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Desenvolvimento de um método de dosagem para concreto permeável

Development of a dosing method for permeable concrete


Abrahão Bernardo Rohden (1); Murilo Andrade Monteiro da Silva (2); Gustavo Gutierrez De Oliveira
Rodrigues (3); Natália Salamoni (3); Gilson De Oliveira Claudino (4) Luis Carlos Seelbach (5)

(1) Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil da FURB; (2) Engenheiro Civil, FURB; (3)
Mestrando(a), PPGEA-FURB; (4) Professor Mestre, Departamento de Engenharia Ambiental, UFC;
(5) Professor Mestre, Departamento de Engenharia Civil da FURB.
Endereço para correspondência: Rua São Paulo, 3250 – Itoupava Seca Blumenau/SC – CEP
89030-000 e-mail: arohden@furb.br

Resumo
O concreto permeável é caracterizado por ser uma estrutura porosa que garante a passagem de água através
dos vazios interligados, porém essa mesma característica limita sua utilização por diminuir a resistência
mecânica. Entretanto, os estudos de métodos de dosagem para concretos permeáveis ainda são poucos, e
os que existem são complexos ou não atendem a todos os requisitos normativos de resistência mecânica.
Diante disso, o presente trabalho buscou desenvolver um método de dosagem para concretos permeáveis
que garantisse o equilíbrio entre essas propriedades. A proposta partiu dos conceitos de dosagem para
concretos de alto desempenho, modificando o método Toralles-Carbonari (1996). Assim, a validação do
método foi realizada ao produzir o concreto permeável seguindo a dosagem proposta, e por avaliar suas
propriedades físicas, mecânicas e hidráulicas, no estado endurecido. Foram considerados três fatores
controláveis: relação a/c (0,30), porosidade proposta no concreto (15%) e teor de agregado miúdo (0 e 10%).
O método de dosagem proposto garantiu o equilíbrio entre as propriedades mecânicas e hidráulicas do
concreto permeável, por alcançar níveis de coeficiente de permeabilidade superiores a 1 mm.s -1 , e
desempenho máximo de resistência à compressão (28,3 MPa) e tração na flexão (8,6 MPa) que atendem
prontamente os requisitos normativos para aplicação em vias de tráfego leve de veículos e calçadas, além de
serem considerados superiores ao comumente relatado pela literatura. Os resultados apontam que o método
de dosagem é uma proposta de êxito para a produção de concretos permeáveis eficazes e equilibrados.
Palavra-Chave: concreto permeável; desempenho mecânico do concreto permeável; dosagem; inundações; método
Torrales-Carbonari

Abstract
Permeable concrete is characterized by being a porous structure that guarantees the passage of water through
the interconnected voids, but this same characteristic limits its use by decreasing its mechanical strength.
However, the studies of dosage methods for permeable concretes are still few, and those that exist are
complex or do not meet all the normative requirements of mechanical strength. Therefore, the present work
sought to develop a dosage method for permeable concretes that would guarantee the balance between these
properties. The proposal started from the concepts of dosage for high-performance concretes, modifying the
Toralles-Carbonari method (1996). Thus, the validation of the method was carried out by producing the
permeable concrete following the proposed dosage, and by evaluating its physical, mechanical and hydraulic
properties, in the hardened state. Three controllable factors were considered: w/c ratio (0.30), proposed
porosity in the concrete (15%) and content of fine aggregate (0 and 10%). The proposed dosage method
ensured the balance between the mechanical and hydraulic properties of permeable concrete, by achieving
permeability coefficient levels above 1 mm.s-1 , and maximum performance in compressive strength (28.3
MPa) and bending tensile strength (8.6 MPa) that readily meet the regulatory requirements for application in
light vehicle traffic lanes and sidewalks, in addition to being considered superior to what is commonly reported
in the literature. The results show that the dosage method is a successful proposal for the production of efficient
and balanced permeable concrete.
Keywords: permeable concrete; mechanical performance of permeable concrete; dosage;floods; Torrales-Carbonari
method; permeable concrete permeability

