2 que o diesel de petróleo, se for levado em conta a energia necessária à
sua produção, mesmo que as plantas busquem o carbono à atmosfera: é preciso ter em
conta a energia necessária para a produção de adubos, para a locomoção das máquinas
agrícolas, para a irrigação, para o armazenamento e transporte dos produtos.
 Cogita-se a que poderá haver uma subida nos preços dos alimentos, ocasionada pelo
aumento da demanda de matéria-prima para a produção de biodiesel. Como exemplo,
pode-se citar alguns fatos ocorridos em Portugal, no início de Julho de 2007, quando o
milho era vendido a 200 euros por tonelada (152 em Julho de 2006), a cevada a 187
(contra 127), o trigo a 202 (137 em Julho de 2006) e o bagaço de soja a 234 (contra
178). O uso de algas como fonte de matéria-prima para a produção do biodiesel poderia
poupar as terras férteis e a água doce destinadas à produção de alimentos.

Programa biodiesel no Brasil

O Programa Biodiesel é um projeto do governo brasileiro que tem como missão, promover a
curto prazo, a fusão dos recursos renováveis (combustível vegetal) com os esgotáveis (petróleo),
subentendendo-se que somente as refinarias autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo
(ANP) do Brasil poderão proceder a mistura dos esgotáveis com os renováveis e a conseqüente
comercialização através de conveniados.

Projeto piloto

- Curitiba, capital do Estado do Paraná, Brasil, possui frota de ônibus para transporte coletivo
movida a biodiesel. Esta ação reduziu substancialmente a poluição ambiental, aumentando,
portanto, a qualidade do ar e, por consequência, a qualidade de vida em um universo
populacional de três milhões de habitantes. A partir de agosto de 2009, ônibus especialmente
adaptados para usar biodiesel B100 entrarão em circulação na capital paranaense.

- Acredita-se que até 2010 mais de quinhentas cidades estarão com o biodiesel em suas
bombas.

- A Vale usou o biodiesel B20 em suas locomotivas em 2007, a partir de um acordo pontual
realizado entre a empresa e a Petrobras. Antecipando-se à regulamentação (que prevê o uso do
B5 em 2013 e do B20 em 2020), a Vale usará em 2014 o B20 para alimentar toda a frota de 216
locomotivas do Sistema Norte, bem como máquinas e equipamentos de grande porte das minas
de Carajás. Estima-se que a produção anual de óleo seja de 500 mil toneladas. Este volume de
biodiesel corresponde à redução de cerca de 12 milhões de toneladas de CO2 equivalente na
atmosfera durante a duração do projeto, em relação às emissões do diesel comum,
desconsideradas as emissões relativas à cadeia produtiva do biodiesel. Esse quantitativo
corresponde à emissão de mais de 200 mil carros circulando no mesmo período.

Aspectos econômicos do biodiesel

Em 2002, a demanda total de diesel no Brasil foi de 39,2 milhões de metros cúbicos, dos quais
76% foram consumidos em transportes. O país importou 16,3% dessa demanda, o equivalente a
US$ 1,2 bilhão. Como exemplo, a utilização de biodiesel a 5% no país, demandaria, portanto, um
total de dois milhões de metros cúbicos de biodiesel.
Em outubro de 2009, a expectativa é de que o B5 aumente a produção de biodiesel para 2,4
bilhões de litros em 2010, fortalecendo a posição do Brasil na liderança mundial de energias
renováveis em escala comercial.

Combustíveis Renováveis

Combustíveis gasosos:
 biohidrogénio: hidrogénio produzido a partir de biomassa e/ou da fração biodegradável
de resíduos, para utilização como biocombustível;

 biogás: gás combustível produzido a partir de biomassa e/ou da fração biodegradável de


resíduos, que pode ser purificado até à qualidade do gás natural, para utilização como
biocombustível ou gás de madeira;

 Gás de síntese ou gasogênio: - gases obtidos ("fabricados") através dos processos de


gaseificação e/ou pirólise.

Combustíveis liqüidos:
 bioetanol: etanol produzido a partir de biomassa e/ou da fração biodegradável de
resíduos para utilização como biocombustível;

 biodiesel: éster metílico e/ou etílico, produzido a partir de óleos vegetais ou animais, com
qualidade de combustível para motores diesel, para utilização como biocombustível;

 biometanol: metanol produzido a partir de biomassa para utilização como


biocombustível;

 bioéter dimetílico: éter dimetílico produzido a partir de biomassa para utilização como
biocombustível;

 bio-ETBE (bioéter etil-terc-butílico): ETBE produzido a partir do bioetanol, sendo a


porcentagem em volume de bio-ETBE considerada como biocombustível igual a 47%;

 bio-MTBE (bioéter metil-terc-butílico): combustível produzido com base no biometanol,


sendo a porcentagem em volume de bio-MTBE considerada como biocombustível de
36%;

 biocombustíveis sintéticos: hidrocarbonetos sintéticos ou misturas de hidrocarbonetos


sintéticos produzidos a partir de biomassa;

 óleo vegetal puro produzido a partir de plantas oleaginosas: óleo produzido por pressão,
extração ou processos comparáveis, a partir de plantas oleaginosas, em bruto ou
refinado, mas quimicamente inalterado, quando a sua utilização for compatível com o
tipo de motores e os respectivos requisitos relativos a emissões.

 óleo vegetal usado produz-se biodiesel com o óleo vegetal usado em cozinhas através
de um processo chamado transesterificação.

Biomassa
A palha do arroz pode ser queimada para a obtenção de energia

Do ponto de vista da geração de energia, o termo biomassa abrange os derivados recentes de


organismos vivos utilizados como combustíveis ou para a sua produção. Do ponto de vista da
ecologia, biomassa é a quantidade total de matéria viva existente num ecossistema ou numa
população animal ou vegetal. Os dois conceitos estão, portanto, interligados, embora sejam
diferentes[1].

Na definição de biomassa para a geração de energia excluem-se os tradicionais combustíveis


fósseis, embora estes também sejam derivados da vida vegetal (carvão mineral) ou animal
(petróleo e gás natural), mas são resultado de várias transformações que requerem milhões de
anos para acontecerem. A biomassa pode considerar-se um recurso natural renovável, enquanto
que os combustíveis fósseis não se renovam a curto prazo.

A biomassa é utilizada na produção de energia a partir de processos como a combustão de


material orgânico produzida e acumulada em um ecossistema, porém nem toda a produção
primária passa a incrementar a biomassa vegetal do ecossistema. Parte dessa energia
acumulada é empregada pelo ecossistema para sua própria manutenção. Suas vantagens são o
baixo custo, é renovável, permite o reaproveitamento de resíduos e é menos poluente que outras
formas de energias como aquela obtida a partir de combustíveis fósseis.

A queima de biomassa provoca a liberação de dióxido de carbono na atmosfera, mas como este
composto havia sido previamente absorvido pelas plantas que deram origem ao combustível, o
balanço de emissões de CO2 é nulo.

