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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIA NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE RÁDIO

Engenharia Electrónica e de Telecomunicações

Medidas Contra Interferência

Discentes:

Xavier Melembe

Sharon Matola

Pedro Meque

Milton Malate

Docente:

Enga. Marita Chinai

Maputo, 6 de dezembro 2022


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Índice
Introdução..................................................................................................................................1

1 Objectivos...........................................................................................................................2

1.1 Geral............................................................................................................................2

1.2 Específicos...................................................................................................................2

2 Metodologia........................................................................................................................2

3 Conceito de Interferência....................................................................................................3

3.1 Radio Interferência......................................................................................................3

3.1.1 Interferência de Radio Frequência (RFI).............................................................3

3.1.2 Ruídos Provocados por Rádio Interferência........................................................4

3.2 Classificação de Ruido................................................................................................5

4 Medidas contra interferências............................................................................................5

4.1.1 Medidas Para Evitar que os Acionamentos Sejam Fonte ou Receptor


Interferências......................................................................................................................6

4.1.2 Ruído na terra confinando o ruído.......................................................................7

4.2 Normas e Regulamentos Contra Interferência............................................................7

4.2.1 Interferências Prejudiciais....................................................................................7

4.2.2 Identificação de interferências.............................................................................7

4.2.3 Fases de Resolução de interferências...................................................................8

4.2.4 Procedimentos de Resolução de interferências....................................................8

5 Conclusão.........................................................................................................................10

6 Bibliografia......................................................................................................................11
1 Introdução
(Young, Freedman, 2012) Quando estudamos lentes, espelhos e instrumentos de ótica,
usamos o modelo de ótica geométrica, segundo o qual representamos a luz por meio de raios
— linhas retas que mudam de direção quando sofrem reflexão ou refração em uma superfície.
Já afirmamos que a luz é fundamentalmente uma onda, e em diversas situações é preciso
considerar apenas suas propriedades ondulatórias. Se duas ou mais ondas luminosas com a
mesma frequência se superpõem em um ponto, a onda resultante depende das fases das
ondas, bem como de suas respectivas amplitudes. A figura resultante decorre da natureza
ondulatória da luz e não pode ser compreendida com base nos raios. Os efeitos óticos que
dependem da natureza ondulatória da luz são analisados pela ótica física.

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2 Objectivos

2.1 Geral

 Conhecer as medidas empregues na mitigação contra interferência de rádio.

2.2 Específicos

 Saber o que é interferência nas radiocomunicações;


 Como ocorrem as interferências;
 Quais são as formas de minimizar essas perdas empregue pelas entidades
competentes.

3 Metodologia
Para realização desse trabalho foram realizados algumas consultas bibliográficas e artigos
disponíveis na internet.

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4 Conceito de Interferência
(Freancisco, 2022) A interferência é um processo no qual duas ou mais ondas de luz, som ou
eletromagnéticas da mesma frequência se combinam para reforçar ou cancelar uma à outra,
sendo a amplitude da onda resultante igual à soma das amplitudes das ondas combinadas.

A expressão se refere a qualquer interferência indesejada que atrapalhe a transmissão de uma


informação. A principal consequência é atrapalhar a compreensão entre dois interlocutores,
desviando ou danificando a mensagem que deveria ser transmitida. (Mendes, 2020)

4.1 Radio Interferência

A rádio interferência (RI) é a degradação da recepção de um sinal desejado causada por


perturbações de radiofreqüência. A interferência nas freqüências de rádio, RFI (Radio
Frequency Interference), é caracterizada por radiações eletromagnéticas emitidas por
circuitos elétricos que geram sinais indesejados. A interrupção, obstrução ou degradação do
sinal limita o efetivo desempenho dos equipamentos eletroeletrônicos e de comunicação. A
RFI pode ser induzida intencionalmente, como em algumas formas de conflitos eletrônicos,
ou não propositalmente, como um resultado de emissões espúrias e produtos de
intermodulação. (Leão, 2008)

4.1.1 Interferência de Radio Frequência (RFI)


As interferências são emissões eletromagnéticas que podem afetar a qualidade de recepção de
um equipamento, dispositivo ou sistema e são divididas em dois tipos, de acordo com o meio
de propagação: interferências irradiadas e interferências conduzidas.

 As interferências irradiadas são as que se propagam através de campos


eletromagnéticos;
 As conduzidas propagam-se por cabos de alimentação, por interligações físicas entre
equipamentos, por dispositivos ou por sistemas.

A maneira mais eficiente para reduzir os efeitos da RFI é usar condensador de desvios ou de
desacoplamento em cada dispositivo ativo, ou utilizar resistores séries e filtros para controle
do tempo de elevação dos sinais muito rápidos.

