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ESTUDO DE PARÂMETROS AO PROCESSO CORROSIVO NA INTERFACE


AÇO CARBONO VISANDO MELHOR RESISTÊNCIA À CORROSÃO

Nome Sobrenome Sobrenome¹


Nome Sobrenome Sobrenome²
1 Graduando em Engenharia Mecânica da Faculdade Brasileira Multivix – Vitíria / ES
2 Docente da Faculdade Brasileira Multivix – Vitória / ES

1. INTRODUÇÃO

A Química como ciência, pode ser “um instrumento de formação humana”,


quando é capaz de ampliar o conhecimento e a autonomia no exercício do papel da
cidadania. Isto é possível quando esta ciência é entendida e aplicada como um dos
“meios de interpretar o mundo e intervir na realidade”, quando for “relacionada ao
desenvolvimento tecnológico e aos muitos aspectos da vida em sociedade” (BRASIL,
2015, p. 84).

O aço, a metalurgia e a corrosão, são importantes conteúdo a serem abordados


no ensino de Química, já que materiais metálicos se encontram por toda a parte e são
necessários para a vida em sociedade hoje, principalmente sob os aspectos econômicos
e tecnológicos (COSTA et al., 2015, p. 32).

Segundo Tomas (1995), O estudo do fenômeno da corrosão possui grande


interesse científico, social e industrial, devido ao seu impacto sobre a economia, o meio
ambiente, a segurança das pessoas e a qualidade de vida de todos, se tornando um
importante alvo de estudos.

O aço carbono sofre corrosão em soluções aquosas, como em ácido clorídrico


(GUANNAN, 2016), ácido sulfúrico (SOUZA, 2008), soluções salinas (MODESTO,
2018) e nitratos (TRELA; CHAT; SCENDO, 2015). Devido à relevância comercial
desta liga, é importante estabelecer condições que a protejam do processo corrosivo.
Portanto, para fundamentar a escolha de um método de proteção é necessário elucidar os
mecanismos da corrosão

Objetiva-se neste trabalho analisar o comportamento eletroquímico na interface


aço carbono / polpa de bauxita em condições aproximadas ao encontrado no
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mineroduto, utilizando técnicas eletroquímicas de potencial de corrosão, polarização


potenciodinâmica anódica e catódica e, espectroscopia de impedância eletroquímica.

1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA

Quando a corrosão causa vazamento de materiais tóxicos, inflamáveis ou


radioativos tem-se, consequentemente, problemas ambientais, de segurança e de saúde.
Frequentemente uma linha de produção ou parte de um processo para devido a falhas
inesperadas provocadas por corrosão.

A aparência de um material pode ser importante de forma que a corrosão do


mesmo se torna indesejável. Dependendo da aplicação do material pode-se, a partir de
uma análise de custo-benefício, se eleger um material resistente à corrosão ou uma
forma de proteção que pode ser um revestimento polimérico, cerâmico ou metálico ou
ainda através de processos de proteção anódica ou catódica. Como exemplo da
utilização de materiais resistentes à corrosão, por motivo de aparência, pode-se citar a
utilização de aço inoxidável em esquadrias na construção civil.

Nesse contexto, torna-se importante o estudo da corrosão a fim de contribuir


com a compreensão de seus mecanismos de forma a permitir a difusão do conhecimento
acerca do tema em questão para que, à luz do conceito de desenvolvimento sustentável,
possam ser estudados e aperfeiçoados métodos de inibição dos processos corrosivos
impactando positivamente na diminuição do consumo das reservas minerais.

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

O presente projeto de pesquisa aborda de forma ampla o funcionamento dos


principais processos de corrosão até então observados e catalogados. A abordagem do
tema mencionado permitirá o desenvolvimento de uma fundamentação teórica que
servirá de alicerce para estudos posteriores sobre o tema em questão.

1.3 PROBLEMA DA PESQUISA

Tendo em vista que a corrosão é uma problemática atual, o presente projeto de


pesquisa visa à revisão da literatura com a finalidade de se compreender os processos
corrosivos e apresentar medidas de inibição de tais processos.

Diante disso, surgiu o seguinte questionamento: Quais os meios mais adequados


para corrigir ou prevenir a incidência deste mal que podem ser intervenções mecânicas,
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químicas ou eletroquímicas ou até mesmo alterações construtivas nos equipamentos em


aços?

