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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ


FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ÂNGELO NETO CRUZ ARAGÃO

JOANES MARTINS GALVÃO

CÁLCULOS EM SISTEMAS DE RUÍDOS

TUCURUÍ – PA
2023
RESUMO

O ruído em sistemas de comunicação é o inimigo a ser combatido, uma vez que, o mesmo está
presente em todo sistema de comunicação. Mesmo não podendo eliminá-lo totalmente, tem sido
uma constante batalha dos engenheiros, por desenvolver mecanismos que possa minimizar ou
atenuar ao máximo tais ruído, visando sempre melhorar ao máximo a qualidade do sinal
recebido pelo receptor, uma vez que esse, é a principal porta de entrada desse “pesadelo” das
comunicações. Diante disso, este trabalho tem o intuito de abordar, ainda que de forma
superficial, as principais formas de ruídos, como eles se apresentam e, ainda, apresentar
algumas técnicas de cálculos dos mesmos. Este trabalho aborda, ainda, sobre o decibel, que é
uma importante ferramenta utilizada pelos engenheiros para cálculos de ganho e potência em
sistemas de comunicação, não sendo essa a sua única exclusividade.

Palavras-chave: Sistemas de comunicações, relação sinal/ruído, cálculo de ruídos, decibel.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................3
2 O RUÍDO ELÉTRICO....................................................................................................3
3 FONTES EXTERNAS DE RUÍDO................................................................................4
4 RELAÇÃO SINAL/RUÍDO (SNR)................................................................................6
5 FONTE INTERNA DE RUÍDA......................................................................................8
6 PONTÊNCIA DO RUÍDO............................................................................................10
7 O DECIBEL...................................................................................................................12
8 CONCLUSÃO ...............................................................................................................15
REFERÊNCIAS.............................................................................................................16
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1 INTRODUÇÃO

De acordo com Shanmugam (1979), todo sinal aleatório que não contém informação
útil é considerado como ruído, e sob o ponto de vista da teoria da informação é um objeto a ser
eliminado, porque o resultado dele deteriora ou anula a comunicação entre um transmissor e
um receptor. Em outras palavras, a presença inevitável de ruído degrada a transmissão confiável
de sinais através de um sistema de comunicação. (HAYKIN; MOHER, 2008).
Ainda, de acordo com Haykin; Moher (2008), as fontes de ruídos podem ser externas
ou internas, sendo que as internas incluem um tipo importante de ruído que aparece por causa
de flutuações espontâneas da tensão ou corrente em sistemas elétricos, logo, este tipo de ruído
está presente em todo sistema de comunicação e representa uma limitação fundamental para a
transmissão e detecção de sinais. Vale ressaltar que os ruídos em sistemas de comunicações
podem ser gerados por várias fontes, no entanto, na maioria das vezes, tais fontes de ruídos são
os próprios dispositivos de comunicação. Além disso, em ambiente de espaço livre a potência
do sinal recebido é atenuada proporcionalmente ao quadrado da distância da transmissão,
todavia, essa potência pode ser aumentada através de antenas direcionais, tanto no transmissor,
quanto no receptor. Por outo lado, em ambiente terrestre, a comunicação via rádio pode ocorrer
em vários caminhos; desse modo, a interferência construtiva e destrutiva entre esses diferentes
caminhos leva ao que chamamos de “fenômeno multicaminho”, fator que causa perdas de
propagação muito maior do que as perdas preditas pelo modelo de espaço livre. Além do mais,
o movimento do terminal transmissor ou receptor resulta em mais variações da potência do sinal
recebido.