Índice

 1 Utilização da biomassa como combustível


 2 Materiais
 3 Produtos derivados da biomassa
 4 Empreendimentos no Brasil
 5 Impactos ambientais e cautelas necessárias
 6 Ligações externas

 7 Referências

Utilização da biomassa como combustível

Um dos primeiros empregos da biomassa pelo ser humano para adquirir energia teve início com
a utilização do fogo como fonte de calor e luz. O domínio desse recurso natural trouxe ao homem
a possibilidade de exploração dos minerais, minérios e metais, marcando novo período
antropológico. A madeira do mesmo modo foi por um longo período de tempo a principal fonte
energética, com ela a cocção, a siderurgia e a cerâmica foram empreendidas. Óleos de fontes
diversas eram utilizados em menor escala. O grande salto da biomassa deu-se com o advento
da lenha na siderurgia, no período da Revolução Industrial.

Nos anos que compreenderam o século XIX, com a revelação da tecnologia a vapor, a biomassa
passou a ter papel primordial também para obtenção de energia mecânica com aplicações em
setores na indústria e nos transportes. A despeito do início da exploração dos combustíveis
fósseis, como o carvão mineral e o petróleo, a lenha continuou desempenhando importante
papel energético, principalmente nos países tropicais. No Brasil, foi aproveitada em larga escala,
atingindo a marca de 40% da produção energética primária, porém, para o meio-ambiente um
valor como esse não é motivo para comemorações, afinal, o desmatamento das florestas
brasileiras aumentou nos últimos anos.

Durante os colapsos de fornecimento de petróleo que ocorreram durante a década de 1970,


essa importância se tornou evidente pela ampla utilização de artigos procedentes da biomassa
como álcool, gás de madeira, biogás e óleos vegetais nos motores de combustão interna. Não
obstante, os motores de combustão interna foram primeiramente testados com derivados de
biomassa, sendo praticamente unânime a declaração de que os combustíveis fósseis só
obtiveram primazia por fatores econômicos, como oferta e procura, nunca por questões técnicas
de adequação.

Para obtenção das mais variadas fontes de energia, a biomassa pode ser utilizada de maneira
vasta, direta ou indiretamente. O menor percentual de poluição atmosférica global e localizado, a
estabilidade do ciclo do carbono e o maior emprego de mão-de-obra, podem ser mencionados
como alguns dos benefícios de sua utilização.

Igualmente, em relação a outras formas de energias renováveis, a biomassa, como energia


química, tem posição de destaque devido à alta densidade energética e pelas facilidades de
armazenamento, câmbio e transporte. A semelhança entre os motores e sistemas de produção
de energia de biomassa e de energia fóssil é outra vantagem, dessa forma a substituição não
teria um efeito tão impactante nem na indústria de produção de equipamentos nem nas bases
instituídas para transporte e fabricação de energia elétrica.

Materiais

 A lenha é muito utilizada para produção de energia por biomassa. No Brasil, já


representou 40% da produção energética primária. A grande desvantagem é o
desmatamento das florestas;
 Bagaço de cana-de-açúcar;
 Pó de serra;
 Papel já utilizado;
 Galhos e folhas decorrentes da poda de árvores em cidades ou casas;
 Embalagens de papelão descartadas após a aquisição de diversos eletrodomésticos ou
outros produtos.
 Casca de arroz.
 Capim-elefante[2]
 Lodo de ETE: Especialmente os provenientes do processo de lodos ativados
amplamente utilizados na industria têxtil

Produtos derivados da Biomassa

Alguns exemplos de produtos derivados da biomassa são:


 Bio-óleo: líquido negro obtido por meio do processo de pirólise cujas destinações
principais são aquecimento e geração de energia elétrica.
 Biogás: metano obtido juntamente com dióxido de carbono por meio da decomposição
de materiais como resíduos, alimentos, esgoto e esterco em digestores de biomassa.
 Biomass-to-Liquids: líquido obtido em duas etapas. Primeiro é realizado um processo de
gasificação, cujo produto é submetido ao processo de Fischer-Tropsch. Pode ser
empregado na composição de lubrificantes e combustíveis líquidos para utilização em
motores do ciclo diesel.
 Etanol Celulósico: etanol obtido alternativamente por dois processos. Em um deles a
biomassa, formada basicamente por moléculas de célulose, é submetida ao processo de
hidrólise enzimática, utilizando várias enzimas, como a celulase, celobiase e β-
glicosidase. O outro processo é composto pela execução sucessiva das três seguintes
fases: gasificação, fermentação e destilação.
 Bioetanol "comum": feito no Brasil à base do sumo extraído da cana de açúcar (caldo-
de-cana). Há países que empregam milho (caso dos Estados Unidos) e beterraba (da
França) para a sua produção. O sistema à base de cana-de-açúcar empregado no Brasil
é mais viável do que o utilizado pelo americano e francês.
 Biodiesel é feito do dendê, da mamona e da soja.
 Óleo vegetal: Pode ser usado em Motores diesel usando a tecnologia Elsbett

Empreendimentos no Brasil

No Brasil existem algumas iniciativas neste setor, sobretudo na seção de transportes. A USGA,
éter etílico, óleo de mamona e alguns compostos de álcool como a azulina e a motorina, foram
produzidos em substituição à gasolina com sucesso, da década de 1920 até os primeiros dias da
dezena seguinte; período do colapso decorrente da Primeira Guerra Mundial.

A mistura do álcool na gasolina, iniciada por lei em 1931, permitiu ao Brasil a melhoria do
resultado dos motores de combustão de forma garantida e higiênica; o uso de aditivos
veneníferos como o chumbo tetra etílico, que de maneira similar foram utilizados em outros
países para o aumento das características antidetonantes da gasolina, foi evitado. É de grande
importância tal aumento, pois facilita o uso de maior taxa de compressão nos motores a
explosão.

O Pró Álcool praticado nos anos de 1970, consolidou a opção do álcool como alternativa à
gasolina. Não obstante os problemas enfrentados como queda nos valores internacionais do
petróleo e oscilações no preço do álcool, que afetaram por várias vezes a oferta interna do
álcool, os efeitos da estratégia governamental sobrevivem em seus incrementos. A gasolina
brasileira é uma mistura contendo 25% de álcool e a metodologia de fabricação do carro a álcool
atingiu níveis de excelência. Os problemas enfrentados na década de 1990 de desabastecimento
de álcool que geraram a queda na busca do carro a álcool deixaram de ser uma ameaça ao
consumidor graças à recente oferta dos carros bicombustíveis.

Recentemente, o programa do biodiesel está sendo implantado para a inserção do óleo vegetal
como complementar ao óleo diesel. Primeiramente a mistura será de até 2% do derivado da
biomassa no diesel com um aumento gradativo até o percentual de 20% num período de dez
anos.

O experimento brasileiro não está limitado apenas à esfera dos transportes, o setor de energia
elétrica tem sido favorecido com a injeção de energia procedente das usinas de álcool e açúcar,
geradas a partir da incineração do bagaço e da palha da cana-de-açúcar. Outros detritos como
palha de arroz ou serragem de madeira também sustentam algumas termoelétricas pelo país.

