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PRÁTICA 6: DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE

DE PLANCK UTILIZANDO LED’S


NOME MATRÍCULA
CURSO TURMA
PROFESSOR DATA

6.1 OBJETIVO

- Determinar o comprimento de onda da luz emitida por um LED.


- Levantar a curva de corrente versus tensão para um LED.
- Verificar que a energia do fóton é quantizada.
- Determinar experimentalmente a constante de Planck.

6.2 MATERIAL

- Fonte de tensão contínua; - Régua 1 m;


- Circuito com LED’s e resistor; - Trena;
- Multímetros digitais (dois); - Rede de difração 80 linhas/mm;
- Gerador de Funções; - Porta diafragma com escala angular;
- Osciloscópio; - Porta diafragma;
- Pontas de prova para osciloscópio (duas); - Garras tipo jacaré (04);
- Cabo BNC-jacaré; - Cabos (05).

6.3 FUNDAMENTOS

Chamamos de LED (do inglês: Light Emitting Diode), Figura 6.1, os diodos que emitem luz quando
percorridos por uma corrente elétrica. Como num diodo comum, a passagem de corrente elétrica só é
significativa quando o LED é polarizado no sentido direto, isto é, do anodo para o catodo. Internamente há
uma barreira de potencial designada de Eg. Se a diferença de potencial aplicada ao LED for menor do que o
mínimo necessário para que os elétrons vençam essa barreira, não haverá condução. Somente quando a
energia fornecida pela fonte de tensão aos elétrons for pelo menos igual à energia da barreira, teremos
condução. Ao vencerem a barreira de potencial os elétrons podem decair, num processo chamado de
recombinação, liberando a diferença de energia envolvida que é convertida em energia do fóton. Nessa
condição ocorre a emissão de luz.

Figura 6.1. LED’s distribuídos comercialmente.

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Igualando a energia fornecida pela fonte de tensão aos elétrons com a energia da barreira, temos
então:
eV = Eg (6.1)

Considerando que a energia liberada no processo de recombinação é convertida na energia do fóton


(na realidade ocorrem outros efeitos na propagação da corrente através do LED, apresentando o mesmo uma
resistência elétrica intrínseca), temos:

hυ = Eg (6.2)

Combinando-se as equações 6.1 e 6.2 obtemos:

eV = hυ (6.3)

Na prática, traçaremos uma curva I versus V para cada LED. Esta curva tem a forma geral mostrada
na Figura 6.2. Para cada curva determinaremos o valor Vext (ext = extrapolado) obtido por extrapolação ao
traçar uma reta tangente à porção linear na parte final da curva, sendo Vext o valor de V para o qual a reta
tangente corta o eixo horizontal. Consideraremos então:

h
Vext =  (6.4)
e

Figura 6.2. Curva típica de I versus V para um LED.

A luz emitida por um LED é praticamente monocromática, sendo a cor dependente do cristal e da
impureza de dopagem com que o componente é fabricado. O LED que utiliza o arseneto de gálio (GaAr)
emite radiações infra-vermelhas. Dopando-se com fósforo, a emissão pode ser vermelha ou amarela, de
acordo com a concentração. Utilizando-se fosfeto de gálio com dopagem de nitrogênio, a luz emitida pode
ser verde ou amarela. Hoje em dia, com o uso de outros materiais, consegue-se fabricar LED’s que emitem
luz azul, violeta e até ultra-violeta. Existem também os LED’s brancos, mas esses são geralmente LED’s
emissores de cor azul, revestidos com uma camada de fósforo do mesmo tipo usado nas lâmpadas
fluorescentes, que absorve a luz azul e emite a luz branca. Com o barateamento do preço, seu alto
rendimento e sua grande durabilidade, os LED’s estão se tornando ótimos substitutos para as lâmpadas
comuns, e devem substituí-las a médio ou longo prazo. Existem também os LED’s brancos chamados RGB
que são formados por três "chips", um vermelho (R de red), um verde (G de green) e um azul (B de blue).

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6.4 PROCEDIMENTOS

PROCEDIMENTO 1: Determinação do comprimento de onda emitido por cada LED.

1.1 Utilizando a placa de circuito com LEDs e resistor, conecte uma fonte de tensão contínua regulável
(inicialmente a fonte de tensão deve estar regulada com uma tensão de saída de 0V) de modo a formar o
circuito da Figura 6.3. Utilize inicialmente o LED azul (numero 1). Aumente lentamente a tensão da
fonte até que o LED acenda e tenha um brilho satisfatório.

Figura 6.3. Circuito para levantar a curva I versus V de um LED.

1.2 Monte o arranjo experimental como indicado na Figura 6.4 e anote a distância entre a Rede de difração e
a régua, L = ___________ (sugerimos uma distância L de pelo menos 1,0 m).

Figura 6.4. Arranjo experimental para determinação do comprimento de onda do LED.