2 O RUIDO ELÉTRICO

De acordo com Medeiros (2007), o ruído elétrico, ou simplesmente ruído, é o inimigo


número um dos sistemas de comunicações, e, portanto, merece um tratamento especial devido
a sua relevância. Em sistemas de comunicações, o mesmo se refere a qualquer perturbação
elétrica aleatória que interfere na transmissão e recepção de sinais de comunicação. Nas formas
elétrica e eletromagnética, tem comportamento aleatório, com amplitudes e fases variáveis e se
faz presente em todo o espectro de frequências, particularmente no canal rádio. Além disso, O
ruído elétrico pode ser gerado por diversos fatores, como flutuações aleatórias na corrente
elétrica, vibrações mecânicas, interferência eletromagnética de outras fontes de energia, entre
outros. Essas perturbações elétricas podem afetar a qualidade do sinal de comunicação,
tornando-o mais difícil de ser interpretado ou entendido pelo receptor. (MEDEIROS, 2007).
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Vale ressaltar que o ruído elétrico é medido em termos de sua potência ou intensidade,
geralmente expressa em decibéis (dB), logo, reduzir ou controlar o ruído elétrico é uma
preocupação importante em sistemas de comunicações para garantir a qualidade e
confiabilidade da transmissão de informações. Na Figura 1, pode ser observado o efeito do
ruído em uma onda senoidal:

Figura 1: Imagem de osciloscópio: a) Onda senoidal pura; b) Onda senoidal contaminada pelo ruído.

Fonte: MEDEIROS, (2007).

3 FONTES EXTERNAS DE RUÍDOS

Nos sistemas de comunicações, os ruídos externos atuam no canal de comunicação, na etapa


de recepção do sinal, onde interferem no sinal original que é transmitido. Esses ruídos podem
ser causados por diversos fatores externos, como interferências eletromagnéticas de outras
fontes de transmissão, interferência de sinais gerados por equipamentos eletrônicos próximos,
interferências causadas por fenômenos naturais como raios e tempestades, entre outros. Para
minimizar os efeitos dos ruídos externos, é importante utilizar técnicas de modulação e
codificação de sinal, além de técnicas de filtragem e amplificação na recepção do sinal.
(MEDEIROS, 2007).
Na Figura 2 pode se observado o diagrama de blocos com a adição do ruído externo ao canal
de comunicações:

Figura 2: O canal de comunicação, principal porta de entrada do ruído externo.

Fonte: MEDEIROS, (2007).


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Algumas das principais fontes de ruído externas que podem afetar os sistemas de
comunicações são:
• Ruído atmosférico, mais comumente chamado pelos operadores de rádio de estática,
são ruídos gerados por fenômenos naturais, como raios, descargas elétricas,
tempestades, entre outros. Segundo Medeiros (2007), o mesmo afeta sobremaneira as
comunicações de rádio em HF (3 a 30 MHz). Tal estática provoca nas comunicações
digitais a destruição de várias sequências de bits, o chamado “efeito rajada (burst)”. Para
proteger a informação desse tipo de destruição é utilizado um código de correção de
erros, como o código Reed Solomón. (MEDEIROS, 2007).

• Ruído cósmico, também conhecido como ruído de fundo cósmico, é um tipo de


interferência causada principalmente pela radiação eletromagnética emitida por objetos
celestes, como estrelas, galáxias e outros corpos cósmicos. A mesma ocorre com maior
intensidade em frequências acima de 20 MHz, e, eventualmente, o nível do campo
eletromagnético (ruído) pode ser tão elevado que pode queimar componentes
eletrônicos de receptores de satélites posicionados na trajetória da onda emitida pelo
sol, que é a principal fonte de emissão desse tipo de ruído. (MEDEIROS, 2007). É
importante ressaltar que o ruído cósmico pode afetar a qualidade e a confiabilidade da
transmissão de informações. Isso pode resultar em erros de transmissão, perda de dados
e diminuição da velocidade de transmissão, logo, para minimizar o impacto do ruído
cósmico em sistemas de comunicação, é importante utilizar técnicas de modulação e
codificação eficientes, bem como técnicas de filtragem e amplificação de sinal. Além
disso, é possível utilizar antenas direcionais para minimizar a interferência de fontes de
ruído cósmico específicas.
• Ruídos provocados pelo homem são interferências que afetam a qualidade e a
confiabilidade das transmissões de dados ou voz. Esses ruídos podem ser gerados por
diversos fatores, como equipamentos elétricos, motores, linhas de energia elétrica,
equipamentos de soldagem, entre outros. Tais interferências podem ser classificadas em
duas categorias: interferências conduzidas e interferências irradiadas. As interferências
conduzidas são aquelas que se propagam por meio de fios e cabos, enquanto as
interferências irradiadas são aquelas que se propagam pelo ar. Todavia, os efeitos dessas
interferências podem ser minimizados através da utilização de técnicas de proteção
eletromagnética, como a utilização de cabos blindados, aterramento adequado dos
equipamentos, filtragem de ruídos, entre outras técnicas. Além disso, é importante que
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os equipamentos utilizados em sistemas de comunicações sejam projetados e fabricados


