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Myrela Vieira de Araújo (1); Luciano Carneiro Reis (2); Antônio Helson Silva de Oliveira (3);
Raimundo Nonato Rodrigues de Araújo Netto (4)
Resumo
O concreto é o principal elemento empregado nas construções e na atualidade, por ser mais barato e mais
facilmente disponível no canteiro de obra, apresentando uma grande capacidade de resistir a tensões
compressivas. Mas para medir a resistência das tensões à compressão, suportados por uma superfície ou
peça, é necessário que façam ensaios destrutivos ou não destrutivos. Contudo, os ensaios não destrutivos
podem sofrer grande influência se a superfície do concreto estiver carbonatada, o que ocorre, por exemplo,
em túneis e viadutos que estão expostos à alta concentração de gás carbônico. A carbonatação consiste em
um procedimento físico-químico entre os compostos da pasta de cimento e o gás carbônico, presente na
atmosfera, fazendo com que a camada atingida pela carbonatação, obtenha uma alcalinidade menor que
aquela não atingida. Dessa forma, este estudo visa comparar os resultados da resistência à compressão dos
corpos de prova carbonatados e não carbonatados por meio do ensaio não destrutivo de ultrassom e ensaio
de compressão uniaxial, verificando a interferência que a carbonatação produz. A partir das análises dos
dados, o fenômeno da carbonatação interferiu nos resultados da resistência à compressão do ensaio de
ultrassom, constatando que maiores resistências à compressão apresentaram maiores profundidades de
carbonatação.
Palavra-Chave: Carbonatação. Resistência a compressão. Concreto. Ensaio não destrutivo
Abstract
Concrete is the main element used in constructions and today, because it is cheaper and more easily available
at the construction site, with a high capacity of compressive strength. However, to measure the compressive
strength, supported by a surface or part, it must be done destructive or non-destructive tests. However, non-
destructive tests may be greatly influenced if the concrete surface is carbonated, which occurs, for example,
in tunnels and viaducts that are exposed to a high concentration of carbon dioxide. Carbonation consists of a
physical-chemical procedure between the cement paste compounds and carbon dioxide present in the
atmosphere, causing the layer, affected by carbonation, achieve a lower alkalinity than the one not reached.
Thus, this study aims to compare the results of the compressive strength of carbonated and non-carbonated
specimens by the non-destructive ultrasound test and uniaxial compression test, verifying the interference that
carbonation produces. From the data analysis, the phenomenon of carbonation interfered with the compressive
strength results of the ultrasound test, noting that higher compressive strengths presented greater depths of
carbonation.
Keywords: Carbonation. Compressive Strength. Concrete. Non-destructive test.
2 Metodologia
Para alcançar os objetivos apresentados nesta pesquisa, dividiu-se a metodologia em duas
fases, sendo elas a pesquisa bibliográfica e atividades laboratoriais.
2.1.2 Agregados
Agregados são materiais com configuração de grãos, sem tamanho e forma determinados
e que possuem origem natural ou artificial. A qualidade dos agregados no concreto é
essencial, pois 75% do volume do concreto é ocupado por ele. A classificação dos
agregados pode ser dada quanto a dimensão dos grãos, são elas: agregados graúdos e
agregados miúdos. Os agregados utilizados para a confecção do concreto foram areia fina
(agregado miúdo) e brita 1 (agregado graúdo), ambos doados pela Prefeitura do CAMPUS
Paulo VI da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
Para este estudo, o ensaio não destrutivo escolhido para avaliar a resistência do concreto
foi de ultrassom, observado na figura 2. Este método ocorre através da medição por meio
eletrônico, do tempo de propagação de ondas ultrassônicas através do elemento estudado,
situado entre o transmissor e o receptor. A distância entre os transdutores dividida pelo
tempo de propagação resulta na velocidade média de propagação da onda (MALHOTRA,
1984). Para estimar a resistência a compressão do concreto, o ensaio não destrutivo de
ultrassom não gera o valor verídico, seguro e imediato da resistência do componente de
que se trata. Portanto, para encontrar a resistência do concreto, é essencial uma curva de
correlação entre o resultado do parâmetro dado pelo instrumento, como a velocidade de
propagação ultrassônica oferecida pelo ultrassom com a resistência à compressão
utilizando corpos de prova-padrão cilíndricos, executada pela prensa eletrohidráulica.
Figura 3 - Preparação dos materiais para serem levados à betoneira (AUTOR (2019))
As bases dos corpos de prova em seu método de moldagem não ganham acabamento
apropriado para ser submetido aos ensaios da NBR 5739:2007 e NBR 8802:2013. Assim,
para assegurar a ortogonalidade e planicidade das faces, foram realizados capeamentos
em proporção 1:1 entre gesso e Cimento Portland, deixando a superfície perpendicular ao
eixo axial do corpo de prova.
Para uma correta verificação dos resultados da velocidade de propagação das ondas
ultrassônicas, foi necessário executar duas etapas fundamentais, de acordo com a NBR
8802:2013: calibrar o dispositivo ultrassônico e fazer a medição do comprimento do corpo
de prova. O aparelho de Ultrassom utilizado pertence ao modelo Pundit Lab, do fabricante
Proceq, desenvolvido essencialmente para ser operado em laboratórios. Em seguida, os
corpos de prova preparados foram ensaiados a compressão simples conforme os sistemas
estabelecidos pela NBR 5739:2007, executada na Prensa Eletrohidráulica.
3 Resultados e Análises
3.1. Ensaio ultrassônico x ensaio de compressão uniaxial
Para a estimativa da resistência à compressão no ensaio não destrutivo foram utilizados
gráficos de correlação entre a velocidade de propagação da onda ultrassônica e a
resistência a compressão. GOMES (2015, p.59), em seu estudo, gerou um gráfico de
correlação do método citado, referente as mesmas características do concreto
4 Conclusão
A grande capacidade de resistir a tensões compressivas se apresenta como uma das
características mais relevantes que o concreto possui, sendo esta capacidade determinada
através de ensaios destrutivos ou não destrutivos. Os ensaios não destrutivos permitem
determinar as características e propriedades do concreto, localizando os defeitos internos
que as peças de concreto podem apresentar, sem danificar o desempenho estrutural das
peças ensaiadas, tornando o seu sistema vantajoso. Uma influência nos resultados obtidos
pelos ensaios é um fenômeno denominado carbonatação, que surge quando o concreto
está exposto à concentração de gás carbônico.
A partir dos estudos elaborados, em especial na análise dos gráficos de coluna, o fenômeno
da carbonatação interferiu nos resultados da resistência a compressão do ensaio de
ultrassom, influenciando na leitura da velocidade de propagação ultrassônica, uma vez que
seus valores foram maiores, e como resultado a resistência dos corpos de prova
carbonatados também foram, pois são grandezas diretamente proporcionais. Através do
comparativo das resistências à compressão dos corpos de prova que foram submetidos a
exposição de dióxido de carbono com os que não foram, especificamente do corpo de prova
carbonatado de número 2 com o de número 4 não carbonatado, adquiriu-se uma diferença
das resistências a compressão de 27,82%.
Além disso, através da análise da Tabela 2 foi observada a medida que a profundidade de
carbonatação aumentava, a resistência à compressão pelo ensaio de ultrassom também.
Como exemplo, o corpo de prova de número 3 que obteve uma resistência à compressão
de 14,98 MPa, apresentou uma profundidade carbonatada de 0,9 mm, enquanto o corpo
de prova de número 2 com resistência à compressão de 20,24 MPa, apresentou
profundidade de 1,17 mm.
5 Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738. Concreto -
Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova. Rio de Janeiro, 2015.