Segundo Maruvada, a rádio interferência das linhas de corrente alternada é geralmente


definida por três características básicas que são: o espectro de frequência, contorno lateral da
linha, onde a rádio interferência é relacionada com a distância ao ponto de recepção do sinal e

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a distribuição estatística, na qual se deseja saber qual é o comportamento da rádio
interferência durante um determinado período.

4.1.2 Ruídos Provocados por Rádio Interferência


Por ruído entende-se geralmente qualquer perturbação espúria ou indesejável que tende a
mascarar o sinal de transmissão. Pode-se distinguir vários tipos de ruído: ruídos artificiais,
ruídos provenientes de distúrbios erráticos que se apresentam fora de nosso controle,
ocorrendo irregularmente e os ruídos oriundos de flutuações espontâneas.

 Os ruídos de origem artificial podem ser originados da captação eletromagnética de


sinais interferentes e são captados através de fontes de alimentação, como também
podem ser sinais espúrios originados de moduladores balanceados, etc.
 Os distúrbios erráticos que não têm origem na atividade do homem podem ser devidos
a tormentas atmosféricas elétricas e a outras causas naturais.
 Os ruídos provenientes de flutuações espontâneas de tensão e correntes ocorrem de
uma maneira geral no mundo físico e são devidos, em última, instância, à natureza
descontínua ou granular dos sistemas básicos. Estes ruídos representam uma limitação
básica para a transmissão da informação.

A interferência na recepção de sistemas de rádio e perturbações geradas em LT (linhas de


transmissão) ou em LD (linhas de distribuição) na faixa de 0,15 MHz a 300 MHz, chamada
de radiodifusão sonora em AM (amplitude modulada), na faixa de 15 MHz a 30 MHz,
denominada de radiodifusão sonora em FM (frequência modulada) e TV na faixa de 30 MHz
a 300 MHz. Acima de 300 MHz o nível de ruído é extremamente baixo, de forma que não é
normalmente passível de causar interferência.

O ruído em radiofrequência gerado por LT e LD, acima 1 kV, é causado principalmente pelo
efeito corona, isoladores defeituosos ou contatos frouxos, permitindo a existência de
descargas elétricas, que variam conforme as condições atmosféricas.

Para a recepção de sinais de rádio e televisão livres de interferência é necessário existir uma
elevada relação SNR (relação sinal/ruído) na entrada do receptor, a qual poderá ficar
comprometida caso o nível de recepção dos sinais de rádio e TV sejam baixos e as condições
atmosféricas sejam propícias à geração de ruído em RF por LT e LD.

Sistemas de transmissão em CC (corrente contínua) também são passíveis de produzirem


ruído em alta frequência, principalmente pelos conversores a válvula que, por estarem

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acoplados às linhas de energia, permitem que o ruído gerado na comutação seja propagado
para os demais componentes do sistema.

4.2 Classificação de Ruido

Os ruídos podem ser classificados em quatro tipos: ruído térmico, ruído de intermodulação,
crosstalk e ruído impulsivo.

a) O ruído térmico - É provocado pela agitação dos electrões nos condutores, estando,
portanto, presente em todos os dispositivos electrónicos e meios de transmissão. O
ruído térmico é uniformemente distribuído em todas as faixas de frequências do
espectro (sendo por isso frequentemente citado como ruído branco) e sua quantidade
será maior quanto for a temperatura sobre o meio de transmissão.
b) O ruído de intermodulação - O ruído de intermodulação ocorre quando sinais de
diferentes frequências compartilham o mesmo meio físico (multiplexação em
frequência). Este fenómeno pode gerar um sinal em uma dada faixa de frequência que
pode interferir na transmissão de um outro sinal da mesma faixa. Isto pode acontecer
devido a componentes defeituosos ou por causa de sinais com potência muito alta.
c) Ruído impulsivo - O ruído impulsivo é oriundo de fontes externas que provocam
um pulso de energia muito intenso e, em geral, de curta duração. É um tipo de
ruído não contínuo, com grandes amplitudes e de difícil prevenção. Este ruído
pode ser provocado por diversos tipos de fontes, desde distúrbios eléctricos
externos a falhas em equipamentos. Até mesmo o fato de se retirar uma lâmpada
ligada pode causar tal fenómeno. Normalmente ele é pouco danoso à uma transmissão
analógica provoca um corte temporário em uma transmissão de voz, e já para
transmissões digitais, ele é o maior causador de erros.
d) Ruído Crosstalk - é um ruído que é causado pela interferência entre canais de
comunicação vizinhos. O sinal que é transmitido em um meio gera uma perturbação
sobre um outro que recebe este sinal.