com materiais e técnicas que minimizem a geração de ruídos, garantindo assim uma
melhor qualidade de transmissão e recepção de sinais.

4 RELAÇÃO SINAL/RUÍDO (SNR)

Uma das causas de geração de ruído nos sistemas de comunicação de RF está relacionada
aos fenômenos nos dispositivos semicondutores. Embora o valor eficaz do ruído possa ser
definido, a amplitude instantânea só pode ser estimada em termos probabilísticos, uma vez que
a sua ocorrência é aleatória, em conformidade, a adição do ruído gerado por mais de uma fonte
(caso do sistema de comunicação de RF), é efetuada em termos de potência. (ZAPATA, 2007).
Dessa forma, quando combinamos o conceito de nível de sinal recebido, com o conceito de
ruído de sinal, temos a relação sinal/ruído, que representa a figura fundamental para a qualidade
da transmissão através de um canal de comunicação.
A relação sinal/ruído é simplesmente a comparação do nível de um sinal relevante em
comparação com outros sinais que podem atrapalhar. Este conceito chega a ser utilizado por
várias áreas da engenharia, desde telecomunicações até a parte musical. Em engenharia de
telecomunicações é de suma importância a relação sinal/ruído (signal to noise ratio),
representada pela sigla S/N e expressa em dB. A mesma é obtida através do logaritmo da relação
entre a potência do sinal e a potência do ruído, na recepção. (MEDEIROS, 2007).

S Potência do sinal (1)


= 10 log
N Potência do ruído

Segundo Medeiros (2007), o ruído pode ser estudado de diversas maneiras, no entanto, é o
tratamento em função da temperatura que oferece os melhores resultados, levando-se em
consideração os ambientes externos e internos, onde se localizam a antena receptora e o
receptor, respectivamente.
Para ilustrar bem essa questão podemos, hipoteticamente, analisar um sinal de rede wifi em
duas salas diferentes, em que na sala 1, a intensidade média do sinal é de -20 dB, o ruído é de
cerca de -60dB. Nesse caso, para obtermos a relação sinal/ruído, precisamos subtrair o sinal do
ruído, o que significa que temos um sinal-ruído médio de 40 dB, como pode ser observado na
Figura 3.
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Figura 3: Relação sinal/ruído.

Fonte: https://www.netspotapp.com/pt/wifi-troubleshooting/signal-to-noise-ratio.html, (2023).

Já na sala 2, o sinal também é -20 dB, no entanto, o ruído é -25 dB. Nesse caso, o sinal/ruído
é muito menor, como pode ser observado na Figura 4.

Figura 4: Relação sinal/ruído

Fonte: https://www.netspotapp.com/pt/wifi-troubleshooting/signal-to-noise-ratio.html.(2023).