1.4 OBJETIVOS
1.4.1 GERAL
O objetivo deste projeto de pesquisa é explanar e caracterizar os principais tipos
de corrosão que ocorrem dentro da indústria, principalmente no segmento de
equipamentos mecânicos e instalações industriais.

1.4.2 ESPECÍFICO

Dentre os objetos específicos deste projeto, classifica-se:

 Executar um levantamento bibliográfico acerca do tema corrosão;


 Estudar os diferentes mecanismos responsáveis pela deterioração dos materiais
que compõem equipamentos, instalações mecânicas e componentes estruturais;
 Descrever as medidas de controle e inibição da corrosão, já existentes, por meio de
consulta à literatura.

1.5 HIPÓTESE

Considerando que a corrosão é um fenômeno complexo e multifacetado,


afetando diversos materiais utilizados na indústria, é possível afirmar que a
compreensão dos mecanismos de corrosão e a aplicação de medidas de controle e
inibição podem contribuir significativamente para a preservação e prolongamento da
vida útil dos equipamentos mecânicos e instalações industriais. Dessa forma, espera-se
que a análise detalhada dos tipos de corrosão e das estratégias de prevenção e mitigação
possa fornecer insights valiosos para a implementação de práticas mais eficazes na
proteção contra a corrosão, resultando em benefícios econômicos, ambientais e de
segurança.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Corrosão
Além das condições climáticas, é sabido que a poluição do ar também tem
influência considerável na corrosão dos metais, e na presença de umidade, estruturas de
aço-carbono sem proteção ou recobrimento não são resistentes ao processo corrosivo.
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Muitos estudos, como os publicados por Vianna e Dutra (2022), Cook et al.
(2018), Zhang et al. (2022), Wang et al. (2015), entre outros, já foram realizados a fim
de determinar a agressividade da atmosfera e avaliar os efeitos da corrosão atmosférica
nos metais usados para aplicações estruturais. Busca-se a obtenção de dados que
melhorem os modelos existentes para a predição do tempo de vida das estruturas
sujeitas à corrosão atmosférica e melhorem as técnicas analíticas usadas para analisar a
corrosão.

Segundo Shreir, Jarman e Burstein (2014) a corrosão pode afetar o metal em


diversas formas que dependem da sua natureza e a certas condições ambientais
predominante, e uma classificação geral das várias formas de corrosão em que cinco
tipos principais foram identificados, são apresentadas:

Quadro 1 – Principais Tipos de Corrosão

Fonte: SHREIR et. al, 2014.

2.2 Tipologia Dos Problemas Corrosivos

2.2.1 Problema da corrosão

Os processos corrosivos geram impactos econômicos principalmente devido à


substituição e reparos de estruturas e equipamentos (CAINES et al., 2017). Gerhardus et
al. (2016) relatam que, no ano de 2013, o custo gerado com corrosão no mundo foi de
aproximadamente 2,5 trilhões de dólares por ano.
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Mendes et al. (2018) identificaram que a qualidade da água potável pode ser
prejudicada devido à geração de resíduos metálicos provenientes de processos.

Na indústria petroquímica, o processo corrosivo é preocupante devido às severas


condições de processamento e à natureza inflamável e tóxica dos produtos. Portanto,
vazamentos causados pela corrosão de materiais podem causar danos irreversíveis ao
homem e ao meio ambiente (GROYSMAN, 2017).

Do ponto de vista ambiental, os desdobramentos de acidentes causados por


corrosão são fontes de poluição e ameaçam a integridade da flora e a fauna locais
(Medeiros, 2021).

No geral, metais podem estar sujeitos a ambientes potencialmente corrosivos


cujos efeitos podem comprometer as aplicações (Amorim, 2009). Um exemplo de liga
metálica suscetível à corrosão é o aço carbono.

2.2.2 Reações de corrosão no aço carbono

O processo envolve reações de oxidação e de redução (redox) que convertem o


metal ou o componente metálico em óxido, hidróxido ou sal. Para entender melhor este
processo é necessário iniciar o estudo conhecendo o material e o meio. Os aços-carbono
comuns contêm mais de 97% de Fe, até 2% de C e outros elementos remanescentes do
processo de fabricação. O O2(g) e a H2O(l) constituem o meio no qual os materiais
estão mais frequentemente expostos. Como os potenciais-padrão de redução do Fe2+
(aq)/Fe(s) [E0 = -0,44 V] e do Fe3+(aq)/Fe2+(aq) [E0 = 0,77 V] são menores que
aquele para a redução de O2(g) [E0 = 1,23 V], o Fe(s) pode ser oxidado pelo O2(g).
Para que essas reações ocorram de forma simultânea, a transferência de elétrons tem que
ser através do aço, desde uma região onde acontece a oxidação do Fe(s) (região
anódica) até outra onde acontece a redução do O2(g) (região catódica), como nas pilhas.
O produto de corrosão resultante é a ferrugem, cuja formação pode ser sucintamente
representada pela equação 1 (Gentil, 2011).

