Você está na página 1de 11

Universidade Federal do Amazonas - (UFAM)

Instituto de Ciências Exatas - (ICE)


Laboratório de Física III - (IEF816)
Professor Dr. Haroldo de Almeida Guerreiro

Torque em uma espira (momento magnético)

Edson Darlan M. Ferreira - 21950129


Luís Felipe Reis de Souza - 21951677
Thiago A. de Araújo - 21950131

Manaus, 08 de maio de 2022


Sumário
1 Introdução 5

2 Fundamentação Teórica 6

3 Objetivos 7

4 Parte Experimental 8
4.1 Material Necessário: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4.2 Procedimento Experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

5 Resultados e Discussões 9

6 Conclusão 10

Referências 10
Lista de Figuras
1 Mostra o campo magnético de uma espira com um campo magnético. . . . . . . . . 6
2 Mostra o campo magnético de uma espira com um campo magnético em um ponto
qualquer no eixo x. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3 Montagem do experimento Torque em uma espira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4 Torque em função da corrente para uma espira metálica de duas voltas (n = 2) e outra
de três voltas (n = 3). O eixo que representa o torque tem um fator multiplicativo de
10−5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Lista de Tabelas
1 Valores obtidos no laboratório da UFAM para uma espira com duas voltas. . . . . . . 9
2 Valores obtidos no laboratório da UFAM para uma espira com três voltas. . . . . . . 9
1 Introdução
O magnetismo foi descoberto pela primeira vez no mundo antigo, quando as pessoas
notaram que as magnetitas, pedaços naturalmente magnetizados do mineral magnetita, podiam
atrair ferro [4]. A palavra ímã vem do termo grego (magnetis lithos), "a pedra magnesiana",ou
"magnetita"[1]. Na Grécia antiga, Aristóteles atribuiu a primeira do que poderia ser chamado de
discussão científica do magnetismo ao filósofo Tales de Mileto, que viveu entre 625 a.C a 545 a.C.
[8]. Um antigo texto indiano, o médico Sushruta Samhita descreve o uso de magnetita para remo-
ver flechas embutidas no corpo de uma pessoa [10].
No século XII, os chineses eram conhecidos por usar a bússola de magnetita para na-
vegação. Eles esculpiram uma colher direcional de magnetita de tal forma que o cabo da colher
sempre apontava para o sul [5] Em 1282, as propriedades dos ímãs e das bússolas secas foram
discutidas por Al-Ashraf Umar II, um físico, astrônomo e geógrafo iemenita [16]. Em 1600, Wil-
liam Gilbert publicou seu De Magnete, Magneticisque Corporibus, et de Magno Magnete Tellure
[17]. Neste trabalho ele descreve muitos de seus experimentos, concluindo que a própria Terra era
magnética e que essa era a razão pela qual as bússolas apontavam para o norte (anteriormente,
alguns acreditavam que era a estrela polar (Polaris) ou uma grande ilha magnética no pólo norte
que atraía a bússola) [3].
A compreensão da relação entre eletricidade e magnetismo começou em 1819 com
o trabalho de Hans Christian Ørsted, professor da Universidade de Copenhague, que descobriu
pela contração acidental de uma agulha de bússola perto de um fio que uma corrente elétrica po-
deria criar um campo magnético. Este experimento marcante é conhecido como Experimento de
Orsted [13]. Vários outros experimentos se seguiram, com André-Marie Ampère, que em 1820 des-
cobriu que o campo magnético circulando em um caminho fechado estava relacionado à corrente
que flui através de uma superfície delimitada pelo caminho; Carl Friedrich Gauss; Jean-Baptiste
Biot e Félix Savart, que em 1820 criaram a Lei de Biot-Savart dando uma equação para o campo
magnético de um fio condutor de corrente [9], Michael Faraday, que em 1831 descobriu que um
fluxo magnético variável no tempo através de um laço de fio induzia uma voltagem, e outros en-
contraram outras ligações entre magnetismo e eletricidade [12]. James Clerk Maxwell sintetizou
e expandiu esses insights nas equações de Maxwell, unificando eletricidade, magnetismo e ótica
no campo do eletromagnetismo [7]. Em 1905, Albert Einstein usou essas leis para motivar sua te-
oria da relatividade especial [6], exigindo que as leis fossem verdadeiras em todos os referenciais
inerciais.
Todas as pessoas utilizam uma força magnética. Ela está presente em motores elétri-
cos, em fornos de micro-ondas, em alto-falantes, nas impressoras de computadores e nas unida-
des de disco usadas em computadores [18]. Além de servir para prender listas de compras e car-
tões na geladeira, os ímãs permitem o funcionamento de motores elétricos, produzem imagens
na tela de sua televisão, armazenam informação nos discos dos computadores, cozinham comida
em um forno de micro-ondas e emitem sons musicais em alto-falantes. Os ímãs são usados para
produzir imagens do interior do corpo humano através da Imagem por Ressonância Magnética
(IRM), em experimentos físicos de alta energia para identificar partículas subatômicas e na levi-
tação magnética de trens [14]. Um dos aspectos mais familiares do magnetismo é o associado ao
ímã permanente, que atrai objetos de ferro não imantados e também atrai ou repele outro ímã. A
agulha de uma bússola alinhada ao campo magnético da Terra fornece um exemplo da interação
magnética [18].