5 Medidas contra interferências


Problemas básicos relacionados com a disposição e instalação dos dispositivos:

 Não permita que os radiotransmissores, inclusive o transmissor do sistema e os


transmissores de outros sistemas sem fio, se aproximem mais do que 3 a 4,5 metros
das antenas receptoras. Isso poderia sobrecarregar os receptores e aumentar as
chances de interferência;

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 Não deixe que as antenas dos receptores se toquem ao organizá-los. Tome cuidado
especial para que as antenas de um receptor não toque nas antenas de outro receptor
nem se aproxime demais delas. Tente manter pelo menos 25 cm de separação entre as
antenas de quaisquer dois receptores.
 Verifique se as baterias de todos os transmissores estão boas. A baixa tensão de saída
de baterias fracas pode fazer com que alguns transmissores gerem interferência
danosa. Se tiver alguma dúvida, instale baterias novas e sem uso em todos os
transmissores sem fio.
 Se tiver um sistema "combinado" (de mão + body-pack) com dois transmissores na
mesma frequência, ou dois sistemas sem fio na mesma freqüência, não permita de
maneira alguma que os dois transmissores sejam ligados ao mesmo tempo.
 Verifique a configuração do controle de amortecimento do receptor. Uma
configuração de amortecimento mais alta oferece maior proteção contra interferência.
Entretanto, como uma configuração alta também pode causar redução no alcance de
operação, configure o controle na posição mais baixa capaz de anular a interferência.

Problema relacionado com o transmissor ou estação de rádio:

 Verifique se o sistema sem fio está realmente com falha. Tente desligar
momentaneamente os receptores sem fio e desconectar os cabos de áudio. Se o
problema persistir com os receptores desligados e com os cabos desconectados, o
distúrbio provavelmente está em outra parte do sistema de áudio, não no sistema sem
fio.
 Desligue todos os transmissores sem fio e verifique se os indicadores de sinal de todos
os receptores apagam. Escute o sistema de áudio para descobrir se o problema ainda
está presente. Se estiver, provavelmente o problema não é interferência de rádio, mas
algum tipo de interferência não-relacionada ao sistema sem fio. Se os indicadores de
sinal não apagarem, pode haver problemas de amortecimento.

5.1.1 Medidas Para Evitar que os Acionamentos Sejam Fonte ou Receptor


Interferências
 Utilizar cabos blindados;
 Instalar filtros RFI;
 Separar fisicamente cabos de sinal e de potência;
 Os cabos do motor devem estar separados dos cabos de rede de alimentação;

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 Instalação do conversor dentro de um painel metálico (aterrado);
 As blindagens dos cabos de sinal digital devem ser aterradas nas duas extremidades;
 As blindagens dos cabos de sinal analógico devem ser aterradas apenas na
extremidade onde o sinal será processado.

5.1.2 Ruído na terra confinando o ruído


 É o caminho de retorno através de capacitância parasita, ou seja, caminhos
desconhecidos. A corrente pode encontrar estes caminhos através de CNC, PLC e
terra de computadores. Essa corrente na terra do sistema implica em problemas de
interferência electromagnética (EMI).
 Utilização de cabos blindados;
 Capacitores de modo comum;
 Filtro de RFI;
 Núcleos de ferrite (teróides).

5.2 Normas e Regulamentos Contra Interferência

Sobre este assunto, Roberto Menna Barreto descreve a questão reguladora dos níveis de
recepção da seguinte maneira: Compete aos órgãos reguladores a determinação dos limites
mínimos do sinal a ser protegido e a relação sinal/ruído que permita a recepção de sinais de
radiodifusão satisfatória.

5.2.1 Interferências Prejudiciais


1. As estações de Radiocomunicações não devem causar interferências prejudiciais às
outras estações previamente existentes e autorizadas.
2. A Autoridade Reguladora pode obrigar à cessação de uso de qualquer aparelho ou
equipamento que gera radiações eletromagnéticas, que causam interferências
prejudiciais as estações de radiocomunicações.