Vale ressaltar que os diferentes enlaces de comunicações, analógicos ou digitais, requerem


um valor mínimo de S/N na recepção, para que as comunicações possam ocorrer com boa
8

qualidade. Dessa forma, os valores mínimos para uma boa recepção em comunicações
analógicas são:
S
• Sinal de voz: ≥ 30 dB
N
S
• Sinal de vídeo: ≥ 45 dB
N

Já nas comunicações digitais temos:


S
• Sinal de voz e vídeo: ≥ 15 dB
N

5 FONTE INTERNA DE RUÍDO

O ruído térmico é gerado devido à agitação térmica dos elétrons nos componentes eletrônicos
e nas linhas de transmissão. Esse tipo de ruído aumenta com a temperatura e é inevitável em
qualquer sistema. De acordo com Haykin, Moher (2008), os elétrons livres se movem ao longo
de caminhos orientados aleatoriamente, devido a colisões contínuas com íons vibrantes. Com
base nisso, o efeito líquido do movimento aleatório é uma corrente elétrica que é do tipo
aleatória. No entanto, o valor médio dessa corrente e zero, pois, na média, existem tantos
elétrons se movendo em uma direção quanto na outra.
A densidade espectral de potência do ruído térmico produzida por um resistor e dada por

2h|f| (2)
STN =
h|f|
exp ( ) − 1
kT

na qual T é a temperatura absoluta em Kelvin, k é a constante de Boltzmann e h é a constante


de Planck. Note que a densidade espectral de potência 𝑆𝑇𝑁 (f) é medida em watts por hertz.
(HEYKIN, MOHER, 2008). Para baixas frequências temos que

kT (3)
f≪
h

Então, fazendo algumas manipulações matemáticas obtemos uma equação aproximada


correspondente para a densidade espectral de potência do ruído:

STN (f) ≈ 2kT (4)


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Todavia, a potência de ruído interno gerado por um dispositivo é expressa pela figura de
ruído, 𝐹, sendo que, quanto menor for o ruído, melhor será o sistema, portanto, quanto menor
for a figura de ruído, melhor. (MEDEIROS, 2007).
Dessa forma, a figura de ruído pode ser definida pela relação entre duas potências medidas:

Potência do ruído na saída do dispositivo, à temperatura ambiente (5)


F=
Potência de saída do dispositivo, como se o mesmo não gerasse ruído

Para completar a definição, o valor da figura de ruído 𝐹, deve ser especificado, segundo
Friis, por conveniência de cálculo, em 290 K (17ºC). (MEDEIROS, 2007). Dessa forma, 𝐹 é
um número 𝑛 adimensional que pode ser convertido em dB da seguinte forma:

𝐹 = 10 log 𝑛 (6)

Em meios práticos, a figura de ruído de um receptor, na temperatura ambiente 𝑇0 é obtida


da montagem do esquema que pode ser observado na Figura 5, que apresenta uma carga casada
ligada aos terminais de entrada e conhecida a faixa passante 𝐵. Em seguida, mede-se a potência
do ruído gerado internamente pelo amplificador ou receptor.

Figura 5: Esquema de medida da figura de ruído em um receptor.

Fonte: MEDEIROS, (2007).

Assim, a temperatura efetiva de ruído 𝑇𝑒 do dispositivo é dada pela expressão:


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Te = (F − 1)T0 (7)

Em que:

• T0 => temperatura ambiente em Kelvin, com valores típicos entre 290 K e 300
K (17ºC e 27°C respectivamente).
• F => figura de ruído do dispositivo.

É valido enfatizar que à temperatura de 0 K (zero absoluto ou – 273°C) não mais


circula corrente elétrica no dispositivo, logo, pela equação (7), Te = 0.

É válido ressaltar também que um receptor de boa qualidade, com B de 27 MHz,


usado em comunicações digitais a 140 Mbits/s, é oferecido comercialmente com F ≤
4,0 dB, e componentes eletrônicos utilizados na montagem de equipamentos com baixo
de F apresentam muito baixo ruído. (MEDEIROS, 2007).