5
2 Fundamentação Teórica
Depois que Hans Christian Ørsted descobriu que as correntes elétricas produzem um
campo magnético e André-Marie Ampère descobriu que as correntes elétricas se atraem e se re-
pelem de forma semelhante aos ímãs, era natural a hipótese de que todos os campos magnéticos
são devidos a loops de corrente elétrica. Neste modelo desenvolvido por Ampère, o dipolo mag-
nético elementar que compõe todos os ímãs é uma espira de corrente I suficientemente pequena.
O momento de dipolo µ desta espira é [2]:

µ=I ·A (1)
onde A é a área do laço. A direção do momento magnético está em uma direção normal à área
delimitada pela corrente consistente com a direção da corrente usando a regra da mão direita.
O momento magnético pode ser definido como um vetor que relaciona o torque de ali-
nhamento no objeto de um campo magnético aplicado externamente ao próprio vetor de campo.
A relação é dada por [18]:

⃗ =m
T ⃗
⃗ ×B (2)
onde T é o torque que atua no dipolo, B é o campo magnético externo e m é o momento mag-
nético. Para uma espira de corrente, essa definição leva à magnitude do momento de dipolo
magnético igual ao produto da corrente pela área da espira. Além disso, esta definição permite
o cálculo do momento magnético esperado para qualquer distribuição de corrente macroscópica
conhecida [11]. Uma generalização do loop de corrente acima é uma bobina ou solenoide. Seu
momento é a soma vetorial dos momentos das voltas individuais. Se a bobina tiver área vetorial
A:

⃗ =I ·⃗
m A = µ · ên (3)
Uma bobina de Helmholtz é um dispositivo para produzir uma região de campo mag-
nético quase uniforme, em homenagem ao físico alemão Hermann von Helmholtz. Consiste em
dois eletroímãs no mesmo eixo, e separadas por uma distância h igual ao raio R da bobina. Cada
bobina transporta uma corrente elétrica igual na mesma direção. Além de criar campos magné-
ticos, as bobinas de Helmholtz também são usadas em aparatos científicos para cancelar campos
magnéticos externos, como o campo magnético da Terra. Cada bobina transporta uma corrente
elétrica igual na mesma direção [15].
Campo Magnético de uma espira

Figura 1: Mostra o campo magnético de uma espira com um campo magnético.

6
Sabe-se que o campo magnético a uma distância x de uma espira circular de raio R e
n voltas é dado por

nµ0 I R2
B (x) = (4)
2 (R 2 + x 2 )3/2
O campo magnético da bobina de Helmholtz

Figura 2: Mostra o campo magnético de uma espira com um campo magnético em um ponto
qualquer no eixo x.

Colocando a origem do sistema sobre uma das bobinas, calcula-se o campo magnético a uma
R
distância x = − para a outra espira, então, teremos
2
 

 

 
 2 2 
nµ0 I  R R 
B (x) = µ ¶2 ¸3/2 + · ¶ ¸3/2 
2  
·
R
µ
R 2 

 2
 R + 2
R + −



2 2
Simplificando, temos,
 

 

 2 
nµ0 I  2R 
B (x) =
2  1 3/2 
· ¸
 R3 1 +

 


4
 

 

 
 1 
B (x) = nµ0 I µ ¶3/2 
 5
R

 


4
Portanto,
µ ¶3/2
4 nµ0 I
B (x) = (5)
5 R

3 Objetivos
Determinar o torque devido ao momento magnético em um campo magnético uni-
forme, em função da força do campo magnético, do ângulo entre o campo magnético no momento
magnético.

7
4 Parte Experimental
4.1 Material Necessário:

• Um par de bobinas de Helmholtz • Multímetro Digital

• Conjunto de condutores circulares • Base de apoio


• Dinamômetro de torção
• Haste de Suporte
• Suporte de bobina
• Campo de ângulo reto
• Dinamômetro

• Fonte de energia universal • Cabo de conexão 750 mm Vermelho

• Fonte de energia var.15 VAC/12 VDC/5 A • Cabo de conexão 750 mm Azul

4.2 Procedimento Experimental


O experimento foi montado conforme a figura 3. Foi medido, então, a força magnética
em uma espira de duas voltas aumentado o valor da corrente conforme mostra tabela 2 e, foi feito
o mesmo procedimento para uma espira de três voltas como mostra a tabela 1.

Figura 3: Montagem do experimento Torque em uma espira.