1.3 Observando a luz do LED através da rede de difração localize a posição de dois máximos de mesma
ordem, um a direita e o outro a esquerda do LED. Determine a distância entre esses máximos (dê
preferência a ordens maiores quando for possível). Anote a ordem e a distância entre os máximos.
1.4 Determine o comprimento de onda do LED sabendo que, dsen = m, onde m é o número da ordem, d é
o espaçamento da rede, e θ o ângulo entre o raio central e o raio que vai da rede ao máximo de ordem m.

Tabela 6.1. Comprimento de onda de cada LED.


Número do Cor Ordem m Distância entre os Comprimento Freqüência
LED máximos (cm) de onda (nm) (1012Hz)
1
2
3
4
5

1.4 Repita os procedimentos acima para os outros LEDs. Tenha o cuidado de só ligar a fonte de tensão com
a tensão inicial regulada em 0V, para não queimar o LED.

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PROCEDIMENTO 2: Levantamento da Curva I versus V de um LED.

2.1 Monte o circuito da Figura 6.5 para levantar a curva I versus V de um LED. Utilize o LED vermelho
(numero 4) e o resistor da placa de circuito impresso fornecida. Utilize uma fonte de tensão contínua e
tenha o cuidado de não aplicar uma tensão que possa produzir uma corrente maior do que 15 mA.

Figura 6.5. Circuito para levantar a curva I versus V de um LED.

2.2 Anote os resultados na Tabela 6.2. Procure anotar em intervalos menores os valores de tensão e corrente
em torno do limiar de condução.

Tabela 6.2. Corrente versus tensão para o LED vermelho.


V (V) 0,7 0,9 1,2 1,5 1,6 1,7 1,75 1,8 1,85
I (mA)
Obs: Não deixe que a corrente ultrapasse 15 mA.

PROCEDIMENTO 3: Determinação de Vext para todos os LEDs.

3.1 Ajuste o Gerador de Funções para onda senoidal, 2Vpp e 1 kHz; como indicado:

Wave -------- 1
Range ----------- 4
em seguida pressione Run

Ajuste a freqüência (FADJ) e a amplitude (AADJ) para os valores indicados acima. Para ajustar a
amplitude em 2 Vpp você deve visualizar o sinal do Gerador de Funções no osciloscópio. Você deve ajustar
o sinal do Gerador de Funções observando-o no Osciloscópio pois o valor da amplitude indicado no visor do
Gerador de Funções, em geral, é bem diferente do valor real mostrado no osciloscópio. Você pode confiar no
valor da freqüência indicado no Gerador de Funções.

3.2 Ajuste do osciloscópio:


VERTICAL: MODE: CH2; DC e CH2 INV pressionados
HORIZONTAL: X-Y pressionado
TRIGGER: COUPLING: DC; SOURCE: CH1 X-Y
CH1: escala 1V/divisão
CH2: escala 0,2 V/divisão

3.3 Faça as ligações entre a placa com LEDs, o Gerador de Funções e o Osciloscópio como mostra a Figura
6.6. Reduza a amplitude do sinal do Gerador de Funções para um valor mínimo. No eixo X (CH 1)
conecte a tensão sobre o LED e no eixo Y (CH 2) a tensão sobre o resistor (a tensão no eixo Y
corresponde indiretamente a corrente no LED).

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Figura 6.6. Circuito e arranjo experimental.

3.4 Para cada LED indicado na Tabela 6.3 observe a curva da “corrente” versus tensão no osciloscópio.
Antes de conectar o LED seguinte ao Gerador de Funções reduza ao mínimo a amplitude do sinal do
Gerador de Funções. Verifique antes de cada medida se a origem dos sinais mostrados pelo
osciloscópio está bem centralizada, para isso pressione GND nos canais 1 e 2 (ajuste se necessário o
ponto luminoso para o centro da tela). Varie ligeiramente a amplitude da tensão fornecida pelo Gerador
de Funções de modo a localizar o potencial Vext a partir do qual o LED passa a conduzir. Anote essa
tensão na Tabela 6.3.

3.5 Baseado nos valores do comprimento de onda da luz emitida pelo LED calcule a freqüência
correspondente.
Tabela 6.3. Resultados Experimentais.
LED Cor Vext (V)
1
2
3
4
5

6.5 QUESTIONÁRIO

1- Faça o gráfico de I (mA) versus V (V) com os dados obtidos para o LED vermelho.

2- Faça o gráfico de Vext (V) versus freqüência (1012Hz).

3- Determine a constante de Planck pelo gráfico da questão anterior e compare com o valor da literatura.

4- Baseado no valor de Vext , obtido para o LED infravermelho, determine a freqüência e o comprimento de
onda emitido pelo mesmo.

5- Qual a tensão mínima necessária para polarizar um LED que emitisse luz na cor violeta com
comprimento de onda de 420 nm? (supondo naturalmente que tal LED possa ser produzido). Use a
constante de Planck da literatura.

6- Que cor emitiria um LED que passasse a conduzir apenas sob uma tensão de 2,2 V ou maior? Use a
constante de Planck da literatura.

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Gráfico de I (mA) versus V (V) para o LED vermelho.

Gráfico de Vext (V) versus freqüência (1012Hz).

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