Impactos ambientais e cautelas necessárias


A respeito das conveniências referidas, o uso da biomassa em larga escala também exige certos
cuidados que devem ser lembrados, durante as décadas de 1980 e 1990 o desenvolvimento
impetuoso da indústria do álcool em nosso país tornou isto evidente. Empreendimentos para a
utilização de biomassa de forma ampla podem ter impactos ambientais inquietantes. O resultado
poder ser destruição da fauna e da flora com extinção de certas espécies, contaminação do solo
e mananciais de água por uso de adubos e outros meios de defesa manejados
inadequadamente. Por isso, o respeito à biodiversidade e a preocupação ambiental devem reger
todo e qualquer intento de utilização de biomassa.

Energia azul

Energia azul é a energia obtida da diferença entre a concentração de sal entre a água do mar e
a do rio com o uso de eletrodiálise reversa (EDR) (ou osmose) com membranas específicas para
cada tipo de íons. O resíduo deste processo, é água salobra.

A tecnologia de EDR foi confirmada em condições laboratoriais. Como em outras tecnologias, o


custo da membrana foi um obstáculo. Uma membrana nova e mais barata, baseada em
polietileno eletricamente modificado, permitiu seu uso comercial. Com isso a energia azul, é
considerada mais uma das novas energias que no futuro, quando se esgotarem as energias não-
renovaveis, nos trará energia. Quando um rio despeja suas águas no oceano, há uma liberação
gigantesca de energia. Coloca-se uma membrana entre dois reservatórios, um com água doce e
outro água do mar. Ela é capaz de reter íons de sal, mas não a água, gerando um fluxo de água
em direção à água salgada. Aplica-se uma pressão maior na água salgada, invertendo este
processo. A água do mar tem dois tipos diferentes de pequenos componentes: íons do sódio e
íons de cloreto, positivos e negativos. E cada conjunto têm dois tipos de membrana. Um deixa
passar apenas o íon positivo e a outra membrana somente o íon negativo. Imagine-se entre as
minhas mãos a água de mar, o íon positivo passa através desta membrana e o íon negativo
passa através desta membrana. Temos um circuito eléctrico, entre a água salgada e a água
doce, de cada lado das duas membranas

Energia geotérmica

Energia geotérmica ou energia geotermal é a energia obtida a partir do calor proveniente da


Terra, mais precisamente do seu interior. Devido a necessidade de se obter energia elétrica de
uma maneira mais limpa e em quantidades cada vez maiores, foi desenvolvido um modo de
aproveitar esse calor para a geração de eletricidade. Hoje a grande parte da energia elétrica
provém da queima de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão mineral, métodos esses
muito poluentes.

Para que possamos entender como é aproveitada a energia do calor da Terra devemos
primeiramente entender como nosso planeta é constituído. A Terra é formada por grandes
placas, que nos mantém isolados do seu interior, no qual encontramos o magma, que consiste
basicamente em rochas derretidas. Com o aumento da profundidade a temperatura dessas
rochas aumenta cada vez mais, no entanto, há zonas de intrusões magmáticas, onde a
temperatura é muito maior. Essas são as zonas onde há elevado potencial geotérmico.

Índice

 1 Histórico
 2 Fontes de energia geotérmica
o 2.1 Rocha seca quente
o 2.2 Vapor seco
 3 Vantagens e desvantagens
 4 Referências
 5 Ver também

 6 Ligações externas

Histórico

A primeira tentativa de gerar eletricidade de fontes geotérmicas se deu em 1904 em Larderello


na região da Toscana, na Itália. Contudo, esforços para produzir uma máquina para aproveitar
tais fontes foram mal sucedidos pois as máquinas utilizadas sofreram destruição devido a
presença de substâncias químicas contidas no vapor. Já em 1913, uma estação de 250 kW foi
produzida com sucesso e por volta da Segunda Guerra Mundial 100 MW estavam sendo
produzidos, mas a usina foi destruída na Guerra.

Por volta de 1970, um campo de gêiseres na Califórnia estava produzindo 500 MW de


eletricidade. A exploração desse campo foi dramática, pois em 1960 somente 12 MW eram
produzidos e em 1963 somente 25 MW. México, Japão, Filipinas, Quénia e Islândia também têm
expandido a produção de eletricidade por meio geotérmico.

Na Nova Zelândia o campo de gases de Wairakei, na Ilha do Norte, foi desenvolvido por volta de
1950. Em 1964, 192 MW estavam sendo produzidos, mas hoje em dia este campo está
acabando.

Portugal conta com uma moderna central geotérmica em funcionamento na Ilha de São Miguel,
Açores, isto para além outra mais antiga, e está a ser acabada uma nova na Ilha Terceira,
Açores .

Fontes de energia geotérmica

Rocha seca quente

Quando não existem gêiseres, e as condições são favoráveis, é possível "estimular" o


aquecimento d'água usando o calor do interior da Terra. Um experimento realizado em Los
Alamos, Califórnia[1], provou a possibilidade de execução deste tipo de usina. Em terreno
propício, foram perfurados dois poços vizinhos, distantes 35 metros lateralmente e 360 metros
verticalmente, de modo que eles alcancem uma camada de rocha quente. Em um dos poços é
injetada água, ela se aquece na rocha e é expelida pelo outro poço, onde há uma usina
geotérmica instalada. O experimento de Los Alamos é apenas um projeto piloto e não gera
energia para uso comercial. A previsão de duração desse campo geotérmico é de dez anos.

Rocha humida quente

Esta é a melhor maneira de obter energia naturalmente. É necessário perfurar um poço que já
contenha água e a partir daí a energia é gerada normalmente.

Vapor seco

Em casos raríssimos pode ser encontrado o que os cientistas chamam de fonte de "vapor seco",
em que a pressão é alta o suficiente para movimentar as turbinas da usina com excepcional
força, sendo assim uma fonte eficiente na geração de eletricidade. São encontradas fontes de
vapor seco em Larderello, na Itália e em Cerro Prieto, no México.
Vantagens e desvantagens

A usina geotérmica de Nesjavellir, próxima a Þingvellir, Islândia

Aproximadamente todos os fluxos de água geotérmicos contém gases dissolvidos, sendo que
estes gases são enviados a usina de geração de energia junto com o vapor de água. De um jeito
ou de outro estes gases acabam indo para a atmosfera. A descarga de ambos vapor de água e
CO2 não são de séria significância na escala apropriada das usinas geotérmicas.

Por outro lado, o odor desagradável, a natureza corrosiva, e as propriedades nocivas do ácido
sulfídrico (H2S) são causas que preocupam. Nos casos onde a concentração de ácido sulfídrico
(H2S) é relativamente baixa, o cheiro do gás causa náuseas. Em concentrações mais altas pode
causar sérios problemas de saúde e até a morte por asfixia.

É igualmente importante que haja tratamento adequado a água vinda do interior da Terra, que
invariavelmente contém minérios prejudiciais a saúde. Não deve ocorrer simplesmente seu
despejo em rios locais, para que isso não prejudique a fauna local.

Quando uma grande quantidade de fluido aquoso é retirada da Terra, sempre há a chance de
ocorrer subsidência na superfície. O mais drástico exemplo de um problema desse tipo numa
usina geotérmica está em Wairakei, Nova Zelândia[2] O nível do superfície afundou 14 metros
entre 1950 e 1997 e está deformando a uma taxa de 0,22 metro por ano, após alcançar uma
taxa de 0,48 metros por ano em meados dos anos 70. Acredita-se que o problema pode ser
atenuado com re-injeção de água no local.

