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Dosimetria do Raios-X
Manaus
2022
Sumário
1 Fundamentação Teórica 3
1.1 Dose de Radiação para os Trabalhadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Objetivos 6
3 Parte Experimental 6
3.1 Material Necessário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.2 Procedimento Experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
4 Resultados e discussões 8
4.1 Perguntas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4.1.1 Primeira pergunta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4.2 Segunda pergunta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
5 Conclusão 10
6 Bibliografia 11
2
1 Fundamentação Teórica
Quando a radiação interage com a matéria, uma porção de energia é absorvida. Seja
dW a energia absorvida por uma certa quantidade de matéria dm. Designamos como
dose de energia, D, a relação:
dW
D= (1)
dm
Por inspeção da equação acima, a dimensão da dose de energia será J/Kg. Isso tem
um nome especı́fico: o “Gray”(Gy).
Aqui, precisamos observar uma coisa: para uma mesma dose de energia, os efeitos em
tecidos biológicos podem ser diferentes. Explicamos isso pela introdução do conceito de
dose equivalente, H, e do fator de qualidade Q:
H =D·Q (2)
Note que o Sievert, que representa dimensionalmente a dose equivalente, tem a mesma
dimensão de Gray, que representa dimensionalmente a dose de energia. A diferença está
no fator Q, adimensional, sobre o qual daremos explicações a seguir.
O fator Q dependerá do tipo da radiação atuante. Se, por exemplo, tratar-se de
raios-X, raios gama ou partı́culas Beta, usa-se Q = 1. Nesse caso, a dose de energia será
exatamente igual à dose equivalente.Para nêutrons térmicos, o fator Q vale 3; para os
chamados prótons e nêutrons rápidos, Q = 10. E, finalmente, para partı́culas alfa, Q terá
um valor entre 10 e 20. Ou seja, estas partı́culas são de 10 a 20 vezes mais interagentes
com a matéria do que os raios-X.
Obviamente, o tempo de exposição à radiação deve ser levado em conta quando estamos
trabalhando com ela. Para isso, nada mais adequado do que determinar uma taxa de dose
de energia:
dD
Pd = (4)
dt
ou mesmo uma taxa de dose equivalente:
dH
Pde = (5)
dt
Essas taxas têm unidade de Gys−1 , a primeira, e Svs−1 , a segunda.
Uma forma interessante de avaliar a radiação é medir os efeitos que ela causa. Mais
especificamente, podemos por exemplo verificar a quantidade de ı́ons gerados por massa
de ar, quando a radiação o atravessa e interage com suas partı́culas. A isso chamamos
dose iônica I :
dQ
I= (6)
dm
A dose iônica tem unidade de C/Kg. Isso era o Roentgen, uma homenagem ao desco-
bridor do Raio-X, mas hoje em dia o nome caiu em desuso.
Finalmente, podemos determinar a taxa de dose iônica:
dI d dQ di
= = (7)
dt dt dm dm
3
Nome Unidade Descrição
Dose de Energia Gray (Gy) Energia absorvida pela matéria
Dose equivalente Sievert (Sv) Dose de energia proporcional ao tipo de radiação
Decaimento radioativo Becquerel (Bq) = 1s−1 Transição nuclear por segundo
Dose iônica C/Kg (Roentgen) Partı́culas ionizadas por massa
Taxa de dose iônica A/Kg Corrente gerada por massa
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Figura 1: Doses de Radiação.
FONTE: Norma CNEN – NN – 3.01 de 13/03/2014. “Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica”
(a) Para fins de controle administrativo efetuado pela CNEN, o termo dose anual deve
ser considerado como dose no ano calendário, isto é, no perı́odo decorrente de janeiro a
dezembro de cada ano.
(b) Média ponderada em 5 anos consecutivos, desde que não exceda 50 mSv em qualquer
ano.
(c) Em circunstâncias especiais, a CNEN poderá autorizar um valor de dose efetiva de até
5 mSv em um ano, desde que a dose efetiva média em um perı́odo de 5 anos consecutivos,
não exceda a 1 mSv por ano.
(d) Valor médio em 1 cm2 de área, na região mais irradiada.