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1 Introdução
O crescimento urbano visto nos últimos anos, aliado à falta de planejamento de uso e
ocupação do solo, tem aumentado as superfícies impermeáveis das cidades em todo o
planeta, o que está levantando preocupações não só quanto a qualidade da vida humana,
mas também quanto à estabilidade e segurança dos ecossistemas urbanos (LI et al., 2017).
Batezini (2013) exemplifica isso, ao relatar que a urbanização tem feito com que até áreas,
que legalmente são protegidas, percam sua capacidade natural de atuação no ecossistema
urbano, como margens de rios e córregos, ocupados irregularmente.
Também, a redução da cobertura vegetal urbana e o aumento da impermeabilidade do solo
devido à urbanização, têm resultado em aumento no pico e no volume do escoamento
superficial das águas pluviais (HONG, 2008; SEMADENI-DAVIES et al., 2008). Tudo isso
se agrava quando os sistemas de drenagem urbana sofrem ameaças internas, como mau
funcionamento dos equipamentos, colapso de esgotos e obstruções (MUGUME et al.,
2015).
Decorrente destes fatores, é identificada a importância de serem construídos sistemas,
atrelados a equipamentos que possibilitem o aumento da capacidade das cidades e
regiões, encontrarem-se em limites de aceitabilidade no que concerne as inundações
urbanas (BUTLER et al., 2014).
Com o intuito de propiciar auxílios aos dispositivos de drenagem urbana, possibilitando o
aumento do grau de infiltração, uma das alternativas vistas como adequada para minimizar
a possibilidade de inundação, o uso de pavimento permeável tem ganhado grande
destaque no cenário nacional e mundial nos últimos anos (SANSALONE et al., 2012). De
forma executiva, os pavimentos permeáveis consistem em camadas de estruturas com
percentuais de porosidade que propiciem o transporte de águas pluviais e concentrem-se
em regiões específicas, que podem concentrar-se o solo ou em sistemas particulares
(CHANDRAPPA; BILIGIRI, 2016).
Para o bom funcionamento dos pavimentos permeáveis, é de vital importância que se
conheça a da capacidade de conectar os níveis de infiltração nas camadas dispostas (CHU;
FWA, 2019). Diversos são os tipos de superfície que podem ser aplicadas para
desenvolvimento de pavimentos permeáveis, dentre estas, o concreto permeável tem
grande legalidade científica e de aplicação, pois propicia alta permeabilidade, demanda
poucos investimentos ao longo do teu útil, além da redução de diversos impactos
ambientais negativos (HOLTZ, 2011). Decorrente das características apresentadas, a
aplicação de concreto permeável tem ganhado predominância de aplicabilidade em áreas
de tráfego em que os veículos são leves, principalmente em estacionamentos, além do uso
em calçadas e ciclovias (DRAKE; BRADFORD; SETERS, 2014).
Ao longo dos anos, com a utilização do concreto como pavimento permeável, diversos
métodos de dosagem passaram a ser elaborados com o intuito de propiciar a melhor
configuração e proporção de materiais, para suprir as demandas de aplicação e alcançar
os limites mínimos de desempenho previstos.
Neste contexto, o presente trabalho buscou desenvolver um método de dosagem para
concretos permeáveis que garantisse o equilíbrio entre essas propriedades. A proposta
partiu dos conceitos de dosagem para concretos de alto desempenho, modificando o
método Toralles-Carbonari (1996).