Há ainda o inconveniente da poluição sonora que afligiria toda a população vizinha ao local de
instalação da usina, pois, para a perfuração do poço, é necessário o uso de maquinário
semelhante ao usado na perfuração de poços de petróleo.

Energia hidráulica
Diagrama de um gerador de uma usina que utiliza da energia hidráulica

A energia hidráulica ou energia hídrica é a energia obtida a partir da energia potencial de uma
massa de água. A forma na qual ela se manifesta na natureza é nos fluxos de água, como rios e
lagos e pode ser aproveitada por meio de um desnível ou queda d'água. Pode ser convertida na
forma de energia mecânica (rotação de um eixo) através de turbinas hidráulicas ou moinhos de
água. As turbinas por sua vez podem ser usadas como acionamento de um equipamento
industrial, como um compressor, ou de um gerador elétrico, com a finalidade de prover energia
elétrica para uma rede de energia.

A potência hidráulica máxima que pode ser obtida através de um desnível pode ser calculada
pelo produto:

P = ρQHg

Em unidades do sistema internacional de unidades (SI)

 Potência(P): Watt(W)
 Queda(H): m
 Densidade(ρ): kg / m3
 Vazão volumétrica(Q): m3 / s
 Aceleração da gravidade(g):m / s2

É necessário que haja um fluxo de água para que a energia seja gerada de forma contínua no
tempo, por isto embora se possa usar qualquer reservatório de água, como um lago, deve haver
um suprimento de água ao lago, caso contrário haverá redução do nível e com o tempo a
diminuição da potência gerada (ver equação acima). As represas (barragens) são nada mais que
lagos artificiais, construídos num rio, permitindo a geração contínua.

As represas podem ser importantes pois caso a água fosse coletada diretamente de um rio, na
medida em que houvesse uma redução da vazão do rio, como em uma época de estiagem,
haveria redução da potência gerada. Assim com a formação de um lago (reservatório da
barragem), nas épocas de estiagem pode-se usar a água armazenada, e se este for
suficientemente grande poderá atender a um período de estiagem de vários meses ou mesmo
plurianual.

No Brasil, devido a sua enorme quantidade de rios, a maior parte da energia elétrica disponível é
proveniente de grandes usinas hidrelétricas. A energia primária de uma hidrelétrica é a energia
potencial gravitacional da água contida numa represa elevada. Antes de se tornar energia
elétrica, a energia primária deve ser convertida em energia cinética de rotação. O dispositivo que
realiza essa transformação é a turbina. Ela consiste basicamente em uma roda dotada de pás,
que é posta em rápida rotação ao receber a massa de água. O último elemento dessa cadeia de
transformações é o gerador, que converte o movimento rotatório da turbina em energia elétrica.

Um rio não é percorrido pela mesma quantidade de água durante o ano inteiro. Em uma estação
chuvosa, é claro, a quantidade de água aumenta. Para aproveitar ao máximo as possibilidades
de fornecimento de energia de um rio, deve-se regularizar-se a sua vazão, a fim de que a usina
possa funcionar continuamente com toda a potência instalada.

A vazão de água é regularizada pela construção de lagos artificiais. Uma represa, construída de
material muito resistente - pedra, terra, freqüentemente cimento armado - , fecha o vale pelo qual
corre o rio. As águas param e formam o lago artificial. Dele pode-se tirar água quando o rio está
baixo ou mesmo seco, obtendo-se assim uma vazão constante.

A construção de represas quase sempre constitui uma grande empreitada da engenharia civil.
Os paredões, de tamanho gigante, devem resistir às extraordinárias forças exercidas pelas
águas que ela deve conter. Às vezes, têm que suportar ainda a pressão das paredes rochosas
da montanha em que se apóiam.

Para diminuir o efeito das dilatações e contrações devidas às mudanças de temperatura, a


construção é feita em diversos blocos, separados por juntas de dilatação. Quando a represa está
concluída, em sua massa são colocados termômetros capazes de transmitir a medida da
temperatura a distância; eles registram as diferenças de temperatura que se possam verificar
entre um ponto e outro do paredão e indicam se há perigo de ocorrerem tensões que provoquem
fendas.

A potência

A energia que pode ser fornecida por unidade de tempo chama-se potência, e é medida em watt
(W). Como as potências fornecidas pelas usinas hidrelétricas são muito grandes, sempre
expressas em milhares de watts, utiliza-se para sua medida um múltiplo dessa unidade, o
quilowatt (kW), que equivale a 1.000 W.

A potência de uma fonte de energia elétrica pode ser calculada multiplicando-se a tensão em
volts que ela é capaz de fornecer pela corrente em ampères que distribui. Dessa maneira, uma
fonte capaz de distribuir 1.000 A com uma tensão de 10.000 V possui uma potência de 10
milhões de watts, ou 10.000 kW.

Uma linha de transmissão, portanto, é capaz de transportar a mesma potência de duas


maneiras: com voltagem elevada e corrente de baixa intensidade, ou com voltagem baixa e alta
corrente.

Quando a energia elétrica atravessa um condutor, transforma-se parcialmente em calor. Essa


perda é tanto maior quanto mais elevada for a intensidade da corrente transportada e maior for a
resistência do fio condutor. Assim, seria conveniente efetuar a transmissão da energia elétrica
por meio de fios muito grossos, que apresentam menos resistência. Porém, não se pode
aumentar excessivamente o diâmetro do condutor, pois isso traria graves problemas de
construção e transporte, além de encarecer muito a instalação. Assim, prefere-se usar altos
valores de tensão, que vão de 150.000 até 400.000 V.

A energia elétrica produzida nas centrais não é dotada de tensão tão alta. Nos geradores,
originalmente, essa energia tem uma tensão de cerca de 10.000 V. Valores mais altos são
inadequadas, porque os geradores deveriam ser construídos com dimensões enormes. Além
disso, os geradores possuem partes em movimento e não é possível aumentar arbitrariamente
suas dimensões.

A energia elétrica é, pois, produzida a uma tensão relativamente baixa, que em seguida é
elevada, para fins de transporte. Ao chegar às vizinhanças dos locais de utilização, a tensão é
rebaixada. Essas elevações e abaixamentos são feitos por meio de transformadores.

O gerador

O gerador é um dispositivo que funciona com base nas leis da indução eletromagnética. Em sua
forma mais simples, consiste numa espira em forma de um círculo. Ela fica imersa num campo
magnético e roda em torno de um eixo perpendicular às linhas dessa área.

Quando fazemos a espira girar com movimento regular, o fluxo magnético que atravessa sua
superfície varia continuamente. Surge assim, na espira, uma corrente induzida periódica. A cada
meia volta da espira o sentido da corrente se inverte, por isso ela recebe o nome de corrente
alternada.

Usina hidrelétrica

Uma usina hidrelétrica (português brasileiro) ou central hidroeléctrica (português europeu) é um complexo
arquitetônico, um conjunto de obras e de equipamentos, que tem por finalidade produzir energia
elétrica através do aproveitamento do potencial hidráulico existente em um rio.