5
2 Objetivos
• Construir um gráfico tensão x corrente para um capacitor de placas paralelas quando
penetrado por um raio-x de 25 kV;
• Comparar a dose de radiação que uma pessoa recebe ao colocar a mão durante um
segundo na unidade de raio-x com a dose de radiação que um dentista aplica no
paciente.
3 Parte Experimental
3.1 Material Necessário
• Unidade de raios-X,;
• Fonte de alimentação;
• Multı́metro digital;
6
Figura 3: Diagrama esquemático para determinação da ionização de corrente.
7
4 Resultados e discussões
A partir dos procedimentos enumerados no capı́tulo anterior, realizou-se o experi-
mento, do qual extraı́mos os gráficos a seguir, com base nos quais responderemos às
questões propostas como objetivo do relatório.
4.1 Perguntas
4.1.1 Primeira pergunta
Qual a dose de radiação que uma pessoa receberia se colocasse a mão dentro do
aparelho de raio-X?
Solução:
O que precisamos calcular é, primeiramente, a taxa de dose iônica, dada pela equação
7. Reescrevendo-a com o sı́mbolo j, temos:
di
j= (8)
dm
A corrente é fornecida pelo gráfico: usaremos i = 1.25 nA. Através da relação de densidade,
conseguimos expressar que:
di
j= (9)
ρdV
8
π(x2 − x1 ) 2
V = (R + r2 + rR)
3
x1 d
r=
2x0
x2 d
R=
2x0
152 · 0, 5
r= = 4, 41 × 10−1 cm
2 · 86
242 · 0, 5
R= = 7, 03 × 10−1 cm
2 · 86
π · 90
V = ((7, 03 × 10−1 )2 + (4, 41 × 10−1 )2 + (4, 41 × 10−1 )(7, 03 × 10−1 ))
3
V = 9, 434 cm−3
Da relação (9):
1, 25 × 10−9
j= −6
= 1, 10 × 10−4 AKg −1 (10)
1, 2 × 10 · 9, 434
Dividindo o valor médio da taxa de dose de ı́on (determinado acima) pela carga ele-
mentar e resulta no número n de as ionizações por tempo e unidade de massa. Levando
em consideração que a energia ionizante Φ de uma molécula de ar equivale a aproxima-
damente 33 eV = 52, 810−19 J, é possı́vel calcular a taxa de dose média de energia por
tempo e unidade de massa:
D W jϕ
Pm = = =n·ϕ= (11)
t m·t e
1, 10 × 10 · 52, 8 × 10−19
−4
Pm = = 3, 6 × 10−3 JKg −1 s−1 (12)
1, 6 × 10−19
Pm
D= = 3, 6 mSv (13)
1s
De acordo com LIMA: ”Das regiões de órgãos crı́ticos, a de glândulas submandibulares
é a mais exposta à radiação e, de uma forma geral um paciente de porte médio é exposto
a um total de dose de 10,708 µSv.”
Logo a ordem entre a dose da radiação de um paciente no dentista e a exposição de
uma pessoa nesse aparelho é de 103 .
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5 Conclusão
Ao longo do relatório, pôde-se ter uma visão geral sobre dosimetria de radiação,
discutindo-se os importantes conceitos de dose de energia, dose equivalente e dose iônica,
bem como as respectivas taxas. Também se abordou a as doses recebidas por trabalhadores
envolvidos em atividades que lidam com radiação. Esse conhecimento foi extremamente
válido para a formação destes alunos que assinam o relatório.
Quanto ao experimento em si, verificou-se que as informações colhidas e o gráfico que
se fez a partir delas corresponderam satisfatoriamente aos valores previstos em literatura.
Por último, comparando-se as doses recebidas em procedimentos médicos (como um
raio-X de arcada dentária) com a dose recebida no aparelho da PHYWE, pôde-se constatar
que esta última é bastante pequena, mostrando que tanto o professor quanto os alunos
presentes ao experimento não correram muitos riscos de exposição radiológica.
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6 Bibliografia
Referências
[1] PHYWE. X-ray dosimetry. Göttingen, Germany.
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