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2 Pavimentos permeáveis
Os pavimentos permeáveis são caracterizados por apresentarem camadas estruturais com
altos dados de porosidade, permitindo, assim, a percolação de águas para destinações
específicas, sejam em subcamadas e posterior coleta, ou seguindo o fluxo para o solo
natural (KAYHANIAN et al., 2019).
Estes sistemas destacam-se, principalmente, por apresentarem porosidade, mas que, não
seguem a regra de utilização de materiais constituintes com grandes volumes de
porosidade. A união dos materiais propicia a geração dos poros de penetração da água
(BUTLER; DAVIES, 2004).
Semelhante ao que ocorre para a construção dos sistemas convencionais (alvenaria e
concreto), para o uso de pavimentos permeáveis são elaborados projetos em que devem
apresentar categorias básicas, a considerar o percentual de infiltração que o solo dispõe,
além do reservatório que a água será destinada (ACIOLI, 2005; ABNT, 2015)
Decorrente da infiltração desejada, este critério pode ter categorias específicas, sendo
estas:
1 – Sistema de infiltração total – todo o fluido infiltrado é destinado a solo. São elaborados
componentes que disponham de sistemas suficientes para armazenamento do volume de
chuva previsto no projeto. Desta forma, o conjunto trabalha nos limites úteis de operação.
2 – Sistema de infiltração parcial – este sistema é aplicado em áreas nas quais o solo
apresenta baixo percentual de infiltração. Para seu uso, são inseridos drenos
acondicionados no solo para propiciação da coleta e destinando-a a uma saída lateral.
3 – Sistema de infiltração com controle de qualidade de água – o seu emprego se dá apenas
na fase inicial da chuva, que apresenta maior quantitativo de poluentes. Mas as fases
excedentes, a água é coletada e destinada para coletores de água pluvial.
4 – Sistema sem infiltração – neste sistema, a água proveniente da chuva em pequeno
intervalo de tempo acima da estrutura do pavimento, entretanto, não apresenta teor de
infiltração, sendo substancialmente destinada a drenos de coleta.
A Figura 1 retrata o funcionamento de um pavimento permeável em que se utilizou o
sistema de infiltração total.

Figura 1 - Pavimento permeável com sistema de infiltração total (ABCP (2013))

O sistema observado na Figura 1 inicia-se com o uso de concreto permeável na camada


de superfície, intercalo com maio fio e sarjeta e, a partir de então, dispõem-se as camadas
de base e subleito. Em diversos sistemas, o uso de manta geotêxtil é tratado de forma
opcional, entretanto, o seu uso melhora propriedades no sistema.

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2.1 Concretos permeáveis
O concreto permeável é um concreto que apresenta vazios interligados, a fim de facilitar a
infiltração de água pela força da gravidade (ABNT, 2015). Os materiais que o compõem são
os mesmos utilizados no concreto convencional, em misturas diferentes. Para Obla (2007)
a composição do concreto permeável visa alcançar um equilíbrio entre os vazios, força,
conteúdo da pasta de cimento e trabalhabilidade.
Os vazios são intencionalmente incorporados ao concreto permeável, em vista da omissão
total ou parcial de agregado miúdo e pelo alto volume de agregado graúdo (CRONEY;
CRONEY, 1997). Para isso, a norma do American Concrete Institute (ACI 522R, 2006)
recomenda que os agregados graúdos utilizados tenham dimensões específicas para que
facilitem a ocorrência de vazios. Essas características fazem com que o concreto permeável
seja um material altamente poroso permitindo a percolação da água rapidamente (KIA;
WONG; CHEESEMAN, 2017).
Segundo Wang et al. (2006) os vazios são influenciados por fatores como relação
água/cimento, características dos agregados e tempo de compactação durante a
moldagem. Tudo isso está diretamente relacionado com as características de resistência
mecânica do concreto permeável (LARRARD; BELLOC, 1997).
A relação água/cimento também é importante porque quando há um aumento no teor de
cimento, eleva-se a resistência à compressão, enquanto um baixo teor de cimento, resulta
em uma carência no revestimento dos agregados, não conseguindo, então, unir de maneira
eficiente os componentes, fazendo com que o concreto permeável tenha baixa resistência
(ACI 522R, 2010).
Similarmente ao aumento no teor de cimento, a incorporação de agregado miúdo melhora
a resistência do concreto permeável, pois os finos preenchem os espaços vazios entre o
agregado graúdo e a pasta de cimento (HOLTZ, 2011). Entretanto, o acréscimo desses
materiais diminui a principal propriedade do concreto permeável, a permeabilidade, em
razão dos finos bloquearem os poros (YANG et al., 2008).
Portanto, em vista às características do concreto permeável, sua utilização tem
predominado na pavimentação de locais com tráfego leve, como em condomínios
residenciais e estacionamentos, como também tem sido empregado em armazéns, arena
de esportes, ciclovias e calçadas (PINTO, 2011).
Para aplicação mais concisa do sistema em concreto permeável, a definição de um método
específico para dosagem é de vital importância. Neste sentido, o uso de métodos
consagrados na literatura é uma das grandes virtudes de uso.
O método de dosagem de concreto Toralles-Carbonari (1996) buscou desenvolver um
concreto de alto desempenho, otimizando a pasta e os agregados, em separado, para que
seja alcançado a melhor combinação entre estes (ALVES; CREMONINI; MOLIN, 2004).
Para tanto, o método é dividido em três etapas: o estudo da pasta, a composição do
esqueleto granular e a combinação da pasta com o esqueleto granular. No estudo da
relação água/cimento, esta deve ser a mais baixa possível, tendo seu limite inferior a
demanda de água requerida em pastas de consistência normal. Já o limite superior
relaciona-se ao ponto de saturação do superplastificante (ROHDEN, 2015).
A fase que corresponde ao estudo da composição do esqueleto granular é baseada na
busca da combinação de agregados graúdos e miúdos que resultem no mínimo de vazios.
E à combinação para pasta e esqueleto granular, Toralles-Carbonari (1996) afirma que o
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excesso de pasta pode diminuir a resistência do concreto, porém, um baixo teor na pasta
de cimento prejudica a trabalhabilidade do concreto em seu estado fresco e na resistência
em seu estado endurecido.