5.2.2 Identificação de interferências


1. A Entidade identificar a presença de interferências na sua estação ou rede de
radiocomunicações deve comunicar por escrito a Autoridade Reguladora.
2. A comunicação de interferências feita pela Entidade à Autoridade Reguladora deve
conter os seguintes dados:
a) A identificação da entidade;
b) A identificação e endereço da estação interferida ou sistema;

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c) Os parâmetros técnicos da estação interferida;
d) A descrição das características da interferência;
e) A situação de pagamento de taxas regularizadas.
3. A Autoridade Reguladora deve intervir para resolver a interferência prejudicial após a
notificação pelo operador da estação interferida ou por qualquer outra forma de que
tenha conhecimento. ARTIGO 61

5.2.3 Fases de Resolução de interferências


A resolução de interferências prejudiciais entre estações de radiocomunicações obedece às
seguintes fases:

a) Verificação – fase na qual a entidade interferida procede a comprovação da existência


de interferência prejudicial no seu sistema de radiocomunicações;
b) Comunicação – fase na qual se dá a conhecer a Autoridade Reguladora, por escrito,
da existência de interferência prejudicial no seu sistema;
c) Identificação – fase na qual a comunicação é feita, com ou sem conhecimento da
fonte de interferência, competindo a Autoridade Reguladora, comprovar tecnicamente
a sua existência e posterior notificação ao interferente para proceder aos devidos
ajustes para eliminação da mesma;
d) Conciliação – fase em que a Autoridade Reguladora, sobre sua mediação, concede a
ambos uma oportunidade de um entendimento que possibilite o uso comum da
frequência, faixa ou canal sem interferências um do outro;
e) Decisão – fase em que se esgotaram as possibilidades de acordo entre as partes
envolvidas no processo de coordenação, competindo a Autoridade Reguladora decidir
a resolução do conflito;
f) Registo – fases em que o processo deve ser documentado com distribuição de cópias
por todos os intervenientes e depósito do processo para efeito de registo na
Autoridade Reguladora. ARTIGO 62

5.2.4 Procedimentos de Resolução de interferências


Na resolução de interferências prejudiciais entre duas ou mais estações de radiocomunicações
deve-se observar os seguintes procedimentos:

a) Quando a interferência prejudicial é causada por uma estação a operar em carácter


secundário e a estação interferida em carácter primário, a estação interferente deverá

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cessar imediatamente a sua transmissão e proceder aos ajustes necessários para
eliminação da interferência;
b) Quando a interferência prejudicial é causada por uma estação a operar em carácter
primário e a estação interferida em carácter secundário, a estação interferida não
poderá reclamar protecção contra interferências e está sujeita a mudar de frequências;
c) Quando a interferência prejudicial é causada por uma estação que opere em carácter
primário e a estação interferida também em carácter primário, os interessados devem
proceder a coordenação de uso das respectivas frequências de forma a eliminar a
interferência;
d) Quando a interferência prejudicial é causada por uma estação a operar em carácter
secundário e a estação interferida também operar em carácter secundário, os
interessados devem proceder a coordenação de uso das respectivas frequências de
forma a eliminar as interferências;
e) Quando a interferência prejudicial é causada por uma estação localizada fora do
território nacional, a Autoridade Reguladora deverá proceder a coordenação do uso
das frequências em causa com vista a eliminação da interferência em coordenação
com Administração do País envolvido, de acordo com os tratados ou acordos
internacionais e ou bilateral subscritos pela República de Moçambique. ARTIGO 63

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6 Conclusão
As radiocomunicações são os meios mais susceptíveis a interferência provenientes do meio
externo ou dos próprios dispositivos, por esta razão é importante que estas sejam
inspecionadas para garantir que não interfiram com as outras estações quer que seja de
radiofusão ou de telecomunicação movel. É de extrema importância que as técnicas de Linhas
de transmissão sejam seguidas ao “pé da letra” pois estas pode ajudar na mitigação contra
interferências como o caso da técnica de aterramento, esta que tem como objectivo contornar
as frequências indesejadas para o meio externo, o tipo de filtragem que será empregue nestes
aparatos e a blindagem dos cabos.

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7 Bibliografia
Freancisco, S. (4 de Dezembro de 2022). SF. Obtido de Portal:
https://www.portalsaofrancisco.com.br/fisica/interferencia

Leão, R. M. (2008). Rádio interferência proveniente de Linhas Alta Tensão. Porto Alegre:
EDIPUCRS.

Mendes, T. (13 de Julho de 2020). NaPratica. Obtido de Fundação estudar:


https://www.napratica.org.br/o-que-sao-ruidos-na-comunicacao-e-como-evita-los/

Moçambique, B. d. (26 de Novembro de 2018). Regulamento de Radiocomunicações.


Decreto n.º 75/2018, p. 2937.

Republica, B. d. (26 de Novembro de 2018). Decreto n.º 75/2018. Regulamento de


Radiocomunicações, p. 2937.

Young, Freedman. (2012). Física. Kapton : institute of Science .

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