Dentre os países que usam essa forma de se obter energia, o Brasil se encontra apenas atrás do
Canadá e dos Estados Unidos, sendo, portanto, o terceiro maior do mundo em potencial
hidrelétrico.

As centrais hidrelétricas geram, como todo empreendimento energético, alguns tipos de


impactos ambientais como o alagamento das áreas vizinhas, aumento no nível dos rios, em
algumas vezes pode mudar o curso do rio represado, podendo, ou não, prejudicar a fauna e a
flora da região. Todavia, é ainda um tipo de energia mais barata do que outras como a energia
nuclear e menos agressiva ambientalmente do que a do petróleo ou a do carvão, por exemplo. A
viabilidade técnica de cada caso deve ser analisada individualmente por especialistas em
engenharia ambiental e especialista em engenharia hidráulica, que geralmente para seus
estudos e projetos utilizam modelos matemáticos, modelos físicos e modelos geográficos.

O cálculo da potência instalada de uma usina é efetuado através de estudos de energéticos que
são realizados por engenheiros mecânicos, eletricistas e civis. A energia hidráulica é convertida
em energia mecânica por meio de uma turbina hidráulica, que por sua vez é convertida em
energia elétrica por meio de um gerador, sendo a energia elétrica transmitida para uma ou mais
linhas de transmissão que é interligada à rede de distribuição.

Um sistema elétrico de energia é constituído por uma rede interligada por linhas de transmissão
(transporte). Nessa rede estão ligadas as cargas (pontos de consumo de energia) e os
geradores (pontos de produção de energia). Uma central hidrelétrica é uma instalação ligada à
rede de transporte que injeta uma porção da energia solicitada pelas cargas.

A Usina Hidrelétrica de Tucuruí, por exemplo, constitui-se de uma das maiores obras da
engenharia mundial e é a maior usina 100% brasileira em potência instalada com seus 8.000
MW, já que a Usina de Itaipu é binacional.
O vertedor de Tucuruí é o maior do mundo com sua vazão de projeto calculada para a enchente
decamilenar de 110.000 m³/s, pode, no limite dar passagem à vazão de até 120.000 m³/s. Esta
vazão só será igualada pelo vertedor da Usina de Três Gargantas na China. Tanto o projeto civil
como a construção de Tucuruí e da Usina de Itaipu foram totalmente realizados por firmas
brasileiras, entretanto, devido às maiores complexidades o projeto e fabricação dos
equipamentos eletromecânicos, responsáveis pela geração de energia, foram realizados por
empresas multinacionais.

Galeria de fotos

A Usina Hidrelétrica Barra Bonita


A Usina hidrelétrica de Itaipu no rio Usin
Usina Jurumirim no rio no rio Tietê
Paraná entre Paraguai (Ciudad del a Hidrelétrica Egard de Souza Paranapanema
Este) e Brasil (Foz do Iguaçu)

Usina Hidrelétrica do Rio Novo em


Avaré

Energia solar

Energia solar é a designação dada a qualquer tipo de captação de energia luminosa (e, em
certo sentido, da energia térmica) proveniente do Sol, e posterior transformação dessa energia
captada em alguma forma utilizável pelo homem, seja directamente para aquecimento de água
ou ainda como energia eléctrica ou mecânica.

No seu movimento de translação ao redor do Sol, a Terra recebe 1 410 W/m² de energia,
medição feita numa superfície normal (em ângulo recto) com o Sol. Disso, aproximadamente
19% é absorvido pela atmosfera e 35% é reflectido pelas nuvens. Ao passar pela atmosfera
terrestre, a maior parte da energia solar está na forma de luz visível e luz ultravioleta.

As plantas utilizam diretamente essa energia no processo de fotossíntese. Nós usamos essa
energia quando queimamos lenha ou combustíveis minerais. Existem técnicas experimentais
para criar combustível a partir da absorção da luz solar em uma reação química de modo similar
à fotossíntese vegetal - mas sem a presença destes organismos.

A radiação solar, juntamente com outros recursos secundários de alimentação, tal como a
energia eólica e das ondas, hidro-electricidade e biomassa, são responsáveis por grande parte
da energia renovável disponível na terra. Apenas uma minúscula fracção da energia solar
disponível é utilizada.
Índice

 1 Energia do Sol
 2 Tipos de energia solar
 3 Vantagens e desvantagens da energia solar
 4 Energia solar no mundo
 5 Evolução da energia solar fotovoltaica
 6 Ver também
 7 Referências

 8 Ligações externas

Energia do Sol

Distribuição diária média entre 1991-1993 da energia solar recebida pela Terra ao redor do
Mundo. Os círculos pretos representam a área necessária para suprir toda a demanda de
energia do planeta Terra.

A Terra recebe 174 petawatts (GT) de radiação solar (insolação) na zona superior da atmosfera.
Dessa radiação, cerca de 30% é reflectida para o espaço, enquanto o restante é absorvido pelas
nuvens, mares e massas terrestres. O espectro da luz solar na superfície da Terra é mais
difundida em toda a gamas visível e infravermelho e uma pequena gama de radiação ultravioleta.

A superfície terrestre, os oceanos e atmosfera absorvem a radiação solar, e isso aumenta sua
temperatura. O ar quente que contém a água evaporada dos oceanos sobe, provocando a
circulação e convecção atmosférica. Quando o ar atinge uma altitude elevada, onde a
temperatura é baixa, o vapor de água condensa-se, formando nuvens, que posteriormente
provocam precipitação sobre a superfície da Terra, completando o ciclo da água. O calor latente
de condensação de água aumenta a convecção, produzindo fenómenos atmosféricos, como o
vento, ciclones e anti-ciclones. A luz solar absorvida pelos oceanos e as massas de terra
mantém a superfície a uma temperatura média de 14°C. A fotossíntese das plantas verdes
converte a energia solar em energia química, que produz alimentos, madeira e biomassa a partir
do qual os combustíveis fósseis são derivados.

O total de energia solar absorvida pela atmosfera terrestre, oceanos e as massas de terra é de
aproximadamente 3.850.000 exajoules (EJ) por ano.

A energia solar pode ser aproveitado em diferentes níveis em todo o mundo. Consoante a
localização geográfica, quanto mais perto do equador, mais energia solar pode sr potencialmente
captada.

As áreas de deserto, onde as nuvens são baixas e estão localizadas em latitudes próximas ao
equador são mais favoráveis à captação energia solar.Os desertos que se encontram
relativamente perto de zonas de maior consumo em países desenvolvidos têm a sofisticação
técnica necessária para a captura de energia solar realizações estão cada vez mais importante
como o Deserto de Mojave (Califórnia), onde existe uma central de energia solar com uma
capacidade total de 354 MW.

De acordo com um estudo publicado em 2007 pelo Conselho Mundial da Energia, em 2100, 70%
da energia consumida será de origem solar.
Tipos de energia solar

Painel solar

Os métodos de captura da energia solar classificam-se em directos ou indirectos:

 Directo significa que há apenas uma transformação para fazer da energia solar um tipo
de energia utilizável pelo homem. Exemplos:
o A energia solar atinge uma célula fotovoltaica criando eletricidade. (A conversão
a partir de células fotovoltaicas é classificada como directa, apesar de que a
energia elétrica gerada precisará de nova conversão - em energia luminosa ou
mecânica, por exemplo - para se fazer útil.)
o A energia solar atinge uma superfície escura e é transformada em calor, que
aquecerá uma quantidade de água, por exemplo - esse princípio é muito
utilizado em aquecedores solares.
 Indirecto significa que precisará haver mais de uma transformação para que surja
energia utilizável. Exemplo: Sistemas que controlam automaticamente cortinas, de
acordo com a disponibilidade de luz do Sol.