4 Fe (s) + 3 O2 (g) + 2n H2O (l) → 2 Fe2O3.nH2O (s)

2.3 Tipos de corrosão


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De acordo com Gentil (2017), existem diversas manifestações da corrosão, e


compreender essas variações é fundamental para a análise dos processos corrosivos. Os
tipos de corrosão podem ser classificados levando-se em conta sua aparência, o modo de
ataque, as causas subjacentes e os mecanismos envolvidos.

As formas em que a corrosão pode aparecer são: Corrosão uniforme; por placas;
alveolar; puntiformes ou por pites; intergranular; intragranular; filiforme; por
esfoliação; grafítica; dezincificação; empolamento pelo hidrogênio; em torno do cordão
de solda; em frestas; sob tensão; e galvânica (ARRUDA, 2019).

Imagem 1 - Tipos de Corrosão

Fonte: Gentil (2007)

2.3.1 Corrosão Eletroquímica

Conforme descrito por Gentil (2017), a corrosão eletroquímica é frequentemente


observada como o tipo mais prevalente, ocorrendo principalmente em metais na
presença de água. Este processo pode se manifestar de duas maneiras predominantes:
Primeiramente, quando um metal entra em contato com um eletrólito, que é uma
solução condutora ou um meio iônico que engloba áreas anódicas e catódicas
simultaneamente, resultando na formação de uma pilha de corrosão. Em segundo lugar,
quando dois metais são conectados por meio de um eletrólito, originando uma pilha
galvânica.

A corrosão eletroquímica constitui-se em um processo espontâneo, passível de


ocorrer quando o metal ou liga entra em contato com um eletrólito, onde ocorrem,
concomitantemente, reações anódicas (oxidação) e catódicas (redução) ocasionando a
deterioração do metal. O eletrólito é um condutor iônico que engloba as regiões
anódicas e catódicas. Ressalta-se que, o eletrólito pode estar solubilizado em água ou
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fundido a outras substâncias. São exemplos de eletrólitos: água do mar, ar atmosférico


com umidade, solo entre outros (FRAUCHES-SANTOS et al, 2013).

Em geral, os processos de corrosão eletroquímica, também conhecida como


corrosão úmida, ocorrem a temperatura ambiente, associados à formação de uma pilha
ou célula de corrosão compreendendo a movimentação de elétrons sob a superfície
metálica (LIMA, 2007 apud MATTIOLI, 2016, p.9).

A intensidade do processo de corrosão é mensurada pelo número de cargas de


íons que descarregam no catodo, ou, pelo número de elétrons que migram do anodo para
o catodo (MAINIER e LETA, 2001).

No processo de corrosão eletroquímica, os íons Fe +2 migram em direção à


região catódica, ao passo que os íons OH - direcionam-se para a região anódica. Desse
modo, em uma região intermediária forma-se o hidróxido ferroso. As equações das
reações são descritas na Tabela 1.

Reações de formação do Fe (OH)2

Fe → Fe2+ + 2e-

H2O + ½ O2 +2e- → 2OH-

2H2O + 2e- → H2 + 2OH-

Fe2+ + 2OH- → Fe (OH)2¹

Fonte: Mecanismo eletroquímico de formação do hidróxido ferroso – Autor (2019).

Em meio não aerado ou com pouco oxigênio, tem-se a formação da magnetita que é a
ferrugem de coloração preta (Fe3O4) (Equação 2).