3 Metodologia
O desenvolvimento do método de dosagem para concretos permeáveis, estudado neste
trabalho, parte de modificações do método de dosagem de concreto de alto desempenho
de Toralles-Carbonari (1996). Primeiro, o método proposto foi idealizado. Após, foi realizada
a validação do método proposto para concreto permeável, avaliando a eficácia do método
através de ensaios de caracterização mecânica e hidráulica do concreto no estado
endurecido (Figura 2).

Figura 2 – Fluxograma do programa experimental

3.1 Desenvolvimento do método de dosagem


O ponto de partida foi definir os fatores controláveis e seus níveis para o concreto
permeável. Em seguida, foram definidas as dimensões dos agregados a serem utilizados,
através da literatura e experimentação. Ainda, foram realizadas caracterizações desses
agregados, para então determinar o índice de volume de vazios formado entre os
agregados, e consequentemente o volume de agregados que iriam compor o esqueleto
granular. Assim, sendo essas informações essenciais para a dosagem do concreto
permeável, foram dosados os materiais para cada traço de concreto permeável. Por fim, os
traços foram produzidos e foram verificadas propriedades físicas, hidráulicas, mecânicas e
de durabilidade do concreto permeável no estado endurecido.

3.1.1 Determinação dos fatores controláveis e seus níveis


Referente aos fatores controláveis e seus níveis, a relação a/c foi determinada com base
em outros estudos, sendo o valor de 0,30 bastante aplicado na literatura, garantindo uma
boa trabalhabilidade no concreto permeável bem como um satisfatório desempenho de
resistência mecânica e coeficiente de permeabilidade (YAHIA; KABAGIRE, 2014;
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BATEZINI; BALBO, 2015; BONICELLI; GIUSTOZZI; CRISPINO, 2015; ĆOSIĆ et al., 2015;
TAVARES; KAZMIERCZAK, 2016; ZHANG et al., 2020; TAHERI et al., 2021). Além disso,
o valor está dentro dos limites estabelecidos pela ACI (2010), que para concretos
permeáveis, a relação a/c deve ser entre 0,26 e 0,40.
O nível de porosidade de 15% foi definido em vista de ser o mínimo estabelecido pela norma
ACI 522R (2010b).
Os últimos níveis definidos foram em relação ao teor de agregado miúdo no concreto
permeável. Novamente, o ponto de partida baseou-se na ACI 522R (2010b), em vista a
norma relatar que o concreto permeável normalmente é produzido sem incorporação de
agregado miúdo. Por isso, o teor de 0% foi definido. Porém, sabendo que o agregado miúdo
pode melhorar as propriedades de resistência mecânica e hidráulica no concreto permeável
(BONICELLI; GIUSTOZZI; CRISPINO, 2015), também foi estudado o teor de 10% de
agregado miúdo.