Também se classificam em passivos e activos:

 Sistemas passivos são geralmente directos, apesar de envolverem (algumas vezes)


fluxos em convecção, que é tecnicamente uma conversão de calor em energia
mecânica.
 Sistemas activos são sistemas que apelam ao auxílio de dispositivos elétricos,
mecânicos ou químicos para aumentar a efectividade da coleta. Sistemas indirectos são
quase sempre também activos.

Vantagens e desvantagens da energia solar

Vantagens:
 A energia solar não polui durante seu uso. A poluição decorrente da fabricação dos
equipamentos necessários para a construção dos painéis solares é totalmente
controlável utilizando as formas de controles existentes atualmente.
 As centrais necessitam de manutenção mínima.
 Os painéis solares são a cada dia mais potentes ao mesmo tempo que seu custo vem
decaindo. Isso torna cada vez mais a energia solar uma solução economicamente viável.
 A energia solar é excelente em lugares remotos ou de difícil acesso, pois sua instalação
em pequena escala não obriga a enormes investimentos em linhas de transmissão.
 Em países tropicais, como o Brasil, a utilização da energia solar é viável em
praticamente todo o território, e, em locais longe dos centros de produção energética,
sua utilização ajuda a diminuir a demanda energética nestes e consequentemente a
perda de energia que ocorreria na transmissão.

Desvantagens:
 Um painel solar consome uma quantidade enorme de energia para ser fabricado. A
energia para a fabricação de um painel solar pode ser maior do que a energia gerada
por ele.
 Os preços são muito elevados em relação aos outros meios de energia.
 Existe variação nas quantidades produzidas de acordo com a situação atmosférica
(chuvas, neve), além de que durante a noite não existe produção alguma, o que obriga a
que existam meios de armazenamento da energia produzida durante o dia em locais
onde os painéis solares não estejam ligados à rede de transmissão de energia.
 Locais em latitudes médias e altas (Ex: Finlândia, Islândia, Nova Zelândia e Sul da
Argentina e Chile) sofrem quedas bruscas de produção durante os meses de inverno
devido à menor disponibilidade diária de energia solar. Locais com frequente cobertura
de nuvens (Curitiba, Londres), tendem a ter variações diárias de produção de acordo
com o grau de nebulosidade.
 As formas de armazenamento da energia solar são pouco eficientes quando
comparadas por exemplo aos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), a energia
hidroelétrica (água) e a biomassa (bagaço da cana ou bagaço da laranja).

À semelhança de outros países do mundo, em Portugal desde Abril de 2008 um particular pode
produzir e vender energia eléctrica à rede eléctrica nacional, desde que produzida a partir de
fontes renováveis. Um sistema de microprodução ocupa cerca de 30 metros quadrados e
permite ao particular receber perto de 4 mil euros ano.

Energia solar no mundo

Em 2004 a capacidade instalada mundial de energia solar era de 2,6 GW, cerca de 18% da
capacidade instalada de Itaipu. Os principais países produtores, curiosamente, estão situados
em latitudes médias e altas. O maior produtor mundial era o Japão (com 1,13 GW instalados),
seguido da Alemanha (com 794 MWp) e Estados Unidos (365 MW)[12].

Entrou em funcionamento em 27 de Março de 2007 a Central Solar Fotovoltaica de Serpa


(CSFS), a maior unidade do género do Mundo. Fica situada na freguesia de Brinches, Alentejo,
Portugal, numa das áreas de maior exposição solar da Europa. Tem capacidade instalada de 11
MW, suficiente para abastecer cerca de oito mil habitações.

Entretanto está projectada e já em fase de construção outra central com cerca de seis vezes a
capacidade de produção desta, também no Alentejo, em Amareleja, concelho de Moura.

Muito mais ambicioso é o projecto australiano de uma central de 154 MW, capaz de satisfazer o
consumo de 45 000 casas. Esta situar-se-á em Victoria e prevê-se que entre em funcionamento
em 2013, com o primeiro estágio pronto em 2010. A redução de emissão de gases de estufa
conseguida por esta fonte de energia limpa será de 400 000 toneladas por ano.

Evolução da energia solar fotovoltaica

A primeira geração fotovoltaica consiste numa camada única e de grande superfície p-n díodo de
junção, capaz de gerar energia eléctrica utilizável a partir de fontes de luz com os comprimentos
de onda da luz solar. Estas células são normalmente feitas utilizando placas de silício. A primeira
geração de células constituem a tecnologia dominante na sua produção comercial,
representando mais de 86% do mercado.
A segunda geração de materiais fotovoltaicos está baseada no uso de películas finas de
depósitos de semi-condutores. A vantagem de utilizar estas películas é a de reduzir a quantidade
de materiais necessários para as produzir, bem como de custos. Actualmente (2006), existem
diferentes tecnologias e materiais semicondutores em investigação ou em produção de massa,
como o silício amorfo, silício poli-cristalino ou micro-cristalino, telurido de cádmio, copper indium
selenide/sulfide. Tipicamente, as eficiências das células solares de películas são baixas quando
comparadas com as de silício compacto, mas os custos de manufatura são também mais baixos,
pelo que se pode atingir um preço mais reduzido por watt. Outra vantagem da reduzida massa é
o menor suporte que é necessário quando se colocam os painéis nos telhados e permite arrumá-
los e dispô-los em materiais flexíveis, como os têxteis.

A terceira geração fotovoltaica é muito diferente das duas anteriores, definida por utilizar
semicondutores que dependam da junção p-n para separar partículas carregadas por fotogestão.
Estes novos dispositivos incluem células fotoelectroquímicas e células de nanocristais.

Energia maremotriz

Maquete representativa da aplicação de uma turbina de bulbo, numa usina geradora de energia maremotriz

Usina de La Rance

Energia maremotriz é o modo de geração de eletricidade através da utilização da energia


contida no movimento de massas de água devido às marés. Dois tipos de energia maremotriz
podem ser obtidas: energia cinética das correntes devido às marés e energia potencial pela
diferença de altura entre as marés alta e baixa.

Em qualquer local a superfície do oceano oscila entre pontos altos e baixo, chamados marés, a
cada 12h e 25min. Em certas baías e estuários, como junto ao Monte Saint-Michel , no estuário
do rio Rance, na França, ou em São Luís, no Brasil, essas marés são bastante amplificadas,
podendo atingir alturas da ordem de 15 metros. As gigantescas massas de água que cobrem
dois terços do planeta constituem o maior coletor de energia solar imaginável. As marés,
originadas pela atração lunar, também representam uma tentadora fonte energética. Em
conjunto, a temperatura dos oceanos, as ondas e as marés poderiam proporcionar muito mais
energia do que a humanidade seria capaz de gastar — hoje ou no futuro, mesmo considerando
que o consumo global simplesmente dobra de dez em dez anos. A energia das marés é obtida
de modo semelhante ao da energia hidrelétrica.