3 Fe (OH)2 → Fe3O4 + 2 H2O + H2

E, em meio aerado, tem-se a formação do hidróxido férrico que é a ferrugem de


coloração alaranjada ou castanho-avermelhada (Fe (OH)3) (Equação 3).
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2 Fe (OH)2 + H2O + ½ O2 → 2 Fe (OH)3

Vale destacar que, Van Vlack (1970) formalizou as seguintes considerações


acerca da dissolução química de eletrólitos: moléculas e íons pequenos se dissolvem
mais facilmente; a solubilização ocorre com mais facilidade quando o soluto e o
solvente têm estruturas semelhantes; a presença de dois solutos pode produzir maiores
solubilidades do que a presença de apenas um; a velocidade de dissolução aumenta com
a temperatura.

Ainda segundo Van Vlack (1970), para que haja a formação de ferrugem a partir
do ferro, as reações de oxidação de íons ferrosos e férricos devem ocorrer e,
adicionalmente, umidade e oxigênio devem estar presentes.

2.3.2 Corrosão Química

No âmbito de um processo corrosivo de natureza química, são desencadeadas


reações diretas entre o material em questão, seja ele metálico ou não, e o ambiente
corrosivo, podendo ou não envolver a transferência de cargas ou elétrons, e, portanto,
sem resultar na formação de uma corrente elétrica. Esse tipo de corrosão pode ocorrer
em materiais metálicos em temperaturas elevadas, expostos a gases ou vapores, mesmo
na ausência de umidade, ou em metais sujeitos ao ataque de solventes orgânicos
desprovidos de água. Ademais, é relevante notar que a corrosão química não se limita
apenas a materiais metálicos, podendo também afetar materiais não metálicos
(GENTIL, 2017).

A corrosão química, também conhecida como corrosão seca, é caracterizada por


um processo que não depende da presença de água para se desenvolver. Nesse
mecanismo corrosivo, ocorrem reações químicas diretas entre o material em questão,
seja ele metálico ou não, e o meio corrosivo, sem que haja geração de corrente elétrica
(GENTIL, 1996).

O agente químico ataca diretamente o material. Caracteriza-se por ser um


mecanismo de corrosão que, normalmente, ocorre em altas temperaturas em ambientes
tais como forno, caldeiras e unidades de processo. Em se tratando de metais, o processo
consiste numa reação química entre o meio corrosivo e a superfície metálica o que
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resulta na formação de um produto de corrosão sob a mesma (MERÇON,


GUIMARÃES e MAINIER, 2004).

Um exemplo do processo supracitado é a corrosão do zinco em contato com


solução de ácido de sulfúrico (H2SO4). A reação eletroquímica que descreve esse
processo é a seguinte (Equação 4):

Zn + H2SO4 → ZnSO4 + H2

Imagem 2 - Reações Eletroquímicas Associadas À Corrosão Do Zinco

Fonte: Fontana (1986) apud Callister (2007).

2.3.3 Corrosão Eletrolítica

Trata-se de um fenômeno eletroquímico que se desencadeia mediante a


aplicação externa de uma corrente elétrica. Diferentemente dos demais tipos de corrosão
mencionados anteriormente, este processo não é espontâneo. Quando não há um
adequado isolamento ou aterramento, ou quando estes apresentam alguma falha, podem
ocorrer correntes de fuga. Se essas correntes escapam para o solo, acabam por ocasionar
a formação de pequenos orifícios nas instalações (MAINIER, 2021).

Segundo Mainier e Leta (2001), a corrosão eletrolítica consiste em processo


eletroquímico que acontece por meio de aplicações de corrente elétrica de origem
externa. Caracteriza-se por ser um processo não espontâneo de corrosão. Gentil (1996)
defini que a corrosão eletrolítica, também conhecida por corrosão por eletrólise, é “a
deterioração da superfície externa de um metal forçado a funcionar como anodo ativo de
uma célula ou pilha eletrolítica.

O fenômeno da corrosão eletrolítica é provocado por correntes de fuga também


conhecidas pelo nome de parasitas ou estranhas (MERÇON, GUIMARÃES e
MAINIER, 2004). Tais correntes são ocasionadas por potenciais externos devido às
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deficiências de isolamento ou de aterramentos que estejam fora das especificações


técnicas de construção e são capazes de produzir severos casos de corrosão.

De acordo com Gentil (1996), tubulações enterradas (oleodutos, gasodutos,


adutoras, minerodutos, etc.) e cabos telefônicos estão sujeitos à deterioração por
corrosão eletrolítica relativo às correntes elétricas de interferência que fogem de seu
circuito normal para fluir pelo solo ou pela água.

A Figura 3 exemplifica o processo eletrolítico e atuação das correntes de fuga.