6 POTÊNCIA DO RUÍDO

Para determinar o valor da potência de ruído sobre uma carga resistiva 𝑅𝐿 casada
com a saída do amplificador, podemos utilizar a expressão:

Pn = kT0 B (8)

Em que:

• F => ´potência do ruído, em W;

• k =>constante de Boltzmann, = 1,38 = 1,38 × 10−23 Joules/Kelvin;

• T0 => temperatura ambiente, em Kelvin;

• B => banda do canal, em Hz.

Todavia, 𝑃𝑛 também pode ser expressa em dB ou dBm. Para converter 𝑃𝑛 em dB,


aplica-se 10 log 𝑃𝑛 . Se em dBm, basta somar 30 ao valor em dB.

Se tomarmos como base o circuito da Figura 5, a potência na saída do receptor será:


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Pn(saída) = FkT0 B (9)

Ou então

Te (10)
Pn(saída) = (1 + ) kT0B
T0

E quando for considerado os ganhos dos estágios amplificadores em cascata, o ganho


do sistema de amplificação será incluído nos cálculos, logo, a potência na saída será:

Pn(saída) = Gsis Fsis kT0 B (11)

Ou então

Te(sis) (12)
Pn(saída) = Gsis (1 + ) kT0B
T0

Em que:

• 𝐺𝑠𝑖𝑠 => é o ganho total de amplificação do sistema devido aos estágios em


cascata, conforme pode ser observado na Figura 6, em que o mesmo pode ser
calculado pela equação (13):

𝐺𝑠𝑖𝑠 = 𝐺1 𝐺2 𝐺3 … 𝐺𝑛 (13)

Figura 6: Estágios amplificadores em cascata.

Fonte: MEDEIROS, (2007).


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7 O DECIBEL

O decibel (dB) é uma unidade usada para expressar a proporção de dois valores de uma
quantidade física, geralmente potência ou intensidade, em relação a um nível de referência. O
mesmo é definido como um décimo de um bel, que recebeu o nome de Alexander Graham Bell.

É uma unidade logarítmica que compara a potência ou intensidade de um sinal a um valor


de referência, expresso como:

𝑃 (14)
𝑑𝐵 = 10 𝑙𝑜𝑔 ( )
𝑃0

Em que:
• P é a potência ou intensidade do sinal sendo medido;
• 𝑃0 é a potência ou intensidade de referência.
A escala de decibéis é comumente usada em eletrônica, acústica e telecomunicações para
expressar a potência relativa ou intensidade de sinais, como som ou sinais elétricos, bem como
o ganho ou atenuação de amplificadores ou filtros. (MEDEIROS, 2007).
Entre tensões, o valor equivalente em dB é:

𝐸 (15)
𝑑𝐵 = 10 𝑙𝑜𝑔 ( )
𝐸0

Se o valor da potência estiver relacionado a 1 watt, o resultado será expresso em dBW,


decibéis acima ou abaixo de 1 watt. Se o resultado for acima de 1 watt, será positivo; se abaixo,
negativo. Se o valor da tensão estiver relacionado a 1 volt, o resultado será expresso em dBV,
decibéis acima ou abaixo de 1 volt. Se acima de 1 volt, o resultado será positivo, se abaixo,
negativo. Os valores de submúltiplos mili e micro das unidades de potência e tensão dão origem
ao dBm e dBµ. Para fazer a conversão em dB de valores numéricos 𝑛 como figura de
ruído, ganho de antenas, etc. aplica-se a equação (6). (MEDEIROS, 2007).
Como foi dito anteriormente, para calcular a potência em decibéis, é necessário primeiro
determinar a referência de potência usada. Em geral, a referência de potência mais comum é 1
miliwatt (mW), logo, a equação para calcular a potência em decibéis em relação a essa
referência é:
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Potência em watts
Potência em decibéis (dB) = 10 log ( ) (16)
Referência de potência em watts

Por exemplo, se a potência é de 10 mW, e a potência de referência em watts é de 0,01 W.