3.1.2 Definição do tamanho dos agregados


A definição do tamanho do agregado graúdo para brita comercial zero foi embasada na
literatura, visando uma composição granulométrica com eficiência da resistência mecânica
e coeficiente de permeabilidade no concreto permeável (HOLTZ, 2011). Ainda, a ACI 522R
(2010b) relata que a composição granulométrica representada pela brita zero é a ideal para
a produção do concreto permeável.
Já em relação ao agregado miúdo, mesmo este não sendo comumente incluído no concreto
permeável (TENNIS; LEMING; AKERS, 2004), alguns trabalhos têm incorporado areia fina
com êxito (KAJIO et al., 1998; BEELDENS; VAN GEMERT; CAESTECKER, 2003;
BONICELLI; GIUSTOZZI; CRISPINO, 2015). Ibrahim et al. (2020) afirmam que a
incorporação de areia fina proporciona o revestimento mais espesso da pasta e o aumento
da área de contato entre os grãos, melhorando assim o intertravamento dos agregados no
concreto permeável.

3.1.3 Caracterização dos materiais


Para a produção do concreto permeável foram utilizados cimento Portland CP II-F,
agregados graúdo e miúdo, caracterizados conforme Tabela 1.

Tabela 1 – Caracterização dos agregados


Material Ensaio Resultado Norma
Dimensão máxima característica 12,5 mm NBR NM 248 (ABNT, 2003)
Absorção de água 0,3 %
Agregado graúdo NBR NM 53 (ABNT, 2009)
Massa específica 2,77 g/cm³
Massa unitária compactada 1,62 g/cm³ NBR NM 45 (ABNT, 2006)
Módulo de finura 1,29 mm NBR NM 248 (ABNT, 2003)
Absorção de água 0,4 % NBR NM 53 (ABNT, 2009)
Agregado miúdo
Massa específica 2,65 g/cm³ NBR NM 52 (ABNT, 2009)
Massa unitária em estado solto 1,55 g/cm³ NBR NM 45 (ABNT, 2006)

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3.1.4 Determinação do esqueleto granular
O estudo do esqueleto granular teve o intuito de determinar a quantidade de vazios
formados pela combinação dos agregados em um determinado volume de espaço. Então,
tendo como referência o teor de areia como fator controlável, foi calculado o índice de vazios
em dois esqueletos granulares, um contendo apenas agregado graúdo, e outro contendo a
combinação de agregado graúdo com 10% de areia.
Com isso, os esqueletos granulares resultantes apresentaram massa unitária de 1,62 g/cm³
e índice de vazios de 42% para o esqueleto sem areia, e massa unitária de 1,76 g/cm³ e
índice de vazios de 36% para o esqueleto com 10% de areia.

3.1.3 Consumo de materiais por traço


De acordo com os níveis de fatores controláveis, foram idealizados dois traços de concreto
permeável (Tabela 2), dosados pelo próprio método de dosagem proposto a fim de validá-
lo.

Tabela 2 – Consumo de materiais por traço (kg/m³)


Materiais Traço 0% agregado miúdo Traço 10% agregado miúdo
Cimento 512,42 423,27
Agregado graúdo 1478,07 1467,50
Agregado miúdo - 155,99
Água 153,73 126,98

3.2 Validação do método de dosagem proposto


A produção do concreto permeável seguiu as seguintes etapas: disposição do agregado
graúdo na betoneira e água de saturação dos agregados; adição do cimento, com a
betoneira em operação; água de amassamento, misturando por cerca de um minuto após
toda água ser incorporada; disposição do agregado miúdo, com mistura por mais três
minutos.
Após mistura dos constituintes, foram moldados corpos de prova prismáticos, placas e
corpos de prova cilíndricos, nesta ordem, passando por compactação, conforme definida
no estudo do fator T. Em vista as características do concreto permeável, depois da
moldagem, os corpos de prova ficaram em repouso dentro das fôrmas por 48 h, em
superfície livre de perturbações. Após, foram desmoldados, identificados e postos em
tanque de água com adição de cal para cura submersa, sendo mantidos nestas condições
até serem preparados para seus respectivos ensaios.