8
Corrente i (A) Força Magnética F (10−3 N) Torque (10−5 Nm)
1 0,29 3,48
2 0,79 9,48
3 1,11 13,32
4 1,49 17,88
4,5 1,72 20,64

Tabela 1: Valores obtidos no laboratório da UFAM para uma espira com duas voltas.

Corrente i (A) Força Magnética F (10−3 N) Torque (10−5 Nm)


1 0,62 7,44
2 1,19 14,28
3 1,82 21,84
4 2,46 29,52
4,5 2,82 33,84

Tabela 2: Valores obtidos no laboratório da UFAM para uma espira com três voltas.

5 Resultados e Discussões
Da tabelas 2 e 1, obtemos o seguinte gráfico 4

Figura 4: Torque em função da corrente para uma espira metálica de duas voltas (n = 2) e outra de
três voltas (n = 3). O eixo que representa o torque tem um fator multiplicativo de 10−5 .

Cálculo do campo magnético.

⃗ =m
T ⃗
⃗ ×B
T = mB sen θ, onde sen θ = 1em = nI A
Então

9
T = n AB I
Comparando isso com o gráfico 4 tem-se que, n AB é igual ao coeficiente angular da reta. Sendo
assim, teremos,
c
B=
nA
Fazendo A = πr 2 , obteremos
c
B=
nπr 2
onde, r = 0, 060m
substituindo o coeficiente da reta para uma espira com n = 2, teremos

4, 74 × 10−5
B n=2 = = 2, 096mT
2π × (0, 060)2
Agora pra n = 3, teremos

7, 53 × 10−5
B n=3 = = 2, 220mT
3π × (0, 060)2
Para n = 3 foi usado um teslômetro para medir a intensidade do campo magnético. O aparelho
indicou 2, 2mT ; um valor muito próximo de B n=3 = 2, 22mT , a qual foi encontrado experimental-
mente.
Campo magnético teórico na bobina de helmholtz
O campo magnético gerado por uma bobina de helmholtz é dado por:

0, 71µ0 N I ′
B=
R
Onde R = raio da bobina = 0, 2m, N = Numero de espiras = 154, µ0 = 4π × 10−7 T.m/A e I ′ = 3A

0, 71 × (4π × 10−7 ) × 154 × 3


B= = 2, 06mT
0, 2

6 Conclusão
Foi determinado o torque devido ao momento magnético em um campo magnético
uniforme, logo, com os dados obtidos do laboratório objetivo foi alcançado e percebemos que
tanto o valor teórico quanto os valores experimentais não tiveram uma grande discrepância.
Referências
[1] Beatriz Alvarenga Álvares. Luz, antônio máximo ribeiro da. Curso de física, 2, 1997.

[2] BD Cullity and CD Graham. Introduction to magnetic materials . wiley-ieee press. 2008.

[3] Antonio Maximo Ribeiro da Luz and Beatriz Alvarenga Alvares. Física: volume único. Scipi-
one, 1999.

[4] Etienne du Tremolet De Lacheisserie, Damien Gignoux, and Michel Schlenker. Magnetism,
volume 1. Springer Science & Business Media, 2005.

10
[5] Yinke Deng. Ancient Chinese Inventions, volume 5. , 2005.

[6] Albert Einstein et al. On the electrodynamics of moving bodies. Annalen der physik,
17(10):891–921, 1905.

[7] Thomas L Floyd, Rodolfo Navarro Salas, Luis Mauro Ortega González, and Gustavo Pérez Ló-
pez. Principios de circuitos eléctricos. Pearson Educación, 2007.

[8] Michael Fowler. Historical beginnings of theories of electricity and magnetism. Recuperado
el, 23(5):2012, 1997.

[9] Patrick C Gibbons. EZ-101 Physics. Barron’s Educational Series, 2009.

[10] Rajendra Kumar Goyal. Nanomaterials and nanocomposites: synthesis, properties, characte-
rization techniques, and applications. CRC Press, 2017.

[11] David J Griffiths. Introduction to electrodynamics, 2005.

[12] Peter Michael Harman and Peter Michael Harman. The Natural Philosophy of James Clerk
Maxwell. Cambridge University Press, 2001.

[13] Joseph F Keithley. The story of electrical and magnetic measurements: from 500 BC to the
1940s. John Wiley & Sons, 1999.

[14] Randall Dewey Knight. Physics for scientists and engineers. Pearson Higher Ed., 2017.

[15] Edward Ramsden. Hall-effect physics. Hall-Effect Sensors: Theory and Application, 2nd ed.
Oxford, UK: Elsevier Inc, pages 1–5, 2006.

[16] Petra S Schmidl. Two early arabic sources on the magnetic compass. Journal of Arabic and
Islamic Studies, pages 81–132, 1996.

[17] RP Singhal. Elements of Space Physics. PHI Learning Pvt. Ltd., 2009.

[18] Hugh D Young and Roger A Freedman. Electricity and Magnetism. Pearson, 2008.

11

Você também pode gostar