Imagem 3 – Processo Eletrolítico

Na Figura 3, observa-se que ocorrem furos isolados nas instalações por onde a
corrente escapa até atingir o solo. As correntes parasitas atingem as instalações
metálicas, ocasionando a corrosão nas áreas onde abandonam essas instalações para,
posteriormente, retornarem ao circuito original através do solo ou da água. Ressalta-se
que, por ser um tipo de corrosão localizada, em pouco tempo ocorre a perfuração da
parede metálica o que gera vazamentos (GENTIL, 1996).

No que tange aos mecanismos presentes na corrosão por eletrólise, Gentil (1996)
elucida um caso prático de ação das correntes parasitas provenientes da tração elétrica
que utiliza os trilhos de um trem para o retorno da corrente à fonte de energia elétrica.
As ligações entre os trilhos formam um sistema de resistências em série o que dificulta
o retorno da corrente. O isolamento entre os trilhos e a terra é precário.
Consequentemente, o solo passa a constituir uma resistência associada em paralelo com
os trilhos. Desse modo, parte da corrente flui através da terra. Ademais, caso haja na
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região uma tubulação enterrada, ela será atingida pela corrente de fuga fornecendo,
então, a passagem necessária até as proximidades da subestação geradora.

Na Figura 4, tem-se nos pontos A (no trilho) e A’ no tubo) regiões anódicas e


nos pontos C (no tubo) e C’ (no trilho) regiões catódicas. Dessa maneira, verifica-se a
corrosão nos trilhos no ponto A e nos tubos em A’.

Imagem 4 – Regiões Anódicas

2.4 Inibidores De Corrosão

Inibidores são agentes, tanto orgânicos quanto inorgânicos, que, quando


introduzidos no ambiente corrosivo, têm a capacidade de prevenir ou reduzir o avanço
das reações corrosivas. Geralmente, esses inibidores são adsorvidos na superfície do
material, formando um filme extremamente fino e durável. Isso resulta em uma
diminuição na taxa de corrosão, uma vez que as reações anódicas, catódicas ou ambas
são desaceleradas. Os inibidores de corrosão são compostos químicos empregados em
concentrações relativamente baixas sempre que um metal é exposto a um meio
agressivo. Sua presença retarda o processo corrosivo e mantém sua taxa em níveis
mínimos, prevenindo assim perdas econômicas decorrentes da corrosão metálica
(FRAUCHES-SANTOS et al., 2013).

A eficácia dos inibidores de proteção varia conforme os metais e ligas em


questão, assim como a severidade do ambiente. Embora o termo "inibidor de corrosão"
seja mais comum, em alguns casos, também são referidos como aditivos, protetivos ou
anticorrosivos (MAINIER, 2016).
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Os inibidores de corrosão podem ser classificados de acordo com sua


composição, sendo orgânicos ou inorgânicos, e de acordo com seu comportamento,
sendo oxidantes, não oxidantes, anódicos, catódicos ou mistos (SILVA, 2016).

Os inibidores anódicos atuam inibindo as reações anódicas, ou seja, retardam ou


impedem a ação do ânodo. Geralmente, eles reagem com os produtos de corrosão
inicialmente formados, formando um filme insolúvel e aderente na superfície do
material, o que resulta na polarização anódica (SILVA, 2016).

Os inibidores catódicos, por sua vez, agem inibindo as reações catódicas. São
substâncias que liberam íons metálicos capazes de reagir com a alcalinidade catódica,
produzindo compostos insolúveis. Esses compostos insolúveis cobrem a área catódica,
impedindo a difusão de oxigênio e a condução de elétrons, inibindo assim o processo
catódico. Os inibidores promovem uma polarização catódica e, como o metal no cátodo
não entra em solução, mesmo que não esteja totalmente coberto, não ocorre corrosão
localizada nessas áreas. Portanto, esses inibidores, independentemente de suas
concentrações, são considerados mais seguros em comparação com os anódicos
(SILVA, 2016).

2.4.1 Proteção Contra A Corrosão

Segundo Merçon, Guimarães e Mainier (2004), dentre os processos mais


empregados em metais na prevenção da corrosão estão: as proteções anódicas e
catódicas e os revestimentos.

Os protetores anódicos ou inibidores anódicos consistem naqueles que atuam nas


reações anódicas. Eles migram para a superfície anódica ocasionando passivação na
presença de oxigênio dissolvido. Dessa forma, esse tipo de protetor interage com o
produto de corrosão o que dá origem a uma película aderente e bastante insolúvel em
sua superfície, resultando em sua proteção.