3.2.1 Resistência mecânica


O ensaio de resistência à compressão axial foi realizado conforme os procedimentos
descritos na NBR 5739 (ABNT, 2018), para corpos de prova cilíndricos, com 100 mm de
diâmetro e 200 mm de altura. Ressalta-se que antes da realização do ensaio, os corpos de
prova foram capeados com pasta de cimento e em seguida, após endurecimento da pasta,
foram retificados para garantir uma superfície regular.

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Já, o ensaio de resistência à tração na flexão foi realizado conforme NBR 12412 (ABNT,
2013), com corpos de prova prismáticos de (100 x 100 x 400) mm.

3.2.2 Coeficiente de permeabilidade


O coeficiente de permeabilidade foi realizado com uso de carga constante, recomendado
pela norma NBR 16416 (ABNT, 2015a), foram utilizadas placas quadradas de concreto
permeável, com dimensões de 350 mm de largura por 60 mm de espessura, e um anel de
infiltração cilíndrico vazado com diâmetro de 300 mm.

3.2.3 Desgaste por abrasão


O ensaio de desgaste por abrasão seguiu o recomendado pela ASTM C1747 (ASTM, 2013),
onde as massas iniciais de corpos de prova cilíndricos, com 100 mm de diâmetro e 60 mm
de altura, foram registradas e as amostras colocadas no equipamento de abrasão Los
Angeles, durante 500 rotações do tambor, com velocidade de cerca de 30 rpm. Ao final, a
massa passante pela peneira de malha #25,4 mm é registrada, e a perda de massa é
calculada pela razão da diferença de massas inicial e final, pela massa inicial.

4 Resultados
Decorrente dos ensaios realizados, foram obtidos os resultados acerca de cada variável e
produto estudado. Um dos fatores de grande relevância para o uso de concretos
permeáveis é o desempenho deste quando submetido ao ensaio de resistência à
compressão axial.
Este fator é intimamente ligado ao empacotamento das partículas, resistência dos
agregados e porosidade. Para os dois traços estudados, foram obtidos os seguintes
resultados (Figura 3).
Um dos requisitos para uso de pavimentos permeáveis de concretos é o atendimento a
resistência à compressão axial mínima prevista pela NBR 16416 (ABNT, 2015). Esta prevê
que para o seu uso como camada superficial em que o tráfego de veículos e pedestres é
considerado leve, o mesmo deve apresentar desempenho mínimo de 20 MPa.
Para ambos os casos, este requisito foi atendido, possibilitando, assim, o seu uso para este
respectivo tráfego. Um fato a ser constatado para estes resultados obtidos é que, apesar
da incorporação de areia no segundo traço apresentado, o desempenho mecânico à
compressão não passou por aumentos progressivos, apresentando-se abaixo do traço em
que não continha areia em sua matriz.

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Figura 3 - Média dos resultados de resistência à compressão axial

É importante salientar que se trata apenas de um requisito dentre os diversos que devem
ser respeitados para a sua aplicação. Acerca da resistência à tração observou-se o seguinte
resultado para o método proposto (Figura 4).

Figura 4 - Média dos resultados de resistência à tração na flexão

Figura 4 - Média dos resultados de resistência à tração na flexão

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A NBR 16416 (ABNT, 2015) especifica que para tráfego de pedestres, o concreto utilizado
como pavimento permeável deve apresentar no mínimo 1 MPa de resistência à tração na
flexão, enquanto para o tráfego leve de veículos, 2 MPa. Constatou-se que ambos os traços
apresentaram vasta superioridade aos mínimos previstos pela norma (6,6 e 6,4 MPa,
respectivamente). Para este caso em questão, observa-se que o uso de areia se
apresentou de forma mais incorporada na contribuição da resistência mecânica.
Tratando-se de um sistema que é estudado e aplicado como uma possível minimização dos
efeitos adversos causados por enchentes e altos índices de precipitação, a permeabilidade
é um dos fatores mais importantes neste sistema.
Além de apresentar bom desempenho mecânico, atender aos dados solicitados por norma,
a permeabilidade apresenta-se como necessária para implantação deste sistema.
Para os traços estudados, foram realizados os ensaios para ensejo acerca dos coeficientes
de permeabilidade, e os resultados obtidos podem ser observados na Figura 5.