Trata-se de uma obra complexa de Engenharia hidráulica. Constrói-se uma barragem, formando-
se um reservatório junto ao mar. Quando a maré é alta, a água enche o reservatório, passando
através da turbina hidráulica, tipo bulbo, e produzindo energia elétrica. Na maré baixa, o
reservatório é esvaziado e a água que sai do reservatório passa novamente através da turbina,
em sentido contrário, produzindo a energia elétrica. Este tipo de fonte é também usado no
Japão, na França e na Inglaterra. A primeira usina maremotriz construída no mundo para
geração de electricidade foi a de La Rance, em 1963 e antes de 1500, em Lameiras município de
Sintra para uso direto em moendas

Maré

Acção das marés, mostrada de maneira exagerada para melhor entendimento.

Marés são as alterações do nível das águas do mar causadas pela interferência gravitacional da
Lua e do Sol (esta última com menor intensidade, devido à distância) sobre o campo gravítico da
Terra. [1]

Índice

 1 Ocorrência das marés


 2 Terminologia
 3 Referências

 4 Ver também

Ocorrência das marés

Num campo gravitacional terrestre ideal, ou seja, sem interferências, as águas à superfície da
Terra sofreriam uma aceleração idêntica na direcção do centro de massa terrestre, encontrando-
se assim numa situação isopotencial (situação A na imagem). Mas devido à existência de corpos
com campos gravitacionais significativos a interferirem com o da Terra (Lua e Sol), estes
provocam acelerações que actuam na massa terrestre com intensidades diferentes. Como os
campos gravitacionais actuam com uma intensidade inversamente proporcional ao quadrado da
distância, as acelerações sentidas nos diversos pontos da Terra não são as mesmas. Assim
(situação B e C na imagem) a aceleração provocada pela Lua têm intensidades
significativamente diferentes entre os pontos mais próximos e mais afastados da Lua.

Desta forma as massas oceânicas que estão mais próximas da Lua sofrem uma aceleração de
intensidade significativamente superior às massas oceânicas mais afastadas da Lua. É este
diferencial que provoca as alterações da altura das massas de água à superfície da Terra.

Quando a maré está em seu ápice chama-se maré alta, maré cheia ou preamar; quando está no
seu menor nível chama-se maré baixa ou baixa-mar. Em média, as marés oscilam em um
período de 12 horas e 24 minutos. Doze horas devido à rotação da Terra e 24 minutos devido à
órbita lunar.
A altura das marés alta e baixa (relativa ao nível do mar médio) também varia. Nas luas nova e
cheia, as forças gravitacionais do Sol estão na mesma direcção das da Lua, produzindo marés
mais altas, chamadas marés de sizígia. Nas luas minguante e crescente as forças gravitacionais
do Sol estão em direcções diferentes das da Lua, anulando parte delas, produzindo marés mais
baixas chamadas marés de quadratura.

Terminologia

 Preia-mar (ou preamar) ou maré alta - nível máximo de uma maré cheia.
 Baixa-mar ou maré baixa - nível mínimo de uma maré vazante.
 Estofo - também conhecido como reponto de maré, ocorre entre marés, curto período
em que não ocorre qualquer alteração na altura de nível.
 Maré enchente - período entre uma baixa-mar e uma preia-mar sucessivas, quando a
altura da maré aumenta.
 Vazante - período entre uma preia-mar e uma baixa-mar sucessivas, quando a altura da
maré diminui.
 Altura da maré - altura do nível da água, num dado momento, em relação ao plano do
zero hidrográfico.
 Elevação da maré - altitude da superfície livre da água, num dado momento, acima do
nível médio do mar.
 Amplitude de marés - variação do nível das águas, entre uma preia-mar e uma baixa-
mar imediatamente anterior ou posterior.
 Maré de quadratura - maré de pequena amplitude, que se segue ao dia de quarto
crescente ou minguante.
 Maré de sizígia - as maiores amplitudes de maré verificadas, durante as luas nova e
cheia, quando a influência da Lua e do Sol se reforçam uma a outra, produzindo as
maiores marés altas e as menores marés baixas.
 Zero hidrográfico - nível de referência a partir da qual se define a altura da maré; é
variável de país para país, muitas vezes definida pelo nível da mais baixa das baixa-
mares registadas (média das baixa-mares de sizigia) durante um dado período de
observação maregráfica.

Engenharia Hidráulica

Engenharia hidráulica é o ramo da engenharia civil que trata da exploração e do uso da água,
dos projetos e das obras hidráulicas fluviais ou marítimas e dos projetos e das obras de
engenharia sanitária. A engenharia hidráulica foi criada pelos egípcios. O engenheiro hidráulico
ou de recursos hídricos planeja e orienta o uso da água de bacias hidrográficas, elaborando
Planos Diretores de Bacias Hidrógráficas. Ele também desenvolve planos de redes de água e de
esgotos, irrigação e drenagem, além de projetar canais, portos, molhes, diques, quebra-mares,
píers e barragens. O profissional também pode acompanhar a exploração de lençóis
subterrâneos e o tratamento de águas contaminadas.

A organização, a iniciativa e o interesse por questões sociais, ambientais e ecológicas são


alguns traços de personalidade que ajudam o profissional a ter sucesso no mercado de trabalho.

O engenheiro hídráulico ou de recursos hídricos pode atuar em laboratórios de hidráulica ou em


empresas de consultoria voltadas à estudos hidrológicos, projetos de obras fluviais ou marítimas,
criação de sistemas de irrigação, drenagem, saneamento, bombeamento e desenvolvimento de
canais, portos e barragens, projeto de grandes ou pequenas centrais hidrelétricas (PCH). Pode
ainda desenvolver projetos de investigação e remediação de solos e águas subterrâneas
contaminadas.
O Brasil desde Maurício de Nassau possuiu ou produziu respeitados engenheiros sanitaristas e
hidráulicos, tais como Saturnino de Brito, Saturnino de Brito Filho, Hildebrando Góis, Lucas
Nogueira Garcez, Pedro Parigot de Sousa, José Martiniano de Azevedo Neto, Flavio Lyra,
Díocles Rondon, Marco Siciliano, Jorge Rios, André Balança ,Theóphilo Benedicto Ottoni Netto
etc.

No Brasil, o exercício da profissão exige inscrição no Conselho Regional de Engenharia,


Arquitetura e Agronomia (CREA).

Hidráulica Marítima

Hidráulica Marítima é o ramo da Engenharia Hidráulica que trata das Obras Marítimas e seus
projetos.

São consideradas obras marítimas aquelas efetuadas pelo homem nos mares e oceanos, a
saber: Navios e/ou Naves de diversas espécies (em estaleiros), Portos, Diques, Molhes, Quebra-
mares, Piers, "Espigões - marítimos" (de diversas espécies), Emissários submarinos de esgotos,
Canais de Navegação, Usinas Maremotrizes, Usina de ondas, Recifes artificiais, Praias artificiais,
como, por exemplo, a Praia de Copacabana.