Imagem 5 - Esquema representativo da proteção anódica


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Fonte: Frauches e Santos (2013).

Segundo Gentil (1996), dentre os mais empregados inibidores anódicos estão os


cromatos solúveis devido a sua eficiente proteção e aplicabilidade a diferentes tipos de
metais. Sob diversas condições, esses inibidores são efetivos para ferro, aço, zinco,
alumínio, cobre, latão, chumbo entre outras ligas metálicas. Destaca-se que, mesmo,
pequenas concentrações de cromato, presentes em águas ou em soluções salinas
corrosivas, são responsáveis por uma considerável redução da taxa de corrosão.
Frauches-Santos et al. (2013) ressaltam que, o emprego de inibidores anódicos possui
maior relevância na aplicação em eletrólitos de alta agressividade, como por exemplo,
um tanque metálico para condicionamento de ácidos.

No que se refere à proteção catódica, ou inibidores catódicos, Gentil (1996)


define que “são substâncias que fornecem íons metálicos capazes de reagir com
alcalinidade catódica, produzindo compostos insolúveis”. Esses compostos envolvem a
área catódica o que ocasiona a inibição do processo de difusão do oxigênio e a
condução de elétrons. A Figura 6 ilustra o processo de inibição catódica.

Imagem 6 - Esquema representativo da proteção catódica


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Fonte: Frauches e Santos (2013).

Os inibidores catódicos caracterizam-se pela possibilidade de serem empregados


em todos os materiais metálicos. Eles controlam a corrosão deslocando o potencial de
corrosão a maiores valores negativos, além de aumentar o pH do meio e atenuar a
solubilidade dos íons de ferro. Os mais eficientes inibidores catódicos conhecidos são:
os sulfitos, as hidracinas, os sais de cálcio e magnésio, o óxido de alumínio, os
hidróxidos de sódio e os carbonatos de sódio (BOLINA, 2008).
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3. METODOLOGIA E MÉTODO DA PESQUISA

Em relação aos objetivos, a pesquisa classifica-se como exploratória e descritiva


(realização de um estudo para a familiarização do objeto que está sendo investigado
durante a pesquisa). Quanto aos procedimentos considera-se uma pesquisa bibliográfica
(etapa inicial de todo o trabalho científico ou acadêmico, com o objetivo de reunir as
informações e dados que servirão de base para a construção da investigação proposta a
partir de determinado tema). E em relação ao problema, classifica-se como pesquisa
qualitativa (considera a parte subjetiva do problema.).

A técnica de pesquisa utilizada neste trabalho foi a pesquisa bibliográfica a qual


fundamenta-se em um trabalho de natureza exploratória que fornece o alicerce teórico
necessário ao pesquisador para o exercício crítico e reflexivo sobre o tema estudado.

Foram utilizados como fontes principais para execução deste projeto de pesquisa
livros e artigos científicos encontrados em bibliotecas e sites da internet.

4. CRONOGRAMA

Atividade Fevereiro Março Abril Maio Junho

Definição Do Tema x

Pesquisa De x
Literatura

Referencial Teórico x x

Metodologia x

Referências x
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REFERÊNCIAS

ANTUNES, R. A., COSTA, I. Caracterização de produtos de corrosão de aço-


carbono e aço patinável submetidos a ensaio acelerado de corrosão e ensaio de
intemperismo. 6º CONTEQ, 2022
BRAVIM, E. C. Estudo da aplicação de materiais orgânicos em meios corrosivos
do processamento primário do petróleo. Dissertação de Mestrado. 91f. Programa de
Pós-graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais: UFRGS, 2019.
BUCHWEISHAIJA, J. Phytochemicals as green corrosion inhibitors in various
corrosive media: a review. Tanzania Journal of Science, v.35, 2019
CAINES, S.; KHAN, F.; ZHANG, Y.; SHIROKOFF, J. Simplified electrochemical
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New York: John Wiley & Sons, 2007.
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v. 47, p. 2550-2570, 2005.
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GERHARDUS, H. K.; VARNEY, J.; NEIL, T.; MOGHISSI, O.; GOULD, M.;
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MERÇON, Fábio; GUIMARÃES, Pedro Ivo Canesso; MAINIER, Fernando Benedito.
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