Então, a potência em decibéis seria:

0,01
Potência em decibéis (dB) = 10 log ( ) = 10 log(10) = 10 × 1 = 10 dBW (17)
0,001

Isso significa que a potência em questão é 10 decibéis acima da referência de 1 miliwatt.


Para os cálculos de potência em watt, ou seja, 10 log P [W], o resultado será expresso em
dBW; quando tais valores forem expressos em miliwatt [mW], o resultado será expresso em
dBm e para valores em microwatt [µW], o resultado será expresso em dBµ.
Podemos calcular o ganho em dB de um amplificador, que excitado com 1 W de sinal na
entrada fornece 10 W na saída, como pode ser visto na Figura 7.

Figura 7: Ganho do AmPop

Fonte: MEDEIROS, (2007).

Temos:
10 W
A(dB) = 10 log ( ) = 10 log(10) = 10dB (18)
1W

Pode-se também, fazer a conversão de dBW para dBm. Para isso, basta adicionar 30
unidades ao dBW. Por exemplo: converter 13 dBW em dBm.
Temos:
13 dBW + 30 = 43 dBm (19)
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Para calcular a diferença entre níveis de potência, fazemos o módulo do limite inferior menos
o módulo do limite superior, podemos exemplificar a partir da Figura 8.

Figura 8: Escala decibel.

Fonte: MEDEIROS, (2007).

Calculando a diferença entre os níveis de potência -110 dBm e -70 dBm a partir da Figura
8, temos:

110 − 70 = 40 dB (20)

É possível fazer a soma de potências em um circuito somador, por exemplo, como podemos
observar na Figura 9.

Figura 9: Circuito somador.

Fonte: MEDEIROS, (2007).

Calculando o valor de X de acordo com a Figura 9, temos:

20 𝑑𝐵𝑊 = 100 𝑊
100 𝑊 + 100 𝑊 = 200 𝑊

Aplicando (6), temos: 𝑥 = 10 log 200 = 23 𝑑𝐵𝑊.


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8 CONCLUSÃO

Diante do exposto podemos entender que, os ruídos em sistemas de comunicações podem


ter um impacto significativo na qualidade da transmissão de dados e informações. Esses ruídos
podem ser causados por diversas fontes, incluindo interferência eletromagnética, amplificação
de sinal e problemas na transmissão de cabos e fios.
Para minimizar a interferência causada pelo ruído, diversas técnicas podem ser utilizadas,
incluindo o uso de filtros, amplificadores com baixo nível de ruído, técnicas de modulação e
codificação de dados. Além disso, a escolha da frequência e do tipo de modulação também pode
influenciar a interferência do ruído. A escolha de uma banda de frequência adequada e a
utilização de técnicas de codificação de canal também podem ajudar a minimizar a interferência
do ruído.
Em geral, a redução do ruído em sistemas de comunicações é um desafio constante para
engenheiros e técnicos que trabalham nessa área. No entanto, com o avanço da tecnologia e o
desenvolvimento de técnicas mais sofisticadas, é possível minimizar os efeitos do ruído e
melhorar a qualidade das transmissões de dados e informações.
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REFERÊNCIAS

HAYKIN, S; MOHER, M. Sistemas de comunicação. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.

MEDEIROS, J. C. O. Princípios de telecomunicações: teoria e prática. 2. ed. São Paulo:


Érica, 2007.

NETSPOT. O que é relação sinal/ruído e como medir. Disponível em:


https://www.netspotapp.com/pt/wifi-troubleshooting/signal-to-noise-ratio.html. Acesso em:
09 Abr. 2023.

Shanmugam, K. S. Digital and analog communication system. New York: John Wiley &
Sons, 1979.

ZAPATA, C. Ferramenta para modelagem de sistemas de comunicação. 2007. Dissertação


(Mestrado em Microeletrônica) – Universidade de São Paulo – USP, São Paulo, 2007.

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