Não se deve confundir um dique, o qual possui sempre as duas pontas na terra, com um quebra-
mar que possui as duas extremidades dentro d 'água, nem com um molhe que possui uma
extremidade em terra e outra no mar. Apesar desta diferença fundamental em hidráulica
marítima esta confusão é muito comum entre as pessoas leigas.

Para estudos e projetos detalhados destas obras são normalmente utilizados diversos tipos de
modelos físicos e modelos mateméticos, geralmente em Laboratórios de Hidráulica.

Energia das Ondas

A energia das ondas, provém do aproveitamento das ondas oceânicas. É uma energia "limpa",
isto é, sem quaisquer custos para o ambiente.

A instalação de equipamentos técnicos capazes de gerar este tipo de energia ocorreu pela
primeira vez em Portugal no ano de 2008, no Parque de Ondas da Aguçadoura, a cerca de três
milhas náuticas da Póvoa de Varzim.

Energia Eólica

A energia eólica é a energia que provém do vento. O termo eólico vem do latim aeolicus,
pertencente ou relativo a Éolo, Deus dos ventos na mitologia grega e, portanto, pertencente ou
relativo ao vento.

Índice

 1 Conversão em energia mecânica


 2 Conversão em energia elétrica
 3 Uso
o 3.1 Brasil
o 3.2 Portugal
 4 Referências
 5 Ver também

 6 Ligações externas

Conversão em energia mecânica

A bolina sob o barco a vela oferece resistência lateral à ação do vento, permitindo um avanço gradual através do vento

A energia eólica tem sido aproveitada desde a antiguidade para mover os barcos impulsionados
por velas ou para fazer funcionar a engrenagem de moinhos, ao mover as suas pás. Nos
moinhos de vento a energia eólica era transformada em energia mecânica, utilizada na moagem
de grãos ou para bombear água. Os moinhos foram usados para fabricação de farinhas e ainda
para drenagem de canais, sobretudo nos Países Baixos.

Conversão em energia elétrica

Na atualidade utiliza-se a energia eólica para mover aerogeradores - grandes turbinas colocadas
em lugares de muito vento. Essas turbinas têm a forma de um catavento ou um moinho. Esse
movimento, através de um gerador, produz energia elétrica. Precisam agrupar-se em parques
eólicos, concentrações de aerogeradores, necessários para que a produção de energia se torne
rentável, mas podem ser usados isoladamente, para alimentar localidades remotas e distantes
da rede de transmissão. É possível ainda a utilização de aerogeradores de baixa tensão quando
se trate de requisitos limitados de energia elétrica.

Um aerogerador é um dispositivo que aproveita a energia eólica e a converte em energia elétrica

A energia eólica pode ser considerada uma das mais promissoras fontes naturais de energia,
principalmente porque é renovável, ou seja, não se esgota, limpa, amplamente distribuída
globalmente e, se utilizada para substituir fontes de combustíveis fósseis, auxilia na redução do
efeito estufa. Em países como o Brasil, que possuem uma grande malha hidrográfica, a energia
eólica pode se tornar importante no futuro, porque ela não consome água, que é um bem cada
vez mais escasso e que também vai ficar cada vez mais controlado. Em países com uma malha
hidrográfica pequena, a energia eólica passa a ter um papel fundamental já nos dias atuais,
como talvez a única energia limpa e eficaz nesses locais. Além da questão ambiental, as
turbinas eólicas possuem a vantagem de poderem ser utilizadas tanto em conexão com redes
elétricas como em lugares isolados, não sendo necessário a implementação de linhas de
transmissão para alimentar certas regiões (que possuam aerogeradores).

Em 2009 a capacidade mundial de geração de energia elétrica através da energia eólica foi de
aproximadamente 158 gigawatts (GW), o suficiente para abastecer as necessidades básicas de
dois países como o Brasil(o Brasil gastou em média 70 gigawatts em janeiro de 2010). Para se
ter uma idéia da magnitude da expansão desse tipo de energia no mundo, em 2008 a
capacidade mundial foi de cerca de 120 GW e, em 2008, 59 GW.

Parque Eólico Eco Energy, na cidade de Beberibe, Ceará. A energia eólica responde por 0,2% da energia produzida no Brasil

A capacidade de geração de energia eólica no Brasil foi de 606 megawatts (MW) em 2009, onde
houve um aumentou de 77,7% em relação ao ano anterior. A capacidade instalada em 2008 era
de 341 MW. O Brasil responde por cerca da metade da capacidade instalada na América Latina,
mas representa apenas 0,38% do total mundial.

Os EUA lideram o ranking dos países que mais produzem energia através de fonte eólica. O total
instalada nesse país ultrapassa os 35 GW. Atrás deles vem a Alemanha, com cerca de 26 GW
instaladas, e a China, com 25 GW.

Em alguns países, a energia elétrica gerada a partir do vento representa significativa parcela da
demanda. Na Dinamarca esta representa 23% da produção, 6% na Alemanha e cerca de 8% em
Portugal e na Espanha (dados de setembro de 2007). Globalmente, a energia eólica não
ultrapassa o 1% do total gerado por todas as fontes.

O custo da geração de energia eólica tem caído rapidamente nos últimos anos. Em 2005 o custo
da energia eólica era cerca de um quinto do que custava no final dos anos 1990, e essa queda
de custos deve continuar com a ascensão da tecnologia de produção de grandes aerogeradores.
No ano de 2003 a energia eólica foi a forma de energia que mais cresceu nos Estados Unidos.

A maioria das formas de geração de eletricidade requerem altíssimos investimentos de capital e


baixos custos de manutenção. Isto é particularmente verdade para o caso da energia eólica,
onde os custos com a construção de cada aerogerador podem alcançar milhões de reais, os
custos com manutenção são baixos e o custo com combustível é zero. Na composição do
cálculo de investimento e custo nesta forma de energia levam-se em conta diversos fatores,
como a produção anual estimada, as taxas de juros, os custos de construção, de manutenção,
de localização e os riscos de queda dos geradores. Sendo assim, os cálculos sobre o real custo
de produção da energia eólica diferem muito, de acordo com a localização de cada usina.

Apesar da grandiosidade dos modernos moinhos de vento, a tecnologia utilizada continua a


mesma de há 1000 anos, tudo indicando que brevemente será suplantada por outras tecnologias
de maior eficiência, como é o caso da turbovela, uma voluta vertical apropriada para capturar
vento a baixa pressão ao passar nos rotores axiais protegidos internamente. Esse tipo não
oferece riscos de colisões das pás com objetos voadores (animais silvestres) e não interfere na
áudiovisão. Essa tecnologia já é uma realidade que tanto pode ser introduzida no meio ambiente
marinho como no terrestre.

Turbinas eólicas em alto mar, próximo a Copenhague, Dinamarca

O San Gorgonio Pass Wind Farm, em Desert Hot Springs na Califórnia, Estados Unidos

Uso

Capacidade instalada de produção de energia eólica no final de 2009

País EUA Alemanha China Espanha Índia Itália França Reino Unido Portugal Brasil

MW 35.159 25.777 25.104 19.149 10.926 4.850 4.492 4.051 3.535 606

% 22,3 16,3 15,9 12,1 6,9 3,1 2,8 2,6 2,2 0,4

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