Figura 5 - Resultados de coeficiente de permeabilidade

Semelhantemente ao critério adotado para o desempenho da resistência à compressão


axial, a NBR 16416 (ABNT, 2015) estabelece que, para o uso de pavimento permeável com
camada de concreto, é necessário que este apresente um coeficiente de permeabilidade
mínimo de 1 mm.s-1. A definição deste dado leva em consideração a possibilidade de
chuvas mais torrenciais não colocarem em falta a permeabilidade necessária para reduzir
situações adversas.
De posse dos resultados (Figura 5), constatou-se que para ambos os traços de concreto, o
requisito mínimo do coeficiente de permeabilidade foi atendido e com grandes percentuais
superiores. Para os resultados obtidos, ressalta-se que o uso de agregado miúdo no
concreto, propiciou um considerável aumento na permeabilidade, atuando diretamente na
facilitação do fluxo permeável.
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Ao correlacionar o uso dos concretos e a finalidade de aplicação, um fator que deve ser
ponderado é com relação ao desgaste por abrasão. Este fato se torna importante,
principalmente por ser a primeira camada em que os veículos entrarão em contato.
Baseado nisto, foi realizado o ensaio de desgaste por abrasão e os resultados podem ser
observados na Figura 6.

Figura 6 – Desgaste por abrasão

Figura 6 – Desgaste por abrasão - perda de massa

Quando se realiza a produção de um material específico é desejável que este apresente o


menor quantitativo de perda de massa ao longo do tempo, categorizando este como um
produto durável a longo prazo. A ASTM C1747 (ASTM, 2013) afirma que a perda de massa
pode assumir valores entre 19 e 95% após a submissão dos concretos as 500 rotações no
Abrasão Los Angeles.
Para o traço 1, que não tinha a utilização de agregado miúdo em sua composição, observa-
se que a perda de massa se apresentou em maior quantidade quando comparado ao traço
2. Este fator pode estar intimamente ligado à disposição da areia no concreto, em que este,
quando submetido aos impactos promovidos pelo tambor, pode perder uma camada mais
efetiva e mais leve de agregado miúdo em relação ao graúdo, perdido prioritariamente para
o traço sem areia.

5 Conclusões
Ao considerar a modificação de um método de dosagem previsto para o desenvolvimento
de concretos de alto desempenho, constatou-se que a alterações realizadas apresentaram-
se com excelente grau de satisfação haja vista os resultados alcançados.
Acerca da resistência à compressão axial alcançada por cada traço estudado, promoveu-
se o atendimento a norma vigente quanto ao mínimo previsto (20 MPa) para uso de
concreto como pavimento permeável.

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Atrelado a este desempenho, a resistência à tração na flexão comportou-se de forma
superior aos previstos em norma, superando o mínimo para tráfego de carro leve (2 MPa).
Destaca-se a importância do uso de agregado miúdo para o segundo traço, que para o
desempenho à tração equiparou a resistência obtida no primeiro traço analisado.
Acerca dos coeficientes de permeabilidade obtidos, os traços executados, apresentaram
cerca de 700 % acima do que a NBR 16416 (ABNT, 2015) estipula para uso, que deve ser
de do mínimo 1 mm.s-1.
Em relação ao desgaste obtido com o ensaio no Abrasão Los Angeles, constatou-se
aproximadamente 40% de perda de massa para ambos os traços. Por não se ter valor
especificado em que deve ser considerado bom ou ruim, os dados apresentaram uma perda
de massa média inferior a metade, ou seja, ocorreu uma seguridade da matriz de utilização
e a propiciação de alcance de melhores resultados.
Decorrente do exposto, conclui-se que o método de dosagem estudado, atendeu aos mais
diversos requisitos para utilização dos concretos como pavimentos permeáveis. Fatores
como desempenho mecânico e coeficiente de permeabilidade foram os que mais se
destacaram e que, seguramente, atenderam ao mínimo previsto em norma.

6 Referências
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